Fábio Porchat se retrata após defender Leo Lins: “Mexeu comigo”
Fábio Porchat voltou atrás em sua defesa do humorista Leo Lins, acusado de transformar preconceito em uma apresentação de comédia. Após usar o argumento da liberdade de expressão contra a censura de piadas racistas e homofóbicas, o apresentador de “Que História É Essa, Porchat?” apagou seus posts anteriores, massacrados na internet, e publicou um novo pronunciamento sobre o caso. “Eu sei que muita gente ficou ofendida, decepcionada, e com razão. Isso mexeu comigo”, afirmou. A defesa inicial de Porchat aconteceu após o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinar que Leo Lins apagasse de seu canal do YouTube o vídeo de um de seus espetáculos, publicado em 2022. A juíza Gina Fonseca Correa entendeu que o comediante estaria “reproduzindo discursos e posicionamentos que hoje são repudiados”. Em seu primeiro posicionamento, publicado no Twitter, Porchat afirmou não ver problemas nas piadas que ridicularizam minorias sociais. “Ah, mas faz piada com minorias… E qual o problema legal? Nenhum. Dentro da lei pode-se fazer piada com tudo tudo tudo”, dizia um trecho do tuite original, em que Porchat chama a decisão da Justiça de “vergonha”. Entretanto, racismo e homofobia são crimes no Brasil. Após a repercussão negativa de seu posicionamento inicial, Porchat publicou novo vídeo no Instagram e admitiu ter cometido um erro. “Eu tenho pensado bastante nos últimos dias depois das minhas postagens no Twitter. Eu li muita coisa, recebi muitas mensagens, conversei com muita gente legal. E eu entendi totalmente as reações. Eu sei que muita gente ficou ofendida, decepcionada, e com razão. Isso mexeu comigo”, iniciou. “Eu queria deixar muito claro aqui que a minha posição nunca foi defender o humor racista. Eu sempre tentei promover o humor que não causasse dor, que não machucasse. Sempre disse, e eu continuo dizendo, que a comédia que agride, que humilha, que bate em grupos minorizados é péssima, é velha, é desnecessária. Ela atrasa o avanço social”, continuou. Porchat apontou que deveria ter pensado com mais cuidado no tema antes de dar sua opinião. “Achei importante agora deixar claro o que eu penso, porque eu não deixei antes. Eu escrevi dois tuítes sobre um assunto complexo, eu falei de forma rasa, precipitada, confusa”, declarou. “O que eu queria era falar de liberdade de expressão”, explicou. “A liberdade de expressão é a gente poder se expressar sem medo, sem censura, mas sempre dentro dos limites da lei. A liberdade de expressão não tira de você a responsabilidade do que você diz”, acrescentou. No fim do vídeo, o comediante reforçou que está ao lado das minorias. “A gente sabe que a lei sozinha não muda cultura, não muda cenário. A mudança de verdade vem dos movimentos sociais, que precisam ser apoiados. Eu valorizo a opinião de cada um de vocês e podem contar comigo sempre. Vamos em frente”, concluiu. Os comentários dos seguidores não aliviaram para o humorista. “Continua cancelado”, disse um. “Ué, se perdeu no personagem?”, ironizou outro. “Precisou de tanto tempo assim para ver que tinha vacilado?”, retrucou um terceiro. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Fabio Porchat (@fabioporchat)
Fábio Porchat defende Leo Lins, é criticado e se justifica
Fábio Porchat reclamou da decisão de Justiça de São Paulo, que derrubou um vídeo de stand-up de Léo Lins e o proibiu de debochar de minorias. Após ser massacrado por internautas, Porchat voltou a se manifestar contra a censura e afirmou que “nada disso é crime”. “Não gosta de uma piada? Não consuma essa piada. Se a piada não incitou o ódio e a violência, ela é só uma piada. Tem piada de todos os tipos, de pum e de trocadilho, ácida e bobinha. Tem piada de mau gosto? Tem também. Tem piada agressiva? Opa. Mas aí é só não assistir. Quem foi lá assistir ao Leo Lins adorou. Riram muito. Quem não gostou das piadas são os que não foram. Pronto, assim que tem que ser”, argumentou. Em outra parte do tuíte, o ator insistiu que a lei permite fazer piada com tudo. “Não gostar de uma piada não te dá o direito de impedir ela de existir. Ainda mais previamente. Impedir o comediante de pensar uma piada é loucura… Mesmo que você não goste desse comediante, mesmo que você despreze tudo o que ele diz, ele tem o direito de dizer. Ele tem o direito de ofender. Não existe censura do bem”, disse. Porém, os internautas continuaram do lado do Tribunal de Justiça de São Paulo. Os usuários reforçaram que a lei determina o que é discurso de ódio. Sem dar o braço a torcer, o famoso publicou um novo texto alegando ter “caído na armadilha” de expor sua opinião no microblog, que, segundo ele, quer “sangue, suor e lágrimas”. “É evidente que eu sou contra o racismo e inclusive sou muito aliado nessa luta faz tempo, eu já falei mil vezes em todas as entrevistas que eu dei que o tal do limite do humor é a Constituição. Se é crime não pode. Ponto. E lógico que quem se sentir ofendido pode e deve acionar