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    Estreias | Os 10 melhores lançamentos de streaming do começo do ano

    5 de janeiro de 2024 /

    Os destaques da programação de streaming da primeira semana de 2024 são seis filmes e quatro séries. Entre as novidades do cinema em casa, estão obras que impressionaram a crítica em suas passagens recentes pelo cinema, como o drama de sobrevivência “A Sociedade da Neve”, o terror “Fale Comigo” e a biografia nacional “Nosso Sonho”, além do novo “Jogos Vorazes”. Já as séries são compostas por dois animes e duas produções live-actions estreladas por grandes astros asiáticos, com destaque para a vencedora do Oscar 2023 de Melhor Atriz, Michelle Yeoh. Confira abaixo mais detalhes.   FILMES   A SOCIEDADE DA NEVE | NETFLIX   O drama de sobrevivência do cineasta espanhol J.A. Bayona é uma recriação dramática do desastre aéreo envolvendo o voo 571 da Força Aérea Uruguaia em 1972. Este evento, que se tornou conhecido como “Milagre dos Andes” e “Sobreviventes dos Andes”, envolveu a queda de um avião na cordilheira chilena, transportando uma equipe uruguaia de rúgbi, com seus amigos e familiares. Baseada no livro de 2009 do jornalista uruguaio Pablo Vierci, a produção oferece uma narrativa autêntica, destacando a resiliência humana e a realidade angustiante do canibalismo enfrentado pelos sobreviventes. O elenco, composto por atores latino-americanos relativamente desconhecidos, adiciona realismo à história, capturando as dificuldades da situação extrema vivida pelos personagens. A produção contou com filmagens em locações reais, nas próprias montanhas dos Andes e na Serra Nevada, na Espanha. A história é principalmente narrada por Numa Turcatti (Enzo Vogrincic), um estudante de direito, que originalmente optou por não participar da viagem. A narrativa alterna entre os eventos anteriores ao acidente, destacando o espírito jovial da equipe de rúgbi de Old Christians, e os momentos após a queda, com cenas intensas do acidente e dos esforços para sobrevivência em condições extremas. A representação do acidente é marcada por realismo e tensão, seguida pela luta contínua pela sobrevivência dos personagens, culminando em uma dramática caminhada de 10 dias para a segurança realizada por Nando Parrado (Agustín Pardella) e Roberto Canessa (Matías Recalt). Repleto de momentos emocionantes, o longa também destaca a cinematografia de Pedro Luque e a trilha sonora de Michael Giacchino, que contribuem para a atmosfera de tensão e desespero. Os 96% de aprovação no Rotten Tomatoes confirmam que se trata da melhor versão cinematográfica da tragédia, que já foi filmada anteriormente numa produção mexicana dos anos 1970 e no drama hollywoodiano “Vivos”, de 1993. Além disso, os fatos reais servem de clara inspiração para a série “Yellowjackets”, atual sucesso da Paramount+.   FALE COMIGO | PRIME VIDEO   Com a fama de melhor terror dos últimos anos, o longa de estreia dos irmãos gêmeos Danny e Michael Philippou apresenta uma trama de possessão diferente de tudo que já foi feito. O filme acompanha um grupo de jovens na Austrália, que descobrem uma mão embalsamada que supostamente pertenceu a um médium ou satanista. Essa mão torna-se o objeto central de um jogo perigoso e viciante, que permite aos jogadores comunicar-se com os mortos. Ao segurar a mão e pronunciar as palavras “fale comigo”, o jogador pode ver o que parece ser um fantasma. Ao adicionar “eu te deixo entrar”, o espírito assume o controle do corpo do jogador até que alguém retire o objeto de suas mãos. Existem regras adicionais, como um tempo limite, para impedir que a possessão se torne definitiva. A protagonista é Mia (Sophie Wilde, de “Eden”), uma adolescente introvertida que perdeu a mãe e se vê atraída por essa experiência sobrenatural, inicialmente tratada como uma atração de festa. Sua obsessão em contatar a mãe logo a faz descobrir como a brincadeira pode ser mortal, quando as regras são quebradas. A trama também aborda temas como a cultura da internet, onde a possessão demoníaca se torna uma tendência viral, e a busca por escapismo através de rituais perigosos. O filme foi um sucesso instantâneo no Festival de Sundance deste ano, quando caiu nas graças dos críticos e desencadeou uma guerra por seus direitos de distribuição – vencida pelo estúdio indie especializado A24. Com impressionantes 95% de aprovação da crítica, registrada no site Rotten Tomatoes, a obra chama atenção pelos efeitos assustadores e a habilidade dos diretores em equilibrar humor e terror.   