Moana supera Frozen e vira maior bilheteria da história da Disney no Brasil
A Disney revelou que o sucesso de “Moana” no Brasil é muito maior que o imaginado. Após liderar as bilheterias nacionais, o filme superou o fenômeno “Frozen – Uma Aventura Congelante” em arrecadação, tornando-se a animação da Disney com maior faturamento no país em todos os tempos. Até o momento, “Moana” foi visto por 4,3 milhões de espectadores e rendeu R$ 61,3 milhão em arrecadação. Já “Frozen” teve 4,2 milhões de espectadores e uma bilheteria total de R$ 51,6 milhões. Os números de “Moana” ainda devem subir muito, pois, depois de liderar o ranking por duas semanas, o filme ainda está em 2º lugar entre os mais vistos no Brasil, mesma posição em que iniciou sua trajetória em 5 de janeiro, com lançamento em mais de mil salas. A produção volta a reunir a dupla de diretores Ron Clements e John Musker numa aventura marítima, quase três décadas após seu primeiro clássico do estúdio, “A Pequena Sereia” (1989). Novamente centrado numa princesa, o desenho acompanha a personagem-título, filha do chefe de uma tribo da polinésia, que resolve visitar a ilha mítica onde viviam seus ancestrais e, em sua jornada, conta com a ajuda do semideus Maui (voz de Dwayne Johnson na dublagem original). Grande sucesso internacional, “Moana” já rendeu US$ 533 milhões em todo o mundo.
Quase metade da população brasileira mora em cidades sem cinema
Um relatório divulgado pelo Sindicato da Indústria Audiovisual (SICAV) revelou que o número de salas de cinema no Brasil cresceu 12,2% entre 2013 e 2015, de 2.679 telas para 3.005. Mas o resultado mal pode ser comemorado, porque, apesar do crescimento, 46% dos brasileiros moram em cidades em que não há cinema algum. Os dados fazem parte do estudo Impacto Econômico do Setor Audiovisual Brasileiro, que teve consultoria da Associação de Cinema dos EUA (MPA), entidade que representa os seis maiores estúdios de Hollywood em todo o mundo, e foi revelado no RioMarket, área de negócios do Festival do Rio. “Há uma concentração geográfica das salas de cinema em relativamente poucos estados, portanto, precisa ter mais oferta física para que as pessoas possam consumir também produto audiovisual”, disse o diretor da divisão da associação americana para a America Latina (MPA-AL), Ricardo Castanheira, à Agência Brasil. Entre 2013 e 2015, o número de ingressos vendidos nos cinemas do país também subiu de 149,5 milhões para 173 milhões, o que provocou alta no faturamento de R$ 1,7 bilhão para R$ 2,4 bilhões. O levantamento aponta ainda que, embora a participação dos filmes nacionais tenha crescido no total de lançamentos, saindo de 26,5% em 2009 para 28,9% em 2015, a renda com a venda de ingressos para as produções nacionais não acompanhou esse crescimento. E o motivo é o que os filmes estrangeiros concentram a maior parte da renda das bilheterias. O diretor da MPA-AL disse que muitos brasileiros ainda não frequentam o cinema por causa do valor dos ingressos, considerado elevado. “O valor médio do ingresso em 2013 corresponde 0,6 da renda mensal per capita do brasileiro. Nos países desenvolvidos, é apenas 0,3. Isso se deve à uma elevada carga tributária que incide sobre o setor audiovisual, que se projeta no preço final do ingresso. Reduzir a carga tributária é um desafio extremamente importante para dar um estímulo e vitalidade maior”, apontou. Apesar destes dados, Castanho conclui, como já é tradicional e piloto automático para a MPA, que o maior culpado pela dificuldade de expansão da indústria cinematográfica no país é a pirataria. Esta simplificação simplesmente não cola mais, já que o próprio relatório aponta a falta de salas, preços elevados e até a ausência completa de cinema em muitas cidades. Falta uma política audiovisual decente no país, que não incentive apenas a produção de filmes que a maioria da população não tem acesso. Uma reação à falta de infra-estrutura cinematográfica pode ser constatada em outra parte do relatório, que diz respeito ao crescimento do mercado dos serviços de Vídeo On Demand (VoD), como a plataforma Netflix. Em um ranking mundial, o Brasil é o 8º país que mais consome este tipo de serviço, com receita estimada em US$ 352,3 milhões em 2016. Superando, por exemplo, o México, com receita estimada em US$ 188,4 milhões, e Argentina (US$ 124,8 milhões). No entanto, o VoD também depende de uma política de expansão das telecomunicações, com ampliação do acesso à internet de banda larga a preços mais baixos e de maior velocidade. Afinal, mesmo somando o VoD, apenas 11% da população têm acesso a serviços audiovisuais no país. Se quase metade da população brasileira mora em cidades em que não existem cinemas, se apenas 11% da população tem acesso a serviços VoD, dá realmente para culpar a pirataria? Ao contrário, apenas a pirataria tem cumprido o serviço de levar filmes à maioria da população do país. E combatê-la, em vez de “resolver o problema”, só tende a agravar a dificuldade de acesso aos produtos audiovisuais para o público brasileiro. Infelizmente, a MPA vê a América Latina como um continente criminoso e busca incentivar táticas de repressão numa guerra frontal contra a pirataria, repetindo o que fez a DEA, em sua guerra ao narcotráfico. Tanto é que seu relatório aponta a existência de mais de 400 websites de pirataria voltados para o mercado brasileiro. Desta lista, 57 recebem mais de 1 milhão de visitas mensais. Então, aí está. Um país com 3 mil salas de cinema tem 1 milhão de visitas mensais em sites de pirataria cinematográfica e a culpa é do crime. Que fácil seria se fosse tão simples. Mas, gente, bora ler o relatório completo. Afinal, pagaram por isso.
