PIPOCAMODERNA
Pipoca Moderna
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc

Nenhum widget encontrado na barra lateral Alt!

  • Etc,  Filme

    Bernie Casey (1939 – 2017)

    21 de setembro de 2017 /

    Ex-jogador de futebol americano e ator de vários sucessos do cinema, Bernie Casey morreu na terça (19/9), após “uma breve doença”, aos 78 anos. Casey começou sua carreira no futebol americano na época da universidade e chegou a participar da Olimpíada de 1960. Ao encerrar a participação no esporte aos 30 anos, começou a investir na carreira artística. Seu primeiro longa foi o western “A Revolta dos Sete Homens”, lançado em 1969, e logo em seguida ele participou do segundo longa do então desconhecido Martin Scorsese, “Sexy e Marginal” (1972). Sua aparência física atlética também foi explorada em vários lançamentos do auge da blaxploitation, incluindo “O Justiceiro Negro” (1972) e “Cleopatra Jones” (1973). Apesar da popularidade conquistada no esporte, ele teve poucos papéis de protagonista, e exclusivamente em sua fase blaxploitation, entre eles os personagens-títulos do drama criminal “Hit Man” (1972), do drama esportivo “Maurie” (1973) e do terror “Dr. Black, Mr. Hyde” (1976), além do cultuado “Brothers” (1977), sobre Panteras Negras aprisionados. De todo modo, é mais lembrado por trabalhos de coadjuvante. Sua filmografia inclui até a sci-fi “O Homem que Caiu na Terra” (1976), estrelada por David Bowie, e “007 – Nunca Mais Outra Vez” (1983). Mas foi com “A Vingança dos Nerds” (1984), que caiu na comédia e nas graças do grande público. No filme, ele era o presidente de uma organização de fraternidades negras que aceita a candidatura dos nerds para criar uma filial em sua universidade – o que permite a virada da história. A partir daí, Casey se especializou em comédias. Emplacou “Os Espiões que Entraram numa Fria” (1985), “As Amazonas na Lua” (1987), “Um Tira de Aluguel” (1987), “Vou Te Pegar Otário” (1988), “Bill & Ted – Uma Aventura Fantástica” (1989), “48 Horas – Parte 2” (1990) e até os telefilmes “A Vingança dos Nerds III: A Nova Geração” (1992) e “Os Nerds Também Amam”, em que retomou o papel de U.N. Jefferson, do longa de 1984. O ator também coadjuvou no thriller de ação “A Força em Alerta” (1992), maior sucesso de Steven Seagal, e no terror “À Beira da Loucura” (1994), de John Carpenter, além de aparecer em inúmeras séries, com destaque para “Jornada nas Estrelas: Deep Space Nine”, na qual estrelou um episódio duplo como comandante da Federação dos Planetas Unidos. Ele chegou a escrever, dirigir e estrelar um longa-metragem em 1997, “The Dinner”, mas a partir daí foi parando aos poucos. Seu último trabalho foi “Vegas Vampires”, lançado em 2007.

    Leia mais
  • Filme

    Assassin’s Creed tenta compensar fiasco nos EUA com maior estreia da semana no Brasil

