Gary Friedkin, de “Star Wars”, morre aos 70 anos de complicações da covid-19
O ator Gary Friedkin, que viveu um ewok em “Star Wars: O Retorno de Jedi”, morreu aos 70 anos em decorrência de complicações da covid-19. Ele passou três semanas e meia na UTI antes de morrer na sexta-feira passada (2/12) em Youngstown, Ohio, nos Estados Unidos, mas sua família só comunicou o falecimento neste sábado (10/12), fazendo um apelo: “Nós encorajamos todos a tomar a vacina e as doses adicionais para proteger suas famílias e suas comunidades.” Friedkin tinha nanismo e antes de aparecer como um “ursinhos alienígenas” do planeta Endor, presentes no final da trilogia original de “Star Wars”, filmou as comédias “Hotel das Confusões” (1981) e “Médicos Loucos e Apaixonados” (1982), e outra sci-fi clássica, “Blade Runner” (1982). Ele também participou das séries “Happy Days”, “Além da Imaginação”, “O Desafio” e “Chicago Hope”, interpretou um dos sete anões da versão de 1987 de “Branca de Neve” – em que Diana Rigg (“Game of Thrones”) viveu a Rainha Má – e contracenou com Brad Pitt (“Trem-Bala”) no híbrido animado “Mundo Perdido” (1992). Seu último trabalho foi a comédia romântica “O Maior Amor do Mundo” em 2016, estrelada por Jennifer Aniston, Kate Hudson, Julia Roberts e Jason Sudeikis. Com problemas de saúde, Gary viveu em uma causa de repouso nos últimos cinco anos.
Zoolander 2 e Batman vs Superman lideram indicações do Framboesa de Ouro, o prêmio dos piores do ano
A organização do troféu Framboesa de Ouro, que elege os piores do ano no cinema, divulgou as indicações oficiais da 37ª edição de sua premiação. O anúncio realizado nesta segunda (23/1) segue o protocolo de vir sempre um dia antes da revelação dos indicados ao Oscar. A lista, por sinal, tem alguns ex-vencedores do Oscar, como Robert De Niro, Ben Affleck e Julia Roberts. Dois filmes empataram com o maior número de indicações: a comédia “Zoolander 2” e os super-heróis “Batman vs Superman: A Origem da Justiça”, ambos com oito. Mas entre os piores lançamentos do ano, também aparecem com destaque “Deuses do Egito”, “Independence Day: O Ressurgimento”, “Tirando o Atraso” e o documentário de extrema direita “Hillary’s America: The Secret History of the Democratic Party”, inédito no Brasil. Há até uma estreia desta semana no país: o drama “Beleza Oculta”, que ganhou uma menção entre os títulos considerados abaixo da crítica. Enquanto a lista dos piores atores garante a continuação do conflito entre Batman e Superman, com Ben Affleck e Henry Cavill disputando quem foi mais canastrão, entre os piores coadjuvantes há briga de supervilões, entre o Coringa de Jared Leto (“Esquadrão Suicida”) e o Lex Luthor de Jesse Eisenberg (“Batman vs. Superman”) Sobrou até para a queridinha Shailene Woodley, que pelo desastre de “A Série Divergente: Convergente” vai disputar o Framboesa de Ouro de Pior Atriz com sua colega de elenco Naomi Watts, mais Julia Roberts, Becky Turner, Megan Fox e Tyler Perry (um homem que se veste de mãe numa franquia cômica, como Paulo Gustavo). Criado em 1980, o Framboesa de Ouro serve como um contraponto à cerimônia do Oscar, em Hollywood. Os vencedores dos piores filmes do ano, caso apareçam, recebem um troféu dourado, pintado com spray. Indicados e vencedores são votados pelo público. Mais especificamente, por quem se cadastrar no site oficial da premiação e pagar uma taxa de adesão de US$ 40. A lista dos vencedores do Framboesa de Ouro 2017 será divulgada em 25 de fevereiro, na véspera da premiação do Oscar. Indicados ao Framboesa de Ouro 2017 Pior Filme Batman vs Superman: A Origem da Justiça Zoolander 2 Deuses do Egito