Bettina Gilois (1961 – 2020)
A roteirista Bettina Gilois, que escreveu o sucesso “McFarland dos EUA” e foi indicada ao Emmy por “Bessie”, morreu dormindo no domingo (5/7) aos 58 anos. Ela enfrentava uma forma avançada de câncer, ao mesmo tempo que trabalhava em vários projetos. Gilois iniciou a carreira como assistente de Slava Tsukerman, diretora do cult “Liquid Sky”, em sua cidade natal, Berlim. Ao se mudar para Hollywood, trabalhou em várias produtoras de cinema, desenvolvendo projetos que ou não saíram do papel ou não lhe deram seu devido crédito, como “Hurricane, o Furacão” (1999), que rendeu um Globo de Ouro a Denzel Washington. Oficialmente, o primeiro filme a destacar seu nome como roteirista foi “Estrada para a Glória” (2006), um drama esportivo de temática edificante produzido pela Disney. Ela levou quase uma década para ver seu segundo roteiro filmado. Por coincidência, foi outro drama esportivo edificante da Disney. Dirigido por Niki Caro (“Mulan”), “McFarland dos EUA” (2015) trazia Kevin Costner (“Yellowstone”) como um treinador de futebol americano desempregado que decide transformar um grupo de estudantes de uma cidadezinha no melhor time de atletas corredores do país. O filme surpreendeu pelo sucesso inesperado de bilheteria. Seu terceiro crédito foi a telebiografia “Bessie”, da HBO, em que Queen Latifah viveu a célebre cantora de blues Bessie Smith. A produção venceu o Emmy de Melhor Telefilme e rendeu-lhe uma indicação ao troféu, como Melhor Roteirista. Ela ainda assinou “The Lost Wife of Robert Durst” (2017) para o canal pago Lifetime, sua última obra produzida. Entre os muitos projetos que estava desenvolvendo, incluem-se a série “Muscle Shoals”, sobre um famoso estúdio da era da soul music, uma telebiografia da cantora gospel Mahalia Jackson para o Lifetime e “A Million Miles Away”, a história de Jose Hernandez, imigrante que virou astronauta, para a Netflix. Além disso, dois de seus livros estão sendo transformados em filmes – “Billion Dollar Painter: The Triumph and Tragedy of Thomas Kinkade Painter of Light” e “Mi Vida Loca: The Crazy Life of Johnny Tapia”.
Johnny Depp vai produzir série sobre estúdio musical lendário dos anos 1960
O ator Johnny Depp vai produzir uma série dramática sobre o estúdio FAME, que revolucionou a música americana nos anos 1960, graças à gravação de diversos clássicos da música soul. A série vai contar a história real do lendário produtor Rick Hall, que transformou o FAME (Florence Alabama Music Enterprises), localizado em Muscle Shoals, interior do Alabama, no cenário de surgimento de algumas das músicas mais famosas de todos os tempos. Entre os artistas que gravaram hits no estúdio estão Aretha Franklin, Wilson Pickett, Etta James, Percy Sledge, Otis Redding, Clarence Carter, Solomon Burke, Allman Brothers Band e até os Rolling Stones. A trama é baseada na autobiografia de Rick Hall, “The Man From Muscle Shoals: My Journey from Shame to Fame”. A adaptação está a cargo da roteirista Bettina Gilois (do telefilme “Bessie”), a produção musical é da roqueira Nancy Wilson (da banda Heart) e entre os produtores também estão Greg “Freddy” Camalier, que dirigiu o documentário “Muscle Shoals: Um Lendário Estúdio de Rock” (2013), sobre a mesma história, e Richard Branson, que era dono da antiga gravadora Virgin. O projeto está em estágio inicial e ainda não há canal definido para sua exibição.

