Rita Lee, a rainha do rock nacional, morre aos 75 anos
Rita Lee, uma das maiores cantoras e compositoras brasileiras, morreu na noite de segunda-feira (8/5). Ela estava com 75 anos e lutava contra um câncer de pulmão, descoberto em 2021. Nas redes sociais, a família da artista divulgou a triste notícia. “Comunicamos o falecimento de Rita Lee em sua residência, em São Paulo, capital, no final da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou”, escreveram. O velório de Rita Lee será aberto ao público na quarta-feira (10/5), das 10h às 17h, no Planetário do Parque Ibirapuera, em São Paulo. A cantora deixa um legado revolucionário na história do rock nacional devido à explosão criativa de sua carreira, iniciada em pleno tropicalismo. Ao longo da carreira, ela apresentou uma variedade de tópicos políticos disfarçados de entretenimento, que ajudaram a apresentar ao público brasileiro ideias feministas como sexualidade feminina e prazer. Ela também foi uma ávida ativista dos direitos dos animais. Rita Lee Jones nasceu em São Paulo, em 31 de dezembro de 1947. Ela era uma das filhas do dentista Charles Jones, descendente de imigrantes americanos, e da pianista Romilda Padula, que incentivou a cantora a estudar o instrumento e a cantar com as irmãs. Com 16 anos, Rita integrou as Teenage Singers, um trio vocal feminino que se apresentava em festas escolares. Na época, o produtor Tony Campello descobriu o grupo e as convidou para participar de gravações como backing vocals. Em 1964, a cantora entrou no grupo de rock Six Sided Rockers, que teve mudanças de formações e de nomes. Dois anos depois, o grupo se tornou os famosos Mutantes, formado por Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. Os Mutantes foram fundamentais na era do tropicalismo por unir psicodelia e ritmos locais. Eles se tornaram o grupo nacional com maior reconhecimento entre as estrelas do rock mundial, como por Kurt Cobain, David Byrne, Jack White, e outros. Já em 1967, o trio acompanhou o cantor Gilberto Gil em “Domingo no Parque”, apresentado no 3º Festival de Música Popular Brasileira, da Record. No ano seguinte, eles seguiram Caetano Veloso em “É Proibido Proibir” no 3º Festival Internacional da Canção, promovido pela Globo. E foram vaiados por uma juventude de esquerda, que era contra guitarras elétricas. Rita Lee fez parte dos Mutantes entre 1966 e 1972, no período considerado como o mais marcante e criativo da banda. Nessa fase, o fim do relacionamento com Arnaldo Baptista coincidiu com a despedida da cantora no trio. Contudo, o primeiro álbum solo de Rita Lee, intitulado “Build up”, foi lançado ainda antes dela deixar o grupo, em 1970. A cantora também lançou “Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida”, ainda gravado com o trio, em 1972. Após deixar o grupo, a carreira de Rita Lee tomou forma com um novo grupo, nomeado de Tutti Frutti – com Luis Sérgio Carlini e Lee Marcucci, entre outros. Nesse período, a artista gravou cinco álbuns e ganhou destaque com o lançamento de “Fruto Proibido”, em 1975. O disco, que contém os sucessos “Agora Só Falta Você”, “Esse Tal de Roque Enrow” e “Ovelha Negra”, vendeu 200 mil cópias e deu à Rita Lee o apelido de “Rainha do Rock Brasileiro. No ano seguinte, ela conheceu e se apaixonou por seu futuro marido, o guitarrista Roberto de Carvalho. E durante sua primeira gravidez foi presa por porte e uso de maconha – para “servir de exemplo à juventude da época”. Condenada, ficou um ano em prisão domiciliar, precisando de permissões especiais do juiz para sair de casa e fazer shows. É desta época a música “Arrombou a Festa”, que criticava o cenário da MPB da época — e que vendeu mais de 250 mil cópias. Mas o sucesso estava apenas começando. Sua estreia musical em novelas aconteceu em 1978, com o folhetim “O Pulo do Gato”, no qual cantou o tema “Eu e Meu Gato”. A partir de 1979, a cantora firmou parceria com Roberto de Carvalho e se aventurou de vez na carreira solo com canções de pop-rock. O álbum “Rita Lee”, com os sucessos “Mania de Você”, “Chega Mais” e “Doce Vampiro”, marcou uma virada comercial em sua carreira, levando a cantora às trilhas de novela da Globo com as duas últimas faixas. Ela chegou a virar personagem da novela “Vamp” e cantar “Doce Vampiro” num dos capítulos da produção. O estouro foi ainda maior no disco seguinte, de 1980, com “Lança Perfume”, “Baila Comigo”, “Nem Luxo, Nem Lixo” e outras faixas. A parceria com o marido fez que o disco de 1982 fosse chamado de “Rita Lee e Roberto de Carvalho”, com hits como “Flagra” e “Cor de Rosa Choque” – duas trilhas da Globo, que marcaram as aberturas da novela “Final Feliz” e do programa “TV Mulher”. Ela se apresentou na primeira edição do Rock in Rio e seguiu gravando e tocando até 1991, quando o casal tirou um hiato de quatro anos para retornar com o álbum “A Marca da Zorra” e abrir os shows nacionais dos Rollings Stones. Numa vida digna de estrela do rock, Rita Lee caiu da varanda de seu sítio sob efeito de remédios em 1996. Na ocasião, ela quebrou o recôndito maxilar. Segundo o “Fantástico”, a cantora só conseguiu largar o álcool e as drogas em janeiro de 2006. Em 2001, Rita Lee ganhou um Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa com o disco “3001”. Nos anos seguintes, ela recebeu mais cinco indicações e, em 2022, venceu o prêmio de Excelência Musical pelo conjunto da obra. A cantora anunciou que deixaria de fazer shows por causa da fragilidade física em 2012. Na mesma época, Rita se tornou usuária do Twitter e informou que não estava se aposentando da música. Para provar, lançou um álbum no mesmo ano, “Reza”, saiu em abril de 2012. A faixa-título foi descrita pela cantora como uma “reza de proteção de invejas, raivas e pragas”. Mas este acabou sendo seu último álbum de estúdio. Ao todo, Rita Lee gravou 40 álbuns, sendo apenas 6 com os Mutantes – dois deles, como artista “solo”. Em 2016, a artista lançou sua primeira autobiografia com revelações intensas, como caso de abuso sexual infantil, luta contra o alcoolismo e até expulsão dos Mutantes. O livro se tornou um sucesso de vendas. No mês passado, Rita Lee anunciou mais uma autobiografia, escrita pelo jornalista Guilherme Samora, com detalhes sobre o câncer de pulmão que ela enfrentava há dois anos. A cantora passou por tratamentos de imunoterapia e radioterapia, e chegou a ser considerada curada da doença em abril de 2022. “Achei que nada mais tão digno de nota pudesse acontecer em minha vidinha besta. Mas é aquela velha história: enquanto a gente faz planos e acha que sabe de alguma coisa, Deus dá uma risadinha sarcástica”, disse a artista. Rita Lee deixa três filhos, Roberto, João e Antônio.
