Documentário Las Sandinistas! vence a Mostra de São Paulo 2018
O documentário “Las Sandinistas!”, da americana Jenny Murray, ganhou o Troféu Bandeira Paulista 2018 na 42ª Mostra Internacional de São Paulo, encerrada na noite de quarta (31/11). Retrato de mulheres que lutaram na Revolução Sandinista, na Nicarágua, em 1979, o filme também ganhou o Prêmio do Público na categoria de Melhor Documentário. O Prêmio de Público na categoria ficção internacional ficou com “Cafarnaum”, de Nadine Labaki, sobre um garoto libanês de 12 anos que processa os pais abusivos por lhe darem vida. O júri internacional da Competição Novos Diretores ainda concedeu menção honrosa ao longa brasileiro “Sócrates”, de Alex Moratto, sobre a via-crúcis do personagem-título, que enfrenta pobreza, violência, racismo e homofobia. Já o Prêmio Petrobras de Cinema foi para “Meio Irmão”, de Eliane Coster, e o documentário “Torre das Donzelas”, de Susanna Lira. O dinheiro da premiação – respectivamente R$ 200 mil e R$ 100 mil – deve ser aplicado na distribuição e lançamento dos títulos nacionais. “Meio Irmão”, que trata dos efeitos de uma agressão homofóbica nas redes sociais, também foi premiada pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Mas os críticos que fizeram a cobertura local da Mostra preferiram a comédia romântica “Todas as Canções de Amor”, de Joana Mariani, e como Melhor Filme Internacional o drama “Nuestro Tiempo”, do mexicano Carlos Reygadas.
Festival do Rio enfrenta sua pior crise e quase não aconteceu em 2018
O 20º Festival do Rio, que começa nesta quinta-feira (1/11) com a exibição de “Viúvas”, de Steve McQueen (“12 Anos de Escravidão”), quase não aconteceu. Ele estava previsto originalmente para o início de outubro, precisou ser adiado e, em entrevista ao jornal O Globo, a diretora do evento Ilda Santiago admitiu que chegou a considerar seu cancelamento. “Houve momentos em tive vontade de jogar a toalha. Teve gente que sugeriu fazer um festival com poucos filmes ou só com uma mostra, mas isso não é o nosso perfil”, ela revelou. Ficou claro que a parte internacional do evento estava desvalorizada pela seleção absurda da Mostra de São Paulo, que reuniu os vencedores dos festivais de Cannes, Veneza, Berlim e até Locarno, além de filmes de grande repercussão do ano, fazendo seu line-up mais impressionante dos últimos tempos. Mesmo assim, o festival carioca projetará cerca de 200 títulos de 60 países durante 11 dias — uma redução em relação aos 250 filmes da edição anterior e ainda maior em comparação aos 300 que costumavam ser a média do evento. Também há menos convidados internacionais. Graças ao apoio de consulados e produtores, ainda há a presença de nomes de destaque, como o cineasta francês Olivier Assayas, que vem apresentar “Vidas Duplas”, seu novo longa estrelado por Juliette Binoche. Além disso, mostras especiais foram canceladas. Passagens e hospedagens para equipes dos filmes, limitadas. O motivo é político. O atual prefeito do Rio não prioriza a cultura diante do estado de calamidade da cidade, causada pela corrupção e má administração generalizadas. Nem parece que o Rio foi palco de Copa do Mundo e Olimpíadas há pouco, jorrando fortunas para esses eventos. A edição passada foi a primeira sem o apoio da Prefeitura, o que já tinha causado cortes. Este ano, a situação se agravou devido às eleições, que afetou a participação de patrocinadores estatais. O fato é que o Festival do Rio, há algum tempo, é mais valorizado por sua seleção nacional que por sua vitrine internacional. O evento sempre pareceu ser dois festivais em um. O maior de todos festivais do cinema brasileiro, que perde foco por ter holofotes divididos com estrangeiros ao seu redor. O reconhecimento disso é que a Première Brasil, seção que é o “verdadeiro” Festival do Rio para os artistas nacionais, continua do mesmo tamanho. E com o encolhimento das mostras paralelas, já representa quase metade de todo o evento, com