Terror clássico “A Mosca” vai ganhar continuação
Diretora de "A Babá" desenvolve projeto ambientado no universo do filme de David Cronenberg, explorando o horror corporal
Jordan Peele vai produzir terror da diretora que venceu Sundance
O cineasta Jordan Peele, vencedor do Oscar pelo terror “Corra!”, vai produzir o novo filme da cineasta indie Nikyatu Jusu, diretora de “Nanny”, que venceu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Sundance desse ano. Segundo Jusu, seu próximo filme não será uma obra totalmente inédita, mas uma adaptação do seu curta-metragem “Suicide by Sunlight” (2019). “Meu projeto com a produtora Monkeypaw [de Jordan Peele] é uma expansão de um curta-metragem que fiz chamado ‘Suicide by Sunlight’, sobre vampiros negros que andam durante o dia e são protegidos do sol por sua melanina”, disse ela ao site Deadline. A trama do curta-metragem é ambientada em um futuro próximo, na cidade de Nova York, e acompanha Valentina (Natalie Paul no curta), uma vampira que tem dificuldade em suprimir sua sede de sangue quando vê que seu ex-marido está namorando uma nova mulher. Não está claro se o longa-metragem vai contar a mesma história ou se vai apenas acontecer nesse mesmo universo. Além de dirigir, Jusu também vai escrever o roteiro da adaptação, ao lado de Fredrica Bailey (“A Gente se Vê Ontem”). Nikyatu Jusu está rapidamente ganhando notoriedade dentro do cinema de horror. Seu filme “Nanny”, que estreia em dezembro na Amazon Prime Video, foi a primeira produção do gênero a vencer o Festival de Sundance. E recentemente foi anunciado que ela também vai comandar uma continuação oficial do clássico “A Noite dos Mortos-Vivos” (1968). Por sinal, Jordan Peele também está tendo um ano bastante produtivo. Além de ter lançado “Não! Não Olhe!”, que se tornou um sucesso de público e crítica, o cineasta também escreveu, produziu e dublou a animação “Wendell & Wild”, recentemente lançada na Netflix. Assista abaixo ao curta-metragem “Suicide by Sunlight”.
Clássico “A Noite dos Mortos-Vivos” vai ganhar continuação de roteirista de “The Walking Dead”
O terror “A Noite dos Mortos-Vivos” (1968), dirigido por George A. Romero, vai ganhar uma nova continuação. Segundo o site Deadline, o novo filme será escrito por LaToya Morgan (roteirista de “The Walking Dead”) e dirigido por Nikyatu Jusu (do elogiado terror “Nanny”). No clássico de 1968, um grupo de pessoas se abriga em uma casa abandonada durante o início do apocalipse zumbi. O filme foi um divisor de águas dentro do gênero, tanto por reformular a figura do zumbi (que antes era fruto de magia negra) quanto por trazer um protagonista negro, o ator Duane Jones. O personagem de Jones foi revolucionário por fugir dos estereótipos normalmente associados às pessoas negras no cinema de terror, que antes eram mostradas apenas como vítimas ou vilãs. E, complementando o comentário social, o filme termina com o protagonista sobrevivendo aos zumbis, somente para ser morto por um grupo de caçadores – brancos – que o confunde com um morto-vivo. “A Noite dos Mortos-Vivos” abriu caminho para o diretor George A. Romero construir grande parte da sua carreira em cima do tema dos zumbis, sempre abordando-o por meio de uma temática social. Ele também dirigiu os filmes “Despertar dos Mortos” (1978), “Dia dos Mortos” (1985), “Terra dos Mortos” (2005), “Diário dos Mortos” (2007) e “A Ilha dos Mortos” (2009) O projeto será supervisionado por Christine Romero, viúva do cineasta. “Estou muito empolgada com essa equipe visionária de contadores de histórias que se uniram para expandir a premissa do filme original”, disse ela em comunicado. “Revisitar o mundo que George e seus colaboradores criaram será um deleite para os fãs. George teria ficado tão feliz em ver isso acontecer!” Detalhes sobre a trama ainda estão sendo mantidos em segredo, mas é possível que o comentário social do filme seja mantido na continuação. A roteirista e a diretora, duas mulheres negras, não são estranhas a essa temática. Morgan já escreveu e produziu episódios de “The Walking Dead” e Jusu chamou atenção com o curta-metragem “Suicide by Sunlight”, que mostrava vampiros negros capazes de andar sob a luz do sol devido à proteção causada pela melanina nos seus corpos. “A versão original de ‘A Noite dos Mortos-Vivos’ ainda é muito ressonante até hoje”, disse Jusu. “Toda era tem o zumbi de que precisa e, agora, os zumbis refletem a maneira como os humanos tratam uns aos outros e nos mostram quem é realmente o monstro.” O novo “A Noite dos Mortos-Vivos” ainda não tem previsão de estreia. O filme mais recente de Jusu, “Nanny”, conta a história de uma imigrante negra que trabalha como babá de uma família rica em Nova York. Vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Sundance, “Nanny” estreia em 16 de dezembro no serviço de streaming Amazon Prime Video. Assista abaixo ao trailer de “A Noite dos Mortos-Vivos”.
