PIPOCAMODERNA
Pipoca Moderna
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc

Nenhum widget encontrado na barra lateral Alt!

  • Filme

    Dublê que inspirou “Era uma vez… em Hollywood” morre aos 89 anos

    26 de maio de 2023 /

    O ator, dublê e diretor Gary Kent faleceu aos 89 anos nesta quinta-feira (25/5), em uma clínica em Austin, no Texas, EUA. Com sua longa carreira no cinema, Kent serviu de inspiração para o personagem de Brad Pitt em “Era uma vez… em Hollywood”, longa de Quentin Tarantino lançado em 2019. A carreira de Gary Kent foi marcada por momentos intensos e lesões dolorosas. Ele sofreu ferimentos significativos durante suas performances como dublê nos filmes do diretor Richard Rush. Em “As Motos Diabólicas” (1967), cortou o braço em um vidro quebrado durante uma briga de bar, enquanto em “The Savage Seven” (1968) foi atropelado por uma motocicleta descontrolada, dividindo cenas com a atriz Penny Marshall (diretora de “Uma Equipe Muito Especial”). Tudo isso acabou inspirando um dos maiores clássicos do diretor, “O Substituto” (1980), sobre um criminoso foragido que se esconde em Hollywood trabalhando como dublê. Kent também firmou parceria com o diretor Monte Hellman, trabalhando em produções de faroeste como “A Vingança de um Pistoleiro” (1966) e “Disparo para Matar” (1966), ambos escritos pelo ator Jack Nicholson (“O Iluminado”). Embora sua carreira como dublê tenha chegado ao fim no set da comédia “Bubba Ho-Tep” (2002), quando ele sofreu uma queda que machucou sua perna, Kent continuou trabalhando como coordenador de dublês até 2019. Seu trabalho mais recente foi no longa de faroeste “Sex Terrorists on Wheels” (2019). Além do trabalho como dublê, Kent também deixou sua marca como ator, interpretando diversos papéis menores em filmes notáveis. Ele apareceu como trabalhador de tanque de gasolina no filme que lançou a carreira do diretor Peter Bogdanovich, “Na Mira da Morte” (1968). No mesmo ano, desempenhou o papel de um bandido em “Busca Alucinada” (1968), também dirigido por Rush. E fez vários filmes de motoqueiros e terrores baratos, como “Hell’s Bloody Devils” (1970), “The Incredible 2-Headed Transplant” (1971) e “Angels’ Wild Women” (1971). Para completar, também atuou como assistente de direção em “Drácula vs. Frankenstein” (1971), de Al Adamson, e como gerente de produção do musical “O Fantasma do Paraíso” (1974), dirigido por Brian De Palma. Sua importância na indústria do cinema foi reconhecida por Quentin Tarantino, que o entrevistou durante a produção de “Era uma vez… em Hollywood” (2019) para a construção do personagem de Brad Pitt. Servindo de inspiração para o carismático dublê Cliff Booth, o personagem inspirado em Kent rendeu a Pitt seu primeiro Oscar de Melhor Ator.

    Leia mais
  • Etc,  Filme

    Monte Hellman (1929–2021)