JOGOS VORAZES: A CANTIGA DOS PÁSSAROS E DAS SERPENTES | VOD*   Versão “Malévola” de “Jogos Vorazes”, o filme é um prólogo centrado na trajetória inicial de Coriolanus Snow, que mais tarde se torna o presidente tirânico de Panem. Interpretado por Tom Blyth (da série “A Idade Dourada”), o jovem Snow é apresentado como um estudante de uma família outrora influente, mas agora empobrecida. Ele é encarregado de ser mentor de Lucy Gray Baird, uma tributo do Distrito 12 (o mesmo de Katniss), vivida por Rachel Zegler (“Amor, Sublime Amor”). Ambientada numa época em que os Jogos Vorazes ainda estão se estabelecendo como um instrumento de opressão, a trama explora as origens do evento e o início da ascensão de Snow ao poder. Dirigido por Francis Lawrence e escrito por Michael Arndt, veteranos da franquia, o filme detalha o desenvolvimento moral de Snow, entre a sua ambição e seu senso de moralidade. A dinâmica entre Snow e Lucy Gray evolui durante os Jogos, com o futuro presidente reconhecendo o potencial dos Jogos como ferramenta política e espetáculo manipulador. A narrativa é enriquecida por personagens secundários marcantes, como a Dra. Volumnia Gaul, interpretada por Viola Davis (“A Mulher Rei”), uma personificação da crueldade e manipulação do regime de Panem, o reitor de universidade Dean Casca Highbottom, vivido por Peter Dinklage (“Game of Thrones”) e responsável por uma dinâmica complexa com Snow, além de Jason Schwartzman (“Fargo”), que acrescenta uma camada de humor negro como Lucretius “Lucky” Flickerman, o apresentador dos Jogos que é antepassado do personagem de Stanley Tucci nos filmes originais. Apesar de ter conquistado boa bilheteria, “A Canção dos Pássaros e das Serpentes” dividiu a crítica dos EUA, atingindo apenas 59% de aprovação, devido à duração excessiva (2h37) e por falhar em fornecer insights profundos sobre questões morais e políticas. O filme tenta balancear a violência dos Jogos com um drama político, mas acaba não atingindo plenamente esses objetivos. Além disso, introduz várias cenas de música, particularmente em torno do personagem de Lucy Gray Baird, aproveitando o talento vocal de Rachel Zegler, que prolongam demais a produção. O uso da música é um aspecto distintivo deste filme em comparação com os filmes anteriores, que se concentravam mais na ação.   NOSSO SONHO | TELECINE   Maior bilheteria nacional do ano, o filme biográfico narra a história de Claudinho e Buchecha, interpretados pelos atores Lucas Penteado (“BBB 21”) e Juan Paiva (“Um Lugar ao Sol”). A produção conta como uma amizade de infância se tornou icônica, apresentando os desafios pessoais de Claudinho (Penteado) e Buchecha (Paiva), dos bastidores da fama às dificuldades enfrentadas rumo ao sucesso, antes do final trágico da dupla, com a morte de Claudinho num acidente de trânsito em 2001. A história é contada sob visão de Buchecha, que insistiu para que Claudinho aceitasse formar uma dupla. O destino dos artistas começa a ser traçado quando sua primeira música toca numa rádio local e eles assinam contrato nos anos 1990. A história dirigida por Eduardo Albergaria (“Happy Hour”) ainda é marcada por hits que marcaram época, como “Só Love”, “Coisa de Cinema” e a homônima “Nosso Sonho”, que embalam a trama. O elenco também conta com Tatiana Tiburcio (“Terra e Paixão”), Nando Cunha (“Os Suburbanos”), Clara Moneke (“Vai na Fé”), Antônio Pitanga (“Amor Perfeito”) e Isabela Garcia (“Anos Dourados”) entre outros. Há algumas simplificações narrativas, mas “Bohemian Rhapsody” cometeu os mesmos pecados. “Nosso Sonho” ainda compartilha os mesmos acertos do filme sobre Freddie Mercury, ao enfatizar a emoção de seus personagens, que de forma catártica também emociona o público.   