Greta materializa universo LGBTQIA+ com força dramática
O longa-metragem de estreia de Armando Praça, “Greta”, é baseado na peça “Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá”, de Fernando Melo, escrita e encenada como comédia. A mudança da comédia para o melodrama foi uma opção do cineasta, que achava que aquela história era muito mais próxima de uma situação dramática. Aliás, é interessante quando um diretor busca um espaço entre o drama e a comédia para contar suas histórias, como fazia Almodóvar em seus primeiros filmes. No caso de “Greta”, ainda há bastante espaço para o humor, mas se trata definitivamente de uma história sobre dor, sobre busca de sentido para uma vida que está próxima do fim e muita, muita solidão e rejeição. Mesmo sendo um filme com protagonistas homossexuais, certas coisas são universais. Afinal, difícil encontrar quem nunca passou por sentimentos de solidão e rejeição. Na trama, Marco Nanini é Pedro, um enfermeiro septuagenário que procura ajudar sua amiga transexual Daniela (Denise Weinberg), que passa por uma doença terminal e sofre muitas dores. A escalação de uma mulher cis para viver uma trans tem sido bastante questionada, mas difícil não se emocionar com a performance de Denise cantando “Bate Coração”, canção do repertório de Elba Ramalho. A carga dramática que ela empresta à canção e amplifica o sentido da letra é tocante. De todo modo, o elenco também inclui uma trans, Gretta Sttar, interpretando uma mulher cis. Mas o filme está mesmo mais interessado na trajetória de Pedro e sua busca por prazer para aliviar a dor, sua busca por alguém que o ame. Ele é um homem que costuma masturbar alguns pacientes do hospital em que trabalha, tenta marcar encontros e frequenta saunas gay, um espaço favorável para o sexo casual. Há uma cena com um misto de humor e drama bem marcante que se passa nesse espaço. Vale destacar que há cenas em que o sexo aparece bastante pulsante dentro dos leitos de hospital, inclusive. A vida de Pedro ganha novo sentido quando ele, para encontrar uma vaga para a amiga Daniela no hospital, leva um homem responsável pela morte de outra pessoa, ferido, para sua casa. Com esse homem potencialmente perigoso vivido por Démick Lopes, Pedro cria uma relação de ajuda, desejo e afeto. O homem, a princípio muito reticente em ter relações sexuais com aquele idoso, aos poucos começa a se aproximar. Há um diálogo muito bonito e doloroso em que Daniela pergunta a Pedro se ele ainda está tendo um caso com esse homem que cometeu um crime e é procurado pela polícia. “É o único que eu tenho”, Pedro diz, com um misto de alegria e tristeza. A entrega de Marco Nanini a esse papel é admirável. O grande ator não se incomodou em se entregar também de maneira física nas cenas que envolvem sexo e nudez. Isso contribui para que o filme ganhe ainda mais força na materialização desse universo marginal.
Greta: Vencedor do Festival Cine Ceará ganha pôster e trailer oficiais
A Pandora Filmes divulgou o trailer e o pôster de “Greta”, grande vencedor do Festival Cine Ceará 2019, encerrado na noite de sexta-feira (6/9) em Fortaleza. A produção cearense ganhou o Troféu Mucuripe nas categorias de Melhor Filme, Direção e Ator (para Marco Nanini). A trama acompanha um enfermeiro (Nanini) que, para liberar uma vaga para internar sua amiga, a travesti Daniela (Denise Weinberg), resolve ajudar um jovem criminoso (Demick Lopes) a fugir do hospital. O enfermeiro esconde o homem em sua casa e os dois acabam tendo um romance. Inspirado livremente na peça de teatro “Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá”, sucesso dos anos 1970 de autoria de Fernando Melo, o filme também foi exibido no Festival de Berlim e premiado no Festival Internacional de Cinema Gay e Lésbico de Milão. O longa marca a estreia na direção de Armando Praça, roteirista da série “Me Chama de Bruna”, e tem previsão de estreia para 10 de outubro.
Filme Greta, de temática LGBTQIA+, vence o Festival Cine Ceará
O filme “Greta”, de Armando Praça, foi o grande vencedor do Festival Cine Ceará, encerrado na noite de sexta-feira (6/9) em Fortaleza. A produção cearense ganhou o Troféu Mucuripe nas categorias de Melhor Filme, Direção e Ator (para Marco Nanini). A trama acompanha um enfermeiro (Nanini) que, para liberar uma vaga para internar sua amiga, a travesti Daniela (Denise Weinberg), resolve ajudar um jovem criminoso (Demick Lopes) a fugir do hospital. O enfermeiro esconde o homem em sua casa e os dois acabam tendo um romance. Inspirado livremente na peça de teatro “Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá”, sucesso dos anos 1970 de autoria de Fernando Melo, o filme também foi exibido no Festival de Berlim e premiado no Festival Internacional de Cinema Gay e Lésbico de Milão. A premiação também destacou dois filmes latino-americanos. O peruano “Canção sem Nome”, de Melina León, levou quatro troféus: Fotografia (para Inti Briones), Trilha Sonora Original (para Pauchi Sasaki), Prêmio Olhar Universitário e Prêmio da Crítica. E a comédia germano-cubana “A Viagem Extraordinária de Celeste García”, de Arturo Infante, venceu nas categorias de Melhor Atriz (para Maria Isabel Díaz), Roteiro (para Arturo Infante) e Montagem (para Joanna Montero). Para completar, o documentário ‘Ressaca”, de Patrízia Landi e Vincent Rimbaux, recebeu o prêmio de Som e o longa cearense “Notícias do Fim do Mundo”, de Rosemberg Cariry, conquistou o prêmio de Direção de Arte.
Globo vai resgatar A Grande Família com especiais de retrospectiva da série
A rede Globo vai resgatar a série “A Grande Família” com uma, claro, grande retrospectiva. Embora tenha marcado época em sua versão original, nos anos 1970, a atração foi muito além em seu revival no século 21, virando um fenômeno de longevidade, com exibição de 2001 a 2014, sempre com grande audiência. A estreia da segunda fase aconteceu em março de 2001, com o episódio “Meu Marido Me Trata como Se Eu Fosse uma Geladeira”, que fará 16 anos neste mês. A retrospectiva trará os melhores momentos de cada personagem da atração, com narração feita por Marco Nanini, o intérprete do patriarca Lineu. Intitulada “O Álbum da Grande Família”, a homenagem irá ao ar de 20 de março a 28 de abril, lembrando a trajetória de cada integrante da família ao longo de seus 13 anos de produção. Os primeiros cinco episódios serão voltados à trajetória de Nenê (Marieta Severo), que começou a série como dona de casa e terminou como empresária de sucesso. Em seguida, virão os arcos de Bebel (Guta Stresser), Agostinho (Pedro Cardoso), Tuco (Lúcio Mauro Filho), os convidados especiais e, por fim, o próprio Lineu. Além da série, os personagens também estrelaram um filme, intitulado, como não poderia deixar de ser, “A Grande Família – O Filme” (2007), dirigido por Mauricio Farias (“Vai que Dá Certo”).



