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Sylvia Syms, atriz de “Sob o Sol da África”, morre aos 89 anos
A atriz britânica Sylvia Syms, conhecida por seus papéis em filmes como “Sob o Sol da África” (1958) e “Meu Passado me Condena” (1961), morreu nessa sexta-feira (27/1), em Londres, aos 89 anos. Segundo informações divulgadas pela sua família à emissora Sky News, Syms morreu em Denville Hall, uma casa de repouso em Londres para pessoas aposentadas da indústria do entretenimento. “Nossa mãe, Sylvia, morreu pacificamente esta manhã. Ela viveu uma vida incrível e nos deu alegria e riso até o fim”, disse a família em comunicado. “Ainda ontem estávamos relembrando juntos todas as nossas aventuras. Ela fará muita falta. Também gostaríamos de aproveitar esta oportunidade para agradecer a todos no Denville Hall pelo excelente cuidado que tiveram com nossa mãe no ano passado.” Sylvia Syms nasceu em 6 de janeiro de 1934 em Londres, na Inglaterra. Ela frequentou a Academia Real de Artes Dramáticas e fez a sua estreia na TV em séries como “Terminus”, “Life With the Lyons” e o telefilme “The Romantic Young Lady”, todos lançados em 1955. Mas não demorou até que ela conseguisse papéis de destaque no cinema, como no cultuado “Sob o Sol da África” (1958), em que atuou ao lado de John Mills e Anthony Quayle. O filme se passa no norte da África, durante a 2ª Guerra Mundial, e acompanha um grupo de médicos que precisa cruzar o deserto em sua ambulância para chegar às linhas britânicas em Alexandria. Ainda em 1958, Syms também estrelou a aventura “O Espadachim do Rei” e a comédia “Satã à Meia-Noite”, seguidos por “Expresso Bongo” (1959), “O Proscrito de Hong Kong” (1959), “Uma Saudade em Cada Alma” (1960), “O Mundo de Suzie Wong” (1960) e “As Virgens de Roma”. Um dos seus papéis de maior destaque foi em “Meu Passado me Condena” (1961), em que interpretou a esposa de um advogado gay (vivido por Dirk Bogarde). O filme foi bastante controverso na época do seu lançamento e não recebeu o selo de aprovação do American Motion Picture Production Code (o código de censura da época). Ela se manteve ocupada nas décadas seguintes com diversas participações em filmes e séries, com destaque para “Sementes de Tamarindo” (1974), um thriller sobre a Guerra Fria co-estrelado por Julie Andrews e Omar Sharif, que lhe rendeu uma indicação ao BAFTA. Mais tarde, Syms ficou conhecida por interpretar personagens britânicas notáveis, incluindo Margaret Thatcher, que viveu no telefilme “Thatcher: The Final Days” (1991), e a Rainha Mãe (ou Elizabeth I) no filme “A Rainha” (2006). Outros papéis de destaque foram nos filmes “Uma Luz na Escuridão” (1992), “Tudo que uma Garota Quer” (2003), “Vingança Final” (2003), “A Aventura do Poseidon” (2005) e “Together” (2018). Seu último crédito como atriz foi em um episódio da série “Gentleman Jack”, exibido em 2019 na HBO.
