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    Michael Lonsdale (1931 – 2020)

    21 de setembro de 2020 /

    O ator Michael Lonsdale, que ficou conhecido como o herói de “O Dia do Chacal” e o vilão de “007 Contra o Foguete da Morte”, morreu nesta segunda-feira (21/8) em sua casa em Paris aos 89 anos, após uma carreira de seis décadas. Filho de pai britânico e mãe francesa, Lonsdale cresceu em Londres e no Marrocos, onde descobriu o cinema de Hollywood em sessões com as tropas americanas durante a 2ª Guerra Mundial, mas só foi se dedicar às artes ao regressar a Paris em 1947, por influência de seu tio Marcel Arland, diretor da revista literária NRF. Ele estreou no teatro aos 24 anos e logo se mostrou interessado por experiências radicais, em adaptações de Eugène Ionesco e em parcerias com Marguerite Duras. A estreia no cinema aconteceu em 1956, sob o nome Michel Lonsdale. Ele participou de várias produções francesas até sofrer sua metamorfose, virando Michael ao ser escalado por Orson Welles em “O Processo” (1962), adaptação do célebre texto de Kafka rodada na França com Anthony Perkins e Jeanne Moreau. Dois anos depois, voltou a ser dirigido na França por outro mestre de Hollywood, Fred Zinnemann, no drama de guerra “A Voz do Sangue” (1964). Mas apesar da experiência com dois dos maiores cineastas hollywoodianos, decidiu retomar o nome Michel e mergulhar no cinema de arte francês, atuando em clássicos da nouvelle vague como “A Noiva Estava de Preto” (1968) e “Beijos Proibidos” (1968), ambos de François Truffaut, “Sopro no Coração” (1971), de Louis Malle, e “Não me Toque” (1971) e “Out 1: Spectre” (1972), os dois de Jacques Rivette. Entretanto, Fred Zinnemann não o esqueceu e se tornou responsável por introduzi-lo no cinema britânico, ao lhe dar um papel de destaque na adaptação do thriller “O Dia do Chacal” (1973), como o obstinado detetive Lebel, que enfrentou o vilão Carlos Chacal. Ele chegou a ser indicado ao BAFTA (o Oscar britânico), mas não foi desta vez que voltou a ser Michael, permanecendo no cinema francês com papéis em “Deslizamentos Progressivos do Prazer” (1974), de Alain Robbe-Grillet, e “O Fantasma da Liberdade” (1974), de Luis Buñuel, onde chegou a mostrar seu traseiro em cenas sadomasoquistas, pelo “amor à arte”. Paralelamente, aprofundou sua relação com a escritora Marguerite Duras, estrelando quatro filmes que ela dirigiu: “Destruir, Disse Ela” (1969), “Amarelo o Sol” (1971) e “India Song” (1975), onde se destacou como um vice-cônsul torturado, repetindo o papel em “Son Nom de Venise dans Calcutta Désert” (1976). No mesmo ano de “India Song”, que o projetou como protagonista, Lonsdale estrelou o clássico “Sessão Especial de Justiça” (1975), de Costa-Gravas, cuja denúncia do sistema penal à serviço de governos corruptos (no caso, da França ocupada por nazistas) rendeu discussões acaloradas – assim como censura – em vários países. A repercussão do filme de Costa-Gravas o projetou para além da França, levando-o a trabalhar com o inglês Joseph Losey (“Galileu”, “A Inglesa Romântica” e “Cidadão Klein”) e o austríaco Peter Handke (“A Mulher Canhota”), o que o colocou no radar dos produtores da franquia “007”. Em “007 Contra o Foguete da Morte” (1979), Lonsdale viveu o diabólico Drax, um industrial bilionário e pianista, que pretendia envenenar a população da Terra e, em seguida, repovoar o planeta com alguns escolhidos, que ele selecionou para viver em sua estação espacial. O ator comparou seu personagem a Hitler em uma entrevista de 2012. “Ele queria destruir todo mundo e fazer surgir uma nova ordem de jovens muito atléticos… ele estava completamente louco.” Para enfrentar o James Bond vivido por Roger Moore, Lonsdale decidiu voltar a ser Michael e assim foi “adotado” pelo cinema britânico, aparecendo em seguida num dos filmes ingleses mais bem-sucedidos de todos os tempos, “Carruagens de Fogo” (1981). Lonsdale também participou do blockbuster “O Nome da Rosa” (1986) e de vários filmes notáveis dos anos seguintes, firmando parceria com o mestre do drama de época britânico James Ivory nos clássicos “Vestígios do Dia” (1993) e “Jefferson em Paris” (1995), no qual interpretou o imperador Luis XVI. Apesar do sucesso em inglês, ele nunca filmou nos EUA, mas trabalhou em mais três thrillers de diretores americanos famosos. Dois desses filmes foram dirigidos na Inglaterra por John Frankenheimer: “O Documento Holcroft” (1985), estrelado por Michael Caine, e “Ronin” (1998), em que contracenou com Robert De Niro. O terceiro foi “Munique” (2005), de Steven Spielberg, em cenas rodadas na França. Mesmo com essas experiências, ele nunca se interessou por Hollywood, preferindo trabalhar com cineastas europeus como Milos Forman (“Sombras de Goya”), François Ozon (“O Amor em 5 Tempos”), Catherine Breillat (“A Última Amante”), Ermanno Olmi (“A Aldeia de Cartão”), Xavier Beauvois (“Homens e Deuses”) e até o centenário cineasta português Manoel de Oliveira (no último longa do diretor, “O Gebo e a Sombra”). Ativo até 2016, quando se aposentou, Lonsdale só foi receber seu primeiro grande prêmio na véspera de seus 80 anos, o César (equivalente francês do Oscar) por seu papel coadjuvante como sacerdote livre e heroico em “Homens e Deuses” (2010). A consagração como homem de fé foi importante não apenas para a carreira de Lonsdale. Ele professava fé cristã pela influência de uma madrinha cega e, em 1987, ingressou na Renovação Carismática Católica antes de fundar o “Magnificat”, um grupo de oração para artistas. Solteiro e sem filhos, Lonsdale também foi pintor e emprestou sua voz inconfundível a inúmeros documentários e audiolivros.