    21 de abril de 2021 /

    O diretor Monte Hellman, que dirigiu os clássicos cultuados “O Tiro Certo” (The Shooting) e “Corrida Sem Fim” (Two-Lane Blacktop), morreu na terça-feira, uma semana após sofrer uma queda em casa, aos 91 anos. Chamado de o cineasta americano mais talentoso de sua geração pela influente revista francesa Cahiers du Cinema, Monte Himmelbaum (seu nome verdadeiro) começou sua carreira nos anos 1950, abrindo uma companhia de teatro em Los Angeles. Ninguém menos que Roger Corman, o rei dos filmes B, foi um de seus investidores e eles se juntaram na primeira montagem de “Esperando Godot”, de Samuel Beckett, na cidade. Quando foi expulso de seu espaço depois de um ano, Hellman foi encorajado pelo produtor a entrar no cinema e assim fez sua estreia em 1959, dirigindo o terror barato “A Besta da Caverna Assombrada” com produção de Corman. Ele também foi um dos envolvidos nas filmagens de “Sombras do Terror”, que aconteceu apenas para aproveitar dois dias de estúdio agendado com cenários góticos, numa sobra do cronograma da produção de “O Corvo”, em 1963. Após Corman filmar dois dias de cenas de Boris Karloff subindo e descendo escadas, andando por corredores e abrindo portas num castelo, vários diretores foram convocados para completar a produção com cenas ao ar livre, entre eles Hellman e Francis Ford Coppola. Foi nessa produção inusitada que Hellman conheceu Jack Nicholson, astro do filme – trajado no uniforme napoleônico de Marlon Brando, contrabandeado de “Désirée, o Amor de Napoleão” (1954). Os dois se tornaram parceiros em várias produções. Hellman e Nicholson rodaram dois filmes consecutivos nas Filipinas para Corman em 1964, “Flight to Fury” e “Guerrilheiros do Pacífico”. O diretor filmou o segundo enquanto editava o primeiro, e antes de terminar o ano ainda completou “Cordilheira”, o que dá ideia do ritmo insano das produções de Corman. Depois de mostrar serviço, Hellman procurou o produtor para financiar um faroeste escrito por uma amiga de Jack Nicholson, a estreante Carole Eastman (que depois escreveria outro clássico, “Cada um Vive como Quer”). O produtor topou, desde que o mesmo orçamento rendesse dois westerns. O resultado foi “O Tiro Certo”, escrito por Eastman, e “A Vingança de um Pistoleiro”, com história concebida rapidamente por Nicholson. Os dois filmes marcaram época pelo uso das paisagens desertas e empoeiradas em Kanab, Utah, e levaram apenas três semanas para serem concluídos em 1966. “O Tiro Certo” também inaugurou a parceria do diretor com outro astro, Warren Oates (1928–1982), que Hellman passou a considerar seu alter ego no cinema. Na trama, o personagem de Oates era contratado para guiar uma mulher misteriosa (Millie Perkins) pelo deserto opressivamente quente, cuja agenda de vingança acaba incluindo um terceiro viajante, um pistoleiro habilidoso retratado por Nicholson. Já “A Vingança de um Pistoleiro” trazia Nicholson e mais dois cowboys em fuga, sendo caçados por vigilantes. “Achávamos que estávamos fazendo ‘Duelo ao Sol’”, Hellman disse uma vez ao LA Weekly sobre as filmagens, citando um western clássico dos anos 1940. Mas embora os dois longas tenham sido exibidos no Festival Cannes em 1966, nenhum recebeu distribuição nos cinemas dos Estados Unidos, porque a companhia europeia que os adquiriu no festival faliu. Eles só chegaram aos EUA na TV, onde estrearam dois anos depois. Por isso, a crítica cinematográfica demorou a descobri-los, o que só aconteceu na era do VHS, quando se tornaram cultuadíssimos e considerados pioneiros do western subversivo que revolucionou o gênero nos anos 1960. A decepção com o destino dos longas fez Hellman levar cinco anos para voltar a dirigir. Nesse meio tempo, trabalhou como editor em cult movies como “Os Anjos Selvagens” (1966) para Corman e “Os Monkees Estão de Volta” (Head, 1968) para Bob Rafelson. Mas quando decidiu que era hora de voltar ao cinema, trouxe ao mundo sua obra mais cultuada, “Corrida Sem Fim”, em 1971. O filme trazia o cantor James Taylor e o baterista dos Beach Boys, Dennis Wilson, como dois hot-rodders, que ganhavam a vida vencendo corridas de arrancada com seu Chevy One-Fifty de 1955 incrementado. Eles acabam desafiados pelo personagem de Warren Oates, proprietário de um novo Pontiac GTO, numa corrida pelas estradas do Arizona a Washington. As sessões de imprensa do longa chamaram atenção pelos aplausos, as primeiras críticas rasgaram elogios e o então chefe da Universal Pictures, Ned Tanen, chegou a dizer que “Corrida Sem Fim” era o melhor filme ao qual ele já tinha se associado. Infelizmente, seu chefe, Lew Wasserman, não compartilhou do mesmo entusiasmo. Ao contrário, achou que o filme era “subversivo”, segundo contava Hellman, e proibiu que o estúdio gastasse publicidade para promovê-lo, resultando num fracasso comercial. Hellman fez mais dois longas com Warren Oates, “Galo de Briga” (1974) e “A Volta do Pistoleiro” (1978), este último um spaghetti western rodado na Espanha. E passou muitos anos envolvido em projetos – mais de 50, segundo uma contagem – que acabaram nunca sendo realizados. Ele ainda trabalhou como editor de “Elite de Assassinos” (1975) para Sam Peckinpah e diretor de segunda unidade nas cenas de ação de “Agonia e Glória” (1980), de Samuel Fuller, e “RoboCop” (1987), de Paul Verhoeven. Além disso, como produtor executivo, ajudou a financiar “Cães de Aluguel” (1992), primeiro filme dirigido por Quentin Tarantino, enquanto pensava que poderia dirigir o roteiro do colega, que vislumbrava como um potencial clássico. Após seus últimos longas fracassarem – a aventura “Iguana: A Fera do Mar” (1988) e o terror “Noite do Silêncio” (1989), lançado direto em vídeo – o diretor só foi ressurgir mais de duas décadas depois, com “Caminho para o Nada” (2010), produzido por sua filha. Exibido no Festival de Veneza, o filme foi recebido com curiosidade, mas sua maior repercussão foi trazer de volta a lembrança de Monte Hellman para os cinéfilos de todo o mundo.

    Leia mais
@Pipoca Moderna 2025
Privacidade | Cookies | Facebook | X | Bluesky | Flipboard | Anuncie