DO OUTRO LADO DA DOR | NETFLIX   Estreia do ator e roteirista Daniel Levy na direção de longa-metragens, o filme apresenta uma abordagem sensível e pessoal sobre a perda, diferenciando-se das comédias anteriores do artista, mais conhecido pelo sucesso de “Schitt’s Creek”. Ambientada em Londres e Paris, história relata o luto de Marc, interpretado pelo próprio Levy, um artista que se vê em um turbilhão de emoções após a trágica morte de seu marido, Oliver (Luke Evans), um famoso escritor de romances de fantasia. A trama se desenrola em torno da dificuldade de superação de Marc, destacando os desafios emocionais e a complexidade dos relacionamentos humanos. Para ajudar Marc no momento difícil, o filme destaca dois amigos mais próximos: Sophie (Ruth Negga, de “Preacher”) e Thomas (Himesh Patel, de “Yesterday”). Esses personagens, cada um com seus próprios desafios e inseguranças, formam uma espécie de família improvisada ao redor do enlutado. A narrativa se desenvolve quando Marc, após quase um ano da morte de Oliver, decide abrir um cartão de Natal deixado por ele, revelando segredos que abalam sua compreensão do relacionamento que eles compartilhavam. Esse ponto de virada leva os três amigos a uma viagem a Paris, onde Marc busca compreender melhor a vida secreta de Oliver, enquanto Sophie e Thomas enfrentam suas próprias lutas internas. Além de apresentar locais visualmente atraentes e um elenco carismático, a produção propõe uma reflexão sobre como lidamos com a perda e a importância dos amigos durante momentos difíceis.   MAVKA – AVENTURA NA FLORESTA | *VOD   A animação ucraniana explora a coexistência entre humanos e o mundo natural. Inspirada na peça de 1911 “The Forest Song” de Lesya Ukrainka, a trama segue Mavka, uma ninfa de cabelos verdes encarregada de proteger o “Coração da Floresta”. Ela se vê dividida entre seu dever e seu amor por Lukas, um músico humano. A história ganha complexidade quando Lukas é enviado para buscar um elixir mágico na floresta, intensificando o conflito entre os mundos humano e espiritual. A animação é notável por sua paleta de cores hipersaturada e pela atenção aos detalhes no movimento dos personagens. A trilha sonora é outro ponto alto, especialmente as canções folclóricas ucranianas que são incorporadas à trama, contribuindo para o caráter distintivo da obra. O filme também aborda temas mais amplos, como a invasão russa na Ucrânia, embora de forma alegórica. Mavka, em um momento crucial, acessa uma “faísca de raiva” que lhe dá força para enfrentar os invasores, um elemento que tem sido interpretado como uma metáfora para a resiliência ucraniana. Produzido pelo estúdio de animação ucraniano Animagrad, o filme levou sete anos para ser concluído e superou “Avatar: O Caminho da Água” nas bilheterias locais no começo e 2023.   SÉRIES   IRMÃOS SUN | NETFLIX   A nova série estrelada por Michelle Yeoh, vencedora do Oscar 2023 de Melhor Atriz por “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”, traz a atriz como uma ex-chefona do crime, que tem que revelar a verdade sobre a família para o filho ingênuo americano, após rivais descobrirem seu paradeiro e tentarem matá-lo. A personagem da atriz é Eileen Sun, uma mulher astuta e experiente que construiu uma vida para si e para seu filho mais novo, Bruce (Sam Song Li), depois de deixar o mundo dos crimes e gangsteres de Taiwan para trás. Mas anos depois de se estabelecer em Los Angeles, seu passado a alcança, quando rivais descobrem seu segredo. Para sobreviver e salvar o filho, ela conta com o retorno de seu filho mais velho, Charles (Justin Chien). Criado como um criminoso endurecido dentro de uma tríade taiwanesa, ele viaja aos EUA para manter sua mãe e seu irmão seguros depois que seu pai é morto por um assassino desconhecido. Embora a trama seja repleta de socos, balas e chutes, “Irmãos Sun” também é uma história de família, na qual mãe e filhos trabalham para curar as feridas causadas por sua separação, antes que um de seus incontáveis ​​inimigos os mate. Criada por Brad Falchuk (“American Horror Story”) e o estreante Byron Wu, a série tem direção de Kevin Tancharoen (de “Mortal Kombat: Rebirth”), um especialista em cenas de ação.   A CRIATURA DE GYEONGSEONG – PARTE 2 | NETFLIX   Os três últimos capítulos...