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  • Filme

    Mank: Filme sobre bastidores de Cidadão Kane ganha primeiras fotos

    5 de setembro de 2020 /

    A Netflix divulgou as primeiras fotos de “Mank”, primeiro filme dirigido por David Fincher desde “Garota Exemplar”, há seis anos. Filmado em preto e branco, “Mank” é uma cinebiografia do roteirista Herman J. Mankiewicz e abordará os bastidores das filmagens de “Cidadão Kane”, lançado em 1941. As imagens destacam Gary Oldman, vencedor do Oscar por “O Destino de uma Nação” (2017) no papel principal, Tom Burke (“Strike”) como o diretor Orson Welles, Arliss Howard (“True Blood”) como o produtor Louis B. Mayer (o segundo M da MGM), Lily Collins (“Simplesmente Acontece”) como a secretária Rita Alexander e Amanda Seyfried (“Mamma Mia!”) como a atriz Marion Davis. O mais curioso sobre as imagens reveladas é que Marion Davis não participou de “Cidadão Kane”. Além disso, a presença de Louis B. Mayer deve explorar a história sobre como o poderoso produtor ofereceu uma fortuna para que a RKO Pictures queimasse os negativos e nunca lançasse o filme do jovem Wells. As histórias sobre os bastidores da produção são lendárias, porque o personagem título de “Cidadão Kane” era baseado na figura real do magnata da imprensa William Randolph Hearst, um verdadeiro tirano, que tentou de tudo para impedir o lançamento do filme e não parou até sabotar a carreira do diretor, publicando calúnias e espalhando rumores de que ele era comunista, ao mesmo tempo em que manteve Hollywood acuada com ataques contra o excesso de imigrantes (judeus) que empregava. Charles Dance (“Game of Thrones”) vai viver Hearst na produção, que também inclui em seu elenco Tuppence Middleton (“Sense8”) como Sara Mankiewicz, a jovem esposa (com 21 anos na época de “Cidadão Kane”) de Mank, além de Toby Leonard Moore (“Billions”) e Ferdinand Kinsley (“Vitória: A Vida de uma Rainha”) como os famosos produtores David O. Selznick e Irving Thalberg, respectivamente. “Mank” é um projeto pessoal de Fincher. O roteiro foi escrito por seu pai, o jornalista Jack Fincher, que faleceu em 2002. Foi para fazer justiça ao projeto original que o diretor fechou com a Netflix, porque nenhum estúdio tradicional aceitou bancar as filmagens caras do longa com uma fotografia em preto e branco. Por sua vez, a Netflix já tinha investido “Roma”, drama em preto e branco – e ainda por cima falado em espanhol – de Alfonso Cuarón, que acabou se provando um sucesso no streaming e ainda ganhou três Oscars. O filme também fortalece os laços do cineasta com a Netflix, onde todas as suas parcerias foram bem-sucedidas, como as séries “House of Cards”, “Mindhunter” e “Love, Death + Robots”.