Independence Day: O Ressurgimento Tirando o Atraso Hillary’s America: The Secret History of the Democratic Party Pior Remake, Sequência ou Paródia Alice Através do Espelho Batman vs Superman Cinquenta Tons de Preto Independence Day: O Ressurgimento As Tartarugas Ninjas: Fora das Sombras Zoolander 2 Pior Atriz Megan Fox (As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras) Tyler Perry (Boo! A Madea Halloween) Julia Roberts (O Maior Amor do Mundo) Becky Turner (Hillary’s America) Naomi Watts (A Série Divergente: Convergente e Refém do medo) Shailene Woodley (A Série Divergente: Convergente) Pior Ator Ben Affleck (Batman vs Superman) Gerard Butler (Deuses do Egito e Invasão a Londres) Henry Cavill (Batman vs Superman) Robert de Niro (Tirando o Atraso) Dinesh D’Souza (Hillary’s America) Ben Stiller (Zoolander 2) Pior Atriz Coadjuvante Julianne Hough (Tirando o Atraso) Kate Hudson (O Maior Amor do Mundo) Aubrey Plaza (Tirando o Atraso) Jane Seymour (Cinquenta Tons de Preto) Sela Ward (Independence Day: O Ressurgimento) Kristen Wig (Zoolander 2) Pior Ator Coadjuvante Nicolas Cage (Snowden) Johnny Depp (Alice Através do Espelho) Will Ferrell (Zoolander 2) Jesse Eisenberg (Batman vs Superman: A Origem da Justiça) Jared Leto (Esquadrão Suicida) Owen Wilson (Zoolander 2) Pior Combinação Ben Affleck e Henry Cavill em Batman vs Superman Qualquer dupla de deus egípcio e mortal em Deuses do Egito Johnny Depp e seu figurino em Alice Através do Espelho O elenco, antes respeitado, de Beleza Oculta Tyler Perry e sua sempre horrível peruca em Boo! A Madea Halloween Ben Stiller e Owen Wilson em Zoolander 2 Pior Diretor Dinesh D’Souza & Bruce Schooley (Hillary’s America) Roland Emmerich (Independence Day: O Ressurgimento) Tyler Perry (Boo! A Madea Halloween) Alex Proyas (Deuses do Egito) Zack Snyder (Batman vs Superman) Ben Stiller (Zoolander 2) Pior Roteiro Chris Terrio e David S. Goyer (Batman vs Superman) John Phillips (Tirando o Atraso) Matt Sazama e Burk Sharpless (Deuses do Egito) Dinesh D’Souza e Bruce Schooley (Hillary’s America) Nicolas Wright, James A. Woods, Dean Devlin, Roland Emmerich e James Vanderbilt (Independence Day: O Ressurgimento) David Ayer (Esquadrão Suicida)
Zoolander 2 e Batman vs. Superman lideram lista preliminar de piores filmes do Framboesa de Ouro 2017
A organização do troféu Framboesa de Ouro, que elege os piores do ano no cinema, resolveu antecipar suas indicações oficiais com uma lista preliminar de filmes qualificados a disputar a desonra de vencer a 37ª edição de sua premiação. Nesta fase, “Zoolander 2” está levando ampla vantagem, com nove indicações, seguido por “Batman vs Superman: A Origem da Justiça”, com oito indicações, a comédia “Tirando o Atraso” e “Independence Day: O Ressurgimento”, empatados com sete, “Deuses do Egito” e “Cinquenta Tons de Preto”, com seis, e “Assassin’s Creed”, “A Série Divergente: Convergente”, “O Maior Amor do Mundo” e “Beleza Oculta” em empate quádruplo, com cinco. A lista final dos indicados ao Framboesa de Ouro 2017 será divulgada em 23 de janeiro, um dia antes das indicações ao Oscar. Confira abaixo a lista completa dos filmes qualificados a disputar os razzies, como também são conhecidos os troféus dourados. Pré-indicados ao Framboesa de Ouro 2017 Pior Filme Assassin’s Creed Batman vs Superman: A Origem da Justiça Beleza Oculta A Escuridão Tirando o Atraso A Série Divergente: Convergente Cinquenta Tons de Preto Deuses do Egito Hillary’s America: The Secret History of the Democratic Party Independence Day: O Ressurgimento Invasão a Londres O Maior Amor do Mundo Esquadrão Suicida Zoolander 2 Pior Remake, Adaptação