Condenado à prisão, diretor foge do Irã e lança filme no Festival de Cannes
Mohammad Rasoulof fugiu do país após ser sentenciado a cinco anos de prisão e chibatadas
Cineasta iraniano enfrenta novas acusações do governo após sair da prisão
O cineasta iraniano Mohammad Rasoulof (“Não Há Mal Algum”), que foi recentemente libertado da prisão por motivos médicos, está enfrenando novas acusações que podem levá-lo de volta à prisão. O diretor está sendo acusado pelas autoridades iranianas de formar uma assembleia ilegal e fazer conluio contra a segurança nacional, além de insultar a liderança do regime e de espalhar propaganda contra o Estado. Caso seja considerado culpado pelo Tribunal Revolucionário, Rasoulouf poderá receber uma nova sentença de oito anos de prisão. Oficialmente, Rasoulof foi preso em julho do ano passado para cumprir uma sentença inicialmente movida contra ele em 2011 e 2019, por supostamente espalhar propaganda contra o Estado. Mas sua prisão ocorreu antes da morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos morta por infringir o rígido código de vestimenta feminino. O evento desencadeou protestos em todo o país e, em resposta, o governo iraniano reprimiu os manifestantes e esmagou qualquer crítica ao regime online. Apesar disso, Rasoulof fez um apelo, transmitido pelas redes sociais, pedindo às forças de segurança iranianas que parassem seus ataques violentos contra os manifestantes. É isto que, supostamente, está sendo considerado subversão. No último sábado (11/2), o diretor foi liberado da prisão em licença médica para fazer uma cirurgia. E, na segunda-feira (13/2), ele recebeu sua ordem de libertação, o que significa que não precisaria retornar à prisão para cumprir sua sentença original. Porém, com o surgimento dessas novas acusações, sua liberdade está novamente comprometida. “Tudo depende de como o tribunal reagirá às novas acusações”, disse Farzad Pak, amigo de Rasoulof e produtor de “Não Há Mal Algum”, ao site The Hollywood Reporter. A libertação de Rasoulof aconteceu pouco tempo depois que seu colega, Jafar Panahi (“Taxi Teerã”), também ter sido liberado da prisão, após anunciar que faria greve de fome. Tanto Panahi quanto Rasoulof foram condenados, em 2011, a seis anos de prisão e proibidos de fazer filmes por 20 anos por sua suposta divulgação de propaganda “anti-regime”. A sentença de Rasoulof foi posteriormente suspensa e ele foi libertado sob fiança. Mas depois de fazer a turnê de divulgação do seu filme “Um Homem Íntegro” (2017), que aborda a corrupção e a injustiça no Irã, e que venceu o prêmio Um Certo Olhar no Festival de Cannes, Rasoulof teve seu passaporte confiscado e foi proibido de deixar o país. Ele filmou “Não Há Mal Algum” em segredo e contrabandeou o filme para fora do país. Mas como estava proibido pelas autoridades iranianas de frequentar o Festival de Berlim em 2020, foi sua filha, Baran Rasoulof, protagonista do longa, que aceitou o Urso de Ouro em seu nome. Ironicamente, “Não Há Mal Algum” relatava quatro histórias que questionavam até que ponto a liberdade individual poderia ser expressa sob um regime despótico e suas ameaças aparentemente inescapáveis. O “sistema” iraniano deu a resposta na prática. Assista abaixo ao trailer de “Não Há Mal Algum”.
