Batman vs. Superman vai ocupar 45% de todo o circuito de cinema do Brasil
O aguardado lançamento de “Batman vs. Superman: A Origem da Justiça” chega nesta quinta (24/3) a 1.331 salas de cinema do Brasil. Isto equivale a 45% de todas as telas disponíveis no país, entre elas 867 com projeção 3D e 12 salas Imax. O monopólio de salas tem o objetivo de, além de permitir acesso ao grande público, garantir seu sucesso. Uma conquista garantida pela falta de outras opções. A aposta da Warner Bros. é alta – fala-se em US$ 400 milhões de gastos entre produção e divulgação – e deposita, sobre os ombros largos da produção, a responsabilidade de ampliar seu universo de personagens de quadrinhos no cinema. O longa mostra pela primeira vez o encontro dos principais heróis da editora DC Comics. Além do Superman, vivido por Henry Cavill (“O Homem de Aço”), e a estreia do Batman de Ben Affleck (“Argo”), a produção introduz a Mulher Maravilha, interpretada por Gal Gadot (“Velozes & Furiosos 6”). O desejo de garantir seu sucesso vai além do esgotamento do mercado. A crítica ficou impedida de escrever sobre o filme até a última hora. Com isso, ganharam destaque as opiniões dos fãs, que babaram sobre a obra, criando uma expectativa positiva. Mas, agora, com as primeiras sessões em andamento, não há mais como esconder os problemas do filme. O site Rotten Tomatoes, que mede a aprovação dos críticos americanos, avaliou as primeiras resenhas e constatou o tom negativo: apenas 32% das críticas são positivas. Muito sombrio, lotado de efeitos e pirotecnia, e amarrado por uma narrativa absurda, o filme é o equivalente cinematográfico de um show de heavy metal. Para a sorte da Warner, há muitos fãs de rock pesado em todo o mundo. Mas, vale lembrar, é o pop levinho (Marvel) que vende mais. Quem não quiser ver super-heróis terá poucas opções em cartaz, e a maioria são filmes bíblicos. Dois novos lançamentos juntam-se a “Ressurreição”, que estreou na semana passada, e à novela “Os 10 Mandamentos”, que ganha nova edição limitada, com cenas inéditas, especialmente para a Semana Santa. No clima da Páscoa, “O Jovem Messias” chega a 278 salas. Adaptação do best-seller de Anne Rice (a escritora de “Entrevista com o Vampiro”), o filme narra a infância de Jesus. Apesar de cobrir um período narrado apenas em Evangelho Apócrifo, a produção consegue ser mais estereotipada que os filmes de Páscoa dos anos 1950 – o menino Jesus é um loirinho que nasceu onde seria a Palestina, vejam só. O outro lançamento religioso, “Nos Passos do Mestre”, vai na linha oposta e ocupa o circuito limitado, abrindo em apenas oito salas (cinco em São Paulo, duas em Fortaleza e uma em Boa Vista). Qual a diferença? Para começar, traz um Jesus brasileiro. Misturando cenas contemporâneas com a encenação de Jesus entre os Apóstolos, o filme nacional questiona a maioria dos dogmas cristãos sob um viés espírita. Longe de ser um presépio, pode criar saias-justas na Páscoa. A programação ainda destaca “Conspiração e Poder”, uma espécie de anti-“Spotlight”, que passou em branco nos EUA, apesar do bom elenco. O filme traz Robert Redford como o prestigiado âncora americano Dan Rather e Cate Blanchett como sua produtora, que, na ânsia de dar um furo de notícia, usa fontes maliciosas e divulga uma mentira escandalosa sobre o então presidente George W. Bush, que lhes custa suas carreiras. O filme é uma lição de humildade para o jornalismo investigativo que se propõe a ser paladino da justiça. Como os EUA preferem idealizar a imprensa, “Spotlight” venceu o Oscar, enquanto “Conspiração e Poder” percorreu circuito alternativo, fazendo apenas US$ 2,5 milhões. De todo modo, seu timing cai bem no circuito brasileiro. O circuito limitado ainda destaca o brasileiro “A Luneta do Tempo”, primeiro longa dirigido pelo cantor Alceu Valença, que conta a história de dois rivais do agreste pernambucano durante a década de 1930. A produção será exibida em 14 salas, exclusivamente na rede Cinépolis. Completam a programação o drama islandês “Desajustados” (em quatro salas no Rio e São Paulo), o documentário “No Vermelho”, sobre ambulantes nas avenidas de Belo Horizonte (por sinal, lançado apenas numa sala de Belo Horizonte), e o drama romeno “Autorretrato de uma Filha Obediente (uma sala em São Paulo). Estreias de cinema nos shoppings Estreias em circuito limitado
Zootopia se mantém em 1º lugar nos EUA, mas Rua Cloverfield 10 impressiona
