Globo inaugura Calçada da Fama para celebrar 30 anos de seus estúdios
Atores veteranos como Fernanda Montenegro, Tony Ramos, Ary Fontoura, Betty Faria e Nathália Timberg ganharam estrelas em homenagem
Arte 1 exibe teleteatro de 1968 em homenagem ao centenário de Cacilda Becker
O canal pago Arte 1 homenageia o centenário da atriz Cacilda Becker (1921-1969) com a exibição da peça “Um Breve Encontro”, estrelado por ela em 1968. A gravação vai ao ar neste domingo (11/4) às 22h. Filmada em preto e branco como um teleteatro, produção comum nos anos 1960 na televisão brasileira, quando praticamente não havia séries nacionais, a obra foi recuperada em 2019 pelo diretor Cláudio Petraglia – que morreu no mês passado de Covid, aos 90 anos. Além de Cacilda, “Um Breve Encontro” reúne no elenco Mauro Mendonça, Homero Kossac, Elizabeth Hartmann e até Fábio Jr., então com 14 anos. A exibição só vai acontecer porque o teleteatro estava numa das poucas fitas salvas do incêndio que destruiu a Band em 1969. E quem a salvou foi ninguém menos que João Carlos Saad, o Johnny Saad, hoje presidente do Grupo Bandeirantes. Na época com 17 anos, o jovem conseguiu jogar algumas fitas pela janela e as salvou da destruição. A Band vem digitalizando todo seu acervo de obras com Cacilda Becker. No inventário precioso, há 60 horas de conteúdo com a atriz, incluindo outros teleteatros, como “A Grande Mentira”, “Casa de Bonecas”, “O Resgate”, “Vitória Amarga”, “A Malcriada”, “Inês de Castro”. Em 30 anos de carreira, ela encenou 68 peças e fez três filmes: “Luz dos Meus Olhos” (1947), “Caiçara” (1950), e “Floradas na Serra” (1954). Conhecida como uma das maiores estrelas do teatro nacional, ela só saiu de cena à força, no dia 6 de maio de 1969, quando teve um aneurisma no intervalo da peça “Esperando Godot”, que encenava com o marido Walmor Chagas (1930-2013). Foi levada às pressas a um hospital ainda vestindo o figurino da personagem que interpretava e morreu 39 dias depois, aos 48 anos.
Amor Estranho Amor: Exibição na TV foi presente para cinéfilos
Na época que se dispôs a fazer “Amor Estranho Amor”, Xuxa não sabia que se tornaria apresentadora de programa infantil. Ela era namorada do Pelé, que por sua vez era amigo do produtor Aníbal Massaini Neto, e, como Walter Hugo Khouri era um cineasta que valorizava muito as atrizes que eram elevadas a um posto de sucesso sempre que apareciam em seus filmes, a chance de trabalhar com o cineasta parecia uma oportunidade de ouro. Mesmo sendo um filme que deu uma dor de cabeça para a futura apresentadora, que pagou US$ 60 mil anuais à Cinearte Produções, durante os anos de 1991 a 2018, para sua interdição, não dá para negar que trata-se da obra cinematográfica mais importante e bonita que ela já fez. Mas na filmografia de Khouri, o filme era considerado uma obra menor. Equipará-lo a outras obras do diretor é uma tarefa ingrata, pois estamos falando de alguém que fez grandes filmes através de cinco décadas. Entretanto, “Amor Estranho Amor” cresce na revisão permitida pelo resgate histórico no Canal Brasil, como uma obra-solo, por mais que seja difícil não fazer referência a outros tantos títulos do realizador, especialmente os que apresentam o alter-ego Marcelo. Aqui o nome do protagonista não é Marcelo; é Hugo, representado pelo menino Marcelo Ribeiro e pelo idoso Walter Forster, que comparece como uma espécie de fantasma vindo do futuro para relembrar o seu breve período numa mansão que funcionava como um prostíbulo de luxo, onde sua mãe trabalhava e morava. A mãe, vivida por Vera Fischer, chama-se Ana, nome frequentemente usado por Khouri em seus filmes estrelados pelo mulherengo Marcelo. Vera Fischer aparece com uma beleza tão extraordinária neste filme que parece saída de alguma pintura clássica. Não à toa, a cena em que ela se relaciona intimamente com o filho é explicitamente inspirada na Pietà de Michelangelo. O modo como Khouri vê os corpos femininos tem essa relação da apreciação artística. Embora o desejo esteja também presente, o sentido de busca da beleza clássica comparece de maneira forte. E há os close-ups dos olhares, todos poderosos. Principalmente quando vemos Ana, mas também o personagem de Tarcísio Meira, que interpreta um rico político