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  • Filme,  Música

    Seleção do Festival de Veneza inclui documentário sobre prisão de Caetano Veloso

    28 de julho de 2020 /

    A organização do Festival de Veneza divulgou a lista dos filmes selecionados para sua edição 2020. E entre os títulos destaca-se o documentário “Narciso em Férias”, sobre a prisão de Caetano Veloso em 1968. Programado para exibição fora de competição, o novo filme da dupla Renato Terra e Ricardo Calil (“Uma Noite em 67”) traz o cantor brasileiro relembrando sua prisão, quando ele e Gilberto Gil foram levados de suas casas após o decreto do AI-5, culminando em seu exílio no auge da ditadura militar. Sem receber explicações, Caetano e Gil foram retirados à força de suas casas em São Paulo, levados ao Rio de Janeiro e jogados numa prisão. Passaram a primeira semana em solitária, antes de serem transferidos para celas, onde ficaram quase dois meses trancafiados. Na época, a ditadura impediu os jornais de mencionar as prisões. O crime cometido? Músicas. “Narciso em Férias” integra uma seleção com mais de 50 filmes de todo o mundo, incluindo obras de cineastas como Kiyoshi Kurosawa, Amos Gitai, Chloé Zhao, Nicole Garcia, Andrei Konchalovsky, Lav Diaz, Alex de la Iglesia, Alice Rohrwacher, Michel Franco, Luca Guadagnino, Abel Ferrara e até o (há muito) falecido Orson Welles. Uma das características desta seleção justamente é a inclusão de vários documentários fora de competição, entre eles um filme dedicado à ativista adolescente Greta Thunberg, a obra póstuma de Welles e os novos trabalhos de Ferrara, Guadagnino e do premiado Alex Gibney, que já venceu o Oscar da categoria com “Um Táxi para a Escuridão” (2007). Ao anunciar a programação nesta terça-feira (28/7), o diretor do festival, Alberto Barbera, declarou que o evento continua sendo “uma vitrine para a melhor produção cinematográfica do mundo”. E destacou que a seleção inclui apenas duas obras de ficção produzidas por estúdios de Hollywood, ambas dirigidas por mulheres. As produções dramáticas americanas são “The World to Come”, da diretora Mona Fastvold (“O Sonâmbulo”), um drama íntimo estrelado por Casey Affleck, Vanessa Kirby e Katherine Waterston, e “Nomadland”, um road movie de Chloé Zhao (“Domando o Destino”), com Frances McDormand e David Strathairn. Vale lembrar que Chloé Zhao está atualmente trabalhando na pós-produção de “Eternos”, da Marvel. Vanessa Kirby deve ser a grande estrela do tapete vermelho, se ele for estendido em meio à pandemia de covid-19. Ela aparece duplamente na programação, pois também está no elenco de “Pieces of a Woman”, que é uma produção canadense e marca a estreia do diretor húngaro Kornél Mundruczó (“White God”) em inglês. O Festival de Veneza será realizado de forma presencial, com reforço de medidas de segurança, entre os dias 2 e 12 de setembro. Confira abaixo a lista dos títulos selecionados. Competição Principal In Between Dying, de Hilal Baydarov Le Sorelle Macaluso, de Emma Dante The World To Come, de Mona Fastvold Nuevo Orden, de Michel Franco Lovers, de Nicole Garcia Laila in Haifa, de Amos Gitai Dear Comrades, de Andrei Konchalovsky Wife Of A Spy, de Kiyoshi Kurosawa Sun Children, de Majid Majidi Pieces Of A Woman, de Kornel Mundruczo Miss Marx, de Susanna Nicchiarelli Padrenostro, de Claudio Noce Notturno, de Gianfranco Rosi Never Gonna Snow Again, de Malgorzata Szumowska, Michal Englert The Disciple, de Chaitanya Tamhane And Tomorrow The Entire World, de Julia Von Heinz Quo Vadis, Aida?, de Jasmila Zbanic Nomadland, de Chloé Zhao Mostra Horizontes Apples, de Christos Nikou La Troisième Guerre, de Giovanni Aloi Milestone, de Ivan Ayr The Wasteland, de Ahmad Bahrami The Man Who Sold His Skin, de Kaouther Ben Hania I Predatori, de Pietro Castellitto Mainstream, de Gia Coppola Genus Pan, de Lav Diaz Zanka Contact, de Ismael El Iraki Guerra E Pace, de Martina Parenti, Massimo D’Anolfi La Nuit Des Rois, de Philippe Lacôte The Furnace, de Roderick Mackay Careless Crime, de Shahram Mokri Gaza Mon Amour, de Tarzan Nasser, Arab Nasser Selva Tragica, de Yulene Olaizola Nowhere Special, de Uberto Pasolini Listen, de Ana Rocha de Sousa The Best Is Yet To Come, de Wang Jing Yellow Cat, de Adilkhan Yerzhanov Fora de Competição – Sessões Especiais 30 Monedas, Episode 1, de Alex de la Iglesia Princesse Europe, de Camille Lotteau Omelia Contadina, de Alice Rohrwacher Jr Fora de Competição – Ficção Lacci, de Daniele Lucheti Lasciami Andare, de Stefano Mordini Mandibules, de Quentin Dupieux Love After Love, de Ann Hui Assandira, de Salvatore Mereu The Duke, de Roger Michell Night In Paradise, de Park Soon-jung Mosquito State, de Filip Jan Rymsza Fora de Competição – Documentário Sportin’ Life, de Abel Ferrara Crazy, Not Insane, de Alex Gibney Greta; de Nathan Grossman Salvatore, Shoemaker Of Dreams, de Luca Guadagnino Final Account, de Luke Holland La Verita Su La Dolce Vita, de Giuseppe Pedersoli Molecole, de Andrea Segre Narciso Em Ferias, de Renato Terra, Ricardo Calil Paulo Conte, Via Con Me, de Giorgio Verdelli Hopper/Welles: de Orson Welles

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    David Fincher vai voltar a dirigir um filme cinco anos após Garota Exemplar

    11 de julho de 2019 /

    O diretor David Fincher vai voltar a dirigir um filme, após passar cinco anos dedicando-se a produções de séries e projetos que não saíram do papel. Batizado de “Mank”, a obra será uma cinebiografia do roteirista Herman J. Mankiewicz e abordará os bastidores das lendárias filmagens de “Cidadão Kane”, lançado em 1941. O filme trará Gary Oldman, vencedor do Oscar por “O Destino de uma Nação” (2017) no papel principal e será centrado no turbulento relacionamento de Mankiewicz com o diretor e co-roteirista de “Cidadão Kane”, o cineasta Orson Welles. Apesar do tema hollywoodiano e o peso Oscarizado do protagonista, a produção será feita para a Netflix. Um dos motivos para a parceria com a plataforma é a opção de Fincher por uma fotografia em preto e branco. Os grandes estúdios, que já não costumam apoiar dramas, fogem quando percebem que se trata de uma produção sem cores, especialmente se o orçamento não for pequeno. Já a Netflix investiu forte em “Roma”, drama em preto e branco – e ainda por cima falado em espanhol – de Alfonso Cuarón, que acabou se provando um sucesso no streaming e ainda ganhou três Oscars. “Mank” é um projeto pessoal diretor. O roteiro foi escrito por seu pai, o jornalista Jack Fincher, que faleceu em 2002. O último filme dirigido por David Fincher foi “Garota Exemplar” em 2014. Desde então, ele se envolveu numa superprodução da Disney baseada em “20.000 Mil Léguas Submarinas”, na continuação de “Guerra Mundial Z” para a Paramount e em duas séries da HBO, todas abortadas. Em compensação, “Mank” fortalece seus laços com a Netflix, onde todas as suas parcerias foram bem-sucedidas, como as séries “House of Cards”, “Mindhunter” e “Love, Death + Robots”.

