Animações infantis são primeiros filmes exibidos na Arábia Saudita após 35 anos de censura
A Arábia Saudita escolheu animações infantis para retomar as exibições de filmes, após os cinemas serem proibidos no país por 35 anos. A decisão do governo saudita foi anunciado em dezembro e, para surpresa geral, os filmes começaram a ser exibidos no fim de semana passado. Tudo aconteceu de forma improvisada, com projeção em teatros, porque não existem salas de cinema no país. Após três décadas de censura total, o público árabe foi saudado com a exibição de “Emoji: O Filme”, animação que tem cocôs falantes e apenas 9% de críticas positivas no site Rotten tomatoes, e “As Aventuras do Capitão Cueca: O Filme”, que possui 86% de avaliações positivas. Segundo apurou a Reuters, os primeiros cinemas de verdade começarão a ser abertos a partir de março. As salas de exibição foram banidas no início da década de 1980, sob pressão dos líderes islâmicos que, baseados numa interpretação fundamentalista do islã, desaprovavam entretenimento público, além da mistura entre homens e mulheres no mesmo espaço público. A volta dos cinemas é parte de uma campanha de reforma liberalizadora, que tenta trazer a Arábia Saudita para o século… 20. No ano passado, o país também passou a permitir shows musicais e de comédia, além da carteira de motorista para mulheres. As mudanças estão acontecendo sob o comando do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, um jovem de 32 anos, que resolveu acabar com muitas restrições que atrasam o país. Um mês antes de anunciar as mudanças, ele mandou prender cerca de 40 príncipes, militares, ministros e empresários sob a acusação de corrupção, tirando do poder lideranças conservadoras com apoio do pai, o rei Salman bin Abdulaziz Al Saud, de 81 anos. Curiosamente, apesar da proibição, a Arábia Saudita possui uma pequena indústria audiovisual na capital Riad, que lança longas-metragens e documentários para o mercado internacional. E a ironia suprema é que o nome mais conhecido da produção cinematográfica saudita é uma mulher: Haifaa Al-Mansour, diretora e roteirista do premiado “O Sonho de Wadjda” (2012), sobre uma menina que quer uma bicicleta. O filme fez tanto sucesso que lhe permitiu iniciar carreira em Hollywood com “Mary Shelley”, previsto para julho, em que Elle Fanning vive a escritora de “Frankenstein”.
Arábia Saudita vai permitir abertura de cinemas no país após 35 anos de proibição
O governo da Arábia Saudita anunciou nesta segunda-feira (11/12) que vai acabar com a proibição de cinemas no país. A decisão põe fim a um veto de mais de 35 anos, desde que todos os cinemas do país foram fechados na década de 1980, após a ascensão de uma insurgência islâmica. “Como reguladora da indústria, a Comissão Geral para Mídia Audiovisual começou o processo de licenciar cinemas no Reino”, informou em comunicado o ministro da Cultura e da Informação saudita, Awwad bin Saleh Alawwad. A previsão é que os novos cinemas sejam abertos em março do próximo ano. Ironicamente, apesar da proibição, a Arábia Saudita é palco de uma pequena indústria de audiovisual na capital Riad, que lança sobretudo longas-metragens e documentários, exibidos no exterior. O anúncio do fim do veto acompanha uma série de medidas liberalizantes do governo saudita e faz parte de um ambicioso plano de reformas do príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, que busca promover espetáculos e eventos de entretenimento, apesar da oposição dos círculos conservadores. O conservadorismo na Arábia Saudita afeta, em especial, as mulheres, cujos direitos começam a ser reconhecidos no movimento modernizador do governo. Riad anunciou em outubro que, a partir de 2018, permitiria a elas participar de eventos esportivos em três estádios e a dirigir. Ainda assim, as sauditas continuam a enfrentar diversas restrições. Apesar de tanta proibição, o nome mais conhecido da produção cinematográfica saudita é uma mulher: Haifaa Al-Mansour, diretora e roteirista do premiado “O Sonho de Wadjda” (2012), sobre uma menina que quer uma bicicleta. O filme fez tanto sucesso que lhe permitiu iniciar carreira em Hollywood com “Mary Shelley”, previsto para julho, em que Elle Fanning vive a escritora de “Frankenstein”.