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    Estreias | “Five Nights at Freddy’s” é principal filme na véspera do Halloween

    26 de outubro de 2023 /

    A lista de estreias de cinema desta quinta-feira (26/10) não reflete o calendário comemorativo da véspera do Halloween. As poucas opções de terror para a data são um filme de vampiro brasileiro cabeçudo e “Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim”, adaptação do game homônimo com classificação etária mirim: 14 anos. Ótima notícia para as plataformas de streaming e suas ofertas com mais variedade de diversão assustadora para o Dia das Bruxas. Os lançamentos da semana são bastante variadas e incluem assassinos meticulosos, hipnose intrigante e bossa nova animada. “O Assassino” oferece um olhar frio e calculista sobre a vida de um matador de aluguel, sob a direção acurada de David Fincher, “Hypnotic – Ameaça Invisível” é um thriller supernatural estrelado por Ben Affleck e Alice Braga, enquanto “Atiraram no Pianista” oferece uma viagem animada pela vida do pianista brasileiro Francisco Tenório Júnior. Além destes, a programação inclui “Mavka – Aventura na Floresta”, animação baseada na mitologia ucraniana, e outras opções em circuito limitado que podem ser conferidas abaixo.   FIVE NIGHTS AT FREDDY’S – O PESADELO SEM FIM   “Five Nights at Freddy’s” é uma franquia de videogame lançada em 2014, que rapidamente conquistou uma enorme base de fãs pelo mundo, ao desafiar os jogadores a sobreviver ao ataque de personagens infantis hostis em um restaurante assombrado, chamado Freddy Fazbear’s Pizza. Na adaptação, Josh Hutcherson (“Jogos Vorazes”) arranja emprego de segurança noturno na pizzaria abandonada, com estilo de buffet infantil, que costumava atrair o público com bonecos eletrônicos. Durante a ronda noturna, ele descobre que as criações animatrônicas ganham vida e precisa lutar contra o terror para sobreviver – e salvar sua irmã caçula, que resolveu lhe fazer uma visita. A adaptação foi feita para um público bem juvenil, evitando os jorros de sangue que se espera de um filme slasher (de psicopatas com facas) – veja-se, como exemplo sanguinolento, o similar “Willy’s Wonderland – Parque Maldito” (2021). Entretanto, é bastante fiel à premissa e a estética do game. Os animatrônicos e efeitos especiais foram criados pela empresa de Jim Henson, responsável pelos Muppets. Além de Hutcherson, o elenco inclui Elizabeth Lail (“Você”), Piper Rubio (“Holly & Ivy”), Kat Conner Sterling (“A Semana da Minha Vida”), Mary Stuart Masterson (“Benny & Joon – Corações em Conflito”) e Matthew Lillard (“Scooby-Doo”). Já a direção do longa é da experiente diretora de terror Emma Tammi (“Terra Assombrada”).   O ASSASSINO   O novo thriller dirigido por David Fincher gira em torno de um assassino profissional não nomeado, interpretado por Michael Fassbender (“X-Men: Apocalipse). O filme abre com o assassino meticulosamente preparando-se para realizar um serviço em Paris. Ele se posiciona em um prédio alto, esperando pacientemente para executar sua vítima, enquanto compartilha sua filosofia de vida através de uma narração. A calma profissional do assassino é quebrada quando ele falha em completar o serviço, gerando consequências severas para ele e sua companheira, que é brutalmente atacada como retaliação pelo seu erro. Após o fracasso em Paris, o assassino retira-se para a República Dominicana, mas logo descobre que seus empregadores colocaram um contrato sobre ele. Com sua vida em perigo, ele embarca em uma missão de vingança que o leva a perseguir advogados e assassinos rivais por diversas localidades, desde Nova Orleans até Chicago. Durante sua jornada, ele se depara com uma assassina bem-falante interpretada por Tilda Swinton (“Era uma Vez um Gênio”), que oferece uma abordagem ainda mais niilista para a arte de matar, proporcionando momentos de alívio cômico e introspecção. Adaptação de uma graphic novel, a produção permite um reencontro entre Fincher e o roteirista Andrew Kevin Walker, com quem o diretor trabalhou num de seus filmes mais cultuados, “Seven – Os Sete Pecados Capitais” (1995). Executado com atenção meticulosa aos detalhes, a obra também evoca clássicos do gênero como “Os Assassinos” (1964) e “À Queima-Roupa” (1967), dois filmes estrelados por Lee Marvin, em sua busca por retratar, de forma estilizada, o submundo dos assassinos contratados. Produção original da Netflix, chega ao streaming em duas semanas (10/11).   