a exibição de 84 obras brasileiras (ou coproduções) – 64 longas e 20 curtas, entre ficções e documentários. Mesmo assim, o festival abriu mão de uma antiga exigência, permitindo a participação de filmes exibidos em outros eventos. Isso impediu que obras confirmadas na Mostra de São Paulo fossem excluídas automaticamente devido ao adiamento do Rio, e acabou abrindo espaço para trabalhos que passaram por outros festivais, como Brasília e Gramado. Em competição, “Domingo”, de Clara Linhart e Fellipe Barbosa, “Tinta Bruta”, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher (prêmio Teddy em Berlim), e “A Sombra do Pai”, de Gabriela Amaral Almeida, já foram projetados em Brasília ou na Mostra de São Paulo. E o filme de encerramento, “O Grande Circo Místico”, de Cacá Diegues, abriu Gramado. A programação também inclui projeção de quatro clássicos nacionais em versão restaurada: “Central do Brasil” (1998), de Walter Salles; “Pixote: a lei do mais fraco” (1981), de Hector Babenco; e “Rio 40 graus” (1955) e “Rio Zona Norte” (1957), ambos de Nelson Pereira dos Santos. Alguns passaram antes na Mostra de São Paulo. A exclusividade também deixou de existir para a exibição de obras estrangeiras. Sem isso, o Festival do Rio perderia seus destaques internacionais, “Não me Toque”, da romena Adina Pintilie, vencedor do Urso de Ouro em Berlim, “Assunto de Família”, de Hirokazu Koreeda, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, “Infiltrado na Klan”, de Spike Lee, Grande Prêmio do Júri em Cannes, e outros, exibidos na Mostra de São Paulo. Esta seleção também ajuda a explicar o adiamento do Festival do Rio. Vale lembrar que, desde 2011, a Mostra de São Paulo exige ter première nacional de todos os filmes estrangeiros que exibe. Por conta disso, longas projetados no Festival do Rio não entravam na programação paulista, o que gerava um vice-versa. Com a troca de datas, o festival carioca pôde compartilhar vários títulos da Mostra. Que, convenhamos, continuam inéditos para a população do Rio. Sem falar que essa picuinha de cariocas versus paulistas é mais antiga que o ideário conservador que venceu as últimas eleições.
Mostra de São Paulo libera 11 filmes de sua programação para streaming gratuito
A Mostra de São Paulo fechou uma parceria com a plataforma Spcine Play, da rede municipal de cinema Spcine, para disponilizar 11 filmes de sua programação em streaming gratuito. Os longas já estão disponíveis no site oficial da plataforma. Entre os títulos selecionados, estão o longa alemão “Devoção”, o longa francês “Angkar” e o drama “Caminhos Magnetykos”, uma co-produção entre Brasil e Portugal. Eles poderão ser vistos gratuitamente por tempo limitado, até o dia 18 de novembro — ou até atingirem 800 visualizações. Já o circuito tradicional da 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo vai até o dia 31 de outubro. Confira abaixo a lista dos filmes disponibilizados. “Angkar”, de Neary Adeline Hay (França) “Anjo do Norte”, de Jean Michel Roux (Finlândia, França) “Amantes na Fronteira”, de Atsushi Funashashi (Portugal, Japão, EUA) “Caminhos Magnétykos”, de Edgar Pêra (Portugal, Brasil) “Devoção”, de Pablo Kaes (Alemanha) “El Creador de Universos”, de Mercedes Dominioni (Uruguai) “O Homem-Pykante – Diálogos com Pimenta”, de Edgar Pêra (Portugal) “José”, de Li Cheng (Guatemala) “L’Amour Debout”, de Michael Dacheux (França) “Malila: A Flor do Adeus”, de Anucha Boonyawatana (Tailândia) “Teatro de Guerra”, de Lola Arias (Argentina, Espanha)
Mostra de São Paulo 2018 vai do cinema mudo à realidade virtual, passando pela Netflix