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    Filme “perdido” de Orson Welles que foi finalizado pela Netflix ganha trailer legendado

    30 de agosto de 2018 /

    A Netflix divulgou o pôster, fotos e o trailer legendado de “O Outro Lado do Vento” (The Other Side of the Wind), lendário “filme perdido” do cineasta Orson Welles, que o serviço de streaming ajudou a restaurar e finalizar, quase cinco décadas depois do início de sua produção em 1970. O tema não podia ser mais evocativo. Na trama, um diretor de Hollywood, vivido por ninguém menos que o mestre John Houston, emerge de um semi-exílio com planos de completar seu trabalho num filme inovador. O elenco ainda inclui outro diretor premiado, Peter Bogdanovitch, além da musa de Wells, a croata Oja Kodar, e intérpretes icônicos como Susan Strasberg, Edmund O’Brien, Mercedes McCambridge, Cameron Mitchell e Lilli Palmer. Considerado o último filme de Wells, “O Outro Lado do Vento” foi rodado, de forma esporádica, entre 1970 e 1977. O diretor registrou diversos fragmentos com atores diferentes. Para se ter ideia, o protagonista, John Huston, só foi escalado em 1973. Esse processo caótico de produção era o normal para Welles, um dos grandes gênios do cinema, que por conta de seu método e dificuldade de trabalhar com os grandes estúdios, deixou muitos projetos não finalizados para trás. Mas ninguém discute sua capacidade, como atesta “Cidadão Kane”, drama de 1941 que é frequentemente eleito como o melhor filme de todos os tempos por publicações especializadas. Este é o segundo filme restaurado pela Netflix, após “Nasce uma Estrela” (1976), que incluiu cenas inéditas de Barbra Streisand. A première de “O Outro Lado do Vento” vai acontecer durante o Festival de Veneza 2018, numa exibição fora de competição na próxima semana. O Festival de Cannes pretendia contar com essa honra, mas ao a href=”https://pipocamoderna.com.br/2018/03/festival-de-cannes-2018-veta-filmes-da-netflix-e-selfies-no-tapete-vermelho/”>barrar a Netflix da competição da Palma de Ouro, o evento recebeu o tratamento de “Ah, é? Então tá”. A plataforma vai exibir seis filmes em Veneza, três deles na disputa do Leão de Ouro. “O Outro Lado do Vento” tem estreia marcada em streaming – e em circuito limitado de cinemas – em 2 de novembro. O lançamento será acompanhado do documentário “They’ll Love Me When I’m Gone”, sobre a vida e a obra de Welles, com direção de Morgan Neville, vencedor do Oscar da categoria por “A Um Passo do Estrelado” (2013).

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    Jeanne Moreau (1928 – 2017)