HYPNOTIC – AMEAÇA INVISÍVEL   Já imaginaram um thriller de Christopher Nolan (“Tenet”) dirigido por Robert Rodriguez (“Pequenos Espiões”)? “Hypnotic” é um filme derivativo, em que Ben Affleck (“Liga da Justiça”) vive um detetive atormentado pelo desaparecimento de sua filha e se vê em um jogo de gato e rato com um supercriminoso, interpretado por William Fichtner (“Mom”), dotado de poderes hipnóticos extraordinários (ou nem tanto, veja-se o Homem Púrpura de “Jessica Jones”). Ao lado da personagem de Alice Braga (“O Esquadrão Suicida”), que é descrita como uma “médium de loja de conveniência”, ele desvenda um mundo onde indivíduos, chamados de “hipnóticos”, têm a capacidade de influenciar a mente de outros através de uma “largura de banda psíquica”. A aventura é acompanhada por diálogos peculiares, e momentos que desafiam a realidade e imitam a estética de “A Origem”. O enredo se estende por uma série de cenas que variam entre o surreal e o absurdo, onde os personagens se encontram em situações cada vez mais bizarras, tendo que manter a seriedade. Pode-se dizer que Rodriguez compensa a falta de originalidade e lógica com exagero, entregando uma diversão camp assumida. Em seu lançamento nos EUA, alguns dos críticos mais tradicionais aprovaram, enquanto, paradoxalmente, a turma geek odiou de paixão – fazendo o longa atingir apenas 30% de aprovação no Totten Tomatoes.   ATIRARAM NO PIANISTA   Filme de abertura do Festival do Rio deste ano, o documentário animado espanhol explora a vida e o misterioso desaparecimento do pianista brasileiro Francisco Tenório Júnior, que integrava a banda de Vinicius de Moraes e Toquinho e desapareceu em Buenos Aires, em 1976, numa história que combina a leveza da bossa nova com a brutalidade das ditaduras militares. Dirigido por Fernando Trueba e Javier Mariscal (do premiado desenho “Chico e Rita”), o filme traz Jeff Goldblum como a voz do personagem fictício Jeff Harris, um jornalista musical de Nova York. Inicialmente interessado em escrever sobre a bossa nova, Harris se depara com uma gravação de Tenório e se embrenha na investigação do seu desaparecimento. A narrativa é estruturada como uma busca de Jeff Harris por respostas, percorrendo o trajeto entre Nova York, Rio de Janeiro e Buenos Aires, com a ajuda de seu amigo João, dublado por Tony Ramos. Entrevistas com 39 músicos brasileiros, amigos e familiares de Tenório formam o cerne do filme, juntamente com reminiscências sobre a vida e obra do pianista. A animação em estilo vibrante e desenhos feitos à mão de Mariscal enriquecem a narrativa e proporcionam um contraponto visual ao tema sombrio da história. Cenas recriadas de eventos e performances musicais são intercaladas com entrevistas e material documental coletado por Trueba ao longo de cerca de 15 anos. Além de abrir uma janela para a época tumultuada e para os impactos da Operação Condor, a obra também destaca a contribuição musical do pianista, revivendo uma sessão de gravação de 1964 e mostrando a influência duradoura da bossa nova, numa dualidade entre a beleza artística e a violência dos regimes autoritários de direita.   MAVKA – AVENTURA NA FLORESTA   A animação ucraniana explora a coexistência entre humanos e o mundo natural. Inspirada na peça de 1911 “The Forest Song” de Lesya Ukrainka, a trama segue Mavka, uma ninfa de cabelos verdes encarregada de proteger o “Coração da Floresta”. Ela se vê dividida entre seu dever e seu amor por Lukas, um músico humano. A história ganha complexidade quando Lukas é enviado para buscar um elixir mágico na floresta, intensificando o conflito entre os mundos humano e espiritual. A animação é notável por sua paleta de cores hipersaturada e pela atenção aos detalhes no movimento dos personagens. A trilha sonora é outro ponto alto, especialmente as canções folclóricas ucranianas que são incorporadas à trama, contribuindo para o caráter distintivo da obra. O filme também aborda temas mais amplos, como a invasão russa na Ucrania, embora de forma alegórica. Mavka, em um momento crucial, acessa uma “faísca de raiva” que lhe dá força para enfrentar os invasores, um elemento que tem sido interpretado como uma metáfora para a resiliência ucraniana. Produzido pelo estúdio de animação ucraniano Animagrad, o filme levou sete anos para ser concluído e superou “Avatar: O Caminho da Água” nas bilheterias ucranianas no começo do ano.   