Elke Maravilha (1945 – 2016)
Morreu Elke Maravilha, aos 71 anos, na madrugada de terça-feira (16/8) no Rio. A notícia foi compartilhada por seu perfil no Facebook. “Avisamos que nossa Elke já não está por aqui conosco. Como ela mesma dizia, foi brincar de outra coisa. Que todos os deuses que ela tanto amava estejam com ela nessa viagem. Eros anikate mahan (O amor é invencível nas batalhas). (Crianças, conviver é o grande barato da vida, aproveitem e convivam)”, diz o texto. Elke estava internada havia quase um mês na Casa de Saúde Pinheiro Machado, no Rio, após uma cirurgia para tratar uma úlcera. De acordo com o irmão de Elke, Frederico Grunnupp, a artista sofreu uma falência múltipla dos órgãos. Nascida na Rússia em 22 de fevereiro de 1945, Elke Georgievna Grunnupp mudou-se para o Brasil ainda criança, quando sua família fugiu do stalinismo, e naturalizou-se brasileira. Ela logo se tornou fluente em nove línguas: russo, português, alemão, italiano, espanhol, francês, inglês, grego e latim. Seu primeiro emprego foi como professora em uma escola de idiomas. No final dos anos 1960, aproveitou seu 1,80m para se lançar como modelo, tornando-se uma das profissionais preferidas da estilista Zuzu Angel. Foi com o papel de modelo, por sinal, que ela estreou no cinema, fazendo uma pequena participação no filme “Salário Mínimo” (1970), de Adhemar Gonzaga. Por causa da amizade com Zuzu, Elke acabou se envolvendo nos protestos contra o assassinato de Stuart Angel, o filho da estilista pelo regime militar. Na época, ela chegou a enfrentar a tortura da ditadura e ficar presa por seis dias em 1971. Conseguiu ser libertada por intermédio da própria Zuzu, que enviou um delegado para tirá-la da prisão. Esta história foi contada no filme “Zuzu Angel” (2006), no qual Elke foi interpretada pela atriz Luana Piovani e também fez uma participação especial. Uma das consequências de sua rebeldia contra o regime foi a perda de sua cidadania brasileira. Ela nunca pediu anistia para recuperá-la, por considerar que seria uma admissão de culpa. Preferiu virar alemã como sua mãe e requisitar visto de trabalho e residência permanente. A prisão não a deixou estigmada. Alta, loira e elegante, ela já tinha conquistado certa notoriedade por preferir roupas mais ousadas como modelo, e isto lhe abriu as portas para “desfilar” na TV, convidada a virar jurada da “Buzina do Chacrinha”. Ela encantou o apresentador Chacrinha e o público com um visual colorido e exótico, encontrando popularidade instantânea ao ser apresentada pelo apelido Elke Maravilha, que Chacrinha lançou para o Brasil. A relação com Chacrinha, a quem chamava de “painho”, era muito íntima. Em entrevista ao programa “Altas Horas”, em 2014, Elke falou sobre o apresentador, de quem era grande amigo e confidente. “Painho era extremamente afetivo. Ficava horas com ele dentro do camarim. Era muito gostoso”. Ela também foi jurada do “Programa Sílvio Santos”, mas a relação com o dono do baú e do SBT não rende os mesmos elogios. Elke morreu brigada com Sílvio Santos. O sucesso do Chacrinha, líder de audiência na TV brasileira, tornou Elke requisitadíssima. Ela apareceu em nada menos que 13 filmes nos anos 1970, entre eles alguns clássicos como “Quando o Carnaval Chegar” (1972), de Cacá Diegues, “O Rei do Baralho” (1973), de Julio Bressane, “Xica da Silva” (1976), novamente de Diegues, e “Tenda dos Milagres” (1977), de Nelson Pereira dos Santos. Teve até um filme com seu nome, “Elke Maravilha Contra o Homem Atômico” (1978), de Gilvan Pereira, em que lutava contra seu arquirrival dos juris televisivos, Pedro de Lara. No cinema, apareceu ainda nos clássicos “Pixote: A Lei do Mais Fraco” (1981), de Hector Babenco, e “Romance” (1988), de Sergio Bianchi, filmou com a Xuxa, em “Xuxa Requebra” (1999), participou de “A Suprema Felicidade” (2010), de Arnaldo Jabor, e foi redescoberta pela atual safra de comédias brasileiras, como “Mato Sem Cachorro” (2013), “Meu Passado Me Condena” (2013) e “Carrossel 2: O Sumiço de Maria Joaquina”, lançado neste ano. Na TV, roubou a cena na minissérie “Memórias de um Gigolô” (1986), da Globo, na qual viveu a inesquecível dona de bordel Madame Iara. A repercussão do papel foi tanta que Elke virou a “madrinha” da Associação das Prostitutas do Rio. Ela também participou das novelas “Pecado Capital” (1998), “Da Cor do Pecado” (2004) e “Caminho das Índias” (2009), entre outras, e teve seu próprio programa, o “Programa Elke Maravilha”, entre 1993 e 1996. Elke teve oito maridos, divertiu-se horrores e nunca quis ter filhos.