Morre Palmirinha, a vovó mais querida do Brasil, aos 91 anos
Faleceu neste domingo (7/8), aos 91 anos, Palmira Nery da Silva Onofre, conhecida como Vovó Palmirinha. De acordo com um comunicado da família, ela estava internada desde 11 de abril no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, por causa de problemas renais crônicos que se agravaram. Palmirinha ganhou fama nacional como apresentadora de programas de culinária na TV aberta e fechada, sendo considerada a vovó mais querida do Brasil. Sua maneira simples e carismática de apresentar suas receitas conquistou uma legião de fãs. Nascida em 1929 em Paraíso, no interior de São Paulo, Palmirinha teve uma infância difícil e trabalhou como empregada doméstica durante grande parte de sua vida. Foi somente na Terceira Idade que ela teve a oportunidade de mostrar seu talento na cozinha para todo o país. Ela estreou na televisão em 1994, aos 63 anos, participando de uma matéria no programa de Silvia Popovic na Band, o que possibilitou que Ana Maria Braga a descobrisse e a convidasse para apresentar um café da manhã no programa “Note e Anote” na TV Record. Palmirinha conquistou o público com sua simpatia, sua voz rouca e sua habilidade na cozinha. Ela ensinou receitas simples e gostosas, que qualquer pessoa poderia fazer em casa. O sucesso foi tão grande que Ana Maria convidou a vovó para trabalhar com ela em tempo integral. Palmirinha permaneceu no programa por cinco anos e depois foi contratada pela TV Gazeta para apresentar o “TV Culinária”, onde ficou por mais de 11 anos. Mais tarde, ela ainda apresentou seu próprio “Programa da Palmirinha” no canal pago Bem Simples, da Fox, até 2015. Ana Maria Braga, amiga de longa data de Palmirinha, lamentou a morte e a homenageou em um post emocionado, chamando-a de mãe, amiga e irmã que a vida lhe deu. O perfil de Palmirinha também publicou uma nota em sua homenagem. A família informou que ela deixa três filhas, seis netos e seis bisnetos.
Ator, cantor e ativista Harry Belafonte morre aos 96 anos
O lendário ator e cantor Harry Belafonte faleceu nesta terça-feira (25) aos 96 anos de idade de insuficiência cardíaca. Além de sua atuação no meio artístico, ele também era amplamente conhecido como um grande pioneiro e ativista dos direitos civis. Sua morte marca o fim de uma vida incrível e de um legado duradouro. Nascido em Nova York e de origem jamaicana, Belafonte foi um dos primeiros protagonistas e produtores negro de Hollywood. Sua carreira artística decolou na década de 1950, quando ele se estabeleceu como um raro ídolo e símbolo sexual não branco, e quando também se tornou um dos principais artistas da música caribenha nos Estados Unidos, com sucessos como “Day-O (The Banana Boat Song)” e diversos álbuns chegando ao topo das paradas. Seu objetivo inicial, porém, era a atuação. Belafonte estudou no Actors Studio e na New School, ao lado de outros grandes futuros atores como Walter Matthau e Marlon Brando, e durante esse período também desenvolveu uma amizade duradoura com Sidney Poitier, cujos pais eram das Bahamas. Paralelamente, se apresentava em casas noturnas de música folk, cantando para pagar as contas. Conseguiu trabalhos em peças musicais e ganhou um Tony por sua performance no musical “Almanac” em 1954. Ao mesmo tempo, estreou no cinema com uma pequena participação no musical “Bright Road” (1953). Seu primeiro papel de destaque no cinema foi em outro musical, a adaptação cinematográfica da ópera “Carmen Jones”, de Oscar Hammerstein, dirigida por Otto Preminger. A exposição lhe rendeu um contrato com a RCA Record e dois álbuns em 1956, que alcançaram o topo das paradas da Billboard, ajudando a transformar o estilo calypso, que apresentava influências da música do Caribe, num fenômeno comercial. A carreira na música acabou lhe rendendo três Grammys e lhe abriu as portas de Hollywood, que sempre foi seu objetivo principal. Após dois filmes com Dorothy Dandrige, Belafonte passou a aparecer nas telas com atores brancos e a provocar o racismo da época. Em “Ilha nos Trópicos” (1957), seu personagem foi romanticamente perseguido por uma mulher branca rica (Joan Fontaine), numa história que causou muita controvérsia (e grande sucesso de bilheteria) na época. E em dois filmes lançados em 1959, ele interpretou um ladrão de banco ao lado de um parceiro racista (Robert Ryan) em “Homens em Fúria”, de Robert Wise, e sobreviveu a um desastre nuclear em “O Diabo, a Carne e o Mundo”, apenas para lutar contra Mel Ferrer pela atriz sueca Inger Stevens. Ambos os filmes foram financiados por sua própria empresa, HarBel Productions. Em 1968, o artista apareceu com a cantora inglesa loira e de olhos azuis Petula Clark em seu especial na NBC. Durante uma música, Petula tocou o antebraço de Belafonte, marcando a primeira vez que um homem negro e uma mulher branca se tocaram na televisão dos Estados Unidos. E este simples contato desencadeou uma controvérsia nacional. Sua longa amizade com Sidney Poitier rendeu dois filmes nos anos 1970, “Um por Deus, Outro pelo Diabo” (1972) e “Aconteceu num Sábado” (1974), ambos dirigidos por Poitier. O primeiro fez História e é considerado um marco na representação dos negros no gênero western – e influência em “Django Livre”, de Quentin Tarantino. O filme trazia Belafonte como Buck, um caçador de recompensas