a justiça. A minha questão aqui é com a censura prévia”, justificou-se. Para o ator, casos como o do Leo Lins afetam a sociedade em geral. “Eu sempre disse e continuo dizendo que acho ruim fazer um tipo de piada ofensiva, acho triste, acho velho, acho desagradável, mas nada disso é crime. Enquanto não for crime, pode. Eu não faço, mas tem gente que faz. E tem gente que ri”, pontuou. Isso aqui é uma vergonha! Inaceitável! https://t.co/UORUkpro2b — Fabio Porchat (@FabioPorchat) May 16, 2023 “Dentro da lei”. Pronto, Porchat, tu chegou no ponto: tem lei. E tem lei que regula o que é discurso de ódio, machismo, racismo, misoginia, xenofobia, intolerância. Não tem lei pra censurar piada, poesia, livro, palestra, mas TUDO que se fala está sob o jugo da lei. TUDO. — William De Lucca (@delucca) May 17, 2023 O tweet trás comparações que são totalmente assimétricas. Você é um humorista e já deve ter visto esse rapaz sendo constantemente transfóbico. Não dá para projetar uma certa ingenuidade falando sobre leis, Fábio. Te indico ler sobre o Pacto Narcísico da Branquitude. Cida Bento. — Ana Flor 🧜🏽♀️ (@Tdetravesti) May 17, 2023 Está aqui um belo exemplo de como não gerenciar uma crise de imagem. Oportunidade de ficar calado ou simplesmente reconhecer o erro mas não, vem a justificativa. Troque seus assessores ou reveja atitudes. — Ariel Acosta (@aru_acosta) May 17, 2023 É evidente que eu sou contra o racismo e inclusive sou muito aliado nessa luta faz tempo, eu já falei mil vezes em todas as entrevistas que eu dei que o tal do limite do humor é a Constituição. Se é crime não pode. Ponto. E lógico que quem se sentir ofendido pode e deve acionar a… — Fabio Porchat (@FabioPorchat) May 17, 2023
Justiça derruba vídeo de Leo Lins e proíbe piadas contra minorias
Leo Lins se envolveu em mais um imbróglio na última terça-feira (16/5). Desta vez, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou que o humorista apague um de seus vídeos cômicos no YouTube devido a piadas com minorias. Segundo a juíza Gina Fonseca Correa, o vídeo com mais de 3 milhões de acessos estaria “reproduzindo discursos e posicionamentos que hoje são repudiados”, como piadas sobre escravidão, perseguição religiosas e outras minorias. A decisão atendeu um pedido do Ministério Público de São Paulo. A magistrada ainda determinou que o Leo Lins não transmita, publique ou mantenha em determinados dispositivos arquivos de “conteúdo depreciativo ou humilhante em razão de raça, cor, etnia, religião, cultura, origem, procedência nacional ou regional, orientação sexual ou de gênero, condição de pessoa com deficiência ou idosa, crianças, adolescentes, mulheres, ou qualquer categoria considerada como minoria ou vulnerável”. Leo Lins precisou retirar de seu canal no YouTube qualquer vídeo que faça menção para os grupos minoritários e ficou proibido de mencioná-los em piadas futuras. Além disso, a juíza também proibiu que o comediante deixe São Paulo sem autorização judicial por mais de dez dias. A decisão ainda exige que o humorista compareça mensalmente em juízo para justificar todas as suas atividades. Caso não cumpra as ordens, Leo Lins terá que pagar multa diária de R$ 10 mil. A defesa de Leo Lins irá recorrer da decisão: “Entendemos que isso configuraria censura prévia, o que é proibido pela Constituição”, afirmou.
Atriz de Jane the Virgin cria polêmica ao dizer que atores negros ganham mais que outras minorias em Hollywood
A atriz Gina Rodriguez, que tem o papel-título da série “Jane the Virgin” (remake americano da novela “Joana, a Virgem”), causou polêmica ao afirmar que os atores negros recebem salários maiores que outras minorias, como latinos e asiáticos, em Hollywood. A declaração foi feita durante uma mesa redonda da versão online da revista de moda Porter, disponibilizada no canal do YouTube Net-a-Porter, que também contou com Ellen Pompeo (“Grey’s Anatomy”), Emma Roberts (“American Horror Story”) e Gabrielle Union (“Being Mary Jane”). “Mulheres brancas recebem mais que mulheres negras, mulheres negras recebem mais que asiáticas, asiáticas recebem mais que latinas”, afirmou a atriz durante a conversa. Veja a íntegra do vídeo abaixo. A fala de Rodriguez desagradou muitos internautas, que afirmaram que a declaração feita pela atriz não tinha nenhuma base teórica, e que discursos como esse prejudicam a luta pela diversidade. Muitos também apontaram que Sofia Vergara, atriz de descendência latina, é a mais bem-paga da TV americana. A entrevista também rendeu saia justa quando Ellen Pompeo apontou que a equipe por trás das câmeras não tinha diversidade. “Este dia tem sido incrível, e há uma tonelada de mulheres na sala. Mas eu não vejo cores suficientes”, ela disse sobre a Net-A-Porter. “Eu não vi cores suficientes quando entrei nessa sala hoje.” De acordo com dados de 2016, os homens brancos ainda ganham mais que todas as outras etnias e gêneros em todos os tipos de ocupação nos Estados Unidos, seguidos pelas mulheres brancas.