    31 de julho de 2017 /

    Morreu a atriz Jeanne Moreau, ícone da nouvelle vague e uma das maiores intérpretes do cinema francês em todos os tempos. Ela tinha 89 anos e foi encontrada morta em sua casa em Paris, na manhã desta segunda-feira (31/7). Mais que estrela francesa, ela foi um mito mundial, tendo estrelado mais de 130 filmes, inclusive no Brasil, para alguns dos maiores cineastas que já existiram. A impressionante relação de diretores que a endeusaram inclui François Truffaut, Elia Kazan, Michelangelo Antonioni, Luis Bunuel, Rainer Werner Fassbinder, Louis Malle, Joseph Losey, Wim Wenders, Theodoros Angelopoulos, Manoel de Oliveira e Orson Welles, que a descreveu como “a melhor atriz do mundo”. “Se foi uma parte da lenda do cinema”, afirmou o presidente francês Emmanuel Macron em um comunicado, no qual descreve Moreau como uma mulher “livre, rebelde e a serviço das causas nas quais acreditava”. Jeanne Moreau nasceu em 23 de janeiro de 1928, em Paris, filha de uma pai restaurador e uma mãe dançarina inglesa. O pai conservador foi responsável por seu feminismo latente. Em entrevista, ela o descreveu como “um homem criado por pais do século 19”, que não suportava o fato de não poder controlar sua mulher. “Isso me marcou pela raiva de ver como uma mulher poderia deixar-se intimidar”, disse, ao descrever a relação de seus pais e a motivação para viver personagens libertárias. Aos 19 anos, após o Conservatório, fez sua estreia no teatro. Mais especificamente na Comédie-Française que, para ela, representava “disciplina, rigor”. A estreia no cinema veio dois anos depois, em 1949, como coadjuvante em “Dernier Amour” (1949), um melodrama de Jean Stelli. As câmeras se apaixonaram pela atriz, que em pouco tempo saiu do elenco de apoio para os papéis principais. Em “Os Amores de uma Rainha” (1954) já viveu a personagem-título, a trágica Rainha Margot, e passou a reinar no cinema. Encarnou a persona de sedutora sensual em “Segredos de Alcova” (1954) e virou uma femme fatale, com “Alma Satânica (As Lobas)” (1957) e “Perversidade Satânica” (1958), estereótipos que acompanharam sua carreira, indissociáveis de sua beleza. Ela já era uma estrela em ascensão quando foi filmada por Louis Malle em “Ascensor para o Cadafalso” (1958), seu primeiro trabalho para um cineasta da nouvelle vague. Foi também sua estreia como cantora no cinema, gravando a voz numa trilha composta e interpretada por Miles Davis, mais elogiada que o próprio filme. Um ano depois, Moreau retomou a parceria com Malle em “Amantes” (1959), que lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza. Filme “escandaloso” na época, mostrava a atriz tendo um caso com um estranho na mansão do próprio marido. Este enredo foi considerado “obsceno” em muitos países, inclusive nos Estados Unidos, e marcou Moreau como uma atriz “corajosa”. Após um papel em “Os Incompreendidos” (1959), filme de estreia de François Truffaut, ela voltou a encarnar uma sedutora fatal em “Ligações Amorosas” (1959), a versão de Roger Vadim para o romance “Ligações Perigosas”, de Choderlos de Laclos, no qual viveu a manipuladora Juliette de Merteuil. Já considerada estrela, quis conhecer a escritora Marguerite Duras. “Uma vez que me tornei uma estrela, poderia impor o tema, o diretor, o ator, então disse a mim mesma: vou conhecer esta mulher. Escrevi para ela, ela me recebeu”, contou. Moreau estrelou a adaptação de “Duas Almas em Suplício” (1960), roteirizada pela própria escritora, e venceu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes. As duas ficaram amigas e voltariam a trabalhar juntas outras vezes, inclusive na estreia de Duras como diretora, “Nathalie Granger” (1972). Ao final, a atriz até interpretou Duras em “Cet Amour-là” (2001). Sua fama ficou ainda maior ao cruzar fronteiras com o clássico italiano “A Noite” (1961), em que foi dirigida por Michelangelo Antonioni e contracenou com Marcello Mastroianni. Um dos filmes mais influentes de sua época, tornou-se famoso pela atmosfera, ao retratar uma noite na vida de um casal entediado com a própria relação e com la dolce vitta. Mas não foi seu principal papel. Este viria no reencontro com Truffaut, “Jules e Jim – Uma Mulher para Dois” (1962). O filme foi um turbilhão – e incluía uma canção chamada “Le Torubillon” – ao pregar o amor livre no começo dos anos 1960 e sintetizar o júbilo da juventude numa corrida em direção à câmera, que era uma corrida contra o próprio tempo. Filmes de Godard já tinha estabelecido uma nova estética, mas foi “Jules e Jim” que estabeleceu o novo discurso. A nouvelle vague virava com ele o cinema mais jovem e libertário do mundo, conforme Jean Moreau corria sem amarras para inspirar gerações. Não mais uma garota sexy, mas uma mulher moderna. E os grandes cineastas vieram correndo atrás dela. Joseph Losey a filmou em “Eva” (1962), Orson Welles em “O Processo” (1962), Jacques Demy em “A Baía dos Anjos” (1963), até seu antigo parceiro Louis Malle no espetacular “Trinta Anos Esta Noite” (1963), Luis Bunuel em “O Diário de uma Camareira” (1964), John Frankenheimer em “O Trem” (1964). Louis Malle conseguiu realizar o que muitos invejaram ao juntar Moreau com Brigitte Bardot na comédia western “Viva Maria!” (1965) e ela foi parar na capa da revista americana Time – além de vencer o BAFTA (o Oscar inglês). O sucesso só aumentou seu status, mas ela recusou propostas comerciais para continuar suas parcerias com mestres do cinema, boa parte deles renegados pela própria Hollywood, como Orson Welles, que revisitou em “Falstaff – O Toque da Meia Noite” (1965), “História Imortal” (1968) e “The Deep” (1970). Também filmou mais dois textos de Margarite Duras com o diretor inglês Tony Richardson, “Chamas de Verão” (1966) e “O Marinheiro de Gibraltar” (1967). E voltou a trabalhar com Truffaut em outro filme emblemático, “A Noiva Estava de Preto” (1968), que retomou sua aura noir, de atriz noturna, sombria, antes de virar do avesso as aparências e se tornar tropical. Em 1973, Jean Moreau virou a “Joanna Francesa” do título do filme de Cacá Diegues. No longa brasileiro, ela abandonava o marido – ninguém menos que o estilista Pierre Cardin – para se aventurar com sexo nacional e MPB. Até gravou a música “Joana Francesa”, composta por Chico Buarque. Voltou a experimentar o amor a três e a chocar “valores burgueses” em “Corações Loucos” (1974), de Bertrand Blier, antes de se lançar como diretora. Incentivada por Orson Welles, estreou atrás das câmeras com “No Coração, a Chama” (1976), bisou a experiência com “A Adolescente” (1979) e a encerrou com um documentário sobre sua musa inspiradora, a estrela do cinema mudo Lillian Gish (“Órfãs da Tempestade”) em 1983. Apesar de prestigiada nos Estados Unidos, ela só foi filmar uma superprodução de Hollywood em 1976, “O Último Magnata”, adaptação da obra de F. Scott Fitzgerald em que contracenou com Robert De Niro e foi dirigida por Elia Kazan. Curiosamente, no mesmo ano também estrelou “Cidadão Klein” (1976) para o outsider Joseph Losey, americano que fez carreira no exterior e a dirigiu três vezes – a última em “La Truite (1982). Sua fama de “corajosa” a levou a “Querelle” em 1982, adaptação de Jean Genet com direção de Rainer Werner Fassbinder que virou um marco do cinema gay, pela forma crua como retratou relações sexuais entre homens. Exibido no Festival de Veneza, o filme polarizou opiniões, a ponto do Presidente do Júri, o veterano cineasta Marcel Carné, divulgar um manifesto durante a premiação, lamentando a decisão dos colegas de não premiarem a obra. “Ame ou odeie, um dia o filme de Fassbinder vai encontrar o seu lugar na história do cinema.” Na época, porém, a repercussão foi brutal. E até Moreau, acostumada com escândalos, preferiu uma saída estratégica para a televisão francesa. Só foi voltar ao cinema cinco anos depois, numa comédia leve, “Ladrão de Milagres” (1987). Em 1990, participou de “Nikita – Criada Para Matar”, thriller de ação dirigido por Luc Besson, que se tornou uma das maiores bilheterias internacionais do cinema francês. E assim voltou ao mundo. Seu itinerário cinematográfico a levou literalmente “Até o Fim do Mundo” (1991), com o alemão Win Wenders, obra seguida por “O Passo Suspenso da Cegonha” (1991), do grego Theodoros Angelopoulos, “O Mapa do Coração” (1992), do neozelandês Vincent Ward, “O Amante” (1992), do francês Jean-Jacques Annaud, “As Cento e Uma Noites” (1995) da belga Agnes Varda, “Além das Nuvens” (1995), parceria de Antonioni e Wenders, até conduzi-la de volta a Hollywood, com o romance “Bem-Me-Quer, Mal-Me-Quer” (1996), que juntava o casal Jude Law e Claire Danes, e o sucesso “Para Sempre Cinderela” (1998), com Drew Barrymore. No mesmo ano, ela recebeu das mãos de Sharon Stone um Oscar honorário por toda a sua carreira. A homenagem da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos foi apenas uma dentre as inúmeras honrarias que a estrela recebeu nos últimos anos por sua vasta filmografia. A lista inclui um Leão de Ouro em 1992, um Urso de Ouro em 2000, uma Palma de Ouro em 2003 e um “Super César” (o Oscar francês) em 2008, em celebração aos 60 anos de sua carreira. Ela também foi a única atriz convidada a presidir duas vezes o júri do Festival de Cannes (em 1975 e 1995). E mesmo com tantas homenagens ao seu passado, nem cogitava a aposentadoria. Seu último grande filme francês foi “O Tempo que Resta” (2005), de François Ozon, mas isto porque cineastas de todo o mundo disputavam filmá-la. O israelense Amos Gitai fez nada menos que quatro filmes com ela: “Aproximação” (2007), “Mais Tarde, Você Vai Entender” (2008), “Carmel” (2009) e “A Guerra dos Filhos da Luz contra os Filhos das Trevas” (2009). Mas Moreau também filmou com o bósnio Ahmed Imamović (“Go West”), o estoniano Ilmar Raag (“Uma Dama em Paris”), o malaio Tsai Ming-liang (“Face”) e o português Manoel de Oliveira em seu último longa-metragem, “O Gebo e a Sombra” (2012). Em 2013, ela estrelou uma série francesa que era uma verdadeira homenagem a seu talento, “Le Tourbillon de Jeanne”, que contou com a participação de grandes astros do cinema francês. “Mas não sou o tipo de pessoa que pensa ‘Oh meu Deus, não era maravilhoso quando eu tinha 25 anos?'”, ela afirmou, em entrevista ao jornal New York Times em 2000, quando se tornou a primeira mulher eleita para integrar a Academia de Belas Artes francesa. Foi nesta ocasião, como notou o jornal americano, que ela se tornou “oficialmente” imortal. Mesmo que já fosse considerada mitológica há muitos e muitos anos.

