Pamela Tiffin (1942 – 2020)
A atriz Pamela Tiffin, que marcou os anos 1960 com papéis de adolescente em “Cupido Não Tem Bandeira” (1961), “Juventude Desenfreada” (1964) e “O Caçador de Aventuras” (1966), morreu de causas naturais na última quarta-feira (2/12), em um hospital de Nova York aos 78 anos. Pamela Tiffin Wonso nasceu em Oklahoma City e foi criada em um subúrbio de Chicago, onde começou a trabalhar como modelo. Ela se mudou para Nova York com a mãe para continuar sua carreira e apareceu várias vezes na capa da revista Vogue e comerciais televisivos, até ser “descoberta” pelo produtor Hal Wallis para interpretar a efervescente Nellie em “O Anjo de Pedra” (1961), baseado na peça de Tennessee Williams, tornando-se um fenômeno quase instantâneo em Hollywood. No mesmo ano, ela interpretou a filha socialite de um executivo da Coca-Cola em “Cupido Não Tem Bandeira”, estrelado por James Cagney e dirigido pelo mestre Billy Wilder. E seus dois primeiros filmes acabaram lhe rendendo indicações ao Globo de Ouro, como Estreante Mais Promissora e como Melhor Atriz Coadjuvante. Com o sucesso, Tiffin se tornou uma das adolescentes mais emblemáticas do cinema da época. Em seguida, estrelou ao lado de Pat Boone, Bobby Darin e Ann-Margret o musical de grande orçamento “Feira de Ilusões” (1962). Também viveu uma das aeromoças (como eram chamadas as comissárias de bordo) de “Vem Voar Comigo” (1963) e emplacou diversos filmes de “diversão” teen, fazendo par romântico com James Darren (de “O Túnel do Tempo”) na comédia de praia “Juventude Desenfreada” (1964) e na comédia de automobilismo “Demônios da Pista” (1964), além de dividir apartamento com Ann-Margret e Carol Lynley em “Em Busca do Prazer” (1964). Ela ainda apareceu na comédia western “Nas Trilhas da Aventura” (1965), de John Sturges, antes de dar uma guinada séria na filmografia, ao interpretar a sedutora enteada de Lauren Bacall no clássico neo-noir “O Caçador de Aventuras” (Harper, 1966), estrelado por Paul Newman. Em busca de maior reconhecimento após filmar “Harper”, Tiffin apareceu na Broadway em uma remontagem de “Dinner at Eight”. Mas em vez de voltar a Hollywood ao final do espetáculo, decidiu filmar na Itália, onde encerrou sua carreira em 1973, após uma dúzia de filmes sem muito brilho. Embora tivesse a chance de estrelar obras de Mario Camerini (“Crime Quase Perfeito”, 1966) e Dino Risi (“Mata-me com Teus Beijos”, 1968), a maioria dos spaghetti westerns, giallos e comédias sexuais que protagonizou não marcaram época. No livro biográfico “Pamela Tiffin: Hollywood to Rome, 1961-1974”, Tom Lisanti escreveu que Tiffin foi “uma das atrizes mais bonitas e talentosas de seu tempo, e ela deixou uma impressão indelével nos fãs de cinema. Minha aposta é que ela era mais bonita do que Raquel Welch, mais engraçada do que Jane Fonda e mais atraente do que Ann-Margret. No entanto, todos elas se tornaram superstars, mas Tiffin não.” Ela parou de atuar em 1974, quando se casou com seu segundo marido, Edmondo Danon, filho do produtor de “Gaiola das Loucas”, Marcello Danon. O casal teve duas filhas, Echo e Aurora.