A Mostra de São Paulo abre suas portas para o público nesta quinta (18/10), chegando à sua 42ª edição mais imponente que nunca. A programação é um absurdo cinéfilo, juntando todos os grandes vencedores dos festivais de Cannes, Veneza, Berlim e até Locarno, além de 18 obras indicadas por seus países para disputar uma vaga no Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira no ano que vem — incluindo o representante brasileiro, “O Grande Circo Místico”, de Cacá Diegues. Apesar do aperto financeiro – menor investimento estatal em período eleitoral – , a seleção reafirma a vitalidade da Mostra, que continua insuperável como maior evento internacional de cinema do Brasil, mesmo tendo perdido seu criador, Leon Cakoff, há sete anos – completados justamente nesta semana. Aberta para convidados na noite de quarta, com a exibição de “A Favorita”, do grego Yorgos Lanthimos, no auditório do Ibirapuera, a Mostra vai até 31 de outubro, com encerramento marcado pela projeção do vencedor do Festival de Veneza, “Roma”, de Alfonso Cuarón. O longa também é o indicado do México ao Oscar. Mas antes de ser consagrada, a “obra-prima” (na definição da revista Variety) foi rejeitada por Cannes, que se recusou a inclui-la em sua competição por ser uma produção da Netflix. Sob pressão do parque exibidor francês, o festival preferiu abrir mão das produções do gigante de streaming. Como resultado, realizou sua competição mais fraca dos últimos anos e viu a concorrência se fortalecer. Após Veneza, o Festival de Toronto foi além e programou sua abertura com um filme da Netflix. Agora, a Mostra traz esta discussão ao Brasil, sobre meio e mensagem, streaming e tamanho de tela, posicionando-se ao lado dos que veem filmes como uma forma de arte que não se confunde com arquitetura (sala de projeção). “É uma questão que teríamos de enfrentar, mais cedo ou mais tarde. Mas, para mim, o que importa é o filme, que ele seja visto”, disse Renata Almeida, diretora da Mostra, em entrevista para a imprensa durante a divulgação da programação. A seleção inclui muitos outros longas premiados, como “Assunto de família”, do japonês Hirokazu Kore-eda, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, “Não Me Toque”, da romena Adina Pintilie, vencedor do Urso de Ouro em Berlim, “Uma Terra Imaginada”, do singapurense Siew Hua Yeo, que levou o Leopardo de Ouro em Locarno, além de obras que deram o que falar no circuito dos festivais, como “Infiltrado na Klan”, do americano Spike Lee, e “A Casa que Jack Construiu”, do dinamarquês Lars von Trier. Junto da exibição de seu novo filme, Kore-eda será homenageado com o Prêmio Humanidade, pelo conjunto e a natureza humanista de sua obra, e terá uma retrospectiva na Mostra. A mesma homenagem será concedida ao médico oncologista Drauzio Varella por sua relação com a escrita e o audiovisual. Outro homenagem será feita ao iraniano Jafar Panahi, que está em prisão domiciliar e não pode sair de seu país. Ele receberá o Prêmio Leon Cakoff e terá seu filme mais recente, “3 Faces”, vencedor do prêmio de Melhor Roteiro em Cannes, exido na programação. O cinema brasileiro também será celebrado com exibições de cópias restauradas de alguns clássicos, como “Central do Brasil”, de Walter Salles, que comemorará 20 anos com a presença do diretor e parte do elenco, além de obras mais antigas, como “Feliz Ano Velho”, de Roberto Gervitz, que completa 30 anos, e “O Bandido da Luz Vermelha”, de Rogério Sganzerla, e “O Bravo Tuerreiro”, de Gustavo Dahl, que comemoram 50 anos. Entre os clássicos internacionais, o grande destaque fica com a exibição ao ar livre de “A Caixa de Pandora” (1929), do alemão Georg Pabst, com Louise Brooks no papel de Lulu. Programada para o Parque do Ibirapuera no dia 27, a projeção a obra-prima do cinema mundo terá acompanhamento musical da Orquestra Jazz Sinfônica. Do cinema mudo para a Netflix, a evolução do cinema é contínua. E a Mostra segue as inovações tecnológicas ao destacar até uma instalação em realidade virtual, “Chalkroom”, criada pela artista multimídia Laurie Anderson e o taiuanês Hsin-Chien Huang. Montada no novo Anexo do CineSesc e escolhida para ilustrar o pôster oficial do evento deste ano, a obra permite imersão do público, e é a antítese mais completa da experiência da Netflix, uma sala que é o próprio filme.