    12 de janeiro de 2017 /

    Um dos piores filmes de ação de 2016 chega aos cinemas brasileiros nesta quinta (12/1) com grande fanfarra, dominando o circuito com lançamento em 815 salas, incluindo 556 em 3D e as 12 salas IMAX do país, em versões dubladas e legendadas. Seguindo a sina das adaptações de videogames, “Assassin’s Creed” foi também um grande fracasso de bilheteria nos EUA, o que explica a necessidade de compensar o fiasco com o mercado internacional. A segunda maior estreia da semana é uma cinebiografia de Youtuber brasileiro (já?). Em 600 salas, o filme de Christian Figueiredo segue um caminho bastante diverso do debut de Kéfera Buchmann. Enquanto “É Fada” (outro dos piores de 2016) optou pela fantasia infantilóide, “Eu Fico Loko” transforma a vida do youtuber numa comédia teen dos anos 1990 – quando ainda não havia muita diversidade na TV. Christian só aparece como “adulto”, enquanto sua versão adolescente, vivendo desventuras no colégio, é interpretada por Filipe Bragança (da novela “Chiquititas”), que também estreia no cinema. O terceiro longa mais bem distribuído não é, oficialmente, uma estreia. Trata-se do que o circuito brasileiro equivocadamente chama de pré-estreia – longe de ser uma avant-première, é realmente uma estreia aberta a todo o público, com venda de ingressos, que será ampliada na semana seguinte. Rufar de tambores para o título: é “La La Land”. O musical que quebrou o recorde de prêmios da história do Globo de Ouro chega em 170 salas antes de entrar “oficialmente” em cartaz na próxima quinta (19/1). Favorito disparado ao Oscar 2017, o filme ganhou um subtítulo no Brasil, que não faz a menor diferença e ninguém precisa decorar. Escrito e dirigido por Damian Chezelle (“Whiplash”), gira em torno de uma atriz aspirante (Emma Stone) que se apaixona por um pianista de bar (Ryan Gosling). Ambos atravessam um momento de adversidades pessoais e se apoiam para conquistar seus sonhos, em meio a números musicais coreografados que homenageiam a era de ouro dos musicais de Hollywood. O circuito limitado reserva outra obra-prima cinematográfica para os cinéfilos. Oposto completo dos mais bem-distribuídos, “A Criada” é sublime e para poucos – 26 salas. O novo filme de Park Chan-wook (“Oldboy”) é uma adaptação do romance lésbico “Na Ponta dos Dedos” da escritora galesa Sarah Waters, mesma autora do livro que inspirou a minissérie britânica “Toque de Veludo” (Tipping the Velvet, 2002) e o filme “Afinidade” (Affinity, 2008), todos de temática lésbica e passados na Inglaterra vitoriana. Park manteve o enredo, mas avançou algumas décadas, mudou a locação e alterou a etnia das personagens. Passada na Coreia nos anos 1930, durante o período de domínio colonial japonês, a trama acompanha Sook-Hee, uma espécie de “Oliver Twist” lésbica, garota órfã de bom coração que mora num cortiço com ladrões e vigaristas, e que se vê envolvida num elaborado golpe do baú planejado por um vigarista profissional. O trapaceiro consegue empregar a jovem órfã como criada na casa de uma família japonesa rica, esperando que ela convença Lady Hideko, herdeira de uma fortuna, a casar-se com ele. Seu plano, porém, não conta com o sentimento que surge entre as duas mulheres. Não por acaso, o título de duplo sentido do romance original alude tanto aos dedos leves dos larápios quanto ao prazer sexual pelo toque de dedos. O aniversário duplo de David Bowie – faria 70 anos se não tivesse morrido há um ano – nesta semana inspira o relançamento da sci-fi clássica “O Homem que Caiu na Terra” (1976), em que o cantor vive um alienígena, fundador recluso de uma empresa tecnológica, cujas invenções visam tornar possível a construção de uma nave que o leve de volta a seu planeta natal. O diretor Nicolas Roeg selecionou Bowie após o cantor ter incorporado um alienígena no palco: Ziggy Stardust, de cabelo incandescente. Mas o visual de Thomas Jerome Newton, o personagem do filme, também foi marcante. Pálido, magro e andrógino, acabou acompanhando Bowie por um bom tempo, durante a fase mais criativa de sua carreira. Não por acaso, imagens do filme ilustraram as capas de dois de seus álbuns da época: “Station to Station” (1976) e “Low” (1977). A conexão com seus discos foi uma forma de compensar o fato de “O Homem que Caiu na Terra” não trazer nenhum música do cantor, devido a questões contratuais. Por curiosidade, a trilha foi composta por John Phillips, da banda The Mamas & the Papas, Mick Taylor, guitarrista dos Rolling Stones, e Stomu Yamashta, percussionista do supergrupo progressista Go (que incluía Steve Winwood, Al Di Meola, Klaus Schulze e Michael Shrieve). E nunca foi lançada em disco. Bowie ainda voltou a fazer referência ao filme em um de seus últimos clipes, “The Stars (Are Out Tonight)”, de 2013. A produção também foi lembrada em seu clipe póstumo, lançado neste domingo (8/1), “No Plan”. O circuito também recebe, sem muito alarde, uma comédia de humor negro do francês Bruno Dumont, “Mistério na Costa Chanel”, que volta a reuni-lo com Juliette Binoche após “Camille Claudel 1915” (2013). Curiosamente, a trama se passa na mesma época do longa anterior, girando em torno do desaparecimento de vários turistas na Costa Channel no verão de 1910. A investigação conduz à uma pequena comunidade de pescadores e à mansão de uma família burguesa, que convivem periodicamente durante uma semana de férias, mas desta vez com consequências românticas e tragicômicas. O filme e a atriz estrante Raph foram premiados no Festival de Sevilla. Completam a programação o documentário português “Volta à Terra”, sobre uma comunidade isolada nas montanhas, e o tunisiano “Assim que Abro Meus Olhos”, sobre os meses que antecederam a Primavera Árabe, que rendeu diversos prêmios internacionais à diretora Leyla Bouzid. Estreiam em meia dúzia de salas. Clique nos títulos dos filmes para ver os trailers de cada lançamento.