Festival de Sundance premia documentário sobre luta de índios brasileiros
A organização do Festival de Sundance anunciou na noite desta sexta (28/1) os vencedores de sua edição de 2022. E o grande destaque da lista foi o documentário “The Territory”, rodado na Amazônia, única produção a vencer dois troféus: o Prêmio do Público e um Prêmio Especial do Júri na competição internacional do evento. Concorrendo na seção de Cinema Mundial como coprodução brasileira e americana (do cineasta Darren Aronofsky, de “Noé”), a obra dirigida pelo americano Alex Pritz acompanha a luta do povo Uru-Eu-Wau-Wau contra agricultores e mineradores que invadiram a área protegida de sua tribo na floresta amazônica, incentivados pela retórica e prática destrutiva de Jair Bolsonaro. Elogiadíssimo pela crítica estrangeira, o filme tem 100% de aprovação no site Rotten Tomatoes e está sendo considerado um dos melhores documentários da década. Adquirido pela National Geographic, será forte candidato às premiações de 2023 e a incomodar Bolsonaro nas eleições deste fim de ano. O prêmio do júri, por sua vez, ficou com o documentário “All That Breathes”, do indiano Shaunak Sen, sobre a proteção de um pássaro em meio à poluição de Delhi. Em sua porção americana, Sundance ainda reverenciou dois documentários políticos: “The Exiles”, sobre sobreviventes do massacre de 1989 na Praça Celestial, em que tanques de guerra atacaram manifestantes pacíficos em Pequim, e “Navalny”, sobre o atentado por envenenamento sofrido por Alexei Navalny, opositor russo do governo de Vladimir Putin. As obras venceram, respectivamente, os prêmios do Júri e do Público na competição nacional do festival. Entre os títulos dramáticos, o destaque ficou com “Cha Cha Real Smooth”, dirigido e estrelado por Cooper Raiff. Vencedor do prêmio do público na disputa entre as obras de ficção, o romance entre um jovem anfitrião de festas de Bar Mitzvah e a mãe de uma menina autista foi adquirido pela Apple TV+ na véspera da premiação por US$ 15 milhões, na maior negociação de direitos do festival deste ano. Além de Raiff no papel principal, o elenco destaca Dakota Johnson (“Cinquenta Tons de Cinza”). Foi a segunda vez consecutiva que a Apple acertou o vencedor de Sundance, tendo adquirido “No Ritmo do Coração” (CODA) antes de o filme de Sian Heder vencer os troféus do Público e do Júri no ano passado. Neste ano, porém, houve divisão de preferências. O Júri da disputa dramática optou por “Nanny”, longa de estreia da curta-metragista Nikyatu Jusu, que traz a senegalesa Anna Diop (“Titãs”) no papel de uma babá refugiada em Nova York. Na disputa dramática internacional, os vencedores foram o boliviano “Utama”, de Alejandro Loayza Grisi, sobre um casal de roceiros enfrentando a seca nas montanhas do país, e o finlandês “Girl Picture”, de Alli Haapasalo, em que três garotas adolescentes descobrem o amor e o prazer. Ficaram com os prêmios do Júri e do Público, respectivamente. Confira abaixo os trabalhos premiados nas mostras competitivas do Festival de Sundance 2022. COMPETIÇÃO DRAMÁTICA AMERICANA Grande Prêmio do Júri: “Nanny” Prêmio do Público: “Cha Cha Real Smooth” Melhor Direção: Jamie Dack, “Palm Trees and Power Lines” Melhor Roteiro: K.D. Dávila, “Emergency” Prêmio Especial do Júri por Visão Artística: Bradley Rust Gray, “Blood” Prêmio Especial do Júri por Melhor Elenco: John Boyega, Nicole Beharie, Selenis Leyva, Connie Britton, Olivia Washington, London Covington e Michael K Williams, “892” COMPETIÇÃO DOCUMENTAL AMERICANA Grande Prêmio do Júri: “The Exiles” Prêmio do Público: “Navalny” Melhor Direção: Reid Davenport, “I Didn’t See You There” Melhor Edição: Erin Casper e Jocelyne Chaput, “Fire of Love” Prêmio Especial do Júri por Impacto pela Mudança: “Aftershock” Prêmio Especial do Júri por Impacto pela Visão Criativa: “Descendant” COMPETIÇÃO DRAMÁTICA MUNDIAL Grande Prêmio do Júri: “Utama” Prêmio do Público: “Girl Picture” Melhor Direção: Maryna Er Gorbach, “Klondike” Prêmio Especial do Júri: “Leonor Will Never Die” Prêmio Especial do Júri por Melhor Atuação: Teresa Sánchez, “Dos Estaciones” COMPETIÇÃO DOCUMENTAL MUNDIAL Grande Prêmio do Júri: “All That Breathes” Prêmio do Público: “The Territory” Melhor Direção: “A House Made of Splinters” Prêmio Especial do Júri por Técnica Documental: “The Territory” Prêmio Especial do Júri por Excelência em Filmagem Real: “Midwives”



