David Johansen, líder do New York Dolls, morre aos 75 anos
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Mary Weiss, líder do grupo Shangri-Las, morre aos 75 anos
Mary Weiss, vocalista principal do grupo Shangri-Las, famoso nos anos 1960 por sucessos como “Leader of the Pack” e “Give Him a Great Big Kiss”, faleceu aos 75 anos. Sua morte foi confirmada por Miriam Linna da Norton Records, que lançou o único álbum solo de Weiss em 2007. A causa da morte não foi divulgada. “Mary era um ícone, uma heroína, para homens e mulheres jovens da minha geração e de todas as gerações”, disse Linna. Inovação Junto com as Ronettes, as Shangri-Las simbolizam mais do que qualquer outro grupo feminino a era dos girl groups. Weiss estava no centro do som e da imagem do grupo, com uma voz jovem e ansiada que ecoava no rádio, e longos cabelos loiros que a tornaram objeto de inúmeros admiradores na época. Com uma série de músicas pop marcantes escritas por George “Shadow” Morton, Ellie Greenwich e Jeff Barry e produzidas por Morton, o auge do grupo foi breve — apenas 1964 e 1965 — mas seu impacto foi atemporal. As Shangri-Las inovaram com a música “Leader of the Pack”, que gerou inúmeras imitações e foi incluída no Rock and Roll Hall of Fame. Suas músicas frequentemente abordavam relacionamentos problemáticos com “bad boys”, incorporando uma sexualidade revolucionária para as garotas da época. Além das letras modernas, o quarteto feminino tinha um visual que foi muito copiado e marcou os anos 1960 antes da era hippie. Musicalmente, representaram ainda o “wall of sound”, um estilo de produção que incorporava ecos, efeitos sonoros e fazia tudo soar épico. Trajetória Weiss, criada no Queens, Nova York, e sua irmã Betty frequentaram a mesma escola que as futuras colegas de banda, as gêmeas Margie e Mary-Ann Ganser. O grupo começou a se apresentar em clubes noturnos em 1963, chamando a atenção do produtor Artie Ripp, que orquestrou o primeiro contrato de gravação do grupo. Ele ajudou a arranjar o primeiro contrato de gravação do grupo com a Kama Sutra, levando à primeira gravação em dezembro de 1963, “Simon Says”. O sucesso veio com “Shadow” Morton, associado de Phil Spector (produtor das Ronettes), que escolheu as garotas para gravar “Remember (Walking in the Sand)”. A música alcançou o número 5 no Billboard Hot 100 no verão de 1964 e estabeleceu o grupo no cenário musical. Ainda naquele ano, “Leader of the Pack” chegou ao número 1, uma miniópera adolescente com uma dramática introdução falada e efeitos sonoros de motocicleta. Com o lançamento e apresentações na TV, Morton destacou a habilidade de Weiss como atriz, não apenas como cantora. O grupo se apresentou com os Beatles, fez turnês com os Rolling Stones e apareceu em vários programas de TV da época, continuando a fazer sucesso com hits como “Give Him a Great Big Kiss” e “Out in the Streets”. A imagem de adolescentes duronas, mas vulneráveis de Nova York era genuína. “No começo, não nos dávamos bem”, lembrou Weiss, falando sobre as gêmeas Ganser. “Elas eram meio rudes, com gestos e linguagem e mascando chiclete e meias rasgadas. Nós dizíamos, ‘Não é legal, vocês devem ser damas’, e elas respondiam, ‘Não queremos ser damas'”. Weiss observou que o grupo era apenas adolescente — ela tinha apenas 15 anos quando “Remember” foi lançada — e enfrentou instabilidade na formação; todos os membros, exceto Weiss, deixaram o grupo em algum momento. A onda dos girl groups foi ofuscada pela Invasão Britânica – de Beatles, Stones, The Who, etc – e pela psicodelia, e as Shangri-Las se separaram em 1968 em meio a uma série de processos judiciais. Weiss tinha 19 anos na época e as batalhas legais a mantiveram afastada do mundo da música por uma década. “Minha mãe meio que assinou minha vida quando eu tinha 14 anos”, disse Weiss. Legado Apesar da carreira curta, as Shangri-Las deixaram um grande legado. Primeiro foram os Beach Boys e os grupos vocais contemporâneos da surf music, que se inspiraram no wall of sound para criar harmonizações em hits da mesma era. Depois, chegou a vez de artistas da geração glam como Suzi Quatro e os New York Dolls, grande influência no punk rock – a banda nova-iorquina até incorporou “Give Him a Great Big Kiss” em seu repertório. Em seguida, a banda Blondie baseou seu som no estilo dos girl groups, com Deborah Harry adotando até o visual de vestidos curtos. Os Ramones, B-52s e as Go-Go’s também assumiram influência do grupo, assim como, em tempos mais recentes, Lana del Rey, Duffy e a falecida Amy Winehouse. Além disso, o repertório do musical “Grease” foi praticamente baseado no estilo vocal e nas apresentações teatralizadas das Shangri-Las. O quarteto ainda voltou a se juntar em 1976, contratado pela Sire Records, mas ficou insatisfeito com as músicas gravadas, que até hoje permanecem inéditas. Depois disso, se reuniram ocasionalmente para turnês. Weiss, porém, só lançou um único álbum solo, “Dangerous Game”, em 2007. Ela falou dos desafios que enfrentou na indústria musical sexista dos anos 1960, como adolescente, no livro “But Will You Love Me Tomorrow?”, lançado no ano passado.