Mostra de São Paulo 2018 vai ter tudo: Netflix, realidade virtual, vencedores de Cannes, Veneza, Berlim e clássicos
Vai ter Netflix na Mostra de São Paulo deste ano. E também realidade virtual, ao lado de resgates de clássicos – até do cinema mudo. A evolução do cinema se reflete na programação do evento criado pelo falecido Leon Cakoff, que chega à sua 42ª edição com mais impacto cultural que nunca. Os grandes vencedores dos festivais de Cannes, Veneza, Berlim e Locarno são alguns dos destaques da programação, que, apesar do aperto financeiro – menor investimento estatal em período eleitoral – , mantém-se vastamente superior à seleção do concorrente direto, o Festival do Rio, em termos de representatividade internacional, com direito ainda a 18 obras indicadas por seus países para disputar uma vaga no Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira no ano que vem — incluindo o representante brasileiro, “O Grande Circo Místico”, de Cacá Diegues. Vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Veneza, “A Favorita”, do grego Yorgos Lanthimos, vai abrir o evento, em exibição para convidados no dia 17, no Auditório Ibirapuera. E “Roma”, de Alfonso Cuarón, que venceu o Leão de Ouro no festival italiano, encerra a programação no dia 31 de outubro. O filme de Cuarón também é o indicado do México ao Oscar. Mas antes de ser consagrado em Veneza, foi rejeitado por Cannes, que recusou-se a incluir o longa em sua competição por ser uma produção da Netflix. Sob pressão do parque exibidor francês, o festival preferiu abrir mão de obras do gigante de streaming. Como resultado, projetou sua competição mais fraca dos últimos anos e viu a concorrência se fortalecer. Após Veneza, o Festival de Toronto foi além e programou sua abertura com um filme da Netflix. Agora, a Mostra de São Paulo revela de que lado está nesta polêmica. “É uma questão que teríamos de enfrentar, mais cedo ou mais tarde. Mas, para mim, o que importa é o filme, que ele seja visto”, disse Renata Almeida, diretora da Mostra, em entrevista para a imprensa durante a divulgação da programação. A seleção inclui muitos outros longas premiados, como “Assunto de família”, do japonês Hirokazu Kore-eda, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, “Não Me Toque”, da romena Adina Pintilie, vencedor do Urso de Ouro em Berlim, “Uma Terra Imaginada”, do singapurense Siew Hua Yeo, que levou o Leopardo de Ouro em Locarno, além de obras que deram o que falar no circuito dos festivais, como “Infiltrado na Klan”, do americano Spike Lee, e “A Casa que Jack Construiu”, do dinamarquês Lars von Trier. Junto da exibição de seu novo filme, Kore-eda será homenageado com o Prêmio Humanidade, pelo conjunto e a natureza humanista de sua obra, e terá uma retrospectiva na Mostra. A mesma homenagem será concedida ao médico oncologista Drauzio Varella por sua relação com a escrita e o audiovisual. Outro homenagem será feita ao iraniano Jafar Panahi, que está em prisão domiciliar e não pode sair de seu país. Ele receberá o Prêmio Leon Cakoff e terá seu filme mais recente, “3 Faces”, vencedor do prêmio de Melhor Roteiro em Cannes, exido na programação. O cinema brasileiro também será celebrado com exibições de cópias restauradas de alguns clássicos, como “Central do Brasil”, de Walter Salles, que comemorará 20 anos com a presença do diretor e parte do elenco, além de obras mais antigas, como “Feliz Ano Velho”, de Roberto Gervitz, que completa 30 anos, e “O Bandido da Luz Vermelha”, de Rogério Sganzerla, e “O Bravo Tuerreiro”, de Gustavo Dahl, que comemoram 50 anos. Entre os clássicos internacionais, o grande destaque fica com a exibição ao ar livre de “A Caixa de Pandora” (1929), do alemão Georg Pabst, com Louise Brooks no papel de Lulu. Programada para o Parque do Ibirapuera no dia 27, a projeção a obra-prima do cinema mundo terá acompanhamento musical da Orquestra Jazz Sinfônica. No outro extremo da evolução do cinema, a artista multimídia Laurie Anderson, viúva de Lou Reed, assina com o taiuanês Hsin-Chien Huang a instalação em realidade virtual “Chalkroom”, montada no novo Anexo do CineSesc. A obra, que permite imersão do público, é destacada também no pôster oficial do evento, que este ano vai do cinema mudo ao virtual sem perder de vista o conteúdo.