OS DELINQUENTES   O candidato argentino a uma vaga no Oscar 2024 é um filme nada convencional de assalto a banco. A história inicia com Morán (Daniel Elías), um gerente de banco, que, sem muita pressa, encaminha-se ao seu local de trabalho, onde junto a outro funcionário acessa o cofre do banco. Contrariando a expectativa usual de filmes de assalto, a execução do plano de Morán é exposta de maneira simples e quase trivial. Ele propõe a seu colega de trabalho, Román (Esteban Bigliardi), um acordo peculiar: Morán roubará US$ 650,000 do banco, entregará o montante para Román guardar e se entregará à polícia. Ele calcula que cumprirá três anos e meio de prisão, e ao final desse período, ambos dividirão o dinheiro. Ao se entregar à polícia, Morán confia que Román manterá sua parte no acordo, no entanto, a trama se desdobra em situações inusitadas e revela camadas insuspeitas. A chegada de uma jovem energética chamada Norma (Margarita Molfino) altera ainda mais a dinâmica entre Morán e Román, apresentando novas questões existenciais. O filme brinca com a ideia de duplicidade, como evidenciado nos nomes anagramáticos dos personagens principais e na escalação do mesmo ator, Germán De Silva, para interpretar o chefe do banco e o chefe da prisão. Além de desafiar convenções, a narrativa do diretor Rodrigo Moreno (“Mala Época”) parece brincar com a paciência da audiência com sua duração de três horas, propondo uma reflexão sobre as escolhas de vida dos personagens e as consequências de suas ações.   LEONORA, ADEUS   A primeira obra de Paolo Taviani após a morte de seu irmão e parceiro Vittorio, em 2018, possui forte simbolismo ao explorar a jornada das cinzas de Luigi Pirandello, dez anos após sua morte em 1936. O filme também é uma reflexão sobre a conexão dos irmãos Taviani com o dramaturgo, evidenciada num de seus clássicos iniciais, “Caos”, de 1984. Naquele filme, os Taviani exploraram cinco histórias curtas de Pirandello, demonstrando uma afeição duradoura pela complexidade teatral e narrativa do autor. “Leonora, Adeus” retoma essa ligação, entrelaçando a narrativa principal com aspectos meta-teatrais inspirados em Pirandello. A jornada das cinzas se torna uma tela para explorar a relação entre vida, morte e arte, temas que os Taviani também exploraram em “Caos”. No começo da narrativa, é retratada a tentativa de transportar as cinzas de Pirandello de volta à Sicília, conforme seu último desejo, enfrentando adversidades e situações cômicas, especialmente quando um conselheiro de Agrigento (Fabrizio Ferracane) se envolve nessa missão. Essa jornada é enriquecida por um retrato vibrante da vida italiana pós-2ª Guerra Mundial, destacando as interações humanas em um trem repleto de refugiados e civis em busca de consolo. A segunda parte do filme transita para a dramatização de “O Prego”, onde a história de um imigrante italiano em Nova York é contada, abordando temas de violência e redenção, sempre com uma atmosfera melancólica e reflexiva, acompanhada pela trilha sonora delicada de Nicola Piovani. O filme é uma mistura de estilos que vai desde sequências ficcionais em preto e branco até material de arquivo – de filmes neorrealistas italianos clássicos e noticiários da época – , todos engenhosamente entrelaçados para contar uma história que é tanto um tributo ao escritor quanto uma reflexão sobre a vida e a morte, servindo como um aceno afetuoso de Paolo a seu falecido irmão Vittorio.   BRADO   O drama italiano explora o universo do western no contexto contemporâneo. O protagonista Renato, interpretado pelo diretor do filme, Kim Rossi Stuart (“Tommaso”), se machuca ao cair de um cavalo recém-adquirido, chamado Trevor. Por conta de lesões, ele se vê incapaz de treinar o animal para competições de cross-country, e seu filho distante, Tommaso (Saul Nanni), é convocado para ajudar. O enredo se...

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    Filme de Claudinho e Buchecha e “Mercenários 4” chegam aos cinemas

    21 de setembro de 2023 /

    Os principais lançamentos de cinema desta quinta (21/9) se dividem entre ação truculenta de filmes B americanos e projetos musicais brasileiros. Os principais destaques são “Nosso Sonho”, cinebiografia de Claudinho e Buchecha, e o documentário “Elis e Tom, Só Tinha que Ser com Você”, sobre um dos maiores discos da MPB dos anos 1970. Já as opções de pancadaria são “Os Mercenários 4”, filme mais fraco e quase um spin-off da franquia, e o polêmico “O Som do Silêncio”, sobre um herói da extrema direita dos EUA levando justiça à bela na América do Sul, antes de ser acusado de abuso sexual por sete mulheres. Confira todas as estreias da semana.   