A animação “Zootopia – Essa Cidade É um Bicho” se manteve na liderança das bilheterias em sua segunda semana em cartaz na América do Norte. O longa resistiu a quatro lançamentos amplos e faturou mais US$ 50 milhões nos últimos três dias, comprovando seu sucesso. Já são US$ 142 milhões arrecadados só nos EUA e US$ 431 milhões em todo o mundo. Nada mal para um lançamento que ainda não chegou em muitos mercados importantes. No Brasil, a estreia vai acontecer na próxima quinta (17/3). A melhor estreia foi “Rua Cloverfield, 10”, espécie de continuação de “Cloverfield – Monstro” (2008), que rendeu metade do faturamento do líder, ou seja US$ 25 milhões. O filme, que chega por aqui somente em 7 de abril, fez ainda mais sucesso entre a crítica, com 90% de aprovação na métrica do site Rotten Tomatoes. A exceção ficou por conta de Amy Nicholson, da MTV, que o chamou de “burro”. Por outro lado, ela considerou “Deuses do Egito” “perfeito” – com 13% de aprovação no Rotten Tomatoes. Em comparação, Jeannette Catsoulis, do New York Times, usou o termo “aula de mestre” para se referir a seu suspense. Ficou curioso? Quer saber da história? Não queira. Todas as resenhas insistem para o público ir ao cinema sem saber nada sobre a trama. “Deadpool” fecha o pódio, com mais US$ 10,8 milhões. Com isso, o longa de super-herói da Fox atingiu US$ 328 milhões de arrecadação doméstica e US$ 708 milhões de bilheteria mundial, o que representa um lucro fenomenal para uma produção que custou “apenas” US$ 50 milhões. As demais estreias da semana tiveram desempenho pífio. A que se deu melhor abriu em 6º lugar, apesar de ocupar menos de mil salas. A historinha batida de “The Perfect Match” levou bola preta da crítica, mas o público adorou ver de novo um garanhão incorrigível encontrar a garota que o ensina a levar o romance a sério. A única atualização feita nessa mensagem da época de Cary Grant é o elenco inteiramente negro. E esse segmento demográfico prestigiou o lançamento em peso, rendendo a terceira maior média de público por sala da semana. Com distribuição muito mais ampla, o épico religioso “O Jovem Messias”, sobre a infância de Jesus, e a comédia “Irmão de Espião”, estrelada por Sacha Baron Cohen, implodiram nas bilheterias, arrecadando pouco mais de US$ 3 milhões. Trata-se, por sinal, do pior desempenho de uma comédia de Cohen, que já gerou histeria com “Borat” (2006), “Bruno” (2009) e “O Ditador” (2012). Jesus Cristo também costumava ser bem mais popular. BILHETERIA: TOP 10 EUA 1. Zootopia Fim de semana: US$ 50 milhões Total EUA: US$ 142,6 milhões Total Mundo: US$ 431,5 milhões 2. Rua Cloverfield, 10 Fim de semana: US$ 25,2 milhões Total EUA: US$ 25,2 milhões Total Mundo: US$ 26,7 milhões 3. Deadpool Fim de semana: US$ 10,8 milhões Total EUA: US$ 328 milhões Total Mundo: US$ 708,1 milhões 4. Invasão a Londres Fim de semana: US$ 10,6 milhões Total EUA: US$ 38,8 milhões Total Mundo: US$ 38,8 milhões 5. 5. Uma Repórter em Apuros Fim de semana: US$ 4,6 milhões Total EUA: US$ 14,5 milhões Total Mundo: US$ 14,5 milhões 6. The Perfect Match Fim de semana: US$ 4,1 milhões Total EUA: US$ 4,1 milhões Total Mundo: US$ 4,1 milhões 7. O Jovem Messias Fim de semana: US$ 3,4 milhões Total EUA: US$ 3,4 milhões Total Mundo: US$ 3,4 milhões 8. Irmão de Espião Fim de semana: US$ 3,1 milhões Total EUA: US$ 3,1 milhões Total Mundo: US$ 14,3 milhões 9. 5. Deuses do Egito Fim de semana: US$ 2,5 milhões Total EUA: US$ 27,3 milhões Total Mundo: US$ 76,4 milhões 10. Ressurreição Fim de semana: US$ 2,2 milhões Total EUA: US$ 32,3 milhões Total Mundo: US$ 33 milhões
O Jovem Messias: Filme do menino Jesus, da autora de Entrevista com o Vampiro, ganha primeiro trailer
A Paris Filmes divulgou o primeiro trailer legendado de “O Jovem Messias”, adaptação de “Cristo Senhor – A Saída do Egito”, da escritora Anne Rice (autora de “Entrevista com o Vampiro”). A trama é baseada na infância de Jesus e mistura elementos de ficção com a trajetória do pai do cristianismo, o que pode dar margem a polêmicas. A prévia, por sinal, mostra Jesus como um menino de cabelos longos, sedosos e praticamente loiros, interpretado pelo ator-mirim inglês Adam Greaves-Neal (série “Sherlock”), que tem o mesmo tom branquinho de pele dos intérpretes dos romanos na produção. Só faltaram os olhos azuis de Max Von Sydow. Entre os coadjuvantes, destacam-se ainda dois atores ingleses da série “Game of Thrones”: Sean Bean, como o legionário romano que caça a família de José, e David Bradley como um velho rabino. O elenco europeu também inclui o inglês Jonathan Bailey como o Imperador Herodes, a italiana (claro) Sara Lazzaro (“Andarevia”) como Maria e o irlandês Vincent Walsh (série “Lost Girl”) como José. Roteiro e direção ficaram a cargo de Cyrus Nowrasteh, americano de descendência iraniana, que dirigiu o excelente “O Apedrejamento de Soraya M.” (2008), sobre a cultura machista, baseada em dogmas religiosos, do Irã contemporâneo. É difícil ver uma relação entre os dois filmes, a não ser como antítese. A produção foi realizada sob influência da atual cultura de franquias de Hollywood, prevendo uma continuação. Caso o menino Jesus loirinho agrade, sua história continuaria com a adaptação de “Cristo Senhor – O Caminho para Caná”, segundo volume da saga de Anne Rice. A autora, que criou o vampiro Lestat, planejou “Cristo Senhor” como uma quadrilogia literária. Portanto, nada melhor que lançar o trailer no Natal, dia internacional do comércio. “O Jovem Messias” tem estreia prevista para 10 de março no Brasil.