    Leia mais
  • Música

    Clipe de música inédita de David Bowie cai na Terra no dia do seu aniversário

    8 de janeiro de 2017 /

    David Bowie ganhou um novo clipe inédito, no dia em que completaria 70 anos de idade e na véspera do primeiro aniversário de sua morte. O vídeo que marca o início de sua carreira póstuma acompanha a música “No Plan”, faixa que ficou de fora de seu último disco, “Blackstar”, e que está sendo lançada num EP com duas outras canções inéditas e uma reedição de “Lazarus” – a música em que o cantor referencia o renascimento após a morte. As quatro faixas fazem parte do musical “Lazarus”, peça que Bowie escreveu em seu último ano de vida e podem ser consideradas as gravações finais de sua carreira. O vídeo referencia o filme clássico “O Homem que Caiu na Terra”, estrelado por Bowie em 1976, ao destacar uma parede de televisores na vitrine de uma loja – o videowall era uma presença marcante no design futurista da sci-fi dos anos 1970. De forma a complementar a citação, a loja se chama Newton Electrical, como a empresa do personagem de Bowie, Thomas Jerome Newton, no longa de Nicolas Roeg. O endereço também é significativo, uma vez que o cantor viveu na rua Foxgrove, em Londres, na época de “Space Oddity”. Enquanto imagens de foguetes sobem ao espaço nas telinhas, a letra traz Bowie falando do além, a respeito de outro espaço, onde se encontra, um lugar onde não há música, onde nem sequer há um lugar, nem planos. De arrepiar. A direção é de Tom Hingston, artista gráfico que já assinou capas da banda Massive Attack e a abertura do filme “O Homem Mais Procurado” (2014), além de muitas campanhas publicitárias. “No Plan” foi seu segundo clipe para o cantor, após dirigir o vídeo de “Sue (Or in a Season of Crime)” em 2014.

    Leia mais
  • Música

    70 anos de David Bowie será marcado pelo relançamento de O Homem que Caiu na Terra nos cinemas brasileiros

    9 de dezembro de 2016 /

    Na semana em que completaria 70 anos, David Bowie (1947-2016) será homenageado com o relançamento de seu principal trabalho cinematográfico. A Zeta Filmes vai distribuir a versão restaurada de “O Homem que Caiu na Terra” (1976), em que Bowie vive um alienígena. O cientista alienígena Thomas Jerome Newton foi o primeiro grande papel de Bowie no cinema. O personagem é um milionário excêntrico e recluso de uma empresa tecnológica que faz diversos avanços científicos, com o objetivo secreto de conseguir criar uma nave espacial que o leve de volta à sua família em outro planeta. O diretor Nicolas Roeg selecionou Bowie após o cantor ter incorporado um alienígena no palco: Ziggy Stardust, de cabelo incandescente. Mas o visual de Newton também foi marcante. Pálido, magro e andrógino, acabou acompanhando Bowie por um bom tempo, durante a fase mais criativa de sua carreira. Não por acaso, imagens do filme ilustraram as capas de dois de seus álbuns da época: “Station to Station” (1976) e “Low” (1977). A conexão com seus discos foi uma forma de compensar o fato de “O Homem que Caiu na Terra” não trazer nenhum música do cantor, devido a questões contratuais. Por curiosidade, a trilha foi composta por John Phillips, da banda The Mamas & the Papas, Mick Taylor, guitarrista dos Rolling Stones, e Stomu Yamashta, percussionista do supergrupo progressista Go (que incluía Steve Winwood, Al Di Meola, Klaus Schulze e Michael Shrieve). E nunca foi lançada em disco. Bowie ainda voltou a fazer referência ao filme em um de seus últimos clipes, “The Stars (Are Out Tonight)”, de 2013. Mas a influência de “O Homem que Caiu na Terra” não se resumiu à trajetória do próprio cantor. Até o escritor de ficção científica Philip K. Dick (autor das histórias que viraram “Blade Runner”, “Minority Report” e a série “The Man in the High Castle”) foi inspirado pelo filme para escrever seu romance “Valis”. David Bowie faria 70 anos em 8 de janeiro. O filme voltará aos cinemas em 12 de janeiro. A data também marca um ano da morte do cantor, que faleceu em 10 de janeiro de 2016. Veja abaixo o trailer legendado da versão restaurada.