ou Sequência Alice Através do Espelho Batman vs Superman: A Origem da Justiça Bruxa de Blair A Série Divergente: Convergente Cinquenta Tons de Preto Independence Day: O Ressurgimento A Lenda do Tarzan Invasão a Londres Meu Casamento Grego 2 Policial em Apuros 2 As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras Zoolander 2 Pior Diretor Dinesh D’Souza – Hillary’s America: The Secret History of the Democratic Party Roland Emmerich – Independence Day: O Ressurgimento Justin Kurzel – Assassin’s Creed Dan Mazer – Tirando o Atraso Greg McLean – A Escuridão Babak Najafi – Invasão a Londres Tyler Perry – Boo! A Madea Halloween Alex Proyas – Deuses do Egito Zack Snyder – Batman vs Superman: A Origem da Justiça Ben Stiller – Zoolander 2 Michael Tiddes – Cinquenta Tons de Preto Pior Roteiro Assassin’s Creed Batman vs Superman: A Origem da Justiça Tirando o Atraso A Série Divergente: Convergente Cinquenta Tons de Preto Ghostbusters Deuses do Egito Hillary’s America: The Secret History of the Democratic Party Independence Day: O Ressurgimento O Maior Amor do Mundo Esquadrão Suicida Zoolander 2 Pior Atriz Jennifer Aniston – O Maior Amor do Mundo / A Última Ressaca do Ano Marion Cotillard – Aliados / Assassin’s Creed Megan Fox – As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras Radha Mitchell – A Escuridão Tyler Perry (como Madea) – Boo! A Madea Halloween Margot Robbie – A Lenda do Tarzan / Esquadrão Suicida Julia Roberts – O Maior Amor do Mundo Becky Turner (como Hillary Clinton) – Hillary’s America: The Secret History of the Democratic Party Naomi Watts – A Série Divergente: Convergente / Refém do Medo Shailene Woodley – A Série Divergente: Convergente Pior Ator Ben Affleck – Batman vs Superman: A Origem da Justiça Kevin Bacon – A Escuridão Gerard Butler – Deuses do Egito / Invasão a Londres Henry Cavill – Batman vs Superman: A Origem da Justiça Dinesh D’Souza (as himself) – Hillary’s America: The Secret History of the Democratic Party Robert De Niro – Tirando o Atraso Zac Efron – Tirando o Atraso / Os Caça-Noivas Liam Hemsworth – Independence Day: O Ressurgimento Brad Pitt – Aliados Will Smith – Beleza Oculta / Esquadrão Suicida Ben Stiller – Zoolander 2 Marlon Wayans – Cinquenta Tons de Preto Pior Atriz Coadjuvante Cassi Davis – Boo! A Madea Halloween Julianne Hough – Tirando o Atraso Kate Hudson – O Maior Amor do Mundo Keira Knightley – Beleza Oculta Helen Mirren – Beleza Oculta Aubrey Plaza – Tirando o Atraso Jane Seymour – Cinquenta Tons de Preto Octavia Spencer – A Série Divergente: Convergente Sela Ward – Independence Day: O Ressurgimento Kristen Wiig – Gênios do Crime / Zoolander 2 Kate Winslet – Beleza Oculta Pior Ator Coadjuvante Nicolas Cage – Snowden Benedict Cumberbatch – Zoolander 2 Johnny Depp – Alice Através do Espelho Jesse Eisenberg – Batman vs Superman: A Origem da Justiça Will Ferrell – Zoolander 2 Jeff Goldblum – Independence Day: O Ressurgimento Jeremy Irons – Assassin’s Creed / Batman vs Superman Jared Leto – Esquadrão Suicida T.J. Miller – A Última Ressaca do Ano Geoffrey Rush – Deuses do Egito Brenton Thwaites – Deuses do Egito Owen Wilson – Gênios do Crime / Zoolander 2
Garry Marshall (1934 – 2016)