paulista que exige exclusividade de Ana naquele bordel, e tem a intenção de ajudar a liderar a oposição a Getúlio Vargas momentos antes de o presidente instituir o Estado Novo. Uma das coisas que mais chama atenção no filme é seu início, quando o menino Hugo chega no prostíbulo sem saber que ambiente era aquele. Sua intenção é encontrar a mãe, que fica numa situação complicada. Afinal, como explicar a presença de uma criança em um lugar destinado a adultos? E enquanto o garoto espera e é também olhado e assediado pelas outras jovens mulheres do bordel, ouvimos canções clássicas do cancioneiro brasileiro na voz de cantores como Francisco Alves e Orlando Silva. Inclusive, no final do filme, ainda ouvimos mais uma linda do Francisco Alves, chamada “Misterioso Amor”, que brinca com o título do filme e sua temática edipiana. Ainda que vejamos em outros filmes do realizador personagens que atravessam a infância e a adolescência tendo que lidar com o desejo, como em “Eros – O Deus do Amor” (1981) e “As Feras” (1995), em nenhum outro filme de Khouri o complexo de Édipo é tão bem explorado quanto em “Amor Estranho Amor”. Quando o garoto vai para seu quarto e sabe que a mãe está transado com um homem, ele chora copiosamente. O filme ganha uma dimensão onírica quando o desejo inconsciente (ou talvez nem tão inconsciente assim naquele momento) se materializa na cena entre mãe e filho. Eis um filme que oferece pano para manga para uma série de estudos e discussões, que vão muito além da polêmica pobre que se instalou em torno dele nesses anos todos. Além do mais, junto à direção cheia de classe do realizador, há ainda a música sempre brilhante de Rogério Duprat, a Traditional Jazz Band (a banda tem cenas numa festa), a direção de fotografia do mestre Antonio Meliande, um elenco de apoio de primeira linha – Mauro Mendonça e Otávio Augusto, as jovens Vanessa Alves, Sandra Graffi e principalmente Matilde Mastrangi, rainha do cinema erótico brasileiro, que comparece em uma cena pra lá de inspirada. Por tudo isso, a exibição do filme no Canal Brasil com um upgrade na imagem e no som na última quinta-feira (11/2) foi um presente para os cinéfilos e para os apreciadores da obra do diretor.
Dona Flor e Seus Dois Maridos é tão distinto do filme original quanto uma telenovela
É difícil, diante desta nova adaptação do clássico romance de Jorge Amado, não se lembrar da primeira versão de “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, a de Bruno Barreto, lançada nos cinemas em 1976. Ambas são reflexos e produtos de seu tempo. O filme de Bruno Barreto foi produzido em um momento em que o erotismo no cinema brasileiro já estava se encaminhando para o seu auge da ousadia, que ocorreria na primeira metade dos anos 1980. É também um filme que tenta ser um pouco mais livre do texto do escritor baiano e talvez por isso flua melhor. Ter Sônia Braga como Flor e José Wilker como Vadinho também ajudou bastante. A nova versão, dirigida por Pedro Vasconcelos, que tem no currículo vários trabalhos para a televisão, inclusive a última telenovela das nove da Rede Globo, é também produto de nosso tempo, muito mais comportado no quesito sexo e nudez – em parte, devido a maior consciência sobre a chamada objetificação do corpo da mulher, mas também porque diminuiu bastante o impacto de se ir ao cinema para ver a estrela da novela nua nas telas – , embora Juliana Paes apareça sim sem roupa, de maneira tímida. Outra questão atual que o filme recoloca em pauta é a violência contra a mulher, vista em uma sequência rápida, mas bastante incômoda de Vadinho (Marcelo Faria), que agride a esposa para conseguir dinheiro para o jogo. É apenas um aspecto mais sombrio da personalidade do personagem, mas que depõe muito contra a figura outrora simpática do malandro brasileiro. O personagem recupera sua simpatia em outras passagens posteriores, mas não deixa de parecer uma espécie de encosto depois de morto: ao mesmo tempo em que traz prazer físico e sexual para Flor, também a escraviza, de certo modo. É uma abordagem um pouco mais pesada do que a dos anos 1970, nesse aspecto. As diferenças também se estendem aos aspectos formais, onde o “remake” se mostra mais parecido com uma novela. Pedro Vasconcelos