Johnny Mandel (1925 – 2020)
O compositor e arranjador americano Johnny Mandel, que criou “Suicide Is Painless”, música-tema do filme e da série “M*A*S*H”, morreu na segunda (29/6) aos 94 anos. Formado em Juilliard, Mandel trabalhou com uma longa lista de estrelas, incluindo Barbra Streisand, Tony Bennett, Count Basie, Frank Sinatra e muitos outros. Mas ganhou ainda mais projeção ao se envolver com a indústria cinematográfica. Ele iniciou sua trajetória em Hollywood como compositor da trilha de “Quero Viver!” (1958), drama do diretor Robert Wise, descrevendo-se na época como um músico de jazz. Sete anos depois, foi consagrado com o Oscar – e também o Grammy – por “The Shadow of Your Smile”, famosa música-tema de Richard Burton e Elizabeth Taylor no filme “Adeus às Ilusões” (1965), de Vincente Minnelli. Outras trilhas cinematográficas em seu extenso catálogo incluem ainda “Eu Te Verei no Inferno, Querida” (1966), indicada ao Oscar, “O Caçador de Aventuras” (1966), “À Queima-Roupa” (1967), “O Despertar Amargo” (1968), “Uma Mulher Diferente” (1969), “A Última Missão” (1973), “Muito Além do Jardim” (1979), “Clube dos Pilantras” (1980), “O Veredicto” (1982) e os clássicos da Disney “A Montanha Enfeitiçada” (1975) e “Se Eu Fosse Minha Mãe” (1976) Entre suas músicas mais famosas incluem-se “Emily”, da trilha de “Não Podes Comprar Meu Amor” (1964), que foi gravada por Frank Sinatra e Bill Evans, e “Suicide Is Painless”, tema de “M*A*S*H” (1970), que lhe rendeu nova indicação ao Grammy e um prêmio da Sociedade Americana de Compositores, Autores e Editores de Música (ASCAP).
Martin West (1937 – 2019)
O ator Martin West, que foi galã dos filmes de surfe dos anos 1960, morreu na terça-feira (31/12) aos 82 anos. Nascido Martin Weixelbaum, o ator fez carreira na Broadway antes de ganhar seu pseudônimo hollywoodiano. Ele estreou no cinema já como protagonista em 1960, ao viver um guarda florestal sem um braço na aventura “Desafio à Coragem” (Freckles). Apesar disso, é mais lembrado pela boa aparência e juventude, que lhe renderam papéis em dois filmes de praia de 1965: “A Swingin’ Summer”, com Rachel Welch, e “Brotinhos de Biquini” (The Girls on the Beach), com trilha e participação dos Beach Boys. West também fez par romântico com a “brotinha” Tuesday Weld na cultuada comédia “Enganando Papai” (Lord Love a Duck, 1966), que satirizava a cultura adolescente dos anos 1960, incluindo os filmes de praia. Depois dessa fase de galã, Martin colecionou uma galeria notável de pequenos papéis em grandes filmes, com destaque para “O Caçador de Aventuras” (Harper, 1966), com Paul Newman, “Por Toda Minha Vida” (Sweet November, 1968), com Sandy Dennis, “Quando é Preciso Ser Homem” (Soldier Blue, 1970), com Candice Bergen, “Trama Macabra” (Family Plot, 1976), último filme de Alfred Hitchcock, e o cultuadíssimo “Assalto à 13ª DP” (Assault on Precinct 13, 1976), de John Carpenter. Mas essa filmografia impressionante nem sempre representou papéis proeminentes, o que o direcionou para a TV, onde formou um respeitável currículo de participações especiais. West gravou episódios dos principais seriados de western, como “Paladino do Oeste” (Have Gun Will Travel), “O Homem de Virgínia” (The Virginian), “Gunsmoke” e “Bonanza”, além de ter aparecido em “Perry Mason”, “Têmpera de Aço” (Ironside), “Os Invasores” (The Invaders), “CHiPS”, “O Homem que Veio do Céu” (Highway to Heaven) e, de forma recorrente, em “Chumbo Grosso” (Hill Street Blues), “Dallas” e na novela “General Hospital”. Seus últimos trabalhos incluem os filmes “A Marca da Corrupção” (1987), com James Woods e Brian Dennehy, e “Mac – O Extraterrestre” (1988), um “E.T.” de baixo orçamento.