Morreu Gary Marshall, diretor de “Uma Linda Mulher” (1990) e “O Diário da Princesa” (2001), após complicações decorrentes de uma pneumonia nesta terça-feira (19/7). Ele tinha 81 anos e, além de dirigir os filmes que tornaram Julia Roberts e Anne Hathaway famosas, ficou conhecido por ter criado séries clássicas como “The Odd Couple”, “Happy Days”, “Laverne & Shirley” e “Mork & Mindy”, pelas quais recebeu cinco indicações ao Emmy e entrou para o Hall da Fama da Academia da Televisão em 1997. Marshall nasceu no Bronx, em Nova York, e se formou em jornalismo na Universidade de Northwestern. Chegou a trabalhar no jornal New York Daily News, mas decidiu se dedicar à carreira de roteirista na década de 1960. Ele obteve sucesso imediato em Hollywood como roteirista de sitcoms de comediantes famosos, como “The Lucy Show”, “The Dick Van Dyke Show” e “The Joey Bishop Show”, conseguindo lançar sua primeira série própria em 1966, “Hey, Landlord”, sobre uma dupla que dividia um apartamento em Nova York. Por volta desta época, ainda tentou atuar no cinema, interpretando um dos oponentes anônimos de James Bond no clássico “007 Contra Goldfinger” (1964) e figurantes hippies em “Maryjane” (1968) e “Busca Alucinada” (1968). Mas acabou priorizando o que sabia fazer melhor ao emplacar seu primeiro roteiro cinematográfico, “Lua de Mel com Papai” (1968), a primeira comédia romântica de uma carreira especializada no gênero. Mesmo assim, o reconhecimento começou mesmo pela TV, a partir de 1970, quando decidiu adaptar a peça de Neil Simon “Um Estranho Casal”, que tinha sido levada aos cinemas dois anos antes. A versão televisiva de “The Odd Couple” se tornou um dos maiores sucessos da década, durando cinco temporadas – e foi recentemente revivida num remake do ano passado, renovado para sua 3ª temporada. Seguiram-se outros fenômenos de audiência. Nenhum maior que “Happy Days”, a série estrelada pelo futuro diretor Ron Howard (“O Código Da Vinci”) e o futuro produtor Henry Winkler (série “MacGyver”). Acompanhando uma turma de adolescentes dos anos 1950, a produção foi responsável por lançar a era das séries de nostalgia em 1974, além de popularizar o icônico personagem Fonzie (Winkler) e inúmeras gírias. Até a expressão “pular o tubarão”, que nos EUA virou sinônimo de série que inicia sua decadência, veio de uma cena de sua produção, quando Fonzie, literalmente, saltou sobre um tubarão. “Happy Days” durou 11 temporadas até 1984, batendo recordes de audiência enquanto retratava, ao longo de uma década, a evolução dos gostos da juventude americana, de Elvis aos Beatles. Fez tanto sucesso que rendeu dois spin-offs igualmente memoráveis. “Laverne & Shirley”, por sinal, praticamente repetiu o sucesso da série original, acompanhando, ao longo de oito temporadas (entre 1976 e 1983), duas amigas solteiras em meio às mudanças sociais dos anos 1950 e 1960. Laverne era vivida por sua irmã, Penny Marshall, que também virou uma cineasta bem-sucedida (de clássicos como “Quero Ser Grande” e “Tempo de Despertar”). O terceiro spin-off foi a sitcom sci-fi “Mork & Mindy” (1978 – 1982), que lançou o comediante Robin Williams no papel de um alienígena com a missão de estudar a humanidade, após seu personagem aparecer num dos episódios mais populares de “Happy Days”. Para estabelecer a conexão entre as duas séries, Mork voltou novamente num crossover, além de ter quase namorado Laverne. A série original teve sobrevida maior que seus derivados, mas, após o cancelamento consecutivo das três atrações, Marshall não se interessou mais pela televisão, voltando suas energias para o cinema. Ele estreou como cineasta na comédia sexual “Médicos Loucos e Apaixonados” (1982), mas logo mudou de tom para se estabelecer como diretor de filmes românticos, que agradavam em cheio ao público feminino da época do VHS, entre eles “Flamingo Kid” (1984), com Matt Dillon, “Nada em Comum” (1986), com Tom Hanks, e “Um Salto Para a Felicidade” (1987), com o casal Kurt Russell e Goldie Hawn. Até se consagrar com “Uma Linda Mulher” (1990), uma versão contemporânea da fábula de “Cinderela” encenada por uma prostituta e seu cliente milionário. O sucesso foi tanto que transformou sua estrela, Julia Roberts, na principal atriz americana dos anos 1990, com direito a indicação ao Oscar pelo papel. Assumindo a preferência pelo gênero, Marshall só dirigiu comédias românticas pelo resto de sua filmografia. Nenhuma outra, porém, repetiu o mesmo sucesso de “Uma Linda Mulher”. Na verdade, poucas se destacaram, como “Frankie & Johnny” (1991), que despertou interesse por representar o reencontro de Al Pacino e Michelle Pfeifer após “Scarface” (1983). Por conta disso, Marshall logo orquestrou um reencontro com Julia Roberts, além de Richard Gere, o galã de seu clássico. Em “Noiva em Fuga” (1999), Julia representou o oposta da Cinderela, uma mulher que não queria subir no altar com o príncipe encantado. Mas, como típica comédia romântica, não haveria final feliz sem o “viveram felizes para sempre”, contra qualquer possibilidade feminista. “Noiva em Fuga” lhe devolveu prestígio. E “O Diário da Princesa” (2001) lhe conquistou uma nova geração de fãs. Levando para as telas o romance juvenil de Meg Cabot, Marshall consagrou-se em nova história de Cinderela, comprovando-se um mestre das fantasias arquetípicas femininas. De quebra, lançou Anne Hathaway em seu primeiro papel cinematográfico, como uma adolescente comum dos EUA que descobria ser herdeira de um trono europeu. A história teve sequência, “O Diário da Princesa 2: Casamento Real” (2004), em que a adolescente do título tem que fazer o que se espera de toda Cinderela: casar-se com o príncipe encantado. O sucesso das duas fábulas contrastou com o fracasso das comédias que se seguiram, “Um Presente para Helen” (2004), em que Marshall dirigiu Kate Hudson (filha de Kurt Russell e Goldie Hawn), e “Ela é a Poderosa” (2007), com Jane Fonda e Lindsay Lohan. O que o levou ao velho truque de convidar Julia Roberts a estrelar seu próximo filme. Melhor ainda, Anne Hathaway também. E, já que dois é bom, uma multidão de outros famosos não poderia ser demais. Marshall e a roteirista Katherine Fugate resolveram criar uma mini-antologia de “love stories” em torno da data mais romântica de todas, o Dia dos Namorados, reunindo um verdadeiro “quem é quem” das comédias românticas americanas, incluindo Bradley Cooper, Jennifer Garner, Ashton Kutcher, Patrick Dempsey, Jamie Foxx, Shirley MacLaine, Hector Helizondo, Jessica Alba e até a cantora Taylor Swift. O filme foi batizado no Brasil como “Idas e Vindas do Amor” (2010) e inaugurou uma trilogia de comédias de feriados comemorativos, seguido pelos similares “Noite de Ano Novo” (2011) e “O Maior Amor do Mundo” (2016), este passado no Dia das Mães. Mas nem a volta de Julia Roberts impediu o esgotamento do filão, com o último lançamento implodindo nas bilheterias. O cineasta ainda estava planejando um terceiro filme dos “Diários da Princesa” para 2017 com o elenco original, que Anne Hathaway dizia estar ansiosa por estrelar. Sua morte comoveu a comunidade artística de Hollywood. O ator Henry Winkler, que trabalhou com Marshall em “Happy Days”, usou seu perfil no Twitter para prestar sua homenagem ao diretor. “Obrigado por minha vida profissional. Obrigado por sua lealdade, amizade e generosidade”, escreveu. “Ele foi um patrão de classe e um mentor cuja criatividade e liderança significaram tudo para mim”, acrescentou Ron Howard. “Garry foi uma dessas raras pessoas verdadeiramente importantes que se pode encontrar numa vida, se você for abençoado”, disse Richard Gere. “Ele lançou e nutriu mais carreiras do que a quantidade de sapatos que possuía. Como fará falta”, exaltou Tom Hanks.