e seu diretor de fotografia até procuram disfarçar as deficiências, mas sem conseguir convencer. O jogo de luz e sombras usado para compor os interiores, assim como um ou outro ângulo que tenta distanciar a obra de uma telenovela, parecem um tanto forçados. Mas mesmo estes esforços caem por terra diante de alguns cacoetes, como a repetição de temas musicais, algo próprio de programa televisivo. A produção não buscou nem mesmo escolher canções menos manjadas. O roteiro também opta por dar a Flor um protagonismo tão forte que torna seus dois maridos bastante secundários. Não que isso seja um problema em si, mas talvez o personagem do segundo marido, Teodoro (Leandro Hassum), merecesse ser mais do que um paspalhão, longe da nobreza que perpassava o personagem quando vivido por Mauro Mendonça. Leandro Hassum, com seu humor físico típico, parece ter perdido muito da graça depois da cirurgia bariátrica, mas continua apostando no que costumava fazer. O foco do filme passa a ser, então, o esforço de Flor de se distanciar do espírito de Vadinho, ao mesmo tempo que não consegue se livrar da tentação do desejo que a consome, e que não é nem de longe satisfeito por Teodoro. Porém, o modo como o filme estica os diálogos entre os dois também faz com a adaptação pareça – não exatamente uma novela, mas – um antigo teleteatro. O próprio Marcelo Faria fez o Vadinho na montagem teatral por alguns anos e está acostumado com o personagem. Isso poderia ser bom, mas no filme não parece resultar em algo positivo, mesmo com o esforço do ator e de Juliana Paes. Se o primeiro filme marcou o cinema brasileiro com impacto de blockbuster, o segundo chega de mansinho, sem fazer alarde, com uma abertura limitada ao Nordeste, antes de se estender para o resto do Brasil.
Remake de Dona Flor e Seus Dois Maridos com Juliana Paz ganha primeiro trailer
O remake de “Dona Flor e Seus Dois Maridos” ganhou pôster e seu primeiro trailer. A nova versão traz Juliana Paes (“A Casa da Mãe Joana”) no papel eternizado por Sonia Braga. E a prévia já demonstra como cada produção é resultado de sua época, detalhe que nem a trilha retrô do vídeo é capaz de disfarçar. O longa de 1976, um dos maiores sucessos do cinema brasileiro, veio em meio ao boom da pornochanchada e fazia da nudez de seus protagonistas seu principal chamariz. Já o remake chega numa época de muitos besteiróis pudicos e parece centrar a trama em piadas sobre falta de potência sexual, apoiadas no humorista Leandro Hassum (“Até que a Sorte nos Separe”), que parece ter mais falas e destaque que Mauro Mendonça no original. O elenco ainda traz Marcelo Faria (“O Carteiro”) como Vadinho, o marido fogoso, papel vivido com grande desinibição por José Wilker. Desde elenco, Marcelo Faria é o único já habituado ao papel, que interpretou há anos no teatro. Por sinal, a nova versão tem direção de Pedro Vasconcelos, diretor de novelas da Rede Globo e responsável também pela versão teatral. No cinema, ele só assinou um filme, justamente um besteirol: “O Concurso” (2013). Ou seja, não é um Bruno Barreto. Já Juliana Paes assume pela segunda vez um papel que foi eternizado por Sonia Braga. Em 2012, ela protagonizou o remake da novela “Gabriela”. Tanto Dona Flor quanto Gabriela são personagens criadas pelo escritor Jorge Amado. O romance de Dona Flor foi publicado em 1966 e se passa na década de 1940, acompanhando uma professora de culinária de Salvador dividida entre dois amores, seu primeiro marido boêmio, já morto, e o atual, bastante conservador. A situação ganha ares de realismo fantástico quando o espírito do falecido passa a visitar sua cama, sem que mais ninguém consiga vê-lo. A versão filmada por Bruno Barreto levou 10,735 milhões de pessoas aos cinemas brasileiros e, durante 34 anos, manteve-se como o filme nacional mais visto de todos os tempos. Atualmente, ele ocupa o terceiro lugar no ranking das produções brasileiras com maior público, atrás de “Os Dez Mandamentos” (11,215 milhões) e “Tropa de Elite 2” (11,146 milhões). “Dona Flor e seus Dois Maridos” também já foi minissérie na televisão, em 1998, com Giulia Gam, Edson Celulari e Marco Nanini nos papeis principais. O novo longa-metragem estreia em 2 de novembro, em circuito limitado ao Nordeste.