Trailer apresenta documentário de Scorsese sobre cantor do New York Dolls
O canal pago americano Showtime divulgou o trailer de “Personality Crisis: One Night Only”, documentário sobre o pioneiro do glam e do punk rock David Johansen, vocalista da banda New York Dolls, dirigido pelo cineasta Martin Scorsese (“O Irlandês”). Scorsese já tinha abordado a banda em sua série de ficção “Vinyl”, na HBO, e no comunicado sobre o projeto revelou que conhece Johansen há décadas. “Conheço David Johansen há décadas, e sua música tem sido importante pra mim desde que ouvi os Dolls quando filmava ‘Caminhos Perigosos'”, disse Scorsese, referindo-se ao longa de 1973, que muitos erradamente consideram seu primeiro filme. “Naquela época, e assim como agora, a música de David capta a energia e a emoção da cidade de Nova York. Costumo vê-lo se apresentar e, ao longo dos anos, conheci a profundidade de suas inspirações musicais. Depois de assistir seu show no ano passado no Café Carlyle, eu sabia que tinha que filmar porque era muito extraordinário ver a evolução de sua vida e seu talento musical em um ambiente tão íntimo. Para mim, o show capturou o verdadeiro potencial emocional de uma experiência musical ao vivo. ” A apresentação mencionada por Scorsese é a base do documentário, realizado em parceria com David Tedeschi, editor com quem o cineasta trabalhou em “Vinyl” e nos documentários “George Harrison: Living in the Material World” (2011) e “Rolling Thunder Revue: A Bob Dylan Story by Martin Scorsese” (2019). No show feito no início do ano, Johansen tocou músicas das diferentes fases de toda a sua carreira e encantou o público com histórias de sua vida. O documentário combina esta performance com imagens de arquivo e cenas inéditas do cantor e dos Dolls, que assumiram estética drag queen em plenos anos 1970. Os shows da banda inspiraram o punk nova-iorquino e sua influência também foi exportada para a Inglaterra, quando um certo Malcolm McLaren, após providenciar o visual dos Dolls com sua namorada Viven Westwood, resolveu formar sua própria banda com os frequentadores de sua loja de roupas fetichistas, os Sex Pistols. A estreia está marcada para 14 de abril nos EUA e o lançamento no Brasil deve acontecer pela plataforma Paramount+.
Cantor do New York Dolls vai ganhar documentário de Martin Scorsese
O cineasta Martin Scorsese prepara um novo documentário musical, desta vez sobre o pioneiro do glam e do punk rock David Johansen, vocalista da banda New York Dolls. Ele já tinha abordado a banda em sua série de ficção “Vinyl”, sobre a era do glam rock na HBO, e revelou que conhece Johansen há décadas, no comunicado sobre o projeto. “Conheço David Johansen há décadas, e sua música tem sido importante pra mim desde que ouvi os Dolls quando filmava ‘Caminhos Perigosos'”, disse Scorsese, referindo-se ao longa de 1973, que muitos erradamente consideram seu primeiro filme. “Naquela época, e assim como agora, a música de David capta a energia e a emoção da cidade de Nova York. Costumo vê-lo se apresentar e, ao longo dos anos, conheci a profundidade de suas inspirações musicais. Depois de assistir seu show no ano passado no Café Carlyle, eu sabia que tinha que filmar porque era muito extraordinário ver a evolução de sua vida e seu talento musical em um ambiente tão íntimo. Para mim, o show capturou o verdadeiro potencial emocional de uma experiência musical ao vivo. ” A apresentação mencionada por Scorsese será a base do documentário, realizado em parceria com David Tedeschi, editor com quem o cineasta trabalhou em “Vinyl” e nos documentários “George Harrison: Living in the Material World” (2011) e “Rolling Thunder Revue: A Bob Dylan Story by Martin Scorsese” (2019). No show feito no início do ano, Johansen tocou músicas das diferentes fases de toda a sua carreira e encantou o público com histórias de sua vida. O documentário combinará esta performance com imagens de arquivo e cenas inéditas do cantor e dos Dolls, que assumiram estética drag queen em plenos anos 1970. Os shows da banda inspiraram o punk nova-iorquino e sua influência também foi exportada para a Inglaterra, quando um certo Malcolm McLaren, após suprir o visual dos Dolls com sua namorada Viven Westwood, resolveu lançar sua própria banda com os frequentadores de sua loja de roupas fetichistas, os Sex Pistols. Ao contrário dos últimos trabalhos do diretor, o filme não será exibido pela Netflix, mas pelo canal pago americano Showtime, numa parceria com a produtora Imagine Entertaiment. “É uma honra para todos nós do Showtime trabalhar com Martin Scorsese, que sem dúvida se destaca como um dos maiores cineastas de nossos tempos”, disse o vice-presidente de programação de não-ficção da Showtime, Vinnie Malhotra. “Nas últimas décadas, seu trabalho documental nos levou para a vida de alguns dos músicos mais emblemáticos do rock, de The Band a Rolling Stones a Bob Dylan, e agora David Johansen e o New York Dolls. A história de Johansen transcende os limites da música e é uma janela para a evolução artística e cultural da cidade de Nova York.” Ainda não há previsão para a estreia. Confira abaixo um vídeo do New York Dolls tocando “Personality Crisis”, um de seus maiores sucessos, em 1973.
Playlist: 20 clipes de glam rock dos anos 1970
No clima de “Vinyl”, a nova série musical criada por Mick Jagger e Martin Scorsese (“O Lobo de Wall Street”), a seleção abaixo relembra a era colorida que antecipou a chegada do punk rock com muito glitter, salto alto e guitarras distorcidas. Esta época também foi homenageada no filme “Velvet Goldmine” (1995), de Todd Haynes (“Carol”), e em janeiro perdeu dois de seus heróis, David Bowie e Dale “Buffin” Griffin, baterista do Mott the Hoople.