que ajuda um grupo de ex-escravos a fugir pelo Oeste americano, enquanto Poitier interpretava um pregador que se unia a ele em sua jornada. Sua filmografia ainda inclui um telefilme sobre o famoso treinador de futebol americano Eddie Robinson em 1981 e participações em três filmes de Robert Altman dos anos 1990, “O Jogador” (1992), “Prêt-à-Porter” (1994) e “Kansas City” (1996). Ele também teve uma aparição marcante em “Infiltrado na Klan” (2018), de Spike Lee, como um homem que descreve um linchamento. Mas seu trabalho mais lembrado costuma ser “A Cor da Fúria” (1995), que apresenta uma realidade alternativa onde os papéis raciais são invertidos – os negros controlam a sociedade e os brancos são marginalizados. No filme, ele é um milionário que acaba sequestrado por um branco desempregado, vivido por John Travolta. Harry Belafonte também teve forte atuação social. Ele usou sua plataforma para lutar contra a discriminação racial e social, e se envolveu ativamente no movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos. Ele marchou ao lado de Martin Luther King Jr. nos anos 1960 e apoiou várias organizações que buscavam a igualdade racial e a justiça social. Foi Belafonte quem atraiu celebridades para a Marcha da Liberdade em Washington em 1963, quando King proferiu seu histórico discurso “Eu tenho um sonho”. Mais tarde, ele participou da marcha de Selma a Montgomery, no Alabama (imagens de arquivo de sua participação podem ser vistas no filme “Selma” de 2014) e se sentou ao lado da viúva de King no funeral do líder dos direitos civis dos EUA. Belafonte também foi a força motriz por trás da organização sem fins lucrativos USA for Africa, lançada para erradicar a fome no continente africano, que gerou o single de grande sucesso “We Are the World”, cantado em coro por artistas como Michael Jackson, Bruce Springsteen, Bob Dylan e Ray Charles. Um ano depois, ele foi o mentor da campanha de corrente humana de 1986, Hands Across America, em benefício dos pobres dos EUA. O artista também se envolveu nos esforços para acabar com o apartheid na África do Sul e libertar Nelson Mandela. Em uma entrevista recente para a NPR, Belafonte lembrou como uma frase dita por sua mãe, quando ele tinha apenas 5 anos, o inspirou a virar o homem que se tornou. “Ela nunca deixou sua dignidade não ser esmagada”, ele disse. “E um dia, após voltar para casa sem conseguir encontrar trabalho e lutando contra as lágrimas, ela me disse: ‘Nunca deixe a injustiça passar sem ser desafiada’. E isso realmente se tornou uma parte profunda do DNA da minha vida. Muitas pessoas me perguntam: ‘Quando você decidiu se tornar um ativista como artista?’ Eu digo a elas: ‘Eu era um ativista muito antes de me tornar um artista'”.
Murray Melvin, ator de “Um Gosto de Mel” e “Barry Lyndon”, morre aos 90 anos
O ator britânico Murray Melvin, conhecido por seus papéis em clássicos como “Um Gosto de Mel” e “Barry Lyndon”, faleceu na última sexta-feira (14/4) aos 90 anos de idade no hospital St. Thomas, em Londres. Melvin nasceu em 1932 em Londres, onde iniciou sua carreira como ator em 1957 no teatro, antes de estrear no cinema com “Armadilha a Sangue Frio” em 1960. Seu trabalho mais notável foi a adaptação de uma peça que ele tinha estrelado. Melvin foi o único ator da montagem teatral convidado a integrar o elenco do filme “Um Gosto de Mel” (1961), de Tony Richardson, que acabou se tornando pioneiro na abordagem da homossexualidade e gravidez adolescente no cinema, tornando-se um dos mais famosos da new wave britânica. O filme contava a história de Jo (Rita Tushingham), uma adolescente que vivia com sua mãe alcoólatra e iniciava um relacionamento com marinheiro negro, que a deixa grávida. Murray Melvin interpretava um estudante gay que se tornava amigo e ajudava Jo em suas dificuldades. Por seu desempenho, Melvin ganhou o prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes em 1962. Ele também foi indicado ao BAFTA (o Oscar britânico) de Revelação do ano. A consagração lhe abriu as portas do cinema britânico. Ele apareceu em filmes de grande orçamento, como a aventura de época “Revolta em Alto Mar” (1962) e “O Homem de Kiev” (1968), mas também em novos clássicos da new wave, especialmente “Como Conquistar as Mulheres” (Alfie, 1966), de Lewis Gilbert, em que Michael Caine vivia um gigolô. Durante os anos 1970, Melvin trabalhou em três filmes de Ken Russell, um dos cineastas mais vanguardistas do Reino Unido: “O ‘Boyfriend’ (O Namoradinho)” (1971), “Os Demônios” (1971) e o proibidíssimo “Lisztomania” (1975). E integrou o elenco de “Barry Lyndon” (1975), um dos trabalhos mais influentes de Stanley Kubrick. Apesar disso, não teve a ambição de seguir carreira em Hollywood, alternando-se entre montagens teatrais, produções do cinema britânico e atrações locais de TV. Outros filmes de destaque de sua filmografia incluem “A Contestação da Fé” (1984), “Os implacáveis Krays” (1990), “As Novas Roupas do Imperador” (2001) e a versão musical de “O Fantasma da Ópera” (2004). Já na TV, seus papéis mais lembrados incluem uma minissérie sobre Cristóvão Colombo e participações em duas séries de temática sci-fi: “Starhunters” e “Torchwood” (derivado da popular série “Doctor Who”). Ele chegou a completar as filmagens de seu último filme, “The Undertaker”, que ainda não tem previsão de estreia.