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    Elsa Martinelli (1935 – 2017)

    9 de julho de 2017 /

    A atriz italiana Elsa Martinelli, sex symbol dos anos 1950 e 1960, morreu no sábado (8/7) em sua casa em Roma, aos 82 anos de idade. Ela começou sua carreira como modelo em Roma, o que a levou a fazer pequenos papéis em filmes italianos. Mas já adolescente ambicionava o sucesso internacional. Aos completar 18 anos em 1953, foi para Nova York sem saber inglês e com U$ 20 no bolso, atrás de uma carreira de modelo e atriz nos Estados Unidos. Acabou fazendo um ensaio na revista Life que chamou atenção do ator Kirk Douglas, que a contratou para viver a filha sedutora de um cacique sioux no western “A um Passo da Morte” (1955). A cena em que ela se banha no rio quase ofuscou todo o resto do filme. Mas foi a projeção alcançada ao contracenar com um dos maiores astros de Hollywood que a fez voltar com outro status para a Itália. Logo em seu filme seguinte, “Arroz Maldito” (1956), foi escalada como protagonista. E em seguida foi filmar com um grande mestre do cinema italiano, Mario Monicelli, no papel-título da comédia “Donatella” (1956). Estampando pôsteres que a transformavam em pin-up, atraiu atenção de diretores de toda a Europa, consagrando-se como uma estrela continental. Virou musa de mestres, como o francês radicado na Inglaterra Guy Hamilton, em “A Clandestina” (1957), o italiano Mauro Bolognini em “A Longa Noite de Loucuras” (1959), filme escrito por ninguém menos que Pier Paolo Pasolini, Dino Risi em “Um Amor em Roma” (1960), e o francês Roger Vadim em “Rosas de Sangue” (1960), que foi ousadíssimo, como primeira adaptação do clássico de vampira lésbica “Carmilla” (1872). Após uma dúzia de produções de grande repercussão, Martinelli voltou a receber convites para trabalhar em Hollywood. Ela estrelou “Hatari!” (1960), um dos filmes de safari mais bem-sucedidos de todos os tempos, que reunia o time clássico do ator John Wayne e o diretor Howard Hawks na África. E seguiu com “O Pombo que Conquistou Roma” (1962), como par de Charleton Heston, “O Processo” (1962), dirigido por Orson Welles, “Gente Muito Importante” (1963), com Elizabeth Taylor e Richard Burton, e “Maldita Aventura” (1963), com Robert Mitchum. Sem dar sinais de desacelerar, entrou numa fase de filmes cults, entre eles a influente sci-fi mod “A Décima Vítima” (1965), com Marcello Mastroianni, a comédia psicodélica britânica “Candy” (1968), com Ringo Starr, e a famosa comédia “europeia” de Hollywood “Enquanto Viverem as Ilusões” (1969), repleta de astros da época. Sua carreira também acompanhou as diversas tendências do cinema comercial italiano, passando por spaghetti westerns (foi a “A Pistoleira de Virginia”), aventuras de época (“Marco Polo, O Magnífico”), muitas comédias sexuais (“Costa Azul, a Praia dos Amantes”), sátiras de espionagem (“Tunis Top Secret”), grandes assaltos (“Todo Homem é Meu Inimigo”) e giallos (“Uma Sobre a Outra”). E foi até garota-propaganda da Vespa, antes de, lentamente, entrar em ocaso nos anos 1970. Seu último filme foi uma comédia americana de 1992, “Era uma Vez… um Crime”, no qual viveu uma agente secreta, fatal como os fãs a eternizaram. Ela marcou o cinema por sua beleza elegante, mas nem por isso deixou de ser notada por sua capacidade de dar vida a personagens complexos em produções ambiciosas. Nunca faltaram atrizes bonitas no cinema, mas poucas foram tão versáteis quanto Martinelli, que estrelou praticamente todos os gêneros de filmes existentes.