Cineasta iraniano Mohammad Rasoulof é liberado temporariamente da prisão
O cineasta iraniano Mohammad Rasoulof, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim por “Não Há Mal Algum” (2020), foi libertado após ficar preso por mais de sete meses. A libertação é temporária, com o objetivo de permitir que Rasoulof trate de alguns problemas de saúde. “Mohammad foi libertado sob fiança por razões médicas, [mas] ainda há outras acusações [contra ele] em que ainda não se tomou uma decisão”, disse Farzad Pak, produtor de “Não Há Mal Algum”, ao site The Hollywood Reporter. “Eles [o tribunal] podem levá-lo de volta [para a prisão] ou deixá-lo no limbo.” Rasoulof foi libertado no sábado (11/2) e atualmente está descansando em sua casa em Teerã. A advogada do diretor, Maryam Kianersi, disse à agência de notícias francesa AFT que sua prisão foi suspensa por duas semanas. As autoridades iranianas prenderam Rasoulof em julho do ano passado, junto com seu colega Mostafa Aleahmad, por participar de protestos relacionados ao desabamento de um um prédio no sudoeste do país em maio. O edifício Metropol, que estava em construção em Abadan, uma das principais cidades da província de Khuzestan, sudoeste do país, desabou parcialmente em uma rua muito movimentada. A tragédia provocou vários protestos no país em solidariedade com as famílias das vítimas e contra as autoridades, acusadas de corrupção e incompetência. Durante as manifestações, a polícia iraniana usou gás lacrimogêneo, deu tiros de advertência e anunciou detenções. Muitos iranianos pediram o julgamento dos responsáveis pela tragédia. Em vez disso, a polícia do país foi atrás de quem protestou. Rasoulof e Aleahmad foram presos por “incitar distúrbios e perturbar a segurança psicológica da sociedade”, segundo a IRNA (Agência de Notícias da República Islâmica). Os produtores iranianos de seus filmes divulgaram um alerta, transmitido pela distribuidora americana Kino Lorber, de que os dois cineastas foram enviados para detenção em um local desconhecido. Ironicamente, “Não Há Mal Algum” relatava quatro histórias que questionavam até que ponto a liberdade individual poderia ser expressa sob um regime despótico e suas ameaças aparentemente inescapáveis. O “sistema” iraniano deu a resposta na prática. A libertação de Rasoulof aconteceu pouco tempo depois que seu colega, Jafar Panahi (“Taxi Teerã”), também ter sido liberado da prisão, após anunciar que faria greve de fome. Tanto Panahi quanto Rasoulof foram condenados, em 2011, a seis anos de prisão e proibidos de fazer filmes por 20 anos por sua suposta divulgação de propaganda “anti-regime”. A sentença de Rasoulof foi posteriormente suspensa e ele foi libertado sob fiança. Mas depois de fazer a turnê de divulgação do seu filme “Um Homem Íntegro” (2017), que aborda a corrupção e a injustiça no Irã, e que venceu o prêmio Um Certo Olhar no Festival de Cannes, Rasoulof teve seu passaporte confiscado e foi proibido de deixar o país. Ele filmou “Não Há Mal Algum” em segredo e contrabandeou o filme para fora do país. Mas como estava proibido pelas autoridades iranianas de frequentar o Festival de Berlim em 2020, foi sua filha, Baran Rasoulof, protagonista do longa, que aceitou o Urso de Ouro em seu nome. Assista abaixo ao trailer de “Não Há Mal Algum”.
Filmes Online: Destaques da semana são produções brasileiras
Com chegada de novas plataforma e o aumento da oferta de títulos, as dez indicações passam a ser uma dúzia de sugestões para assistir no fim de semana. A mudança começa nesta sexta (20/8) em que há mais opções nacionais. São quatro lançamentos brasileiros, com destaque para comédias acima da média: “Diários de Intercâmbio”, segundo filme de Larissa Manoela na Netflix (após o debut com “Modo Avião” no ano passado), e “L.O.C.A.”. com Mariana Ximenes no play do Telecine. Os dois dramas, por sua vez, são “Helen”, com Marcelia Cartaxo no papel de vovó do bairro do Bixiga, e “Doutor Gama”, aula de História sobre o grande abolicionista do título. A opção mais comercial é “Space Jam – Um Novo Legado”, híbrido animado em que o astro de basquete LeBron James lidera um time formado pelos Looney Tunes num jogo espacial. Mas vale apontar que o placar final foi uma grande derrota de público (fiasco de bilheteria) e crítica (só 26% de aprovação no Rotten Tomatoes). A lista também inclui dois ótimos thrillers, “O Espião Inglês” e “Códigos Ocultos”, para quem gosta de histórias cheias de reviravoltas. Mas a semana é dos cinéfilos, graças ao lançamento de “Não Há Mal Algum”, drama político realizado de forma clandestina. O diretor Mohammad Rasoulof foi condenado a um ano de prisão no Irã após esse trabalho impactante vencer o Urso de Ouro do Festival de Berlim de 2020. A trama alinha histórias protagonizadas por militares encarregados de executar condenados pelo estado. O longa foi filmado em segredo, porque já na ocasião o diretor cumpria prisão domiciliar e estava proibido de filmar por ter vencido, em 2011, o troféu de Melhor Direção no Festival de Cannes por “Goodbye”, considerado “propaganda anti-regime”. Ainda há o importante drama russo “Caros Camaradas! Trabalhadores em Luta”, obrigatório para quem ainda romanceia o comunismo. Rodado em preto e branco pelo veterano