Al Jaffee, cartunista influente da revista Mad, morre aos 102 anos
O cartunista Al Jaffee, pioneiro e influente artista da revista Mad, morreu nesta segunda (10/4) aos 102 anos em um hospital de Nova York, devido à falência de múltiplos órgãos. Jaffee era conhecido por várias criações emblemáticas da Mad, incluindo as “Respostas Cretinas para Perguntas Imbecis”, invenções malucas e o desenho “dobrável” da contracapa das edições, que era revelado quando os leitores dobravam a página. A Mad foi lançada em 1952, no auge da onda anticomunista, e Jaffee se juntou como colaborador três anos depois. Quando se aposentou em 2020, aos 99 anos, ele era o artista mais antigo da revista, embora sempre tenha trabalhado como freelancer e nunca tenha sido funcionário da equipe. Jaffee começou a se dedicar aos quadrinhos após concluir o ensino médio em 1940 e, aos 20 anos, vendeu sua primeira paródia do Superman chamada Inferior Man para Will Eisner, futuro titã da indústria e criador de Spirit. Ele depois trabalhou para outra lenda: ninguém menos que Stan Lee na Timely Comics, precursora da Marvel Comics. Abraham Jaffee nasceu em 1921 em Atlanta e passou parte de sua infância na cidade natal de seus pais, Zarasai, na Lituânia, para onde sua mãe o levou quando ele tinha 6 anos. Durante esses anos, seu pai permaneceu nos Estados Unidos e enviou para Jaffee tirinhas de quadrinhos americanos, despertando seu interesse pela mídia. Judeu, Jaffee começou mudou seu nome para Al durante a 2ª Guerra Mundial como forma de se proteger do antissemitismo, e também porque seus colegas do exército se recusavam a chamá-lo de Abe. Foi enquanto estava no serviço militar que seu talento artístico chamou a atenção de um colega soldado, cujo cunhado era um oficial graduado, e usou sua influência para conseguir que Jaffee fosse designado como instrutor de arte em um centro de reabilitação em Coral Gables, Flórida. Mais tarde, ele trabalhou no Pentágono, fazendo panfletos e cartazes para o esforço de guerra. Foi o empurrão para sua carreira. Mas o mais irônico é que, anos depois, ele se tornou associado à militância antibelicista, fazendo vários cartuns contra a guerra do Vietnã na “Mad”. O legado de Jaffee na indústria dos quadrinhos foi reconhecido por muitos, incluindo o editor da Mad, John Ficarra, que disse em uma declaração: “Al Jaffee foi um gênio criativo cujas contribuições para a ‘Mad’ e para a indústria dos quadrinhos como um todo são inestimáveis. Ele era um cartunista incrivelmente talentoso e um homem adorável”. Sua influência, porém, foi muito além dos quadrinhos, influenciando diversos comediantes dos EUA. O apresentador Conan O’Brien reconheceu o impacto de sua arte, ao tuitar: “Al Jaffee foi um verdadeiro pioneiro dos quadrinhos e um herói para todos nós que amamos a comédia e a arte. Ele vai fazer muita falta. Descanse em paz, Al”.
Michael Lerner, ator de “Patricinhas de Beverly Hills”, morre aos 81 anos
O ator Michael Lerner, conhecido por atuar na série “Patricinhas de Beverly Hills”, faleceu no sábado à noite (8/4), aos 81 anos de idade. Lerner também foi indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante por sua atuação em “Barton Fink”, filme dos irmãos Joel e Ethan Coen, em 1991. A morte de Lerner foi confirmada por seu sobrinho, o ator Sam Lerner, de “The Goldbergs”, que prestou homenagem ao tio por meio de uma postagem no Instagram no domingo à tarde. Não foram divulgados detalhes adicionais sobre a morte do ator. “Perdemos uma lenda na noite passada. É difícil expressar em palavras o quão brilhante era meu tio Michael e como ele foi influente para mim”, escreveu Lerner. “Suas histórias sempre me inspiraram e me fizeram apaixonar pela atuação. Ele era o cara mais legal, mais confiante e talentoso, e o fato de ele ser meu parente sempre me fará sentir especial. Todos que o conhecem sabem como ele era insano – da melhor maneira”. Depois de trabalhar como ator com pequenos papéis em séries durante as décadas de 1970 e 1980, Lerner mudou de status após receber uma indicação ao Oscar em 1992 por sua atuação em “Barton Fink”. No filme, ele interpretou o magnata do cinema Jack Lipnick, chefe insistente do roteirista interpretado por John Turturro, e serviu de presságio para o tom às vezes selvagem, às vezes hilário do filme. Lerner depois voltou a ser dirigido pelos Coen em um pequeno papel na comédia existencial “Um Homem Sério”, de 2009. Após a indicação ao Oscar, Lerner se tornou um rosto familiar para os cinéfilos, aparecendo em diversos filmes dos anos 1990. Um de seus papéis mais marcantes desse período foi em “Godzilla” de Roland Emmerich, em 1998, como o prefeito de Nova York. O personagem debochado, batizado de Ebert, era uma sátira assumida ao famoso crítico de cinema Roger Ebert. Por sinal, o crítico destruiu o filme com uma avaliação de 1,5 estrelas, mas elogiou a atuação “corajosa” de Lerner. O ator também viveu um senador em “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” (2014). Seu personagem mais popular, porém, materializou-se numa série de TV. Em 1996, ele interpretou o pai de Cher Horowitz na adaptação televisiva de “Patricinhas de Beverly Hills” (Clueless), aparecendo em 18 episódios das três temporadas da atração. Depois disso, ele só voltou a ter destaque em “Glee”, onde interpretou Sidney Greene, um investidor que buscava realizar uma nova versão do musical “Funny Girl” na Broadway. Nos 5 capítulos de que participou em 2013, ele contracenou principalmente com Lea Michele, que recentemente, na vida real, acabou estrelando “Funny Girl” na Broadway.
