Alcione lança álbum novo e reflete sobre carreira aos 77 anos
Cantora fala sobre a saúde, o novo trabalho, e sua relação com os fãs, além de revelar cuidados para manter o vozeirão
Viola Davis entra no samba e na História em visita ao Brasil
A atriz Viola Davis (“O Esquadrão Suicida”) está aproveitando para conhecer a Cultura, a História e os artistas brasileiros enquanto visita o Rio de Janeiro para promover seu novo filme, “A Mulher Rei”. Entre seus programas, ela e o marido Julius Tennon visitaram a quadra da Escola de Samba da Mangueira, o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira e foram recepcionados com um jantar especial por Taís Araujo e Lázaro Ramos. “Foi uma honra apresentarmos a essa grande artista um pouco do maior espetáculo da Terra”, destacou a Mangueira em seu Instagram. “Ela visitou o Barracão da Mangueira e conheceu o trabalho realizado por uma escola na criação de um desfile e, por fim, um super show da Estação Primeira e seus segmentos. Que honra!”. Mas Davis não se limitou apenas a assistir, ela também participou. Em um vídeo gravado no encontro, é possível vê-la tocando pandeiro enquanto aproveitava a festa. Já casa de Taís e Lázaro, ela teve contato com artistas de várias gerações. O jantar contou com a presença da cantora Iza, do ator/cantor Seu Jorge, da socióloga Djamila Ribeiro, do bailarino Zebrinha, e dos atores Ícaro Silva, Dandara Mariana, Léa Garcia e Zezé Motta. “Estou lendo a biografia dela, e a história de vida da Viola me impactou muito. Ela é uma guerreira. Fiquei muito emocionada com esse encontro”, disse Zezé Motta ao jornal O Globo sobre o encontro. “Foi mesmo um privilégio conhecer uma mulher incrível com ela. Todos que estiveram no jantar sabem disso”, completou. Davis compartilhou o sentimento, ao publicar fotos desse encontro em suas redes sociais. “Ah Brasil!! Esta noite!! Esses brilhantes artistas pretos e marrons. Meu coração e minha mente estão tão cheios de suas ideias, sua visão, sua autenticidade e amor. Isso me fez lembrar porque eu amo ser uma artista. Viva Brasil!!!!!”, escreveu ela na publicação. A estrela ainda se encontrou com a imprensa brasileira, participando de uma entrevista coletiva nesta segunda (19/9), na qual destacou a importância da representatividade no cinema, e também deu uma entrevista exclusiva para jornalista e apresentadora Maju Coitinho, do programa “Fantástico”, exibida no último domingo (18/9). Na conversa, as duas falaram sobre a conexão brasileira com a cultura africana e negra em geral. “Nós sabemos que milhões de escravizados deixaram a África Ocidental, e a primeira parada deles foi o Brasil”, disse Davis. “Existe um sentimento na cultura negra, seja você um afro-americano, do Caribe ou brasileiro, de que nós estamos todos conectados. Nós somos parte de um todo. Um dos pontos centrais do filme é justamente essa profunda conexão, e a contribuição do Brasil nesse sentido é imensa.” Por sinal, ela também conheceu o Cais do Valongo, no Rio, que foi a principal entrada do tráfico humano de africanos nas Américas. Viola Davis vai voltar aos EUA com um pouco da História e da Cultura do Brasil na bagagem. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Mangueira (@mangueira_oficial) Simplesmente Viola Davis tocando tamborim com a bateria da minha Mangueira. Que encontro espetacular pic.twitter.com/mW9MyCkSSH — Pedro Machado (@pegoncalves) September 19, 2022 Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Sony Pictures Brasil (@sonypicturesbr) Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por MUHCAB (@muhcab.rio) Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Sony Pictures Brasil (@sonypicturesbr) Quem sabe faz ao vivo! IZA cantando ‘Killing me Softly’ na casa de Taís Araujo e Lázaro Ramos e adivinhem quem também presenciou isso? Viola Davis 🥹🫶🏽 pic.twitter.com/fWSZmvsbak — Portal IZA (@izaportal) September 19, 2022 Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por VIOLA DAVIS (@violadavis)
Ator de “Euphoria” aparece com abadá da Mangueira e é convidado pro carnaval
O ator Angus Cloud, que interpreta Fezco em “Euphoria”, surpreendeu os fãs brasileiros na noite de domingo (31/7) ao publicar uma foto usando um abadá da Mangueira em seu Instagram. A camiseta é do enredo que a escola de samba carioca apresentou no Carnaval deste ano, “Angenor, José e Laurindo” — uma homenagem aos ícones do samba Cartola, Jamelão e Delegado. Ninguém explicou como o abadá foi parar no Instagram do ator e até escola de samba se manifestou com surpresa. “Tão grande que nem cabe explicação. Angus Cloud vestindo Angenor, José e Laurindo. Simplesmente a Maior do Planeta!”, escreveu o perfil oficial da Estação Primeira de Mangueira. Por sinal, a Mangueira aproveitou para convidar o ator para o próximo Carnaval: “Vem desfilar com a gente?”