mestre Andrey Konchalovskiy, parece filme de época, mas é bastante atual diante dos acontecimentos recentes em Cuba, ao mostrar como burocratas soviéticos massacraram trabalhadores grevistas nos anos 1960 – história real. Consagrado com o Prêmio Especial do Júri do Festival de Veneza passado, tem nada menos que 95% no RT. E cadê o destaque para o filme do Jason Momoa lançado pela Netflix? Em homenagem a quem gosta de pancadaria de thriller B, também saiu o risível “Justiça em Família”, que tem só 21% de aprovação no RT. Confira abaixo a seleção (com os trailers) de 12 opções de filmes disponibilizadas nas plataformas digitais nesta semana. Diários de Intercâmbio | Brasil | Comédia (Netflix) L.O.C.A. | Brasil | Comédia (Telecine) Helen | Brasil | Drama (Apple TV, Google Play, NOW, Vivo Play) Doutor Gama | Brasil | Drama (Globoplay) Não Há Mal Algum | Irã | Thriller (NOW, Vivo Play) Caros Camaradas – Trabalhadores em Luta | Rússia | Drama (Apple TV, Google Play, Looke, NOW, SKY Play, Vivo Play, YouTube Filmes) O Espião Inglês | Reino Unido | Thriller (Apple TV, Google Play, YouTube Filmes) Códigos Ocultos | Espanha | Ação (Apple TV, Google Play, Sky Play, Vivo Play, YouTube Filmes) Jusiça em Família | EUA | Ação (Netflix) Space Jam – Um Novo Legado | EUA | Animação (Apple TV, Google Play, HBO Max, Looke, Sky Play, Vivo Play, YouTube Filmes) The Loud House: O Filme | EUA | Animação (Netflix) Os Caçadores de Trufas | Itália | Documentário (Apple TV, Google Play, SKY Play, Vivo Play, YouTube Filmes)
Nova Ordem abre a Mostra de São Paulo com exibições em drive-in e online
A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo tem início neste quinta (22/10), com uma cerimônia de abertura para convidados às 19h, no Belas Artes Drive-in, no Memorial da América Latina. Mas para o público em geral, a programação só começa à meia-noite. O filme de abertura é “Nova Ordem”, de Michel Franco, vencedor do Grande Prêmio do Júri no recente Festival de Veneza. Na trama, um casamento luxuoso da elite dá errado, enquanto a Cidade do México ferve com protestos. Pelo ponto de vista de Marianne, a jovem e simpática noiva, e dos criados, o filme retrata o colapso de um sistema político e um golpe de Estado violento. O público poderá ver “Nova Ordem” pela plataforma de streaming da Mostra, a Mostra Play (https://mostraplay.mostra.org/), por 24 horas, entre esta meia-noite e a próxima. A programação, que será exibida até 4 de novembro, também estará disponível no Spcine Play e Sesc Digital, que exibirão sessões gratuitas, enquanto os filmes da Mostra Play terão ingresso a R$ 6. Já as sessões presenciais serão realizadas no Belas Artes Drive-In e no Sesc Drive-In (do Sesc Parque Dom Pedro). Além do polêmico filme do mexicano Michel Franco, a seleção ainda inclui entre seus destaques “Não Há Mal Algum”, do iraniano Mohammad Rasoulof, vencedor do último Festival de Berlim, “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, do português João Botelho, baseado no livro homônimo de José Saramago, “Berlim Alexanderplatz”, do alemão-afegão Burhan Qurbani, “Gênero, Pan”, do filipino Lav Diaz, “Mães de Verdade”, da japonesa Naomi Kawase, “Crianças do Sol” (Sun Children), do iraniano Majid Majidi, “Miss Marx”, da italiana Susanna Nicchiarelli, além dos documentários “Kubrick por Kubrick”, do francês Gregory Monro, sobre o diretor Stanley Kubrick, “Sportin’ Life”, do americano Abel Ferrara, e “Coronation”, do chinês Ai Weiwei, que mostra o começo da pandemia de covid-19 em Wuhan. O pôster do evento foi criado pelo cineasta chinês Jia Zhang-Ke, que também estará presente com seu documentário “Nadando Até o Mar Ficar Azul”. A arte de Zhang-Ke também virou a vinheta da Mostra, mostrando um acendedor de incensos de Fenyang, cidade natal do cineasta, durante um ritual para o Deus da Literatura. Já os destaques nacionais incluem as premières de “Verlust”, de Esmir Filho, que reúne Andrea Beltrão e a cantora Marina Lima no elenco, “Casa de Antiguidades”, de João Paulo Miranda Maria, exibido nos festivais de Cannes, Toronto e San Sebastian, e “Cidade Pássaro”, de Matias Mariani, que integrou a Mostra Panorama do Festival de Berlim e foi adquirido pela Netflix. Com 36 filmes, a seleção brasileira traz ainda “Ana. Sem Título”, de Lúcia Murat, “O Lodo”, de Helvécio Ratton, “Curral”, de Marcelo Brennand, e “Mulher Oceano”, estreia da atriz Djin Sganzerla na direção, entre outras produções. Apesar do número de títulos ter caído drasticamente em relação a anos anteriores, a Mostra conseguiu reunir quase 200 filmes – exatamente 198 produções de 71 países – para sua edição da pandemia. São bem menos obras que as 327 do ano passado, mas mais países que os 65 representados em 2019. Do total, 88 títulos concorrerão ao troféu Bandeira Paulista na seção Novos Diretores, que premia obras de novos cineastas – que realizam seu primeiro ou segundo longa-metragem. As condições diferenciadas deste ano também significam que a Mostra não trará convidados internacionais para acompanhar as exibições. A presença dos diretores e de profissionais dos filmes selecionados se dará por meio de vídeos enviados previamente, entrevistas especiais gravadas e também lives. Veja abaixo o trailer do filme de abertura.