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  • Filme

    Os marcianos quase invadem a Terra em trailer de comédia com Tony Hale

    24 de junho de 2017 /

    A Gravitas divulgou o pôster e o trailer da comédia “Brave New Jersey”, estrelada por Tony Hale (série “Veep”). A prévia explica o contexto, lembrando a inovadora adaptação radiofônica de “Guerra dos Mundos”, dirigida por Orson Welles, que causou pânico nos Estados Unidos em 1938 por seu realismo, dando a entender que a Terra tinha sido invadida por marcianos. Uma cidade em particular levou a história mais a sério que as demais. E Tony Hale é seu prefeito. Em meio ao desespero causado pelas “notícias” do rádio, a população de uma cidadezinha de Nova Jersey se prepara para a invasão alienígena, tomando atitudes extremas na certeza de que as próximas horas serão as últimas de suas existências. Além de Hale, o elenco também inclui Anna Camp (“A Escolha Perfeita”), Heather Burns (“Manchester à Beira-Mar”), Mel Rodriguez (série “The Last Man on Earth”), Raymond J. Barry (série “Justified”), Dan Bakkedahl (também da série “Veep”), Erika Alexander (série “Bosch”) e Sam Jaeger (“Parenthood”). “Brave New Jersey” marca a estreia na direção de Jody Lambert (co-roteirista de “Bem Vindo à Vida”) e estreia em 4 de agosto nos Estados Unidos. Não há previsão de lançamento no Brasil.

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  • Filme

    Netflix vai finalizar filme que Orson Wells deixou inacabado há mais de 30 anos

    15 de março de 2017 /

    A Netflix irá restaurar e finalizar o último filme de Orson Wells, considerado um dos maiores gênios da sétima arte, 32 anos após a morte do diretor. Intitulado “The Other Side of the Wind” (O Outro Lado do Vento, em tradução literal), o filme é um dos grandes “mistérios” do cinema mundial. Ele começou a ser produzido em 1970, mas problemas financeiros impediram que fosse concluído até a morte do cineasta em 1985. Com ares de sátira, a trama acompanha o retorno de um cineasta que já foi famoso. Ele volta à Hollywood depois de anos em um semi-exílio na Europa e, visando recuperar o antigo reconhecimento, planeja lançar um grande filme, também chamado “The Other Side of the Wind”. O elenco incluía os falecidos John Huston e Dennis Hopper, ao lado de Peter Bogdanovich, todos diretores de cinema. Bogdanovich, inclusive, ajudará na edição final do longa. Segundo o site americano Internet Movie Database (IMDb), toda a filmagem foi finalizada por Welles, cabendo à Netflix bancar o processo de pós-produção. A finalização será supervisionada por Frank Marshall, produtor de “Jurassic World”, “Jason Bourne” e da franquia “Indiana Jones”, entre outros títulos. A Netflix ainda não divulgou nenhuma previsão para a estreia do longa.

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    Zsa Zsa Gabor (1917 – 2016)

