Estreias incluem comédia do Dia das Mães com Julia Roberts
Com “Capitão América: Guerra Civil” monopolizando as salas de cinema do país, as distribuidoras disputam as poucas telas remanescentes com filmes de menor potencial comercial. O lançamento mais amplo vai chegar em pouco mais de 200 salas. Trata-se de “Heróis da Galáxia – Ratchet e Clank”, animação made in Hong Kong que adapta personagens de videogame e que fracassou nos EUA, onde estreou na semana passada em 7º lugar, com apenas 18% de aprovação no site Rotten Tomatoes. A segunda maior estreia é “O Maior Amor do Mundo”, que leva a 143 salas a terceira comédia romântica consecutiva do diretor Garry Marshall (“Noite de Ano Novo”) sobre uma data comemorativa – os títulos originais são bem claros, embora os tradutores brasileiros tentem disfarçar o truque. Desta vez, Marshall comemora o Dia das Mães, que cai neste fim de semana. O elenco é uma armadilha para espectadores da Sessão da Tarde, com Julia Roberts, Jennifer Aniston e Kate Hudson, mas o longa não passa de outro refugo das bilheterias americanas – implodiu em 4º lugar e com ridículos 8% de aprovação nos EUA na semana passada. Completa a programação dos shoppings o dispensável remake do terror “Martyrs”, em 118 salas. O filme de 2008, do francês Pascal Laugier, é considerado um dos exemplares mais radicais do subgênero “torture porn”. Já a versão americana (com Troian Bellissario, da série “Pretty Little Liars”) é basicamente uma refilmagem quadro a quadro, que mesmo assim dilui a violência impactante da obra original. Eviscerado pela crítica americana, o filme tem míseros 7% de aprovação no Rotten Tomatoes. Em circuito intermediário, o drama nacional “Prova de Coragem”, de Roberto Gervitz (“Feliz Ano Velho”), chega a 60 salas com Mariana Ximenes (“Zoom”) e Armando Babaioff (“Sangue Azul”). O filme gira em torno da crise de um casal egoísta, que não muda seus planos mesmo diante de uma gravidez de risco. Foi exibido no Festival de Brasília, de onde saiu sem nenhum prêmio. Há dois outros lançamentos brasileiros no circuito limitado. Mais amplo, o documentário “O Começo da Vida”, de Estela Renner (“Muito Além do Peso”), é uma coprodução internacional, que faz uma reflexão sobre a importância da infância, em 22 salas. Por sua vez, “Ralé”, de Helena Ignez (“Luz nas Trevas: A Volta do Bandido da Luz Vermelha”), ocupa três salas em São Paulo, uma em Salvador e outra no Rio. O drama se passa nos bastidores de uma filmagem e foi apresentado no Festival do Rio. A lista ainda inclui estreias sul-americanas, por coincidência com duas tramas sobre choque cultural. A comédia “O Décimo Homem”, do veterano cineasta argentino Daniel Burman (“Abraço Partido”), leva a 20 salas a história de um economista que, após levar uma vida bem-sucedida em Nova York, surpreende-se ao reencontrar sua família tradicional. E o drama “Os Inimigos da Dor”, do estreante uruguaio Arauco Hernández Holz (cinematógrafo de “Gigante”), narra a jornada de uma alemão que, ao chegar ao Uruguai, perde sua mala e fica sem rumo. Coprodução brasileira, o filme tem o menor alcance da semana, com exibição em apenas uma sala de São Paulo. A estreia na direção da atriz Natalie Portman (“Thor”), “De Amor e Trevas”, também entra em cartaz, mas sem divulgar o número de salas. De forma a surpreender quem relaciona a atriz a Hollywood, trata-se de um drama israelense, falado em hebraico e baseado nas memórias do escritor Amos Oz, que cresceu com uma mãe suicida (vivida pela própria Portman) e sob a sombra do conflito com a Palestina, durante os anos de formação do Estado de Israel. Completamente invisível, sem salas identificadas, mas com distribuição confirmada pela distribuidora, ainda há uma preciosidade perdida. “Maravilhoso Bocccaccio” é um encanto visual, dirigido pelos irmãos Taviani, que adapta cinco histórias do “Decamerão”, de Giovanni Boccaccio, um dos maiores clássicos da literatura erótica medieval. Embora as tramas pareçam pudicas quando comparadas às adaptações de Pasolini, suas imagens impressionam pela capacidade de evocar pinturas renascentistas. A cenografia e o figurino concorreram ao David di Donatello (o Oscar italiano). Por fim, “A Assassina”, do mestre chinês Hou Hsiao-Hsien (“A Viagem do Balão Vermelho”), reserva a cinco salas, exclusivamente em São Paulo e no Rio, o melhor filme da programação. Repleto de ação, artes marciais e uma fotografia deslumbrante, o longa acompanha uma assassina profissional da dinastia Tang (618-907 a.C.), que se apaixona por seu alvo. A beleza da obra fez de “A Assassina” o filme mais premiado da Ásia em 2015, vencedor de inúmeros troféus, inclusive o de Melhor Direção no Festival de Cannes do ano passado.
Atriz de Pretty Little Liars é torturada no trailer do remake de Mártires
A Anchor Bay divulgou o primeiro trailer e o pôster de “Martyrs”, remake americano do já clássico terror francês “Mártires” (2008). O original é considerado um marco do subgênero “torture porn” e a prévia do remake tenta fazer jus à fama, mostrando torturas do início ao fim. Só que a violência parece branda comparada ao original, como se o filme fosse para menores de 13 anos. Ou o trailer está escondendo o pior. A trama repete a história de Pascal Laugier, acompanhando uma jovem traumatizada, que após escapar da tortura de psicopatas, dedica-se a rastreá-los, convencendo uma amiga do orfanato a acompanhá-la em seu ajuste de contas. O problema é que a vingança dá errado e as duas acabam aprisionadas, sofrendo diariamente um calvário, com o objetivo de matá-las literalmente de dor. O elenco é totalmente televisivo e inclui Troian Belisario (série “Pretty Little Liars”), Bailey Noble (série “True Blood”), Kate Burton (série “Scandal”) e Toby Huss (série “Halt and Catch Fire”). Rodado por apenas US$ 1 milhão, com produção do especialista em terrores baratos Jason Blum (“Atividade Paranormal”), a adaptação foi escrita por Mark L. Smith (do aguardado “O Regresso”) e dirigida pelos irmãos Kevin e Michael Goetz (“A Rota de Colisão”). A estreia está marcada para 22 de janeiro nos EUA e não há previsão de lançamento no Brasil