NOSSO SONHO   O filme biográfico narra a história de Claudinho e Buchecha, interpretados pelos atores Lucas Penteado (“BBB 21”) e Juan Paiva (“Um Lugar ao Sol”). A produção conta como uma amizade de infância se tornou icônica, apresentando os desafios pessoais de Claudinho (Penteado) e Buchecha (Paiva), dos bastidores da fama às dificuldades enfrentadas rumo ao sucesso, antes do final trágico da dupla, com a morte de Claudinho num acidente de trânsito em 2001. A história é contada sob visão de Buchecha, que insistiu para que Claudinho aceitasse formar uma dupla. O destino dos artistas começa a ser traçado quando sua primeira música toca numa rádio local e eles assinam contrato nos anos 1990. A história dirigida por Eduardo Albergaria (“Happy Hour”) ainda é marcada por hits que marcaram época, como “Só Love”, “Coisa de Cinema” e a homônima “Nosso Sonho”, que embalam a trama. O elenco também conta com Tatiana Tiburcio (“Terra e Paixão”), Nando Cunha (“Os Suburbanos”), Clara Moneke (“Vai na Fé”), Antônio Pitanga (“Amor Perfeito”) e Isabela Garcia (“Anos Dourados”) entre outros. Há algumas imprecisões anacrônicas na reconstituição dos anos 1990 e simplificações narrativas, mas “Bohemian Rhapsody” cometeu os mesmos pecados. “Nosso Sonho” ainda compartilha os mesmos acertos do filme sobre Freddie Mercury, ao enfatizar a emoção de seus personagens, que de forma catártica também emociona o público.   OS MERCENÁRIOS 4   A sequência da franquia “Mercenários” chega quase 10 anos depois da última produção e vem mais violenta e sangrenta que as anteriores, o que lhe rendeu uma classificação R-Rated (para maiores) nos EUA. Desta vez, é Jason Statham (“Velozes e Furiosos 10”) quem tem mais destaque que os colegas famosos, com Sylvester Stallone (“Rambo: Até o Fim”) em claro papel de coadjuvante. Criador da franquia, ele aparece como responsável por reunir a equipe para mais uma aventura explosiva, juntando personagens veteranos e novos rostos, como se lançasse um spin-off. Quem também retorna são Dolph Lundgren (“Creed 2”) e Randy Couture (“Roubo Entre Ladrões”), que se juntam a novos mercenários interpretados pelo rapper 50 Cent (“Rota de Fuga 3”), Megan Fox (“Meia-Noite no Switchgrass”) e Tony Jaa (“Monster Hunter”). O elenco ainda conta com Andy Garcia (“O Pai da Noiva”), Iko Uwais (“22 Milhas”), Jacob Scipio (“Bad Boys 3”) e Levy Tran (“MacGyver”). Na trama, a equipe enfrenta uma ameaça que pode desencadear uma possível 3ª Guerra Mundial: terroristas que tomaram posse de mísseis nucleares. A direção é de Scott Waugh (“Need For Speed”), que troca a camaradagem bem-humorada dos personagens dos primeiros filmes por uma seriedade de thriller de ação feito para o mercado de vídeo dos anos 1990.   SOM DA LIBERDADE   O thriller sobre tráfico de crianças na América do Sul se tornou um fenômeno de bilheteria nos Estados Unidos, arrecadando mais de US$ 180 milhões. Dirigido pelo mexicano Alejandro Monteverde, é protagonizado por Jim Caviezel (o Jesus de Mel Gibson), que interpreta Tim Ballard, um ativista anti-tráfico real e devoto mórmon. A trama é vagamente baseada nas experiências de Ballard na América do Sul, embora o próprio ativista tenha admitido que a produção toma liberdades com a verdade. Mesmo sendo lançado sem o apoio de grandes estúdios, o longa conseguiu grande sucesso, em parte devido ao seu alinhamento com visões de mundo propagadas por teorias da conspiração como QAnon – o principal delírio da extrema direita dos EUA. A trama se concentra na busca implacável de Ballard para reunir uma família separada pelo tráfico de pessoas. Inicialmente, ele resgata um menino chamado Miguel na fronteira entre os EUA e o México e, posteriormente, descobre que a irmã de Miguel ainda está desaparecida. Isso o leva a Cartagena, onde ele planeja uma operação ousada para resgatar a menina. O filme inclui uma cena de epílogo com imagens em preto e branco da operação real de Ballard, embora essa cena seja seguida por uma controversa cena de créditos intermediários que tem sido criticada por seu caráter manipulativo. Como cinema propriamente dito, “Som da Liberdade” não passa de um thriller convencional, cheio de clichês de americanos sobre a América do Sul, mas sua abordagem sensacionalista extrapola as telas para ressoar questões de guerra cultural. Não por acaso, a produção recebeu apoio substancial de grupos religiosos e de direita, incluindo uma exibição organizada por Donald Trump, aumentando ainda mais sua conexão com extremistas.   IL BOEMO   A indicação da República Tcheca ao Oscar 2023 para disputar a categoria de Melhor Filme Internacional é uma cinebiografia do compositor tcheco Josef Mysliveček, apelidado de “Il Boemo”. Escrito e dirigido por Petr Vaclav, o longa é majoritariamente falado em italiano. A trama inicialmente apresenta Mysliveček em seus últimos momentos de vida, sofrendo de sífilis, para depois retroceder e explorar sua ascensão como compositor celebrado na Itália do século 18. O ator e músico tcheco Vojtěch Dyk oferece uma performance marcante como o protagonista, cujo talento é explorado em diversas cenas musicais. O filme não apenas aborda a trajetória profissional de Mysliveček, mas também sua vida pessoal, incluindo seus relacionamentos amorosos com mulheres influentes e abastadas da época. Além disso, a obra faz um contraponto interessante ao apresentar personagens femininas fortes que oferecem