Ryuichi Sakamoto, vencedor do Oscar por “O Último Imperador”, morre aos 71 anos
O músico japonês Ryuichi Sakamoto, vencedor do Oscar por “O Último Imperador” (1987), faleceu aos 71 anos. Ele morreu na terça-feira (28/3) de câncer, mas o anúncio foi feito apenas neste domingo (2/4) pela gravadora Avex em uma declaração no Twitter que agradece às equipes médicas do Japão e dos EUA, e pede que os fãs respeitem a privacidade de sua família neste momento. “Enquanto se tratava do câncer descoberto em junho de 2020, Sakamoto continuou a criar obras em seu estúdio em casa sempre que sua saúde permitia. Ele viveu com música até o fim”, disse a declaração. Durante a carreira, ele trabalho em mais de 40 filmes, incluindo “O Último Imperador” (1987), “Furyo, em Nome da Honra” (1983) e “O Regresso” (2015). Além do Oscar, Sakamoto também recebeu dois Globo de Ouro, um Grammy e um BAFTA. Nascido em Tóquio em 1952, filho de uma designer de roupas e de um editor literário, Sakamoto cresceu cercado por música, arte e cultura. Ele começou a tocar piano aos 3 anos e frequentou a mesma pré-escola famosa pela sua liberalidade e criatividade que Yoko Ono frequentou. Enquanto estudava na Universidade de Artes de Tóquio, ele descobriu a música eletrônica. Já trabalhando como músico de sessão antes de receber seu mestrado, Sakamoto tornou-se membro fundador do trio Yellow Magic Orchestra em 1978. O grupo foi pioneiro na música eletrônica e no uso de sintetizadores, influenciando diversas gerações de artistas e bandas, como Daft Punk, Aphex Twin e Radiohead, entre outros. Paralelamente, ele seguiu carreira solo e seu disco “B-2 Unit”, de 1980, é apontado como um divisor de águas. Sua música “Riot in Lagos”, que mistura batidas eletrônicas dançantes com elementos da música tradicional japonesa, teve um grande impacto no subgênero do hip-hop conhecido como electro e também no techno, sendo citada como influência por artistas como Kurtis Mantronik e Afrika Bambaataa. Ao longo carreira, Sakamoto lançou mais de 20 álbuns solo. Em 1983, ele iniciou a atividade pela qual ficou mais famoso, ao compor a trilha de “Furyo, em Nome da Honra” (1983), filme do cineasta Nagisa Oshima passado num campo de concentração japonês da 2ª Guerra Mundial, que destacava David Bowie como um dos prisioneiros. Sakamoto também apareceu em cena como um comandante da prisão, contracenando com Bowie. A música-tema, “Forbidden Colors”, acabou virando hit, numa parceria com o cantor David Sylvian, da banda britânica de synthpop Japan. Sakamoto voltou a interpretar um oficial do Exército Imperial Japonês novamente em “O Último Imperador” de Bernardo Bertolucci. O épico suntuoso venceu nove Oscars, incluindo Melhor Filme, Diretor e Trilha Sonora Original, que Sakamoto concebeu em parceria com David Byrne e Cong Su, além de Globos de Ouro nas mesmas categoriais. O compositor voltou a trabalhar novamente com Bertolucci em “O Céu que nos Protege” (1990), que lhe rendeu seu segundo Globo de Ouro. Em 1992, Sakamoto compôs a música para a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Barcelona. E passou o resto da década criando de forma prolífica, trabalhando com músicos de todo o mundo em gêneros diversos, além de compor trilhas para a minissérie “Wild Palms” (1993), de Oliver Stone, e para o suspense “Olhos de Serpente” (1998), de Brian de Palma. No fim da década, ainda surpreendeu ao alcançar o topo das paradas de sucesso japonesas com uma música de seu álbum “BTTB”, após ela ser um comercial de bebida energética. A música, “Energy Flow”, foi a primeira faixa instrumental a liderar as paradas do Japão em todos os tempos. Além de músico, Sakamoto também foi um ativista político engajado contra a energia nuclear e o armamentismo. Após os desastres de Fukushima em 2011, ele se tornou uma voz proeminente nos protestos antinucleares do país. Sakamoto teve um casamento breve em seus dias de estudante, do qual teve uma filha, e um mais longo com a musicista Akiko Yano em 1982, que durou uma década e gerou outra filha, Miu Sakamoto, que se tornou uma cantora pop de sucesso no Japão. Depois disso, casou-se pela última vez com sua empresária Norika Sora em 1990, tendo mais dois filhos. Diagnosticado com câncer de garganta em estágio 3 em junho de 2014, ele foi obrigado a realizar a primeira grande pausa em sua carreira. Pouco mais de um ano depois, ele anunciou que havia se recuperado e trabalharia no filme de Yoji Yamada, “Living With My Mother”, que se tornou a indicação do Japão para o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira de 2015. No mesmo ano, também compôs a trilha sonora do western de vingança “O Regresso”, de Alejandro González Iñárritu, recebendo indicações ao Globo de Ouro, Grammy e BAFTA. Sakamoto também participou do júri do Festival de Cinema de Berlim em 2018. Uma das histórias mais curiosas da fase final de sua carreira foi revelada naquele ano. O compositor teria achado a música de seu restaurante japonês favorito em Manhattan, Nova York, tão ruim, que entrou em contato com o chef e ofereceu-se para criar uma playlist. Ele continuou a fazer o mesmo para um novo bar e restaurante que o chef abriu, sem receber qualquer pagamento ou crédito por isso. Lembre algumas músicas de sua carreira:
