Marlene Clark, estrela de filmes de terror dos anos 1970, morre aos 73 anos
A atriz Marlene Clark morreu no dia 18 de maio, aos 73 anos de idade. Ela era conhecida pela sitcom americana “Sanford and Son” (1972) e vários filmes de terror dos anos 1970. Embora a notícia só tenha vindo à tona nesta sexta (26/5), ela faleceu no mesmo dia que o ator Jim Brown, com quem atuou em “Slaughter – O Homem Impiedoso” (1972). Quem deu a notícia foi Demond Wilson (“Me and the Kid”), que interpretou seu namorado em “Sanford and Son”. O ator homenageou Clark em um tuíte. “RIP a linda atriz Marlene Clark. Foi um prazer trabalhar com você”, afirmou, sem revelar a causa da morte. Clark entrou para o elenco de “Sanford and Son” na 5ª temporada da série, em 1976, como uma personagem recorrente que contracenava com Wilson. Ela ficou até o final da produção, no ano seguinte. Nascida no bairro do Harlem, em Nova York, Marlene Clark era modelo antes de migrar para a atuação no final dos anos 1960, aparecendo em filmes como “Um Homem para Ivy” (1969), com Sidney Poitier, e “Putney Swope” (1969), dirigido por Robert Downey Sr, pai do ator Robert Downey Jr (“Homem de Ferro”). Ela ainda fez uma participação no filme de estreia na direção de Hal Ashby, intitulado “Amor Sem Barreiras” (1970), atuou no terror “Mulher Cobra” (1972) e se juntou a Jim Brown no drama criminal “Slaughter”, um clássico da era blaxploitation. A aclamação veio com outro terror, “Ganja and Hess” (1973), em que viveu uma vampira sanguinária, transformada por um antropólogo infectado por uma antiga faca ritualística africana. Cultuadíssimo, “Ganja and Hess” foi coberto de elogios da crítica da época, muitos deles voltados à interpretação brutal de Clark – tem 93% de aprovação no Rotten Tomatoes. Em seguida, ela coestrelou o clássico do kung fu “Operação Dragão” (1973), filme mais bem-sucedido do astro Bruce Lee, e voltou ao terror em três títulos famosos, “A Fera Deve Morrer”, “Black Mamba” (ambos de 1974) e “Lord Shango” (1975). Seu último filme foi o cultuado thriller de gangue feminina “Faca na Garganta” (1975). Com a escalação em “Sanford and Son” no ano seguinte, ela voltou sua carreira para a televisão, aparecendo ainda em “Barnaby Jones” (em 1980), “Flamingo Road” (em 1982), “O Homem que Veio do Céu” (em 1987) e “Uma Turma Genial”, seu último papel nas telas, num episódio exibido em 1988. RIP beautiful actress Marlene Clark. . . It was a delight to work with you. 12/19/49 – 5/18/23 — Demond Wilson (@Sanfords_Son) May 23, 2023
Bibi Ferreira (1922 – 2019)
A atriz, cantora e diretora Bibi Ferreira, conhecida como primeira-dama do teatro brasileiro, morreu nesta quarta (13/2) aos 96 anos, após sofrer uma parada cardíaca. Com uma vasta e imensurável carreira nos palcos, Bibi se destacou em montagens históricas do teatro nacional. Mas essa dedicação fez com tivesse poucas participações no cinema e na TV, o que lhe deu menos popularidade que merecia. Abigail Izquierdo Ferreira nasceu em 1º de junho de 1922 no Rio de Janeiro, e com 20 dias de idade fez sua estreia no teatro. Filha do também famoso ator Procópio Ferreira e da bailarina espanhola Aída Izquierdo, ela subiu aos palcos pela primeira vez em 21 de junho de 1922, ainda bebê, substituindo uma boneca que havia desaparecido horas antes da sessão da peça “Manhãs de Sol”. Enquanto crescia, Bibi sentou no colo de Carmem Miranda, aprendeu a cantar com Noel Rosa e estudou teatro em Londres em 1942. Sua carreira premiadíssima destaca grandes sucessos musicais, como “Gota d’Água”, de Chico Buarque e Paulo Pontes, “Minha Querida Dama” (versão brasileira do clássico “My Fair Lady”, que fez com Paulo Autran), “O Homem da La Mancha”, “Alô Dolly” e “Piaf, a Vida de uma Estrela da Canção”. Este último foi o que mais marcou sua carreira. Iniciado em 1983, o espetáculo levou Bibi a percorrer vários países e chegou a virar vídeo em 2004, “Bibi Canta Piaf”. Após mais de duas décadas na pele da diva francesa, a diva brasileira foi reconhecida com a Comenda do Ordem e das Letras da República Francesa, o prêmio máximo da cultura na França. Bibi também foi diretora de shows, óperas e peças de teatro, tendo dirigido cantoras tão diferentes quanto Maria Bethânia, Elizeth Cardoso, Clara Nunes e Roberta Miranda, entre outras. O cinema foi um entusiasmo da juventude, estreando nas telas aos 14 anos, em “Cidade-Mulher” (1936), do grande mestre Humberto Mauro. Depois, foi dirigida pelo inglês Derek N. Twist em “O Fim do Rio” (1947), contracenando com atores britânicos, pelo tcheco Leo Marten em “Almas Adversas” (1952) e pelo argentino Carlos Hugo Christensen em “Leonora dos Sete Mares” (1955). E nunca mais fez outro filme. Em vez disso, preferiu participar dos primeiros teleteatros brasileiros, que eram basicamente teatro filmado: encenações feitas ao vivo, numa época em que ainda não existia o videotape. Foram várias aparições no programa “Grande Teatro Tupi”, entre 1952 e 1956. Em 1960, ela participou da inauguração da TV Excelsior como apresentadora do jornalístico “Brasil 60”, um dos primeiros a combinar reportagens gravadas com apresentação ao vivo, além do programa de variedades “Bibi Sempre aos Domingos”. Também comandou o programa musical “Bibi ao Vivo” na Tupi, em 1968. E foi a comentarista oficial da transmissão do Oscar 1972 no mesmo canal. Mas, curiosamente, jamais fez em novelas. E só apareceu em duas produções da Globo: “O Homem Que Veio do Céu” (1978), episódio da série de antologia “Caso Especial”, em 1978, e a minissérie “Marquesa de Santos”, no papel de Dona Carlota Joaquina, em 1984. Ao completar 50 anos de carreira na década de 1990, ela celebrou sua trajetória artística com o espetáculo “Bibi in Concert”. E, em 2013, levou este espetáculo para Nova York, apresentando-se na Broadway, com direito a dueto com Liza Minelli e críticas rasgadas do jornal New York Post, que a comparou com Ella Fitzgerald. Bibi anunciou sua aposentadoria dos palcos em setembro passado, após 77 anos de carreira, interrompendo planos que desenvolvia para um musical dedicado ao cancioneiro de Dorival Caymmi. Na época, já enfrentava uma série de problemas de saúde e chegou a ser internada com quadro de desidratação. “Nunca pensei em parar, essa palavra nunca fez parte do meu vocabulário, mas entender a vida é ser inteligente. Fui muito feliz com minha carreira. Me orgulho muito de tudo que fiz. Obrigada a todos que de alguma forma estiveram comigo, a todos que me assistiram, a todos que me acompanharam por anos e anos. Muito obrigada”, disse ela em comunicado.