Mostra de São Paulo anuncia programação com sessões virtuais e drive-in
A organização da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo revelou neste sábado (10/10), numa live no YouTube, que a 44ª edição do evento vai acontecer de forma virtual e com projeções em cines drive-in, mesmo com a liberação dos cinemas na capital paulista neste fim de semana. A programação, que será exibida entre 22 de outubro e 4 de novembro, estará disponível no Spcine Play, Sesc Digital e num novo aplicativo do evento, Mostra Play. As duas primeiras plataformas exibirão sessões gratuitas, enquanto os filmes da Mostra Play terão ingresso a R$ 6,00. Já as sessões presenciais serão realizadas no Belas Artes Drive-In e no Sesc Drive-In (do Sesc Parque Dom Pedro). Alguns títulos de filmes também foram revelados durante a transmissão online. O longa-metragem escolhido para a abertura é o polêmico mexicano “Nova Ordem” (foto acima), de Michel Franco, vencedor do Grande Prêmio do Júri no recente Festival de Veneza. A seleção ainda inclui entre seus destaques “Não Há Mal Algum”, do iraniano Mohammad Rasoulof, vencedor do último Festival de Berlim, “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, do português João Botelho, baseado no livro homônimo de José Saramago, “Berlim Alexanderplatz”, do alemão-afegão Burhan Qurbani, “Gênero, Pan”, do filipino Lav Diaz, “Mães de Verdade”, da japonesa Naomi Kawase, “Crianças do Sol” (Sun Children), do iraniano Majid Majidi, “Miss Marx”, da italiana Susanna Nicchiarelli, além dos documentários “Kubrick por Kubrick”, do francês Gregory Monro, sobre o diretor Stanley Kubrick, “Sportin’ Life”, do americano Abel Ferrara, e “Coronation”, do chinês Ai Weiwei, que mostra o começo da pandemia de covid-19 em Wuhan. O pôster do evento foi criado pelo cineasta chinês Jia Zhang-Ke, que também estará presente com seu documentário “Nadando Até o Mar Ficar Azul”. A arte de Zhang-Ke também virou a vinheta da Mostra, mostrando um acendedor de incensos de Fenyang, cidade natal do cineasta, durante um ritual para o Deus da Literatura. Já os destaques nacionais incluem as premières de “Verlust”, de Esmir Filho, que reúne Andrea Beltrão e a cantora Marina Lima no elenco, “Casa de Antiguidades”, de João Paulo Miranda Maria, exibido nos festivais de Cannes, Toronto e San Sebastian, e “Cidade Pássaro”, de Matias Mariani, que integrou a Mostra Panorama do Festival de Berlim e foi adquirido pela Netflix. Com 36 filmes, a seleção brasileira traz ainda “Ana. Sem Título”, de Lúcia Murat, “O Lodo”, de Helvécio Ratton, “Curral”, de Marcelo Brennand, e “Mulher Oceano”, estreia da atriz Djin Sganzerla na direção, entre outras produções. Apesar do número de títulos ter caído drasticamente em relação a anos anteriores, a Mostra conseguiu reunir quase 200 filmes – exatamente 198 produções de 71 países – para sua edição da pandemia. São bem menos obras que as 327 do ano passado, mas mais países que os 65 representados em 2019. Do total, 88 títulos concorrerão ao troféu Bandeira Paulista na seção Novos Diretores, que premia obras de novos cineastas – que realizam seu primeiro ou segundo longa-metragem. As condições diferenciadas deste ano também significam que a Mostra não trará convidados internacionais para acompanhar as exibições. A presença dos diretores e de profissionais dos filmes selecionados se dará por meio de vídeos enviados previamente, entrevistas especiais gravadas e também lives. Veja abaixo a vinheta oficial da 44ª edição.