Sharon Acker, atriz do clássico “À Queima Roupa”, morre aos 87 anos
A atriz canadense Sharon Acker faleceu em 16 de março, aos 87 anos de idade, em um asilo de Toronto. Sua filha, Kim Everest, diretora de elenco, confirmou a notícia neste sábado (1/4). Acker tinha uma longa carreira no cinema, televisão e teatro. Ela nasceu em Toronto em 2 de abril de 1935 e foi adotada aos 9 anos de idade. Depois de estudar em escolas públicas, ela estudou arte e se formou em 1953. Seu primeiro papel veio logo em seguida, como a professora Mrs. Stacey em uma adaptação de “Anne of Green Gables” de 1956, produzida pelo canal CBC. Após isso, ela juntou-se à companhia Stratford Shakespeare Festival, onde atuou em diversas peças, contracenando com William Shatner, que futuramente reencontraria numa participação na série “Jornada nas Estrelas” (Star Trek). Acker viajou para a Europa para se apresentar com a companhia Stratford e permaneceu lá para fazer sua estreia no cinema na produção britânica “Lucky Jim” (1957). Os produtores britânicos a consideraram “encantadora e atraente” e a contrataram por sete anos. No entanto, ela terminou o contrato após se casar e ter um filho. Ao voltar ao Canadá, ela apareceu com frequência na aclamada série “Festival”, da CBC. Em 1961, ela interpretou Lady MacDuff ao lado de Sean Connery e Zoe Caldwell em uma adaptação de “Macbeth” em cinco partes, dirigida por Paul Almond. A atuação chamou atenção do diretor John Boorman, que a contratou para seu primeiro papel nos Estados Unidos, no filme “À Queima Roupa”, de 1967. Acker coestrelou o clássico neonoir no papel da esposa infiel de Lee Marvin, e foi parar na capa da revista Time, ao lado da atriz Angie Dickinson (sua irmã no filme), para promover o lançamento da produção. Depois disso, ela foi uma presença constante na TV dos EUA, com participações especiais em episódios de “James West”, “Agente 86”, “O Rei dos Ladrões”, “Lancer”, “Jornada nas Estrelas”, “Gunsmoke”, “Missão Impossível”, “Mod Squad”, “Barnaby Jones”, “San Francisco Urgente”, “Arquivo Confidencial”, “O Incrível Hulk”, “Supermáquina” e muitas outras atrações entre os anos 1960 e 1980. Em 1973, ela entrou no elenco fixo de “The New Perry Mason”, um reboot da série clássica “Perry Mason”, com Monte Markham no papel principal, como a assistente do advogado Della Street. Entretanto, a atração não passou da 1ª temporada. No cinema, ela também apareceu no drama “Don’t Let the Angels Fall” (1969), exibido no Festival de Cannes, na comédia “Pela Primeira Vez… Sem Pijamas” (1969) e no terror “Parabéns para Mim” (1981). Sua última aparição nas telas foi na longeva novela “The Young and the Restless” em 1992, aposentando-se logo depois. Ao deixar Hollywood para trás, ela voltou para o Canadá com seu segundo marido, Peter Elkington, para morar em uma casa de campo em Muskoka, Ontário, com as duas filhas e continuar sua paixão pela arte por meio de pintura e escultura.
Autor de “Percy Jackson” já está trabalhando na 2ª temporada da série
A estreia de “Percy Jackson e os Olimpianos” ainda nem foi marcada e a produção já está em fase de desenvolvimento da 2ª temporada. Segundo Rick Riordan, autor da saga, o segundo ano da produção já começou a se concentrar nos roteiros dos novos episódios. Entretanto, ele ressaltou que isso não é uma confirmação de renovação. “Começamos a formar a equipe de roteiristas para a segunda temporada, mas isto não significa que a renovação já está garantida. É cedo demais para afirmar isso”, escreveu. Riordan adiantou que o segundo livro da saga, “O Mar de Monstros”, será o ponto de partida para o novo roteiro. Já a 1ª temporada de “Percy Jackson e os Olimpianos” adapta o primeiro livro da série, “Percy Jackson e o Ladrão de Raios” A série acompanha o adolescente Percy Jackson, que descobre ser filho do deus grego Poseidon e é enviado ao Acampamento Meio-Sangue, retiro exclusivo para semideuses, onde conhece seus novos companheiros de aventuras: Annabeth e Grover. Filha da deusa da sabedoria Atena, Annabeth se revela uma caçadora e estrategista que acaba se envolvendo com o recém-chegado, enquanto Grover é um jovem meio-sátiro, que se torna o melhor amigo e protetor de Percy dentro e fora do Acampamento. O ator-mirim Walker Scobbell (“O Projeto Adam”) interpreta o personagem-título, Leah Sava Jeffries (“Empire”) vive Annabeth Chase e Aryan Simhadri (“Doze é Demais”) tem o papel de Grover Underwood. O elenco também conta com Megan Mullally (“Will & Grace”), Glynn Turman (“A Voz Suprema do Blues”), Jason Mantzoukas (“The Good Place”), Virginia Kull (“NOS4A2”), Timm Sharp (“Juntos Mas Separados”), Lin-Manuel Miranda (“Em um Bairro de Nova York”), Toby Stephens (“Perdidos no Espaço”) e Lance Reddick (“John Wick”) num de seus últimos trabalhos. O ator, que interpreta Zeus, morreu em 17 de março, aos 60 anos. A produção está a cargo de Jon Steinberg (“The Old Man”) e a direção é de James Bobin, que já trabalhou várias vezes com a Disney, nos filmes “Os Muppets” (2011), “Muppets 2: Procurados e Amados” (2014), “Alice Através do Espelho” (2016) e na série “A Misteriosa Sociedade Benedict”. A expectativa é que a série estreie apenas em 2024.