    Leia mais
  • Filme,  Música

    David Bowie (1947 – 2016)

    12 de janeiro de 2016 /

    Morreu o cantor David Bowie, um dos artistas mais importantes do século 20, que além de um inestimável legado musical também se destacou no cinema, ao estrelar filmes cultuados como a sci-fi “O Homem que Caiu na Terra” (1976) e o terror “Fome de Viver” (1983). Ele faleceu no domingo (10/8) após uma batalha de 18 meses contra um câncer, informou sua assessoria de imprensa. Nascido David Robert Jones em Londres em 8 de janeiro de 1947, Bowie adotou o nome artístico com o qual ficou famoso em 1966, para não ser confundido com Davy Jones, cantor da banda The Monkees. Ele tocou saxofone, trabalhou com mímica e passou por várias bandas até iniciar sua carreira solo. Seu primeiro hit, lançado em 1969, foi a música “Space Oddity”, uma ode ao astronauta perdido no espaço Major Tom, que consagraria sua ligação com a sci-fi. Este elo seria ainda mais fortalecido com o lançamento, em 1972, do álbum “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars”, em que Bowie concebeu sua persona de rock star alienígena. Foi esta relação que levou o cineasta Nicolas Roeg a convidá-lo a estrelar seu primeiro longa-metragem. Mas Bowie já vinha atuando desde o início da carreira musical, fazendo teatro e mímica, tendo iniciado no cinema com um curta de terror de 1967, “The Image”. Em “O Homem que Caiu na Terra” (1976), Bowie deu vida a um alienígena disfarçado de cientista visionário, que vem à Terra em busca de água para salvar seu planeta natal. Com imagens marcantes, o filme ganhou status de cult e influenciou os próximos passos estéticos da carreira do cantor. Além de se dedicar a uma sonoridade mais “futurista”, que viria a influenciar a new wave, Bowie usou fotos do filme nas capas de dois de seus discos mais célebres, “Station to Station” (1976) e “Low” (1977). Ele teve outro papel marcante em “Apenas um Gigolô” (1978), como um gigolô de mulheres ricas na Berlim dos anos 1920. Na época da produção, Bowie vivia justamente em Berlim, absorvendo influências do kraut rock para seus discos mais inovadores. E apesar da música-tema ter sido gravada por Marlene Dietrich (em seu último longa-metragem), a trilha de “Apenas um Gigolô” registrou a primeira música composta por Bowie para o cinema, “Revolutionary Song”. Sua ligação com Berlim voltou a ser explorada em outro filme cult, “Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída” (1981), no qual interpretou a si mesmo, cantando seus sucessos durante um show visto pela jovem protagonista (Natja Brunckhorst). A ênfase em suas músicas dividiu espaço na trama com cenas sórdidas, de consumo de drogas e sexo em banheiros imundos da cidade que, na época, era considerada a capital mais punk do mundo. Bowie voltou a Londres, mas manteve sua ligação com a cultura alemã ao interpretar um texto do grande dramaturgo bávaro Bertolt Brecht no telefilme “Baal” (1982), produção da BBC em que viveu o papel-título. Fã de Brecht, o cantor já havia gravado “Alabama Song” em 1980 e, após “Baal”, lançou um disco com cinco músicas da peça. A paixão pelo teatro também o levou a estrelar uma montagem de “O Homem Elefante” na Broadway. E essa performance acabou convencendo o grande mestre Nagisa Ôshima (“O Império dos Sentidos”) a lhe dar o papel principal, como um prisioneiro de guerra, em “Furyo, Em Nome da Honra” (1983). “Furyo” chegou a causar polêmica por mostrar a tensão homossexual exercida por Bowie sobre seu captor, um oficial japonês vivido por outro músico, Ryuichi