Alexandre Nero viverá Nelson Rodrigues no cinema
Alexandre Nero vai interpretar o dramaturgo, escritor e jornalista Nelson Rodrigues (1912-1980) em uma cinebiografia, intitulada “Anjo Pornográfico”. A notícia veio à tona em meio a uma lista de produções da Media Bridge, citada pelo site Filme B. Segundo a matéria, o filme será baseado no elogiado livro homônimo de Ruy Castro e a direção estará a cargo de Mauro Mendonça. Nelson Rodrigues ficou famoso por abordar temas controversos que marcaram o teatro brasileiro. Ele já teve diversas de suas obras adaptadas para os cinemas, incluindo “Bonitinha, Mas Ordinária” (1963), “A Falecida” (1965), “A Dama do Lotação” e “Os Sete Gatinhos”. Atualmente, o ator Murilo Benício (“O Homem do Ano”) dá os toques finais numa adaptação do autor, “O Beijo no Asfalto”, que marcará sua estreia na direção.
Dona Flor e Seus Dois Maridos vai ganhar remake com Juliana Paes e Leandro Hassum
Um dos maiores sucessos do cinema brasileiro vai ganhar remake. “Dona Flor e Seus Dois Maridos” terá uma refilmagem estrelada por Juliana Paes (“A Casa da Mãe Joana”), Marcelo Faria (“O Carteiro”) e Leandro Hassum (“Até que a Sorte nos Separe”). O elenco é bem diferente do trio original, formado por Sonia Braga, José Wilker e Mauro Mendonça, especialmente no que se refere à qualidade da filmografia de cada um. Juliana viverá Dona Flor, Marcelo o boêmio Vadinho e Leandro o marido Teodoro. Desde elenco, Marcelo Faria é o único já habituado ao papel, que interpreta há anos no teatro. Por sinal, a nova versão terá como diretor Pedro Vasconcelos, diretor de novelas da Rede Globo responsável também pela versão teatral. No cinema, ele só assinou um filme, o fraco besteirol “O Concurso” (2013). Ou seja, não é um Bruno Barreto. Já Juliana Paes assumirá pela segunda vez um papel que foi eternizado por Sonia Braga. Em 2012, ela protagonizou o remake de “Gabriela” e por isso as comparações já não lhe preocupam. “Acho que já vou estar cascuda para encarar as comparações”, ela disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. “Quem tá na chuva é pra se molhar. Topou fazer? As comparações vão vir, claro”, completou. O projeto do remake existe há pelo menos quatro anos, quando Humberto Martins (“Reza a Lenda”) viveria Vadinho e Vanessa Giácomo (“Divã a 2”) a famosa Dona Flor. Marcelo Faria já estava escalado desde então. Adaptação do romance clássico de Jorge Amado, publicado em 1966, “Dona Flor e Seus Dois Maridos” se passa na década de 1940 e conta a história de uma professora de culinária de Salvador dividida entre dois amores, seu primeiro marido boêmio, já morto, e o atual, bastante conservador. A situação ganha ares de realismo fantástico quando o espírito do falecido passa a visitar sua cama, sem que mais ninguém consiga vê-lo. O filme original de Bruno Barreto levou 10,735 milhões de pessoas aos cinemas brasileiros e, durante 34 anos, manteve-se como o filme nacional mais visto de todos os tempos. Atualmente, ele ocupa o terceiro lugar no ranking das produções brasileiras com maior público, atrás de “Os Dez Mandamentos” (11,215 milhões) e “Tropa de Elite 2” (11,146 milhões). “Dona Flor e seus Dois Maridos” também já foi minissérie na televisão, em 1998, com Giulia Gam, Edson Celulari e Marco Nanini nos papeis principais. O novo longa-metragem começará a ser rodado no dia 1º de julho, com locações em Salvador e no Rio de Janeiro.