Lance Reddick, ator de “The Wire” e “John Wick”, morre aos 60 anos
O ator Lance Reddick, conhecido por seu papel como o tenente Cedric Daniels na série “The Wire” e como o concierge do hotel Continental na franquia de ação “John Wick”, morreu nessa sexta-feira (17/3). Ele tinha 60 anos. De acordo com o site TMZ, o corpo do ator foi encontrado na sua casa na região de Studio City, em Los Angeles. E, conforme apurado pelo site The Hollywood Reporter, a morte foi considerada natural, mas não foram oferecidos mais detalhes. Lance Reddick nasceu em 7 de junho de 1962, na cidade de Baltimore, no estado americano de Maryland. Inicialmente, ele estudou Música e só depois é que passou a se dedicar ao teatro. Sua estreia como ator aconteceu em 1996, quando apareceu em episódios das séries “New York Undercover” e “Swift Justice”. Outros papéis de destaque foram nos filmes “Grandes Esperanças” (1998), de Alfonso Cuarón, “Nova York Sitiada” (1998), estrelado por Denzel Washington e Bruce Willis, e “África dos Meus Sonhos” (2000), com Kim Basinger. Em 2001, ele iniciou uma participação de 11 episódios na série “Oz”, atração pioneira da HBO passada numa prisão, que ajudou a torná-lo mais conhecido. Porém, foi só no ano seguinte que Reddick estourou, ao interpretar um dos principais papéis da sua carreira: o tenente Cedric Daniels em “The Wire” – também conhecida pelo título nacional de “A Escuta”. Criada por David Simon, a série foi revolucionária ao mostrar a guerra das drogas tanto pela visão da polícia quando dos traficantes. Reddick apareceu em um total de 60 episódios da atração, entre 2002 e 2008. Com o final de “The Wire”, Reddick passou a ser visto em “Lost”, como um personagem ligado ao mistério da trama, e logo emendou um dos papéis principais na série sci-fi “Fringe” (2008-2013). Ele também apareceu em produções como “Law & Order”, “Numb3rs” e “CSI: Miami”, até voltar a se destacar como o do chefe de polícia de Los Angeles Irvin Irving, na série “Bosch” (2014-2021), um dos maiores sucessos da plataforma de streaming Amazon Prime Video. A série foi criada por Eric Ellis Overmyer, que trabalhou como produtor e roteirista em “The Wire”. De presença imponente, ele também passou a ser escalado em filmes de ação, como “Jonah Hex – Caçador de Recompensas” (2010), “Devorados Vivos” (2011), “O Ataque” (2013) e “O Hóspede” (2014). E foi nessa condição que começou a interpretar o concierge do hotel Continental em “De Volta ao Jogo” (2014), primeiro filme da franquia de ação “John Wick”, estrelada por Keanu Reeves. A princípio, o personagem de Reddick era um mero coadjuvante, mas aos poucos foi ganhando espaço à medida que a franquia avançou, e logo passou a ter envolvimento direto na trama, ao lado do protagonista. Por sinal, no momento de sua morte o ator estava ativamente envolvido na divulgação do novo filme da franquia, “John Wick 4: Baba Yaga”, que estreia na próxima quinta-feira (23/3). Entre outras produções de ação, ele também participou dos filmes “Invasão ao Serviço Secreto” (2019), “Godzilla vs. Kong” (2021) e da recente série “Resident Evil” (2022). Além de “John Wick 4: Baba Yaga”, ele também deixou trabalhos inéditos na série de “Percy Jackson e os Olimpianos”, na cinebiografia “Shirley” e no remake de “Homens Brancos Não Sabem Enterrar”.
Canisso, baixista dos Raimundos, morre aos 57 anos
Canisso, baixista da banda de rock Raimundos, morreu nessa segunda-feira (13/3) aos 57 anos. De acordo com informações divulgadas na sua conta do Facebook, o músico sofreu uma queda após desmaiar na manhã dessa segunda. Porém, a causa da morte ainda não foi divulgada. “É triste anunciar a morte do nosso grande mestre Canisso, ele é um ídolo para muitos e deixou um imenso legado para os fãs e aqueles que o querem bem, descanse em paz Mestre, você vive em nossos corações”, dizia a legenda de uma postagem feita no seu Instagram. José Henrique Campos Pereira (seu verdadeiro nome) nasceu em 9 de dezembro de 1965, em São Paulo. Ele se interessou por música desde a infância e sua estreia no segmento foi trabalhando como roadie em Brasília, onde foi morar na sua adolescência. Durante um festival de música organizado por sua escola, ele conheceu Digão e, em seguida, foi apresentado a Rodolfo. Os três se juntaram para formar os Raimundos no final da década de 1980. Influenciados pelo som da banda Ramones, eles começaram a se apresentar em bares e festas em Brasília. Na década de 1990, a banda encontrou o sucesso e reconhecimento merecidos, emplacando hits como “Eu Quero Ver o Oco”, “Mulher de Fases” e “A Mais Pedida” . Ao todo, os Raimundos lançaram nove álbuns de estúdio, mas seu auge foi mesmo nos anos 1990, quando se tornou uma das principais bandas de uma geração que ainda tinha Charlie Brown Jr. e Chico Science & Nação Zumbi, entre outros. Apesar do sucesso, Canisso e Rodolfo deixaram a banda em 2002, alegando que houve um “desgaste natural”. Porém, o baixista retornou em 2007. Embora continuasse na banda, Canisso nem sempre se entendia com Digão, principalmente por causa da visão política do colega. Em junho, o baixista respondeu a um comentário no Twitter que chamava os membros da banda de fascistas. “Eu e resto não somos, isso só acometeu os vocalistas”, rebateu na sua postagem. Pouco antes da sua morte, Canisso e os Raimundos fizeram uma apresentação na cidade de Rio de Sul, em Santa Catarina, no último no sábado (11/3). Eles estavam se preparando para entrar em nova turnê. vai no oculista. Eu e resto não somos, isso só acometeu os vocalistas. https://t.co/3EcOZN9Psz — CANISSO (@Khanisson) June 11, 2022
