Antônio Pedro, da “Escolinha do Professor Raimundo”, morre aos 82 anos
O ator Antônio Pedro, conhecido por uma série de personagens humorísticos da Globo, morreu na madrugada deste domingo (12/3) no Rio de Janeiro, aos 82 anos. Ele estava internado desde janeiro com um quadro de insuficiência renal e cardíaca. Antônio Pedro Borges de Oliveira teve uma carreira longa, de mais de meio século, e embora seja mais lembrado por tipos cômicos da TV, participou de dezenas de filmes, peças e produções televisivas. Ele foi um dos atores agredidos por militantes da extrema direita em 1968, durante a montagem de “Roda Vida”, de Chico Buarque, em São Paulo. E o cancelamento da peça, diante do recrudescimento da ditadura militar, foi responsável por levá-lo às telas. Sua carreira televisiva começou em 1969, na novela “Super Plá”, da rede Tupi, e três anos depois o levou à Globo, onde estreou em outra novela, “O Bofé”. Mas depois de “Supermanoela” (1974), sua segunda novela na emissora, Antônio Pedro se jogou no cinema, atuando em vários clássicos como “Os Condenados” (1975), de Zelito Viana, “O Casal” (1975), de Daniel Filho, “Se Segura, Malandro!” (1978), de Hugo Carvana, “A Lira do Delírio” (1978), de Walter Lima Jr., “O Homem do Pau-Brasil” (1982), de Joaquim Pedro de Andrade”, e “Bar Esperança” (1983), novamente trabalhando com Hugo Carvana. Neste período, chegou até a estrear na direção com “O Grande Desbum…” (1978), sua única incursão na função, em parceria com Braz Chediak. A volta à Globo se deu pelo humorístico “Chico Anysio Show” em 1982, que inaugurou sua veia humorística na TV. Ele voltou a trabalhar com Chico Anysio em “Estados Anysios de Chico City” e na “Escolinha do Professor Raimundo”, nos anos 1990, vivendo os personagens Bicalho, Nelson Piquete e João Abrealas, e mais recentemente esteve também na versão da “Zorra” de 2015. Durante sua passagem pela emissora, o ator fez participações em muitas novelas, como “Sassaricando” (1987), “Bebê a Bordo” (1988), “Que Rei Sou Eu?” (1989), “Caça Talentos” (1996) e “Explode Coração” (1996), além de minisséries e infantis como “Sítio do Picapau Amarelo” (2002) e “Acampamento de Férias” (2009), com Renato Aragão. Paralelamente, ele ainda foi um dos responsáveis pela explosão do besteirol no teatro brasileiro, com o lançamento de “Cabra Marcado para Correr” em 1985, que ele dirigiu e estrelou, com direito a nudez gratuita do elenco. Entretanto, o cinema continuou representando a maior atividade artística de sua trajetória. Ele firmou uma colaboração bem-sucedida com Bruno Barreto a partir da versão de cinema de “Gabriela” em 1983, que rendeu ainda “Romance da Empregada” (1988) e “O Que é Isso, Companheiro?” (1997), indicado ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. Seguiu firme na parceria com Hugo Carvana, filmando “O Homem Nu” (1997), “Apolônio Brasil, Campeão da Alegria” (2003), “Casa da Mãe Joana” (2008), “Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo” (2011) e “Casa da Mãe Joana 2” (2013). E também trabalhou nos clássicos “Dias Melhores Virão” (1989), de Cacá Diegues, “O Grande Mentecapto” (1989), de Oswaldo Candeira, e “Policarpo Quaresma, Herói do Brasil” (1997), de Paulo Thiago. A partir dos anos 2000, Antônio Pedro passou a ser visto em diversos sucessos de bilheteria, integrando-se ao novo cinema de comédia do Brasil. A lista inclui, entre outros, “O Xangô de Baker Street” (2001), de Miguel Faria Jr., “Divã” (2009), de José Alvarenga Jr., “De Pernas pro Ar” (2010) e “O Candidato Honesto” (2014), de Roberto Santucci, “Meu Passado Me Condena 2: O Filme” (2015), de Julia Rezende, “Ninguém Entra, Ninguém Sai” (2017), de Hsu Chien, e “Detetives do Prédio Azul 2: O Mistério Italiano” (2018), de Vivianne Jundi. Suas última aparições nas telas aconteceram em três minisséries do grupo Globo: “Shippados” (2019), “Bom Sucesso” (2019) e “Filhas de Eva” (2021). Antônio Pedro também teve atuação na política. Filiado ao PDT, foi nomeado em 1986 primeiro Secretário Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, mesmo cargo que ocuparia no município de Volta Redonda três anos depois. Em 1990, foi candidato a deputado estadual pelo partido, mas não conseguiu se eleger. O artista deixa três filhos, incluindo as atrizes Ana Baird e Alice Borges.
