Youtuber Core se revolta após ser citado em documentário sobre Massacre de Realengo
O youtuber Core, conhecido por seu conteúdo voltado para games, tornou-se um dos assuntos mais comentados nas redes sociais após ser citado na série documental “Massacre na Escola – A Tragédia das Meninas de Realengo”, da HBO Max, como influência para o crime. A menção ocorreu durante um depoimento do consultor educacional Ricardo Chagas, que também citou o game “Five Nights at Freddy’s”: “Core, o maior canal de conteúdo infantil, que não é infantil. E é um jogo que parece bobo, mas vem de um massacre e fizeram um joguinho que não é infantil, nunca foi infantil e ali é um prato cheio para aliciador”. Reação do Youtuber Core, que possui mais de 2,4 milhões de inscritos no YouTube, reagiu às declarações em suas redes sociais, indignado com a afirmação de que seu canal e de outros criadores são usados “como potenciais influências pro mal da sociedade e das crianças”. Ele ressaltou: “O meu canal não é pra crianças”. O youtuber também expressou sua preocupação com a repercussão do comentário feito na produção, afirmando: “Usaram o meu nome, meu trabalho, minha voz, sem meu consentimento, sem minha permissão, ainda me atribuindo como um causador de males absurdos como massacres, aliciamento de menores e assédio. Eu estou com medo do que podem fazer comigo e com a minha família”. Falsa relação entre crime e videogames O documentário, lançado no dia 9 de julho pela HBO Max, revisita o crime ocorrido em Realengo, no Rio de Janeiro, em 7 de abril de 2011, que resultou na morte de 12 alunos da Escola Municipal Tasso de Silveira e deixou outras 24 pessoas feridas. A produção tem causado polêmica por associar jogos como “Club Penguin” e “Five Nights at Freddy’s” ao massacre, além de citar nominalmente Core e utilizar trechos de seus vídeos para justificar como seu conteúdo seria perigoso. A controvérsia se intensifica quando se considera a linha do tempo. O canal de Core no YouTube foi criado em 2013, dois anos após o massacre de Realengo, que ocorreu em 2011. Além disso, o jogo “Five Nights at Freddy’s”, mencionado no documentário, foi lançado em 2014. Esses fatos levantam questionamentos sobre a correlação feita pelo documentário entre o conteúdo produzido por Core e o trágico evento. A ligação entre videogames e violência é uma controvérsia que perdura há anos. A comunidade gamer afirma que essa correlação é uma simplificação que ignora fatores mais complexos e significativos. Muitos se indignaram com o preconceito explícito do chamado especialista, que entre outras coisas disse no documentário que jogadores brasileiros são conhecidos internacionalmente por serem tóxicos, já que eles não “cumprem as missões nos games, atiram nos próprios amigos e roubam itens de outras pessoas”. Ricardo Chagas ainda ataca gamers em vários outros trechos, junto com imagens de “Call of Duty” e “Counter-Strike” para chocar. Diante da repercussão do documentário, ele fez uma live em que radicalizou, chamando influencers como Luccas Neto de “irrelevantes” e dizendo que eles usam o hype dos games para “destruir infâncias”. Contatada para apresentar um posicionamento sobre a situação, a HBO Max afirmou que está ciente da situação, mas não fará comentários.
HBO Max divulga trailer de série documental sobre o Massacre de Realengo
A HBO Max divulgou o primeiro trailer de “Massacre na Escola – A Tragédia das Meninas de Realengo” nesta terça-feira (4/7). A nova série documental vai retratar o caso real que chocou o Brasil há mais de 10 anos. A produção aborda a tragédia ocorrida em uma escola municipal de Realengo, no Rio de Janeiro, em 2011. A prévia mostra que a trama vai revisitar os principais momentos que culminaram no evento que tirou a vida de estudantes. Ao longo de quatro episódios, a produção alerta sobre o tema da violência escolar, marcada por um aumento de casos expressivo nos últimos anos. O Massacre de Realengo A tragédia aconteceu em 7 de abril de 2011, às 8h30 da manhã, na Escola Municipal Tasso de Silveira, no Rio de Janeiro. A escola estava em clima de festa para celebrar seus 40 anos, até que tudo mudou. Um ex-aluno da escola entrou no local se passando por palestrante e iniciou um massacre com armas de fogo. Ele disparou cerca de 40 tiros, atingindo estudantes que estavam presentes na escola. Ao todo, 24 estudantes foram feridos e 12 perderam suas vidas, incluindo 10 meninas. O crime foi o primeiro massacre em uma escola da rede pública no país, ganhando repercussão nacional e internacional. O caso foi tratado como um episódio de feminicídio em massa, despertando debates sobre segurança nas escolas e a necessidade de prevenção da violência escolar, além de ter levantado debates sobre bullying, saúde mental e acesso a armas de fogo. Créditos O roteiro e a direção são da cineasta brasileira Bianca Lenti (“Fio do Afeto”), que também atua como produtora. A produção é uma parceria da Giros Filmes e a Warner Bros. Discovery. A equipe de produtores é formada por Maurício Magalhães, Anouk Aaron, Adriana Cechetti e Patricio Díaz. “Massacre na Escola – A Tragédia das Meninas de Realengo” estreia no domingo (9/7) na HBO Max. Os episódios também e serão exibidos semanalmente no canal pago da HBO às 22h (horário de Brasília).

