Greve de roteiristas paralisa produção de filmes e programação de TV nos EUA
Cerca de 11 mil roteiristas de cinema, séries e programas de TV entraram em greve nesta terça-feira (2/4), nos EUA. As paralisações devem afetar imediatamente a produção televisiva dos EUA, principalmente as atrações ao vivo, talk shows e programas de variedade. Segundo o Sindicato dos Roteiristas dos EUA (WGA, na sigla em inglês), a decisão foi o resultado de impasse nas sucessivas tentativas de acordo entre os roteiristas profissionais – que pedem aumento salarial -, e os grandes estúdios, como Disney e Netflix, que se recusam a negociar. Os apelos dos roteiristas incluem defasagem dos salários, que não acompanham os ajustes da inflação, produção de séries com temporadas mais curtas e, portanto, salários menores e também a falta de pagamento por ganhos residuais – ou seja que a remuneração por reprises, que já ocorre na TV aberta ou paga, seja estendida ao streaming. Por exemplo, até hoje, o elenco e os roteiristas de séries como “Friends” recebem cada vez que o programa é retransmitido. Contudo, o mesmo não ocorre com relação à permanência das séries nas plataformas de streaming, já que os roteiristas ganham um valor fixo pelo seu trabalho. Outro fator que está em jogo é a questão das novas tecnologias. Os profissionais querem a regulamentação do uso de Inteligência Artificial para a escrita de roteiros. Atualmente, o WGA pede uma lei que proíba o uso de IA para escrever ou adaptar um texto. A AMPTP (Alliance of Motion Picture and Television Picture), que representa os estúdios, por sua vez, quer realizar reuniões anuais para discutir sobre o uso da tecnologia em novos projetos. A última vez que a categoria entrou em greve foi entre os meses de novembro de 2007 e janeiro de 2008. Na época, a suspensão durou 100 dias e custou US$ 2,1 milhões para a economia da Califórnia. Além disso, filmes e séries tiveram que ser adiados ou encurtados. Produções como “Breaking Bad”, “Heroes”, “Grey’s Anatomy” e “Lost” foram algumas que sofreram as consequências da paralisação. No momento, não existe previsão para o fim da greve e nem de um possível acordo entre roteiristas e estúdios.
O Poderoso Chefinho vira série animada e já tem trailer para a estreia em abril
“O Poderoso Chefinho”, animação da DreamWorks que concorreu ao Oscar 2018, vai ganhar uma série animada na Netflix. O anúncio já veio acompanhado de comercial. Os dubladores em inglês não são os mesmos – Alec Baldwin fazia a voz do bebê no longa – , mas isso não deve fazer diferença para o público brasileiro, que deve assistir a série dublada em português, como aconteceu com o filme no cinema. Com título de “The Boss Baby: Back in Business” em inglês, a série animada terá 13 episódios, com estreia marcada para 6 de abril. Seguindo o costuma de transformar todos os seus longas em séries animadas – e depois cancelar as franquias por falta de interesse nas continuações de cinema – , a DreamWorks também vai lançar desenhos derivados dos recentes “Trolls” e “As Aventuras do Capitão Cueca” na Netflix.
Netflix já tem mais assinantes nos Estados Unidos que todas as empresas de TV paga
A Netflix já tem mais assinantes do que os serviços de TV paga nos Estados Unidos. Uma pesquisa realizada pelo Leichtman Research Group, especializado nesse tipo de pesquisa de mercado, apurou que a plataforma de streaming possui 50,85 milhões de usuários ativos, enquanto a soma dos assinantes de todas as empresa de TV paga não ultrapassa os 48,61 milhões no país. A pesquisa também apurou que as assinaturas de pacotes de TV vem diminuindo. As empresas perderam nada menos do que 100 mil assinantes somente no último trimestre. Em compensação, a Netflix disse ter adquirido mais de 1,4 milhões de novos assinantes no mesmo período. Trata-se de uma virada significativa no mercado, que mostra claramente o caminho para onde o público está rumando. Outro relatório sobre o mercado de streaming, desenvolvido pela empresa de consultoria PwC, ainda afirma que serviços como o da Netflix, Hulu e Amazon terão um crescimento em torno de 30% em seu faturamento nos próximos três anos, alcançando a marca de US$ 1,81 bilhões até 2020. Não é por acaso que a HBO está se desvinculando de sua exclusividade televisiva, para oferecer sua assinatura por streaming.