O Maior Amor do Mundo é um filme-churrasco
Bem que Garry Marshall podia ficar sem esses filminhos bobos recentes. O diretor dos pequenos clássicos “Uma Linda Mulher” (1990) e “Frankie & Johnny” (1991) agora virou especialista em filmes-coral superficiais com temáticas de datas comemorativas. Depois de “homenagear” o Dia dos Namorados com “Idas e Vindas do Amor” (2010) e o réveillon com “Noite de Ano Novo” (2011), ele foca o Dia das Mães em “O Maior Amor do Mundo” (2016). Este tipo de filme com múltiplos personagens e tramas paralelas já rendeu obras-primas como “Short Cuts – Cenas da Vida” (1993), de Robert Altman, “Todos Dizem Eu te Amo” (1996), de Woody Allen, até mesmo o nosso “O Som ao Redor” (2012), de Kleber Mendonça Filho. E ainda, para ficar no terreno das comédias românticas aparentemente bobas, o delicioso “Simplesmente Amor” (2003), de Richard Curtis. Portanto, não há justificativa para a falta de substância das incursões de Marshall. Como são vários núcleos, algum tinha que funcionar, mas os que mais se aproximam disso são apenas duas passagens: a história do casal de velhinhos que viaja para fazer uma surpresa às suas duas filhas, que escondem segredos, por eles serem muito tradicionais e preconceituosos, e a do jovem casal que vive junto sem ter casado formalmente, mesmo já tendo um filho da união. O primeiro vale por momentos de riso e o segundo por conseguir, pelo menos a princípio, provocar empatia. Curiosamente, são as melhores tramas as mais curtas e com elenco menos badalado. Já as histórias que demandam mais tempo e concentram mais estrelas são justamente as mais frágeis, como a da mulher (Jennifer Aniston) que precisa dividir o filho com a nova esposa do ex-marido (Timothy Olyphant), a do viúvo (Jason Sudeikis) que acaba desempenhando o papel de pai e mãe de duas filhas depois da morte da esposa (Jennifer Garner), ou, ainda, o drama da celebridade (Julia Roberts) que tem uma filha biológica e não a assume. Todas contém potencial, mas são executadas com uma pobreza tão grande, que só despertam tédio no espectador. Nada justifica o envolvimento de tantos atores famosos (incluindo também Kate Hudson, a jovem Britt Robertson e o veterano Hector Elizondo), além da ilusão do prestígio perdido do diretor. É o caso de um filme-coral que vira filme-churrasco, em que amiguinhos se encontram para se divertir sem compromisso algum. Churrasquinho de mãe, para ficar na temática proposta. Para piorar, o filme ainda acabou ganhando, no Brasil, o título de um filme de Cacá Diegues.
Estreias incluem comédia do Dia das Mães com Julia Roberts
Com “Capitão América: Guerra Civil” monopolizando as salas de cinema do país, as distribuidoras disputam as poucas telas remanescentes com filmes de menor potencial comercial. O lançamento mais amplo vai chegar em pouco mais de 200 salas. Trata-se de “Heróis da Galáxia – Ratchet e Clank”, animação made in Hong Kong que adapta personagens de videogame e que fracassou nos EUA, onde estreou na semana passada em 7º lugar, com apenas 18% de aprovação no site Rotten Tomatoes. A segunda maior estreia é “O Maior Amor do Mundo”, que leva a 143 salas a terceira comédia romântica consecutiva do diretor Garry Marshall (“Noite de Ano Novo”) sobre uma data comemorativa – os títulos originais são bem claros, embora os tradutores brasileiros tentem disfarçar o truque. Desta vez, Marshall comemora o Dia das Mães, que cai neste fim de semana. O elenco é uma armadilha para espectadores da Sessão da Tarde, com Julia Roberts, Jennifer Aniston e Kate Hudson, mas o longa não passa de outro refugo das bilheterias americanas – implodiu