Sakamoto – premiado, inclusive, pela trilha sonora do filme. E para evitar censura do estúdio em sua primeira incursão ocidental, Oshima assumiu riscos, recusando-se a fazer cópias para enviar a película original pelo correio, para ser editada no Japão, longe dos executivos da Recorded Picture Company, enquanto conduzia as filmagens. No mesmo ano, Bowie ainda incorporou um vampiro em outro trabalho cult: “Fome de Viver” (1983), primeiro filme do diretor inglês Tony Scott (“Top Gun”). O terror abria com um show underground da banda Bauhaus (que já havia gravado um cover de “Ziggy Stardust”) e, com sua estética próxima dos videoclipes, ajudou a popularizar o som e o visual da juventude gótica. O próprio Bowie tinha antecipado esta tendência com a faixa-título do disco “Scary Monsters”, em 1980, e consolidou sua influência sobre aquela era com a composição da música-tema do terror “A Marca da Pantera” (o hit “Putting Out the Fire”), também lançado em 1983. Com a experiência adquirida no cinema, ele começou a dirigir seus primeiros clipes no começo dos anos 1980, como o célebre “Ashes to Ashes” e “Loving the Alien”. Mas um clipe mais elaborado, para a música “Blue Jean”, o levou a trabalhar com o diretor Julien Temple (do filme dos Sex Pistols, “The Great Rock ‘n’ Roll Swindle”). Os dois ficaram amigos e Bowie topou estrelar o próximo longa do cineasta, o musical “Absolute Beginners” (1986). Adaptação do romance de Colin MacInnes, Absolute Beginners era uma homenagem à juventude londrina do final dos anos 1950, basicamente pré-mod, e trazia Bowie, como um guru motivacional, cantando duas músicas, inclusive a faixa-título. Ambicioso, o filme acabou decepcionou nas bilheterias, mas ganhou sobrevida como artefato dos anos 1980, graças às participações de artistas como Patsy Kensit, Sade, Jerry Dammers e o grupo Style Council. A impressionante lista de cults de sua filmografia ainda inclui outro projeto repleto de celebridades, a comédia “Um Romance Muito Perigoso” (1985), do diretor John Landis (que fez “Um Lobisomem Americano em Londres” e o famoso clipe de “Thriller”, de Michael Jackson). No filme, Bowie vivia um assassino profissional no encalço da ladra de jóias interpretada por Michelle Pfeiffer (“Batman 2”), mas o elenco era praticamente submerso pela quantidade de figurantes notáveis, a maioria deles cineastas, como Roger Vadim, David Cronenberg, Jonatham Demme, Lawrence Kasdan, Don Siegel, Jack Arnold, Paul Mazursky, Jim Henson, etc. O cantor acabou trabalhando com um desses diretores logo em seguida, ao viver o rei duende de “Labirinto – A Magia do Tempo” (1986), clássico infantil de Jim Henson. Último longa do criador dos “Muppets”, o filme trazia Bowie sob a maquiagem de uma criatura mágica, que, ao atender a um desejo da jovem Jennifer Connelly (vencedora do Oscar por “Uma Mente Brilhante”), então com 16 anos de idade, gera consequências terríveis. Infelizmente, nem a atração de novos bonecos fantoches impediu seu fracasso nas bilheterias. Henson ficou tão abatido que nunca mais filmou novamente, mas a passagem do tempo também fez deste mais um cult na filmografia de Bowie. De fato, o artista tinha uma forte intuição a respeito de que papeis deveria interpretar, causando frisson pelo simples fato de aparecer em cena em determinado contexto. Isto o levou a viver desde um tubarão na comédia “O Pirata da Barba Amarela” (1983) até Pôncio Pilatos em “A Última Tentação de Cristo” (1988), o retrato polêmico da crucificação de Jesus dirigido por Martin Scorsese. Também o