A Garota Ocidental examina a repressão feminina na tradição muçulmana
Certos filmes se fazem necessários menos por suas implicações estéticas e mais pela necessidade de chamar atenção para injustiças sociais. Especialmente em se tratando de uma cultura muito resistente como a tradição muçulmana, que influencia variados povos, etnias e crenças com sua inequívoca mensagem de repressão feminina. “A Garota Ocidental – Entre o Coração e a Tradição”, de Stephan Streker (“Michael Blanco”), apresenta história de Zahira (Lina El Arabi, da série francesa “Kaboul Kitchen”), uma jovem paquistanesa que é obrigada pela tradição a se casar com um homem paquistanês, mesmo morando em uma moderna cidade belga e contrariada com a imposição de sua família. Para piorar ainda mais a situação da moça, ela está grávida de um rapaz que não quer assumir a paternidade. Ela tenta, em algum momento, fazer o aborto, mas é impedida por sua consciência. Ela pede para que o procedimento seja interrompido. Um dos grandes méritos do filme é colocar o espectador no lugar de Zahira, já que, desde o começo, sentimos uma angústia que permanece até o fim da projeção. Aliás, que permanece um bom tempo depois que os créditos sobem. Mas será que a culpa do destino de Zahira é mesmo da religião e da cultura, elementos que aprisionam as pessoas, ou há algo que se aproxima de maldade pura na história? O que é mostrado no filme é uma questão complexa, mas não deixa de conter esse tipo de questionamento. O filme tem uma aproximação tão forte com a protagonista que quase beira um registro documental, com uso de câmera na mão em diversos momentos. Mesmo os momentos em que Zahira tenta se libertar, fugindo de casa ou mesmo da cidade, com um rapaz que diz gostar dela, parecem inquietantes, pois há sempre uma impressão de algo muito ruim que esteja prestes a acontecer. Isso demonstra a força da direção de Streker, cineasta belga que tem sua primeira obra lançada no Brasil em circuito comercial. E talvez tenha chamado atenção dos distribuidores justamente pela temática apelativa, no bom sentido do termo.
Vestido de Charlize Theron sofre censura em vídeos do Irã sobre o Oscar de Asghar Farhadi
O governo iraniano celebrou o Oscar de “O Apartamento”, do diretor Asghar Farhadi, mas sem perder o costume de censurar os maus hábitos ocidentais. As imagens do anúncio da vitória iraniana na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira sofreram intervenção da agência de notícias ILNA News, que cobriu a “falta de vergonha” da atriz Charlize Theron durante sua apresentação no Oscar 2017. Um vídeo disponível no site da agência mostra que os braços, ombros e o colo da atriz, que estavam descobertos, aparecem com uma mancha preta. Charlize Theron apresentou, ao lado de Shirley MacLaine, os indicados ao prêmio. Mas ela não foi a única a sofrer censura. Como Farhadi boicotou sua participação na cerimônia do Oscar em protesto contra a ordem executiva de Donald Trump, que suspendeu vistos de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, entre eles o Irã, seu troféu foi recebido por sua representante, a iraniana Anousheh Ansari, conhecida por ser a primeira mulher turista a visitar o espaço. O detalhe é que ela também “escandalizou” as autoridades do país. Apesar de usar um xale nos ombros, parte de seu colo também estava descoberta e foi borrada nas imagens disponibilizadas no Irã.
Ministro do Exterior do Irã elogia vitória e postura política do diretor de O Apartamento no Oscar 2017
O ministro do Exterior do Irã, Javad Zarif, usou o veículo de comunicação favorito de Donald Trump, o Twitter, para elogiar a vitória de “O Apartamento”, do iraniano Asghar Farhadi, como Melhor Filme em Língua Estrangeira no Oscar 2017, além de elogiar o discurso escrito pelo cineasta contra a iniciativa do governo americano de proibir a entrada de cidadãos iranianos e de outros seis países nos EUA. “Orgulhoso do elenco e da equipe de ‘O Apartamento’ pelo Oscar e sua postura contra o banimento muçulmano”, Zarif tuitou. “Os iranianos representam a cultura e a civilização há milênios”, lembrou. Asghar Farhadi, que já tinha vencido um Oscar em 2012 por “A Separação”, não compareceu à cerimônia em protesto à tentativa de Trump de impedir a entrada de muçulmanos nos EUA. Em seu lugar, a turista espacial Anousha Ansari recebeu o prêmio e leu o seu discurso. “É uma grande honra receber esse prêmio pela segunda vez. Gostaria de agradecer à Academia, meus produtores, e os indicados nessa categoria comigo. Eu sinto muito, mas minha ausência se dá em respeito aos povos do meu país e de outros seis países que foram desrespeitados pela lei inumana que bane a entrada de imigrantes nos Estados Unidos”, escreveu Farhadi. “Dividir o mundo entre nós e os inimigos gera medo e justifica agressão e guerra. Essas guerras impedem o desenvolvimento da democracia. Os cineastas podem usar suas câmeras para mostrar qualidades humanas, romper estereótipos e criar empatia. Nós precisamos hoje de mais empatia do que nunca.” No mesmo dia, seu filme foi projetado num protesto ao ar livre em Londres, que reuniu 10 mil pessoas para assisti-lo e apoiar sua candidatura ao Oscar. Na ocasião, Farhadi também se manifestou, falando com o público inglês por meio de um link ao vivo do Irã, afirmando que a solidariedade nascida em face da proibição de viagens do governo americano tinha originado “um movimento poderoso e unificado” em todo o mundo.