Nelson Sargento (1924–2021)
O sambista Nelson Sargento morreu nesta quinta (27/5) aos 96 anos, no Rio de Janeiro, em decorrência da covid-19. Ele estava internado desde o dia 20 e havia sido transferido para a UTI no último sábado (22/5) já com um quadro considerado grave. O músico havia recebido as duas doses da vacina contra a covid-19 em fevereiro, no Rio de Janeiro. Mas um novo estudo da Vebra Covid-19 divulgado em 18 de maio apontou que a efetividade da vacina entre os que têm mais de 80 anos é menor que a eficácia global de 50,7% encontrada nos estudos do Instituto Butantan. Nelson era compositor dos sambas-enredo da Mangueira, onde chegou com 18 anos. Ele também desfilou ininterruptamente pela escola de samba até o Carnaval de 2020. No Carnaval de 2019, quando a Mangueira conquistou seu último título com um enredo que enfocava personagens esquecidos pelos livros de história, Nelson desfilou representando Zumbi dos Palmares. Parceiro de bambas como Cartola, Carlos Cachaça, Zé Kéti e Paulinho da Viola, foi fundador com os antigos companheiros do Voz do Morro, grupo musical que trouxe o samba dos morros para o asfalto nos anos 1960, popularizando a música que então tocava nas favelas cariocas. Ao todo, compôs mais de 400 canções e lançou cerca de 30 discos. Seu repertório eternizou clássicos da música brasileira, como “Ciúme Doentio” (em parceria com Cartola), “Encanto da Paisagem”, “Deixa”, “Falso Amor Sincero” e o grande sucesso “Agoniza, Mas Não Morre”. Mas além de ser reconhecido pela vasta contribuição musical, Nelson Sargento também foi artista plástico, escritor e ator. Ele estrelou a minissérie “Presença de Anita”, em que interpretou Seu João, funcionário da fazenda onde a trama de 2001 foi retratada, além de ter atuado em filmes como “Dente por Dente” (1994), “O Primeiro Dia” (1998) e “Orfeu” (1999). Em “Orfeu”, remake do clássico “Orfeu Negro” e grande homenagem ao samba dos morros, interpretou a si mesmo, Nelson Sargento, um mestre do gênero musical que por muitos anos foi o som oficial do Rio de Janeiro. Mais recentemente, voltou a viver a si mesmo numa participação na novela “A Força do Querer” (2017), que foi reprisada durante a pandemia no horário nobre na Globo. Na época, foi muito tietado pelas atrizes da trama, inclusive Isis Valverde e Maria Fernanda Candido. Sua carreira foi colocada em perspectiva num documentário, “Nelson Sargento: Mémoria do Samba”, de 2012, que ele conseguiu apreciar ainda em vida.
Fevereiros celebra a música e a religiosidade de Maria Bethânia
Maria Bethânia, uma das maiores intérpretes da música brasileira, com 50 anos de uma brilhante carreira, já recebeu inúmeras homenagens, foi cantada em prosa e em verso, por meio de todas as mídias possíveis. Um desafio para o documentarista Márcio Debellian. O que ainda faltaria dizer ou abordar sobre ela? Quem mostrou o caminho foi a escola de samba Estação Primeira de Mangueira. Em 2016, a Verde e Rosa homenageou Bethânia com o enredo “Menina dos Olhos de Oya”, dando destaque ao lado religioso da vida dela. O sincretismo religioso de Maria Bethânia combina o candomblé, a devoção católica, sobretudo, à Nossa Senhora e sabedorias herdadas dos índios. Esse amálgama traz a fé temperada pela diversidade e pela tolerância. E o convívio muito próximo e intenso com o mano Caetano acrescenta os elementos de ceticismo e ateísmo à mistura. Caetano Veloso, aberto a tudo, como ela, compartilhando experiências, mesmo sem crer verdadeiramente. Belos exemplos de respeito à ampla diversidade de cultos, crenças e não crenças. Que celebra a vida e a história, com festa. O filme “Fevereiros” explora bem esse caminho, ao mostrar e tratar do desfile campeão da Mangueira, que levou em conta a história do samba, a tolerância religiosa e o racismo, ao homenagear a carreira da cantora, que explodiu em 1964, no show Opinião, com a célebre interpretação de “Carcará”, de João do Vale. A ave, em grandes dimensões, foi um dos destaques do desfile. Márcio Debellian buscou explorar o universo familiar, festivo e religioso de Bethânia, acompanhando-a a Santo Amaro da Purificação, cidade natal dela, no Recôncavo Baiano, a região brasileira que recebeu mais negros escravizados da África. E a cidade que cultua Santo Amaro, Nossa Senhora da Purificação e outros santos em todos os fevereiros, com grandes rituais e festas populares. Maria Bethânia nunca deixa de estar lá, a partir de 31 de janeiro, em todos os fevereiros, luminares, marcantes de sua vida. “Fevereiros” traz a boa conversa de Bethânia, de Caetano Veloso, de outros familiares dela, participações de Chico Buarque e da turma da Mangueira. Tudo muito bom de se ver e ouvir. Pena que haja pouca música cantada por ela, mas isso se perdoa. Afinal, o que mais se conhece dela são suas canções gravadas, os poemas que ela recita lindamente, suas aparições mágicas nos palcos. O recorte de “Fevereiros” é outro, não exatamente original, mas bastante oportuno. Em tempos de fundamentalismos religiosos idiotas e opressores, é bom celebrar a vida, a festa, a tolerância e, sobretudo, a diversidade. Lançado no festival do Rio 2017 e já exibido em 29 festivais de cinema pelo mundo, “Fevereiros” foi escolhido como o Melhor Filme do 10º. In-Edit Brasil e recebeu menção honrosa do Júri Latino-americano do Festival Internacional do Uruguai.




