Roger Michell (1956–2021)
O diretor Roger Michell, que fez o popular blockbuster romântico “Um Lugar Chamado Notting Hill”, morreu na quarta-feira (22/9) aos 65 anos. Ao anunciar o falecimento, a família do cineasta não revelou a causa nem o local do falecimento. Nascido na África do Sul, Michell teve uma carreira teatral de sucesso no Reino Unido, com passagens pelo Royal Court Theatre, pela Royal Shakespeare Company, onde foi diretor residente, e pelo National Theatre, entre outros palcos tradicionais do teatro britânico. Ele fez a transição para as telas no começo dos anos 1990, dirigindo a minissérie “Downtown Lagos” (1992) para a BBC e consagrando-se no ano seguinte com a enormemente aclamada “The Buddha of Suburbia” (1993), adaptação do romance homônimo de Hanif Kureishi estrelada pelo então jovem Naveem Andrews (“Lost”). Michell também dirigiu o clipe da música-tema da atração, composta por ninguém menos que David Bowie. Em seguida, assinou seu primeiro longa televisivo, “Persuasion”, adaptação do romance homônimo de Jane Austen, que venceu o BAFTA, troféu da Academia Britânica de Artes Cinematográficas e Televisivas, como Melhor Telefilme de 1995. A repercussão positiva dos trabalhos na TV o levou ao cinema. A estreia aconteceu em 1997 com “My Night with Reg”, drama centrado numa noite de reminiscências de um grupo de homossexuais ingleses depois que um de seus amigos morre de AIDS. Ele ainda fez outro drama, “Lutando Pela Paz” (1998), sobre a tensa situação política na Irlanda do Norte, antes de filmar a obra que mudou o rumo de sua carreira. Escrita pelo mestre das comédias românticas britânicas Richard Curtis, “Um Lugar Chamado Notting Hill” (1999) trazia Julia Roberts como uma estrela de Hollywood que se apaixonava, contra todas as possibilidades, por um livreiro inglês acanhado, interpretado por Hugh Grant. Cheia de personagens pitorescos, cenários londrinos e situações divertidas, a produção virou um fenômeno, estourou bilheterias em todo o mundo e levou Hollywood a assediar o diretor com vários projetos. Michell tentou mostrar versatilidade ao optar por estrear no cinema americano com o suspense “Fora de Controle” (2002), estrelado por Ben Affleck e Samuel L. Jackson. Mas o filme fracassou nas bilheterias. Frustrado, o diretor decidiu retomar a parceria com Hanif Kureishi, filmando dois roteiros do escritor de “The Buddha of Suburbia”: o drama “Recomeçar” (2003), com Daniel Craig, e a comédia “Venus” (2006), que rendeu ao astro Peter O’Toole sua indicação final ao Oscar de Melhor Ator. Ele chegou a ensaiar uma especialização em comédias, fazendo três em sequência: “Uma Manhã Gloriosa” (2010) com Rachel McAdams, “Um Final de Semana em Hyde Park” (2012) com Bill Murray e “Um Fim de Semana em Paris” (2013) com Lindsay Duncan e Jim Broadbent. Mas interrompeu a tendência com a minissérie “The Lost Honour of Christopher Jefferies”, que lhe rendeu um novo BAFTA em 2014, e preferiu variar os estilos de seus últimos longas. Seus trabalhos finais foram a adaptação gótica de “Minha Prima Raquel” (2017), baseada no romance de mistério de Daphne Du Maurier, em que Rachel Weisz viveu uma Viúva Negra fatal, o melodrama “A Despedida”, com Susan Sarandon no papel de uma mãe com doença terminal, e “The Duke” (2020), comédia com Jim Broadbent e Helen Mirren sobre um roubo de arte histórico.
Rachel Weisz é viúva traiçoeira em novo trailer de suspense da escritora de Rebecca e Os Pássaros
A Fox Searchlight divulgou um novo pôster e o segundo trailer de “My Cousin Rachel”, suspense britânico de época estrelado por Rachel Weisz, no papel da manipuladora personagem-título. A prévia mostra como Sam Claflin (franquia “Jogos Vorazes”) é enfeitiçado pelo charme – e o chá – da bela viúva, mesmo tendo quase certeza de que ela foi responsável pela morte de seu primo para ficar com a herança. A trama é baseada no romance escrito em 1951 por Daphne du Maurier, a célebre autora adaptada por Alfred Hitchcock em dois clássicos de suspense: “Rebecca, a Mulher Inesquecível” (1940) e “Os Pássaros” (1963), e já foi anteriormente levada ao cinema em 1952, com a diva Olivia de Havilland (“E o Vento Levou”) no papel principal. Este filme ganhou o título de “Eu Te Matarei, Querida” no Brasil, apesar de o livro ter sido traduzido literalmente como “Minha Prima Raquel”. A nova adaptação tem roteiro e direção do diretor Roger Michell, mais conhecido por comédias românticas como “Um Lugar Chamado Notting Hill” (1999) e “Um Fim de Semana em Paris” (2013), e o elenco ainda inclui Holliday Grainger (“Horas Decisivas”) e Iain Glen (série “Game of Thrones”). A estreia está marcada para 14 de julho nos EUA e ainda não há previsão de lançamento no Brasil.