Mostra de São Paulo 2018 ganha pôster e instalação de realidade virtual de Laurie Anderson
A Mostra Internacional de Cinema em São Paulo apresentou nesta terça (25/9) o pôster de sua 42ª edição, assinado pela cineasta, música e artista multimídia americana Laurie Anderson (“Coração de Cachorro”). Além disso, a Mostra contará com a instalação em realidade virtual que inspirou o cartaz, feita em parceria entre Anderson e o artista taiuanês Hsin-Chien Huang. Chamada de “Chalkroom”, ou quarto de giz, a obra permite o espectador “voar” em meio a palavras, desenhos e histórias que flutuam como se fossem inscrições numa lousa que recobre todo o ambiente. Veja o trailer abaixo. A instalação será montada num anexo do CineSesc, na rua Augusta, como uma das atrações do evento, que este ano acontece de 18 a 31 de outubro. A Mostra será o segundo festival internacional de cinema a receber a obra. A viúva do músico Lou Reed expôs seu “Chalkroom” em 2017 no Festival de Veneza, que concedeu o prêmio de Melhor Experiência em Realidade Virtual à instalação. Segundo Anderson, a obra destaca “um espaço feito de palavras e imagens de palavras”. “É como caminhar para dentro de uma história e se tornar parte dela. É uma maneira de você poder andar dentro de livros e filmes e deixar eles serem parte de sua própria história.” A cenografia da instalação no Brasil está a cargo de Daniela Thomas e Felipe Tassara. A seleção da 42º Mostra ainda está sendo fechada, mas alguns títulos foram divulgados recentemente, incluindo os vencedores dos festivais de Berlim e Cannes, “Touch Me Not”, da romena Adina Pintilie e “Assunto de família”, de Hirokazu Kore-Eda. Também estão na lista “Infiltrado na Kan”, de Spike Lee, “A Casa que Jack Construiu’, de Lars von Trier, e “3 Faces”, do iraniano Jafar Panahi. Além disso, a Mostra vai comemorar os 20 anos de “Central do Brasil” (1998), com uma exibição da cópia restaurada do filme de Walter Salles, com presença do diretor e de parte do elenco. Outro clássico do cinema brasileiro que ganhará cópia restaurada é “Pixote, A Lei do Mais Fraco” (1981), de Hector Babenco, cuja obra completa está sendo recuperada.
Festival do Rio 2018 adia sua realização para depois da Mostra de São Paulo
O Festival do Rio deste ano, que aconteceria entre 4 e 14 de outubro, foi adiado em cerca de um mês, e será agora realizado de 1º a 11 de novembro. Os produtores que inscreveram filmes na mostra Première Brasil foram avisados da mudança por meio de um e-mail enviado pela organização do festival. Segundo a mensagem, “a decisão foi tomada pensando na qualidade do evento, sua melhor estruturação e realização”. Por enquanto a direção do festival não forneceu mais detalhes. Mas é interessante observar que as novas datas causam uma inversão no calendário cinéfilo, deixando o Festival do Rio para depois de seu principal rival nacional, a Mostra de São Paulo. Anteriormente, a Mostra de São Paulo divulgou sua realização no período de 18 a 31 de outubro. Os dois eventos costumam disputar a exclusividade de exibição dos principais lançamentos do circuito dos festivais internacionais, bem como exibições de destaques do cinema brasileiro. Como o Festival do Rio exige que os inscritos na competição da seção Première Brasil sejam inéditos, isto pode representar guerra entre organizadores, levando produtores nacionais a optarem por um ou outro festival e não mais por ambos, como o calendário anterior permitia. No ano passado, por exemplo, o filme vencedor do Festival do Rio, “As Boas Maneiras”, entrou na programação da Mostra. O contrário também pode acontecer, levando o Festival do Rio a abrir mão da exigência de exclusividade. A conferir.