Paulo José (1937-2021)
O ator Paulo José, um dos maiores intérpretes do cinema brasileiro, morreu nesta quarta (11/8) no Rio de Janeiro, aos 84 anos. Ele sofria de Parkinson há mais de duas décadas e estava internado há 20 dias com problemas respiratórios, vindo a falecer em decorrência de uma pneumonia. O gaúcho Paulo José Gómez de Souza nasceu em Lavras do Sul, interior do Rio Grande do Sul, e teve o primeiro contato com o teatro ainda na escola. A carreira decolou quando se mudou para São Paulo e começou a trabalhar no Teatro de Arena. Após estrear nos palcos paulistanos com “Testamento de um Cangaceiro”, em 1961, ele conheceu seu primeiro amor, a atriz Dina Sfat, com quem dividiu várias montagens – e depois filmes e novelas. Os dois se casaram em 1963 e ficaram juntos até 1981. Dos palcos, pulou para as telas, onde rapidamente se estabeleceu como ator requisitado, aparecendo em uma dezena de filmes entre 1966 e 1969, incluindo vários clássicos, antes de ser “revelado” pelas novelas. Seu primeiro trabalho no cinema foi direto como protagonista, compartilhando com Helena Ignez os papéis do título de “O Padre e a Moça” (1966), do mestre Joaquim Pedro de Andrade. Ele voltou a trabalhar com o diretor no clássico absoluto “Macunaíma” (1969), além de ter desenvolvido outra parceria vitoriosa com Domingos de Oliveira, desempenhando o papel principal em “Todas as Mulheres do Mundo” (1966), que recentemente foi adaptado como minissérie pela Globo. Além de voltar a filmar com Oliveira em “Edu, Coração de Ouro” (1967) e posteriormente “A Culpa” (1971), ele também foi “O Homem Nu” (1968), de Roberto Santos, e estrelou os célebres “Bebel, Garota Propaganda” (1968), de Maurice Capovilla, “A Vida Provisória” (1968), de Maurício Gomes Leite, e “As Amorosas” (1968) de Walter Hugo Khouri. Já era, portanto, um ator consagrado quando foi fazer sua primeira novela, “Véu de Noiva” (1969), e praticamente um veterano quando recebeu o Troféu Imprensa de “melhor estreante” por seu desempenho como Samuca na novela “Assim na Terra Como no Céu” (1971). Encarando maratonas de até 250 episódios nas produções da Globo, ele ainda estrelou um dos primeiros spin-offs da TV brasileira, “Shazan, Xerife & Cia.”, em que repetiu seu personagem de “O Primeiro Amor” (1972) ao lado do colega (também recentemente falecido) Flavio Migliaccio. Exibida de 1972 a 1974, a série marcou época nas tardes televisivas. Apesar do sucesso na telinha, Paulo José nunca deixou o cinema de lado. Mas a agenda cheia o tornou especialmente criterioso, o que resultou numa filmografia lotada de clássicos, como “Cassy Jones, o Magnífico Sedutor” (1972), de Luiz Sérgio Person, “O Rei da Noite” (1975), do grande Hector Babenco, “O Homem do Pau-Brasil” (1982), seu reencontro com Joaquim Pedro de Andrade, e a obra-prima “Eles Não Usam Black-Tie” (1982), de Leon Hirszman, sem esquecer de “Dias Melhores Virão” (1989), de Cacá Diegues, e “A Grande Arte” (1991), de Walter Salles, entre muitas outras produções. Tudo isso enquanto ainda fazia novelas – algumas reconhecidamente tão boas quanto filmes, como “O Casarão” (1975) – , telefilmes, minisséries – como “O Tempo e o Vento” (1985), “Engraçadinha… Seus Amores e Seus Pecados” (1995), “Labirinto” (1998) – e participações especiais nos programas da Globo. Além do Jarbas de “O Casarão”, ele marcou a teledramaturgia como o cigano Jairom em “Explode Coração” (1995) e principalmente o alcóolatra Orestes de “Por Amor” (1997). Sua contribuição para a História da Globo não ficou só diante