em 4º lugar e com ridículos 8% de aprovação nos EUA na semana passada. Completa a programação dos shoppings o dispensável remake do terror “Martyrs”, em 118 salas. O filme de 2008, do francês Pascal Laugier, é considerado um dos exemplares mais radicais do subgênero “torture porn”. Já a versão americana (com Troian Bellissario, da série “Pretty Little Liars”) é basicamente uma refilmagem quadro a quadro, que mesmo assim dilui a violência impactante da obra original. Eviscerado pela crítica americana, o filme tem míseros 7% de aprovação no Rotten Tomatoes. Em circuito intermediário, o drama nacional “Prova de Coragem”, de Roberto Gervitz (“Feliz Ano Velho”), chega a 60 salas com Mariana Ximenes (“Zoom”) e Armando Babaioff (“Sangue Azul”). O filme gira em torno da crise de um casal egoísta, que não muda seus planos mesmo diante de uma gravidez de risco. Foi exibido no Festival de Brasília, de onde saiu sem nenhum prêmio. Há dois outros lançamentos brasileiros no circuito limitado. Mais amplo, o documentário “O Começo da Vida”, de Estela Renner (“Muito Além do Peso”), é uma coprodução internacional, que faz uma reflexão sobre a importância da infância, em 22 salas. Por sua vez, “Ralé”, de Helena Ignez (“Luz nas Trevas: A Volta do Bandido da Luz Vermelha”), ocupa três salas em São Paulo, uma em Salvador e outra no Rio. O drama se passa nos bastidores de uma filmagem e foi apresentado no Festival do Rio. A lista ainda inclui estreias sul-americanas, por coincidência com duas tramas sobre choque cultural. A comédia “O Décimo Homem”, do veterano cineasta argentino Daniel Burman (“Abraço Partido”), leva a 20 salas a história de um economista que, após levar uma vida bem-sucedida em Nova York, surpreende-se ao reencontrar sua família tradicional. E o drama “Os Inimigos da Dor”, do estreante uruguaio Arauco Hernández Holz (cinematógrafo de “Gigante”), narra a jornada de uma alemão que, ao chegar ao Uruguai, perde sua mala e fica sem rumo. Coprodução brasileira, o filme tem o menor alcance da semana, com exibição em apenas uma sala de São Paulo. A estreia na direção da atriz Natalie Portman (“Thor”), “De Amor e Trevas”, também entra em cartaz, mas sem divulgar o número de salas. De forma a surpreender quem relaciona a atriz a Hollywood, trata-se de um drama israelense, falado em hebraico e baseado nas memórias do escritor Amos Oz, que cresceu com uma mãe suicida (vivida pela própria Portman) e sob a sombra do conflito com a Palestina, durante os anos de formação do Estado de Israel. Completamente invisível, sem salas identificadas, mas com distribuição confirmada pela distribuidora, ainda há uma preciosidade perdida. “Maravilhoso Bocccaccio” é um encanto visual, dirigido pelos irmãos Taviani, que adapta cinco histórias do “Decamerão”, de Giovanni Boccaccio, um dos maiores clássicos da literatura erótica medieval. Embora as tramas pareçam pudicas quando comparadas às adaptações de Pasolini, suas imagens impressionam pela capacidade de evocar pinturas renascentistas. A cenografia e o figurino concorreram ao David di Donatello (o Oscar italiano). Por fim, “A Assassina”, do mestre chinês Hou Hsiao-Hsien (“A Viagem do Balão Vermelho”), reserva a cinco salas, exclusivamente em São Paulo e no Rio, o melhor filme da programação. Repleto de ação, artes marciais e uma fotografia deslumbrante, o longa acompanha uma assassina profissional da dinastia Tang (618-907 a.C.), que se apaixona por seu alvo. A beleza da obra fez de “A Assassina” o filme mais premiado da Ásia em 2015, vencedor de inúmeros troféus, inclusive o de Melhor Direção no Festival de Cannes do ano passado.