Capitão América: Guerra Civil tomou 76% de toda a bilheteria do fim de semana no Brasil
Se havia necessidade de demonstrar melhor o que significa deixar metade dos cinemas brasileiros com um único filme, o desempenho de “Capitão América: Guerra Civil” tornou-se autoexplicativo. Depois de bater recorde em sua estreia no Brasil, o filme rendeu, em seu segundo fim de semana em cartaz, mais R$ 27,4 milhões, com público de 1,6 milhão de espectadores. O levantamento foi feito pela empresa de monitoramento ComScore. A diferença de rendimentos para o 2º colocado do ranking de faturamento, “Mogli, O Menino Lobo”, é brutal. A fábula da Disney não passou dos R$ 2,7 milhões e 179,6 mil espectadores. Para se ter ideia, a arrecadação de “Capitão América” chega a representar 76% do total de ingressos vendidos no período em todo o país. Sem regulação da Ancine, o mercado vai enfrentar um quebra-cabeça e tanto para encaixar “Angry Birds – O Filme” nos cinemas, a partir de quinta (12/5). Vai faltar sala até para os lançamentos limitados.
Mercado de cinema passa longe da crise com aumento de público e bilheteria no Brasil
A Agência Nacional do Cinema (Ancine) divulgou seu balanço anual, revelando os números da indústria cinematográfica no Brasil em 2015. E os números são expressivos. Não só houve aumento de 11% na quantidade de espectadores por salas de cinema no país, como a renda foi cerca de 20% superior à do ano passado. Longe da crise, os cinemas brasileiros lotaram em 2015, com 172,9 milhões de espectadores e uma bilheteria de R$ 2,35 bilhões. De acordo com a Superintendência de Análise de Mercado da Ancine, essas são as maiores taxas de crescimento de bilheteria e de público registradas nos últimos cinco anos, e tanto os filmes brasileiros quanto os estrangeiros contribuíram para esse aumento. Mais pessoas viram filmes nacionais em 2015 que no ano anterior – 22,5 milhões de espectadores ante os 19,1 milhões em 2014. O número absoluto de ingressos vendidos para a produção brasileira também foi o terceiro maior do período analisado (de 2009 a 2015). Em 2015, foram lançados 128 longas-metragens nacionais. Comparado a 2014, com 114 lançamentos, houve um aumento de 12,3% de títulos brasileiros nos cinemas. Mas entre os títulos brasileiros exibidos no ano, apenas sete filmes ultrapassaram a marca de 1 milhão de espectadores. Em levantamento anterior, a Ancine já tinha revelado que as 10 maiores bilheterias de 2015 foram comédias, realizadas em coprodução com a Globo Filmes, o que configura uma concentração que não deve ser comemorada. Apesar da falta de variedade entre os blockbusters nacionais, houve um crescimento do parque exibidor brasileiro, que encerrou 2015 com um pouco mais de 3 mil salas em funcionamento. O país não atingia esta marca desde 1977. No ano passado foram inaugurados 58 complexos, totalizando 252 novas salas. Outros 11 complexos foram reabertos e oito ampliaram seu número de telas. No total, houve um acréscimo de 304 novas telas. O crescimento foi mais intenso na região Sudeste, que ganhou 165 novas salas, sendo 91 delas no estado de São Paulo. Não é à toa, portanto, que muitos filmes só são exibidos em São Paulo e no Rio de Janeiro, raramente chegando a outros estados. Outro dado curioso é o avanço do processo de digitalização nas salas de cinema. De acordo com o levantamento, o parque exibidor chegou ao final do ano com 2.775 salas digitalizadas, o que representa 92% das salas do país. Em 2014, o percentual era de 62,5%.