das câmeras. Ele também dirigiu produções do canal, começando com alguns “Casos Especiais” nos anos 1970, telefilmes de “Jorge, um Brasileiro” (1978) e “Vestido de Noiva” (1979), e episódios de “Ciranda Cirandinha” (1978), “O Tempo e o Vento” (1985), etc., até se tornar o diretor principal das minisséries “Agosto” (1993) e “Incidente em Antares” (1994) e ajudar a implantar o programa “Você Decide”. Diagnosticado com Mal de Parkinson ainda nos anos 1990, em vez de diminuir, ele intensificou o trabalho. Começou a filmar com uma nova geração de cineastas estabelecida após a Retomada, como Monique Gardenberg (“Benjamim”, em 2003), Jorge Furtado (desde o curta “Ilha das Flores” até “O Homem que Copiava” e “Saneamento Básico, O Filme”, em 2003 e 2007), o colega Matheus Nachtergaele (“A Festa da Menina Morta”, 2008), a dupla Felipe Hirsch e Daniela Thomas (“Insolação”, 2009), Sergio Machado (“Quincas Berro d’Água”, 2010), André Ristum (“Meu País”, 2011) e Selton Mello (“O Palhaço”, 2011), além de retomar a antiga parceria com Domingos de Oliveira (“Juventude”, em 2008). Sua emocionante despedida da atuação foi como o vovô Benjamin na novela “Em Família” (2014), de Manoel Carlos, onde, como na vida real, seu personagem sofria de Mal de Parkinson. Vencedor de três troféus Candango de Melhor Ator no Festival de Brasília, homenageado com um Oscarito especial pela carreira no Festival de Gramado, o ator deixa quatro filhos e uma obra vasta, que faz parte do patrimônio nacional.
Flávio Migliaccio (1934 – 2020)
O ator Flávio Migliaccio, visto recentemente na novela “Órfãos da Terra”, foi encontrado morto na manhã desta segunda (4/5) em seu sítio em Rio Bonito, no Rio de Janeiro, aos 85 anos. Junto com o corpo, o caseiro do sítio encontrou uma carta escrita pelo ator. A notícia foi confirmada pelo 35º BPM de Rio Bonito, delegacia que ainda investiga a causa da morte. Flávio nasceu no Brás, em São Paulo, em 15 de outubro de 1934, e teve uma longa carreira. Sua estreia como ator aconteceu no teatro, ainda nos anos 1950, ao lado da irmã, Dirce Migliaccio (1933-2009). Os dois participaram de diversas montagens do Teatro de Arena. Décadas depois, Dirce acabou virando a Emília, do “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, e também uma das irmãs Cajazeira, de “O Bem Amado”. Do teatro, Flávio foi para as telas. E embora sua carreira televisiva tenha sido notável, seus filmes foram ainda mais impressionantes. A lista incluiu clássicos absolutos como “O Grande Momento” (1958), de Roberto Santos, precursor do Cinema Novo, a antologia “Cinco vezes Favela” (1962), no segmento de Marcos Farias, “Fábula” (1965), de Arne Sucksdorff, “A Hora e Vez de Augusto Matraga” (1965), trabalhando novamente com Santos, “Todas as Mulheres do Mundo” (1966), de Domingos de Oliveira, “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha, “Arrastão” (1967), do francês Antoine d’Ormesson, “O Homem que Comprou o Mundo” (1968), de Eduardo Coutinho, “O Homem Nu” (1968), outra parceria com Roberto Santos, “Pra Frente, Brasil” (1982), de Roberto Farias, só para citar alguns, inscrevendo seu nome na história do Cinema Novo e da comédia contemporânea brasileira. Ele também foi cineasta. Escreveu e dirigiu nada menos que sete comédias, de “Os Mendigos” (1963) até uma produção dos Trapalhões, “Os Trapalhões na Terra dos Monstros” (1989). Paralelamente, deu início à carreira televisiva na antiga rede Tupi, encontrando grande sucesso em 1972 com o papel de Xerife, na novela “O Primeiro Amor”. O personagem