Mogli lidera bilheterias dos EUA pela terceira semana seguida
Como “Capitão América: Guerra Civil” só chega aos EUA no próximo fim de semana, “Mogli, O Menino Lobo” não teve dificuldades em manter a liderança do ranking doméstico pela terceira semana consecutiva, rendendo mais US$ 42,4 milhões para ultrapassar a marca de US$ 250 milhões após 17 dias em cartaz. O desempenho já coloca a produção da Disney como a quarta maior bilheteria da América do Norte em 2016. Todos os demais filmes em cartaz renderam menos de US$ 10 milhões, inclusive o 2º lugar, “O Caçador e a Rainha do Gelo”, que se agarrou na posição pelo segundo fim de semana. O fato de estar bem posicionado, porém, não disfarça seu fracasso comercial. Em 10 dias, a superprodução orçada em US$ 110 milhões rendeu apenas US$ 33,9 milhões nos EUA, resultado que, ironicamente, sinaliza uma vitória pessoal de Kristen Stewart, que não participou da continuação (como Branca de Neve) por decisão do estúdio Universal. As três estreias da semana tiveram arrecadação pífia. A comédia “Keanu” foi a mais bem rankeada, em 3º lugar com quase a mesma arrecadação da fábula desencantada. Sem previsão de lançamento no Brasil, o filme explora o sucesso televisivo da dupla de humoristas Keegan-Michael Key e Jordan Peele numa história policial sobre um gato roubado. A crítica americana achou engraçado o suficiente para render 75% de aprovação no site Rotten Tomatoes. Os lançamentos restantes, porém, foi eviscerados. Em 4º lugar, “O Maior Amor do Mundo” é a terceira comédia romântica consecutiva do diretor Garry Marshall passada numa data comemorativa – os títulos originais são bem claros, embora os tradutores brasileiros tentem disfarçar o truque. Acontece que, a não ser para os edipianos, não há nada muito romântico no Dia das Mães, a data que justifica o amontado de histórias paralelas da ocasião, e nem a participação de estrelas do calibre de Julia Roberts, Jennifer Aniston e Kate Hudson impediram o linchamento crítico – apenas 8% de aprovação. Ironicamente, a pior estreia nem se deu tão mal. Afinal, “Heróis da Galáxia: Ratchet & Clank” devia sair direto em vídeo. Conseguiu embolsar US$ 4,8 milhões e ainda apareceu no Top 10. Um feito para uma animação made in Hong Kong, que explora personagens de videogame e tem direção do responsável pelo abismal “Dylan Dog e as Criaturas da Noite” (2010). Para completar, ainda foi melhor avaliada que o filme estrelado pela atriz e o diretor de “Uma Linda Mulher” (1990), com 18% no Rotten Tomatoes. Tanto “O Maior Amor do Mundo” quanto “Heróis da Galáxia: Ratchet & Clank” estreiam no Brasil na quinta-feira (5/5). BILHETERIA: TOP 10 EUA 1. Mogli, o Menino Lobo Fim de semana: US$ 42,4 milhões Total EUA: US$ 252 milhões Total Mundo: US$ 684,7 milhões 2. O Caçador e a Rainha do Gelo Fim de semana: US$ 9,39 milhões Total EUA: US$ 33,9 milhões Total Mundo: US$ 130,9 milhões 3. Keanu Fim de semana: US$ 9,35 milhões Total EUA: US$ 9,3 milhões Total Mundo: US$ 9,3 milhões 4. O Maior Amor do Mundo Fim de semana: US$ 8,3 milhões Total EUA: US$ 8,3 milhões Total Mundo: US$ 8,3 milhões 5. Um Salão do Barulho 3 Fim de semana: US$ 6,1 milhões Total EUA: US$ 44,7 milhões Total Mundo: US$ 44,7 milhões 6. Zootopia Fim de semana: US$ 5 milhões Total EUA: US$ 323,5 milhões Total Mundo: US$ 931,4 milhões 7. Heróis da Galáxia: Ratchet & Clank Fim de semana: US$ 4,8 milhões Total EUA: US$ 4,8 milhões Total Mundo: US$ 4,8 milhões 8. A Chefa Fim de semana: US$ 4,2 milhões Total EUA: US$ 56,1 milhões Total Mundo: US$ 67 milhões 9. Batman vs. Superman: A Origem da Justiça Fim de semana: US$ 3,8 milhões Total EUA: US$ 325,1 milhões Total Mundo: US$ 862,9 milhões 10. Mente Criminosa Fim de semana: US$ 1,3 milhão Total EUA: US$ 13,4 milhões Total Mundo: US$ 13,4 milhões