Robert Blake, da série “Baretta”, morre aos 89 anos
O ator Robert Blake, conhecido por seus papéis no filme “A Sangue Frio” e na série “Baretta”, morreu nessa quinta-feira (9/3) em consequência de uma doença cardíaca. Ele tinha 89 anos. Além do seu trabalho como ator, que lhe rendeu alguns prêmios ao longo da carreira, Blake também teve uma vida envolta em polêmicas, que começaram com o vício em drogas e culminaram numa acusação de assassinato. Ele acabou sendo absolvido no julgamento criminal em 2005, mas em um julgamento civil posterior, Blake foi considerado responsável pela morte injusta da sua esposa, Bonny Lee Bakley, e ordenado a pagar US$ 30 milhões à família dela. Ele entrou com pedido de falência em 2006. Michael Gubitosi (seu verdadeiro nome) nasceu em 18 de setembro de 1933, em Nutley, Nova Jersey. Ele veio de uma família de artistas e, desde jovem, fazia apresentações com seus irmãos na trupe de vaudeville dos pais. Quando era criança, sua família se mudou para Los Angeles, onde ele e os irmãos começaram a trabalhar como figurantes em filmes. A estreia de Blake no cinema foi em “Não Se Ama por Encomenda” (1939), estrelado por Robert Young. Ele também apareceu nos curtas da franquia “Our Gang”, da MGM, sob o nome de Mickey Gubitosi. Entre 1939 e 1944, ele apareceu em mais de 40 desses curtas de humor com atores mirins. Aos poucos, Blake começou a ganhar mais espaço. Em 1940, teve um pequeno papel no filme “Nem Só os Pombos Arrulham”, com Myrna Loy e William Powell. Dois anos depois, interpretou um dos protagonistas em “Demônio de Palmo e Meio”, além de ter feito uma participação pequena, porém importante, no clássico “O Tesouro de Sierra Madre” (1948), de John Huston. A partir dos anos 1950, Blake passou a atuar em filmes de ação e westerns como “Brado de Perigo” (1952), “Ninho de Águias” (1956), “The Tijuana Story” (1957) e “O Herói do PT-109” (1963), além de dar seus primeiros passos na TV, em aparições em séries de western como “Roy Rogers”, “Cisco Kid”, “As Aventuras de Wild Bill Hickok”, “Caravana” e “Couro Cru” (Rawhide), estrelada por Clint Eastwood. Mas só foi chamar atenção em 1967, quando interpretou seu papel mais memorável no cinema, como um dos assassinos do filme “A Sangue Frio” (1967), adaptação do impactante livro de Truman Capote dirigida por Richard Brooks. O filme narra a história real de dois assassinos que invadiram uma casa no Kansas e mataram toda a família que morava lá. A atuação de Blake no papel de Perry Smith foi tão marcante que o ator Anthony Hopkins afirmou em certo momento que se baseou no trabalho dele para se preparar para o papel de Hannibal Lecter em “O Silêncio dos Inocentes” (1991). Em seguida, Blake participou do western “Willie Boy” (1969), em que interpretou um nativo americano que precisava fugir após matar alguém em legítima defesa. Outro papel de destaque foi em “A Polícia da Estrada” (1973), em que ele viveu um policial motociclista que atuava no deserto do Arizona e era prejudicado pelo sistema. Em “Mãos Sujas Sobre a Cidade” (1975), ele viveu um detetive durão com métodos não convencionais, que acabou servindo de protótipo para seu personagem mais famoso, que começou a interpretar no mesmo ano. O personagem-título da série “Baretta” era um policial durão que vivia com uma cacatua chamada Fred e trabalhava infiltrado entre criminosos nas ruas de Nova York. A atração foi exibida entre 1975 e 1978, e rendeu-lhe um Emmy de Melhor Ator em Série Dramática em 1975, além de uma segunda indicação em 1977. Embora estivesse no auge do seu sucesso, foi também nessa época que os problemas pessoais de Blake se agravaram. “Eu fiquei viciado em heroína por dois anos, roubei, bati motocicletas em árvores, bebi, tomei pílulas em grande quantidade”, disse ele certa vez. “Autodestruição? Eu poderia escrever um livro sobre isso”. Depois de “Baretta”, Blake trabalhou em diversos projetos televisivos, incluindo uma adaptação do clássico da literatura “Ratos e Homens” (1981). Ele também recebeu uma indicação ao Emmy por sua interpretação como Jimmy Hoffa no telefilme “Blood Feud” (1983), dirigido por Mike Newell. E também criou e estrelou a série “Cidade do Inferno” (1985). Depois disso, o ator ficou afastado da mídia por quase uma década, retornando no telefilme “A Marca de um Assassino” (1993), num papel que lhe rendeu outra indicação ao Emmy. As últimas aparições de Blake foram no filme “Assalto Sobre Trilhos” (1995), em que interpretou o vilão, e em “A Estrada Perdida” (1997), de David Lynch, num papel memorável como o bizarro Mystery Man, um sujeito que aparece com maquiagem branca e um sorriso assustador. Em maio de 2001, o ator voltou aos holofotes, mas dessa vez por um motivo negativo. A esposa dele, Bonny Lee Bakley, foi assassinada no seu carro no estacionamento de um restaurante italiano onde o casal havia acabado de jantar. Blake foi preso pelo crime em 2002. O consenso geral na época foi que a acusação não conseguiu construir um caso sólido contra ele e, por conta disso, ele foi absolvido. No entanto, o caso acabou com a carreira do ator, que se aposentou e, desde então, só apareceu na tela em programas de entrevistas. Em julho de 2012, ele participou do programa de Piers Morgan na CNN para promover sua autobiografia, “Tales of a Rascal: What I Did for Love”, mas ficou alterado quando o entrevistador questionou se ele estava dizendo a verdade sobre o caso. Numa entrevista em 2011, Blake falou sobre os seus problemas pessoais, e disse que “se eu não fosse tão doente e tão perturbado, talvez não fosse um ator”.