se tornou tão popular que ganhou derivado, “Shazan, Xerife e Cia”, série infantil que Flávio estrelou com Paulo José (o Shazan). A atração marcou época. O ator se tornou muito popular com as crianças dos anos 1970, tanto pelo Xerife quanto pelo Tio Maneco, papel que ele criou e desempenhou no cinema e na TV. O primeiro filme, “Aventuras com Tio Maneco” (1971), virou fenômeno internacional, vendido para mais de 30 países. Sua criação ainda apareceu em “O Caçador de Fantasma” (1975) e “Maneco, o Super Tio” (1978), antes de ganhar série, “As Aventuras do Tio Maneco”, exibida pela TVE entre 1981 e 1985. A estreia na rede Globo aconteceu com a novela de comédia “Corrida do Ouro”, em 1974. E vieram dezenas mais, como “O Casarão” (1976), “O Astro” (1977), “Pai Herói” (1979), “Chega Mais” (1980), “O Salvador da Pátria” (1989), “Rainha da sucata” (1990), “A Próxima Vítima” (1994), “Torre de Babel” (1998), “Vila Madalena” (1999), “Senhora do Destino” (2004), “América” (2005), “Caminho das Índias” (2007), “Passione” (2010), “Êta! Mundo Bom” (2017) e a recente “Órfãos da Terra”, exibida no ano passado, em que viveu o imigrante Mamede. Ele também fez muitas séries, com destaque para “Tapas & Beijos” (2011–2015), ao lado de Andréa Beltrão e Fernanda Torres. E se manteve ligado ao universo infantil por toda a carreira, aparecendo nos filmes “Menino Maluquinho 2: A Aventura” (1998), de Fernando Meirelles, e “Os Porralokinhas” (2007), de Lui Farias. A lista enorme de interpretações de Flávio Migliaccio ainda inclui dois dos melhores filmes sobre futebol já feitos no Brasil, “Boleiros: Era Uma Vez o Futebol…” (1998) e a continuação “Boleiros 2: Vencedores e Vencidos” (2006), ambos com direção de Ugo Giorgetti. Em 2014, ele foi homenageado no Festival de Gramado com um Troféu Oscarito honorário pelas realizações de sua carreira. Seus últimos trabalhos foram a minissérie “Hebe”, da Globoplay, e o filme “Jovens Polacas”, de Alex Levy-Heller, lançado em fevereiro passado.
Joel Barcellos (1936 – 2018)
Morreu o ator Joel Barcellos na madrugada deste sábado (10/11) em Rio das Ostras, na Região dos Lagos, no Rio. Conhecido do público televisivo como Chico Belo na segunda versão da novela “Mulheres de Areia” (1993), ele teve trabalhos muito mais relevantes no cinema, onde concentrou sua carreira com mais de 60 filmes. Nascido em Vitória, em 27 de novembro de 1936, Barcelos apareceu pela primeira vez em tela grande em 1955, no filme “Trabalhou Bem, Genival!”, na época das chanchadas, mas foi se destacar com o movimento cinematográfico mais importante da década seguinte, o Cinema Novo. Ele atuou na antologia “Cinco Vezes Favela” (1962), sob direção de Leon Hirszman, nos longas “Os Fuzis” (1964), clássico de Ruy Guerra, “O Desafio” (1966), de Paulo César Saraceni, “A Grande Cidade ou As Aventuras e Desventuras de Luzia e Seus 3 Amigos Chegados de Longe” (1966), de Cacá Diegues, e mais dois filmes de Leon Hirszman, “A Falecida” (1965) e “Garota de Ipanema” (1967), além de figurar no mítico “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha. Também estrelou “Trópico” (1968), do italiano Gianni Amico, o que lhe abriu as portas do mercado internacional, levando-o a trabalhar no clássico “O Conformista” (1970), de Bernardo Bertolucci, após ser exilado do Brasil durante o auge da repressão da ditadura militar. Fez ainda alguns papéis na TV italiana e a sci-fi francesa “France Société Anonyme” (1974), de Alain Corneau, antes de retornar em 1975, quando retomou a carreira no país como um dos