Rui Motta, ex-baterista dos Mutantes, morre aos 72 anos
Rui Motta, ex-baterista dos Mutantes, morreu na última quarta-feira (17/1) aos 72 anos de idade, ainda sem causa divulgada. A informação foi compartilhada no perfil oficial do músico no Instagram. Além dos Mutantes, o artista ganhou reconhecimento nacional ao tocar com importantes nomes da música popular brasileira, como Erasmo Carlos, Marina Lima, Moraes Moreira, Sá e Guarabyra, além de Ney Matogrosso, Zé Ramalho e Steve Hackett (guitarrista da banda inglesa Genesis). O velório de Motta começou na manhã desta quinta-feira (18/1), na capela 7 do Cemitério São João Bastista, em Botafogo, no Rio de Janeiro. Já o sepultamento está marcado para iniciar às 15h30. Sobre o artista Nascido em Niterói, Rui Motta começou sua carreira na música com apenas 13 anos de idade e, aos 15, já trabalhava em pequenos eventos e programas de rádio e TV dos anos 1960. Em 1973, o artista juntou-se aos Mutantes na fase pós-tropicalista – e pós-Rita Lee – da banda, o que aumentou ainda mais sua projeção na indústria musical. Ele chegou a ser eleito duas vezes Baterista do Ano pela revista Rock, em votação pública. Apesar de trabalhar com diversos nomes importantes, Motta também seguiu carreira solo e gravou quatro discos: “Mundos Paralelos”, “Rui Motta”, “Sinestesia” e “Ilusão Motriz”. Ele vinha desde 2020 se dedicando à escola de música que fundou no Rio de Janeiro, onde dava aulas de bateria através de um programa exclusivo da oficina.
Famílias de Aldir Blanc, Rubens Fonseca e Moraes Moreira desmentem Regina Duarte
As famílias de Aldir Blanc, Rubens Fonseca e Moraes Moreira desmentiram a secretária especial da Cultura, Regina Duarte, que na quinta (7/5), em sua polêmica entrevista à CNN Brasil, disse que, apesar de não ter se manifestado em público, tinha se comunicado diretamente com as famílias de falecidos ilustres da cultura brasileira. Regina Duarte não teria feito nenhum contato com eles. Parentes das três personalidades receberam mensagens frias e institucionais por Whatsapp e Twitter de Milton da Luz Filho, assessor da Secretaria Especial da Cultura em Brasília. As comunicações não tinham a assinatura de Regina Duarte e teriam surpreendido pelo tom “institucional”, “apesar das palavras bonitas”, de acordo com o porta-voz da família de Aldir Blanc. “A família ficou estarrecida com as declarações dela (Regina Duarte) na entrevista”, acrescentou o porta-voz, em entrevista à BBC News Brasil. Regina vinha sendo cobrada por colegas de classe pelo silêncio da Secretaria não só sobre a morte de Blanc, mas também de outros nomes da cultura brasileira. Na entrevista à CNN, ela argumentou que, em vez de homenagens públicas, tinha optado por enviar mensagens privadas às famílias e não por “papel timbrado” da Secretaria Especial de Cultura. Assim como Bolsonaro já tinha dito que não era coveiro para se manifestar sobre as mortes de brasileiros pelo coronavírus, Regina afirmou na entrevista que não era “obituário”, ao ser cobrada pela falta de pronunciamentos sobre os falecimentos. “Será que eu vou ter que virar obituário? Quantas pessoas a gente está perdendo? Teve uma semana que foram três. Tem pessoas que eu não conheço. Aldir Blanc eu admiro, mas não conheci.” “O país está cultuando a memória deles, não precisa da Secretaria de Cultura. Pode ser que eu esteja errando, vou me corrigir. Não fiz por mal, peço desculpas, falei com as famílias, lamentei a perda… Nessa hora a pessoa que está mais constrangida pela perda é a família, e eu queria falar com elas diretamente, não por um papel timbrado da Secretaria”, justificou a ex-atriz. Em vários países, não só secretários de Cultura, mas presidentes e primeiros-ministros se manifestam publicamente diante de perdas importantes. O registro público também é uma satisfação para as famílias, além de deixar claro o reconhecimento aos grandes artistas. A opção de fazer isso de forma privada sugere o contrário, que se trata de um reconhecimento envergonhado, escondido, nunca às claras, como se houvesse perseguição do governo até na morte a certas personalidades da arte. A filha do cantor Moraes Moreira, Maria Cecilia Moraes, disse que considerou a mensagem privada inadequada. “Agradecemos toda e qualquer manifestação de solidariedade diante da perda de nosso pai. No entanto, nos causa estranheza, e até mesmo um certo desconforto, que essa manifestação nos tenha chegado através de uma mensagem de WhatsApp, enviada por seu assessor no privado”, comentou ao jornal Folha de S. Paulo. Para ela, “a secretária fala em nome de um cargo público e de uma secretaria de Cultura que tem por função representar institucionalmente a cultura brasileira”. “O que temos a dizer é sobre nossa perplexidade quanto à ausência de qualquer manifestação pública dessa secretaria em relação a essa perda, que não é somente pessoal e familiar, mas, acima de tudo, uma perda para a cultura do Brasil.” Ainda muito abalada com a morte do pai, uma das filhas de Blanc, Patricia, foi além, ao desabar à BBC News Brasil que, após assistir trechos da entrevista de Regina Duarte à CNN Brasil, ficou “enojada”. Aldir Blanc, que morreu de covid-19 na última segunda-feira (4/5), aos 73 anos, foi autor de mais de 500 canções, entre elas “O Bêbado e a Equilibrista”, que compôs com João Bosco e que ficou famosa na voz da cantora Elis Regina. A canção atingiu o topo das paradas em 1979 e ficou conhecida como o Hino da Anistia, em um momento em que o Brasil caminhava para pôr fim à ditadura militar. Repleta de referências e metáforas, é considerada um clássico da música brasileira. Na entrevista concedida à CNN Brasil de seu gabinete em Brasília, Regina também minimizou a ditadura militar brasileira, a tortura praticada no período e teve um chilique, interrompendo a entrevista, quando a emissora mostrou um vídeo enviado pela atriz Maitê Proença pedindo soluções para a classe artística em meio à pandemia do novo coronavírus. Nas redes sociais, vários artistas, alguns ex-colegas de Regina, criticaram fortemente suas declarações. Em compensação, o ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, ficou “encantado” pela implosão ao vivo da ex-atriz. “Fiquei encantado com a Regina pela demonstração de humanismo, grandeza, perspicácia, inteligência, humildade, segurança, doçura e autoconfiança que nos transmitiu”, escreveu Villas Bôas no Twitter.
Turnê da volta dos Novos Baianos vai ganhar documentário
A turnê que reúne a formação clássica da banda Novos Baianos vai virar filme. O diretor Paulo Fontenelle (“Divã a 2”) está preparando um documentário sobre os shows, que já passaram por São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O documentário deve trazer depoimentos dos músicos Moraes Moreira, Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, além de imagens dos shows – são 100 apresentações previstas até o final da turnê – e bastidores. Melhor grupo da geração surgida no embalo do Tropicalismo nos anos 1970, os Novos Baianos gravou grandes clássicos da música brasileira como “O Samba da Minha Terra”, “Preta Pretinha”, “Brasil Pandeiro”, “Acabou Chorare”, “Mistério do Planeta” e “A Menina Dança”. Seu segundo LP, “Acabou o Chorare” (1972), é um dos melhores discos nacionais da década de 1970.