colocou com um distintivo do FBI no filme derivado da série “Twin Peaks”, “Os Últimos Dias de Laura Palmer” (1992), e até sob a peruca de Andy Warhol na cinebiografia “Basquiat – Traços de Uma Vida” (1996). Nem todos os seus filmes, porém, resistiram para a posteridade. Embora simpático, “Romance por Interesse” (1991) não causou a menor repercussão. E a curiosidade tinha limites, como demonstraram suas participações em alguns filmes B do final de sua carreira: o spaghetti western “Duelo de Forasteiros” (1998), única chance de ver Bowie como cowboy, o policial “Everybody Loves Sunshine” (1999), no qual contracenou com o DJ Goldie, a fantasia “Mr. Rice’s Secret” (2000) e o thriller “Reação Colateral” (2008), grandes desperdícios de seu talento. Ele também serviu de anfitrião para a série de terror “The Hunger”(1997–2000), produção de Tony Scott, que evocava o título original de “Fome de Viver”. E encerrou sua filmografia com dois grandes personagens finais. Além de interpretar o inventor Nikola Tesla na fantasia “O Grande Truque” (2006), de Christopher Nolan, ele se dedicou a seu último e grande papel, como o cantor David Bowie. Bowie viveu Bowie na comédia “Zoolander” (2001), nas séries “Full Stretch” (em episódio de 1993), “Nathan Barley” (em 2005) e “Extras” (em 2006), e no musical adolescente “High School Band”, seu último filme, lançado em 2009, dedicando, desde então, suas interpretações finais aos clipes de seus últimos álbuns, “The Next Day” (2013) e o recém-lançado “Blackstar” (2016). Em seu último vídeo, “Lazarus”, lançado três dias antes de sua morte, ele aparecia numa cama de hospital, saindo de cena num armário escuro, similar a um caixão, vestindo a roupa da contracapa do disco “Station to Station”. O produtor Tony Visconti, responsável por “Blackstar” e parceiro de Bowie desde os anos 1960, disse que o cantor fez de seu último disco uma cerimônia de despedida. Segundo ele, o disco foi concebido para ser uma espécie de adeus aos fãs. “Sua morte não foi diferente da sua vida: uma obra de arte. Ele fez ‘Blackstar’ para nós, foi um presente de despedida. Eu sabia, há um ano, que seria assim. No entanto, não estava preparado”. Distante da mídia nos últimos anos, Bowie já vinha se despedindo dos amigos há tempos. Segundo sua biógrafa Wendy Leigh, ele sofreu seis ataques cardíacos nos últimos anos. “Ele estava muito perto do limite, mas eu acredito que David dirigiu sua vida e sua morte”, disse a escritora em entrevista à BBC. “Acredito que Iman (mulher do músico), por mais trágico que seja para ela, que Duncan (filho do músico), por mais trágico que seja, estavam preparados dia a dia, mês a mês, ano a ano para o dia de sua passagem”. A modelo Iman era a mulher de Bowie desde 1992. Duncan é o filho do primeiro casamento do cantor, com Angela Bowie (que soube da morte de Bowie de forma horrível, pela produção do reality show “Celebrity Big Brother”, onde está confinada). O jovem herdeiro do sobrenome Jones é diretor de cinema e se especializou no gênero que projetou o pai, a ficção científica, tendo dirigido os elogiados filmes “Lunar” (2009) e “Contra o Tempo” (2011). Os fãs, porém, não sabiam a luta que o cantor travava, especialmente diante da qualidade artística de “Blackstar”. “Talentoso. Único. Genial. Inovador. O homem que caiu na Terra. Seu espírito viverá eternamente”, resumiu Madonna, em meio a a onda de comoção mundial, que inundou as redes sociais.

    Leia mais
Mais Pipoca 
@Pipoca Moderna 2025
Privacidade | Cookies | Facebook | X | Bluesky | Flipboard | Anuncie