atores mais ativos do cinema nacional. Fez filmes históricos como “Anchieta, José do Brasil” (1977), de Paulo César Saraceni, “Batalha dos Guararapes” (1978), de Paulo Thiago, “Agonia” (1978), de Julio Bressane, “Luz del Fuego”(1982), de David Neves, “Rio Babilônia” (1982), de Neville de Almeida, e “O Segredo da Múmia” (1982), de Ivan Cardoso. Foi também, além de ator, diretor e roteirista dos longas “O Rei dos Milagres” (1971) e “Paraíso no Inferno” (1977). Por isso, fez pouca televisão, atividade a que só foi se dedicar com mais afinco no período posterior ao fechamento da Embrafilme, quando a indústria cinematográfica nacional implodiu no desgoverno de Fernando Collor durante os anos 1990. A lista inclui as minisséries “Tereza Batista” (1992), “Memorial de Maria Moura” (1994), “Engraçadinha… Seus Amores e Seus Pecados” (1995) e “A Justiceira” (1997), sem esquecer sua única novela, “Mulheres de Areia”, todas na Globo. Mas seus últimos trabalhos foram, como deveriam ser, filmes: “O Homem Nu” (1997), dirigido por Hugo Carvana, e “A Dama do Estácio” (2012), um média-metragem dirigido por Eduardo Ades. Nos últimos anos, o artista sofreu dois AVCs e estava bastante debilitado. Em 2012, após passar mal em um mergulho em Rio das Ostras, onde morava, alguns jornais chegaram a noticiar a sua morte erroneamente, desmentida no dia seguinte. Stephan Nercessian, que trabalhou com o ator em “Mulheres de Areia”, comentou a morte de Joel, a quem considerava um de seus grandes amigos. “Ele era um parceirão. Fizemos muita farra juntos. Ele foi um amigo, pai de família e artista fora do comum. Ele teve um trabalho marcante no cinema brasileiro. Que Deus o tenha, pescador Joel”, disse ao UOL.
Aracy Cardoso (1937 – 2017)
Morreu a atriz Aracy Cardoso, que participou de várias novelas na TV Globo. Ela estava internada há um mês no Hospital São Lucas, no Rio de Janeiro, tratando de vários problemas no coração e nos rins, e faleceu nesta terça-feira (26/12), aos 80 anos. Nascida no Rio em 17 de junho de 1937, filha de uma cantora de ópera, Aracy seguiu a carreira artística desde cedo, primeiro nos palcos, depois no cinema, com o drama “Fatalidade” (1953) e várias chanchadas – “Sai de Baixo” (1956), “Depois do Carnaval” (1959), etc. Mas foi se destacar mesmo na televisão. A atriz interpretou as principais “mocinhas” das novelas dos anos 1960 da TV Excelsior, como “Os Quatro Filhos” (1965), “A Indomável” (1965) e “Sublime Amor” (1967), antes de estrear na Globo com “Anastácia, a Mulher sem Destino”, em 1967. Após uma breve passagem pela Tupi na década seguinte, voltou à Globo para se destacar em novelas que marcaram as décadas de 1970 e 1980, entre elas “Fogo sobre Terra” (1974), “Vejo a Lua no Céu” (1976), “O Pulo do Gato” (1978), “Água Viva” (1980), “Final Feliz” (1982), “Selva de Pedra” (1986) e “Mandala” (1987). Foi nesta época que viveu uma de suas personagens mais lembradas, a governanta Zazá, de “A Gata Comeu” (1985). Após três décadas dedicadas à televisão, ela retomou a carreira cinematográfica em “O Homem Nu” (1997), de Hugo Carvana, e fez ainda “Nosso Lar” (2010), de Wagner de Assis. Bastante ativa, acumulou trabalhos em minisséries, séries e novelas nos últimos anos, inclusive na Record, onde integrou “Bela, a Feia” (2009) e “Dona Xepa” (2013). Sua última aparição na TV aconteceu neste ano, numa participação especial em “Sol Nascente”, da Globo. Discreta em relação à sua vida pessoal, Aracy Cardoso foi casada com o diretor e produtor Ibañez Filho, e deixa duas filhas.