oportunidades ao jovem compositor. A narrativa também inclui um encontro memorável com Wolfgang Amadeus Mozart, que expressa sua admiração pelo compositor tcheco antes de elaborar uma de suas composições de forma espetacular. A atenção ao detalhe musical é refletida na trilha sonora, que conta com a participação de solistas renomados, como a soprano Simona Šaturová, que dubla a personagem Cristina Gabrieli, interpretada por Barbara Ronchi. “Il Boemo” se destaca por sua fidelidade histórica e riqueza de detalhes, tanto visuais quanto musicais. Embora o filme tenha momentos que abordam questões feministas contemporâneas e outros que mergulham em um território mais cômico, ele mantém um tom geral mais sóbrio e comprometido com a precisão histórica. A obra foi bem recebida em sua première no Festival de San Sebastian e é uma forte candidata na corrida pelo Oscar, atraindo principalmente um público amante da música clássica.   REFLEXÃO   O drama ucraniano explora o impacto da violência casual na vida cotidiana. Ambientado no contexto da guerra na região de Donbas em 2014, a trama segue Serhiy, um cirurgião que se encontra em uma missão na linha de frente quando é capturado e forçado a inspecionar cadáveres para sinais de vida, antes de ser confrontado com dilemas morais e éticos relacionados à guerra e à violência. A narrativa se desenrola principalmente em planos fixos longos, capturando momentos de tortura e interrogatório de Serhiy, bem como sua subsequente adaptação à vida civil. O filme é notável por sua abordagem estilística e é uma espécie de continuação de “Atlantis” (2019), o premiado filme anterior do diretor Valentyn Vasyanovych. Concebido tanto como um grito de protesto pela Ucrânia quanto uma declaração contida de que ainda existe esperança frente à invasão russa, atingiu 95% de aprovação no site americano Rotten Tomatoes.   OS PELUDOS – GUARDIÕES DO LAR   A animação russa segue as aventuras de Christine, de 13 anos, que faz amizade com o jovem brincalhão Finnick – um dos seres peludos e geralmente invisíveis que habitam todas as casas. Pode ser novidade para muita gente, mas segundo o filme essas criaturas estão em toda parte, convivendo de forma invisível com os humanos. Só que Finnick faz de tudo para que nenhuma família se estabeleça da sua, para ficar confortável sozinho. Entretanto, quando a família de Christine se muda, suas táticas parecem não surgir efeito. Entretanto, Finnick não é a única “assombração” da cidade, e quando eventos estranhos começam a acontecer, a dupla percebe que precisa se unir como detetives para resolver os misteriosos acontecimentos. Aviso: a animação computadorizada do filme é bem inferior às produções hollywoodianas.   A REVOLTA DOS MALÊS   O filme dirigido por Belisário Franca (“O Presidente Improvável”) e Jeferson De (“Doutor Gama”) já foi disponibilizado como minissérie na Sesc TV. A produção aborda a revolta histórica de escravos muçulmanos na Bahia em 1835 e foca na personagem Guilhermina, interpretada por Shirley Cruz, uma escrava que busca comprar sua liberdade e a de sua filha Teresa (Jamilly Mariano). Quando seu senhor, o fazendeiro Souza Velho (Roberto Pirillo) nega a alforria, Guilhermina se envolve com Licutan (André Ramiro), um líder religioso que tem papel fundamental na Revolta dos Malês. A abordagem minimalista é praticamente teatral, sem grandes cenários ou mesmo cenas externas, concentrando-se no elenco para contar a história, mas se destaca por sua capacidade de equilibrar entretenimento e didatismo, iluminando um episódio histórico importante enquanto mantém sua relevância no contexto atual.   ELIS & TOM, SÓ TINHA DE SER COM VOCÊ   O documentário narra a gravação histórica do disco da parceria entre a cantora Elis Regina com o compositor Antônio Carlos Jobim, “Elis & Tom”, em 1974. Dirigido por Roberto de Oliveira (empresário de Elis na época) e Jom Tob Azulay, traz à tona várias imagens inéditas dos ensaios, conversas e atmosfera dos bastidores da gravação do álbum. O material, guardado por anos, ressurge para contar os segredos do disco, que resultou em canções inesquecíveis, mas também muito drama de bastidores, como o fato de os dois artistas não se gostarem, impasses que quase fizeram Elis abandonar o projeto e o momento em que perceberam que tinham criado uma obra-prima com “Águas de Março” e começaram a se entusiasmar pelas gravações.   CARLOS – THE SANTANA JOURNEY GLOBAL PREMIERE   Entrevistas com o cantor e guitarrista Carlos Santana e sua família, juntamente com imagens de arquivo nunca antes vistas – incluindo gravações de vídeos caseiros feitas pelo próprio Santana, filmagens de shows e momentos de bastidores.

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