    19 de dezembro de 2016 /

    Morreu a atriz Zsa Zsa Gabor, uma das primeiras estrelas a se tornar mais conhecida como celebridade do que por seus papéis. Ela faleceu no domingo (18/12) em sua casa em Los Angeles, aos 99 anos, de uma parada cardíaca, após quase uma década de luta contra diversas doenças. Gabor tinha piorado muito nos últimos dias e seu marido – o nono – convidou seus parentes para que comemorassem com ela seu centenário antecipadamente. A atriz sofreu um infarto e foi levada ao hospital onde os médicos não puderam fazer nada para salvar sua vida. Ela estava com um delicado estado de saúde desde que sofreu um acidente de trânsito em 2002, situação agravada por uma embolia e um derrame em 2005, além de uma fratura de quadril em 2011. A atriz, que ia completar 100 anos em fevereiro, nasceu em 1917 na Hungria e chegou a Hollywood seguindo os passos de sua irmã Eva. Ela começou a carreira com 35 anos, o que não era comum na indústria cinematográfica dos anos 1950. Mas depois de figurar em “O Amor Nasceu em Paris” (1952) conseguiu coadjuvar em mais dois musicais, “Moulin Rouge” (1952), de John Huston, no qual interpretou uma modelo do pintor Toulouse Lautrec, e “Lili” (1953), de Charles Walters. O sucesso destes filmes a levou ironicamente de volta à Europa, rendendo convites para estrelar filmes franceses num grande upgrade em sua carreira: como protagonista. Ela virou a cabeça de um bandido em “O Inimigo Público Nº 1” (1953) e de um toureador em “Luz e Sangue” (1954). Mas o nome nos cartazes franceses não saciaram seu desejo por fama e Zsa Zsa preferiu voltar a coadjuvar em Hollywood, aparecendo em “O Rei do Circo” (1954), ao lado de Jerry Lewis e Dean Martin, e “Destruí Minha Própria Vida”(1956), um drama noir em que disputou com Yvonne de Carlo (a futura Lili Monstro da série “Os Monstros”) quem era a mulher mais fatal. Por esta época, Zsa Zsa começou a aparecer em programas de variedade na TV, arrancando risos do público com seu sotaque, personalidade e carisma marcantes. Daí para fazer rir em sitcoms foi um pulo. Ela foi convidada a participar de um episódio de “The Red Skelton Show” para representar uma “estrela de cinema” e, um ano depois, contratada para interpretar, pela primeira vez, a si mesma num programa de ficção. Não só isso, o título do episódio da série de comédia “The Bob Cummings Show” tinha seu nome: “Vovô encontra Zsa Zsa Gabor”. A exposição fez bem para sua carreira, rendendo-lhe o papel de dona de um clube de strip-tease no clássico “A Marca da Maldade” (1958), de Orson Welles, mas principalmente transformando-a em chamariz de bilheterias de filmes de baixo orçamento. Ela virou a rainha dos filmes B, estrelando produções sensacionalistas como “A Prisioneira do Kremlin” (1957) e principalmente “Rebelião dos Planetas” (1958). Este filme ruim se tornou cultuadíssimo pela trama fetichista, que acompanhava o pouso da primeira espaçonave americana em Vênus, um planeta habitado apenas por mulheres belíssimas e governado por uma rainha despótica (Zsa Zsa). Ela voltou a viver Zsa Zsa Gabor em “Pepe” (1960), comédia estrelada por Cantinflas, e basicamente seguiu sendo um clichê de si mesma, aparecendo também como Zsa Zsa, a “rainha de Vênus”, em “Dois Errados no Espaço” (1962), e Zsa Zsa, a celebridade que sua diamantes, no filme de assalto “Valete de Ouros” (1967). Nos anos 1960, ainda participou de diversas séries de impacto popular, como “Mister Ed”, “A Ilha dos Birutas”, “Bonanza” e até “Batman”, na qual viveu a vilã Minerva. “Famosa por ser famosa”, como chegou a se definir, fazia de tudo para aparecer, investindo na excentricidade. Sua origem estrangeira ajudou a popularizar seu bordão: “querido” com um forte sotaque – porque, como ela dizia, “não lembrava do nome de ninguém”. Mas a personagem Zsa Zsa tinha frases inteiras prontas para o close-up. Sempre com colar de diamantes, ela fazia questão de avisar para quem elogiasse: “Querido, estes são só meus diamantes de trabalho”. Ou: “Nunca odiei um homem o suficiente como para devolver-lhe suas joias”. Suas frases espirituosas eram mais engraçadas e sua vida privada mais cheia de ação que seus filmes e isso a ajudou a permanecer na mídia. Não por acaso, seus romances também tiveram mais astros que suas produções, envolvendo de Frank Sinatra a Howard Hughes. Ela jamais escondeu sua preferência por ricos e famosos. Foram nove maridos ao todo, entre eles Conrad Hilton, dono dos hotéis Hilton, com quem teve sua única filha, Francesca. Hilton nunca acreditou que a menina fosse sua e a deixou fora de sua herança. Graças à voracidade sexual e a ostentação que os tabloides transformaram em lenda, a atriz acabou quebrando barreiras em Hollywood ao continuar vivendo personagens glamourosas com 60 anos de idade – como na comédia “O Que Toda Mulher Tem” (1978). Zsa Zsa transcendeu a idade e qualquer papel para se dedicar a viver Zsa Zsa Gabor em tempo integral a partir dos anos 1980. Interpretou variações dela mesma em séries tão diferentes quanto “O Barco do Amor”, “Knots Landing”, “Pee Wee’s Playhouse”, “Um Maluco no Pedaço” e “Cybill”, além de aparecer em filmes de sucesso como “A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos” (1987), “Corra Que a Polícia Vem Aí 2 1/2” (1991), “A Família Buscapé” (1993) e “A Volta da Família Sol Lá Si Dó” (1996), seu último trabalho, aos 79 anos. Sua vida pessoal continuou rendendo notícias por anos, principalmente por conta de seu último casamento em 1986, com Frederick von Anhalt, 30 anos mais novo, que se apresentava como príncipe alemão, mas que tinha uma ficha corrida de pelo menos 15 problemas judiciais. Ainda assim, ficaram juntos até a morte dela. A atriz manteve o mesmo temperamento e atitude inabalável até o fim. Mas os tempos mudaram enquanto ela permaneceu Zsa Zsa. E, infelizmente, isso acabou levando-a para a cadeia. Detida por dirigir embriagada em alta velocidade, ela esbofeteou o policial que teve a audácia de pará-la em 1989. Afinal, ela era uma estrela, como sua carteira de motorista vencida poderia facilmente comprovar. Ou o simples fato de estar dirigindo um Rolls-Royce – com um porta-bebidas cheio de whisky. Passou três dias presa e prestou 120 horas de trabalho comunitário. Mas adorou a atenção da mídia durante todo o período e pôde até estrelar um novo filme – um documentário sobre o incidente. Em 1992, publicou suas memórias, “Uma Vida Não É Suficiente”, com revelações sobre seus maridos e amantes. Sobre sua preferência por maridos bem-sucedidos, afirmou: “Eu quero um homem que seja bondoso e compreensivo. É demais pedir um milionário?”. Outra: “Um homem apaixonado está incompleto até que esteja casado. Então, está acabado”. No livro, ela também se definiu como uma ótima dona de casa. “Toda vez que me divorcio, eu fico com a casa”.

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