EUA negam visto a ator mirim do filme Lion, forte candidato ao Oscar 2017
Os Estados Unidos negaram visto de entrada ao ator mirim indiano Sunny Pawar. Segundo o site da revista Variety, menino de 8 anos iria ao país para promover o filme “Lion”, forte candidato ao Oscar, em que ele contracena com Nicole Kidman, Rooney Mara e Dev Patel. Pawar voaria nesta semana para Los Angeles acompanhado de seu pai para participar de exibições promocionais do filme, seguindo depois para um evento em Nova York. Mas a alfândega americana proibiu sua entrada no país. Uma das produções mais elogiadas do ano, vencedor do Festival de Chicago e 2º lugar no Festival de Toronto, “Lion” conta a história de um menino perdido nas ruas de Calcutá, que acaba adotado por um casal de australianos. Anos depois, ele volta para a Índia para encontrar seus pais biológicos. Sunny Pawar interpreta o personagem central do filme, durante as cenas de sua infância. O consulado americano em Mumbai, na Índia, não revelou porque negou o visto de entrada ao menino. O estúdio responsável pelo filme, The Weinstein Company, tenta resolver a situação, já que pretendia promover o menino como candidato a concorrer ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante. “‘Lion’ é uma história de amor, inclusão e benevolência independente de raça, religião ou etnia. O governando barrando a entrada de um garoto de 8 anos, que é a estrela do filme, no nosso país só mostra o quanto nós precisamos ser lembrados sobre os valores da nossa nação”, declarou um representante do estúdio em nota. Em sua campanha, o presidente eleito dos EUA Donald Trump prometeu que fecharia as fronteiras americanas para imigrantes, especialmente muçulmanos. “Donald Trump pede a suspensão total e completa da entrada de muçulmanos nos Estados Unidos até que os legisladores do nosso país compreendam o que está ocorrendo”, escreveu a equipe de campanha do candidato em um comunicado intitulado “Comunicado de Donald Trump para impedir a imigração muçulmana”. “Até que sejamos capazes de determinar e entender esse problema e o perigo que ele representa, nosso país não pode ser vítima desses ataques horrendos de pessoas que acreditam apenas na jihad, e que não tem nenhum senso de razão ou respeito pela vida humana”, diz o comunicado. O coordenador da campanha de Trump, Corey Lewandowski, afirmou que a proposta se aplicaria a “todo mundo”, considerando tanto muçulmanos que requisitam vistos de imigrantes quanto os que buscam entrar no país como turistas.
13 Horas: Michael Bay explode terroristas em trailer de filme de ação
Já pensou como seria um filme de “Transformers” sem os robôs gigantes? O trailer de “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi”, responde a essa questão crucial. A prévia do novo filme do diretor Michael Bay, a mente e o ego por trás da franquia “Transformers”, é repleta de explosões, fogo, bandeiras tremulando, tiros para todo o lado, correrias, gritaria, situações impossíveis e heróis capazes de enfrentar uma ameaça muito maior que suas possibilidades. Só que em vez de Decepticons, os vilões são terroristas muçulmanos. O filme é a versão hollywoodiana do ataque à Embaixada dos EUA em Bengasi, na Líbia, que aconteceu durante a chamada Primavera Árabe em 2012, no 11º aniversário dos atentatos de 11 de setembro. Durante a escalada de violência e anarquia da rebelião que derrubou o ditador Muammar Gaddafi, o rastro de destruição se voltou contra os símbolos do “grande satã”, culminando na invasão da Embaixada e no assassinato do embaixador dos EUA J. Christopher Stevens, primeiro embaixador americano morto em serviço desde 1979. O roteiro de Chuck Hogan (série “The Strain”) adapta um livro de Mitchell Zuckoff, que centra a ação na tropa de elite que tentou proteger a Embaixada do ataque muçulmano. O elenco inclui John Krasinski (série “The Office”), James Badge Dale (“Homem de Ferro 3”), Max Martini (“Círculo de Fogo”), David Costabile (“Lincoln”), Pablo Schreiber (série “Orange Is the New Black”), David Denman (série “The Office”) e Toby Stephens (série “Black Sails”). “13 Horas” estreia em 15 de janeiro nos EUA, esperando repetir o sucesso de “Sniper Americano”, que chegou ao grande circuito nesta mesma data em 2015. No Brasil, o lançamento acontece seis dias depois, em 21 de janeiro






