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    Sidney Poitier (1927–2022)

    7 de janeiro de 2022 /

    Sidney Poitier, primeiro ator negro a vencer o Oscar, morreu nesta sexta (7/1), aos 94 anos. O falecimento foi anunciado pelo ministro das Relações Exteriores das Bahamas, país de origem de Poitier, e a causa da morte não foi revelada. O ator tinha dupla cidadania já que nasceu inesperadamente em Miami durante uma visita dos pais aos Estados Unidos. Ele cresceu nas Bahamas, mas mudou-se para os EUA aos 15 anos. Com uma carreira repleta de papéis marcantes, sua trajetória se confunde com a luta pelos direitos civis nos EUA. O tema racial esteve presente em sua filmografia desde o primeiro papel, em “O Ódio é Cego” (1950), como um médico negro que precisa tratar de dois irmãos racistas. Na juventude, também integrou o elenco de “Sementes de Violência”, o filme sobre estudantes delinquentes que foi responsável por colocar o primeiro rock nas paradas de sucesso em 1955 – “Rock Around the Clock”, de Bill Haley & His Comets. Em 1958, Poitier se tornou o primeiro negro indicado ao Oscar de Melhor Ator, pelo longa “Acorrentados”, que ainda lhe rendeu o prêmio de intérprete no Festival de Berlim daquele ano. No filme de Stanley Kramer, ele aparecia acorrentado a Tony Curtis. Os dois davam vida a prisioneiros fugitivos que deviam aprender a se relacionar bem para evitar a captura. A lista de clássicos do período o colocou a encenar a revolução sangrenta dos Mau Maus no Quênia colonial em “Sangue Sobre a Terra” (1957), estrelar a adaptação do musical de blues “Porgy & Bess” (1959), liderar soldados racistas durante a 2ª Guerra Mundial em “Os Invencíveis” (1960), levar às telas a peça “O Sol Tornará a Brilhar” (1961) sobre a situação de pobreza da população negra nos EUA, celebrar a era do cool jazz em “Paris Vive à Noite” (1961) e ser o psicólogo de um presidiário neonazista em “Tormentos D’Alma” (1962). Ele venceu o Oscar por “Uma Voz nas Sombras” (1963), que ainda lhe rendeu o segundo prêmio de Melhor Ator no Festival de Berlim. Sem tema polêmico, o filme o trazia como um faz-tudo que ajuda um grupo de freiras a construir uma capela no meio do deserto. Depois desse feito, passaram-se quase quatro décadas até que outro astro negro fosse reconhecido como Melhor Ator pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Isto só aconteceu com Denzel Washington por “Dia de Treinamento” (2001), coincidentemente no mesmo dia em que Poitier recebeu um novo Oscar, numa homenagem pelo conjunto de sua obra. Embora já tivesse uma carreira repleta de obras icônicas, depois do Oscar Poitier viu sua filmografia se tornar ainda mais influente, acrescentando vários outros trabalhos que denunciavam o racismo da época. Curiosamente, isto aconteceu ao mesmo tempo em que seus filmes ganharam maior apelo comercial. Duas de suas obras mais populares depois do Oscar o colocaram como par romântico de jovens brancas. Em “Quando Só o Coração Vê” (1965), ele alimentava o afeto de uma garota cega que não distinguia diferenças raciais. E em “Adivinhe Quem vem para Jantar” (1967) era apresentado como noivo da filha de brancos supostamente liberais. Este filme marcou época, denunciando com humor constrangedor a hipocrisia de uma sociedade que apenas fingia tolerância racial, com uma força poucas vezes vista no cinema. 1967 foi, definitivamente, um ano impactante na carreira do ator, pois ainda incluiu mais dois clássicos absolutos: “Ao Mestre, com Carinho” (1967), em que Poitier interpretou um professor que conquista o respeito de adolescentes brancos rebeldes de Londres, e “No Calor da Noite” (1967), no qual deu vida ao detetive policial Virgil Tibbs, investigando um assassinato numa região racista do sul dos EUA. Numa cena marcante, ele retribuía um tapa num racista. Foi a primeira vez que um negro estapeava um branco racista num filme. “É uma escolha clara”, disse Poitier sobre os papéis que aceitava, numa entrevista concedida naquele ano. “Se a estrutura da sociedade fosse diferente, eu gritaria aos céus para bancar o vilão e lidar com diferentes imagens da vida do negro que seriam mais dimensionais. Mas eu seria amaldiçoado se fizesse isso nesta etapa do jogo”. Ele retomou o papel do detetive Tibbs em mais dois filmes, “Noite Sem Fim” (1970) e “A Organização” (1971), confrontando brancos poderosos. E então, no auge de sua popularidade, decidiu virar diretor, assinando o cultuado western “Um por Deus, Outro pelo Diabo” (1972). Ao todo, Poitier dirigiu oito filmes até 1990. Um dos mais simbólicos, “Dezembro Ardente” (1973), foi motivado pelo desejo simples de viver um romance com uma mulher negra nas telas, algo que nunca tinha feito em sua longa e prestigiosa carreira, porque Hollywood não estava interessada em mostrar romances entre casais negros. Os demais filmes que assinou foram comédias estreladas por ele mesmo com Bill Cosby, ou protagonizadas por Gene Wilder e Richard Pryor – incluindo o sucesso “Loucos de Dar Nó” (1980). Mas esta dedicação à direção teve um efeito colateral, afastando-o das telas. Ele passou a aparecer basicamente nos filmes que dirigia, voltando a atuar para terceiros apenas no fim dos anos 1980, em obras como “Espiões sem Rosto” (1988), ao lado de River Phoenix, e “Quebra de Sigilo” (1992), com Robert Redford. Nos anos 1990, ainda fez algumas produções televisivas. Duas lhe renderam indicações ao Emmy: a minissérie “Separados, Mas Iguais” (1991) e o telefilme “Mandela e De Klerk” (1997), em que viveu Nelson Mandela. Sua última aparição cinematográfica foi no thriller “O Chacal” em 1997, e quatro anos depois abandonou as telas com o desempenho no telefilme “Construindo um Sonho” (2001). O que o motivou a se afastar do cinema foi o convite para ser embaixador das Bahamas no Japão, cargo que ele serviu entre 1997 e 2007. Mas mesmo afastado das telas, o mestre continuou a receber o carinho de Hollywood e do mundo, com vários prêmios pela carreira – em homenagens do Oscar, da Academia Britânica, do Globo de Ouro, etc – em reconhecimento ao seu enorme talento e por tudo o que representou para a Cultura e a civilização.

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    Bruce Jay Friedman (1930 – 2020)

    4 de junho de 2020 /

    O escritor, dramaturgo e roteirista Bruce Jay Friedman, que disputou o Oscar por “Splash: Uma Sereia em Minha Vida” (1984), morreu na quarta (3/6) aos 90 anos. A causa da morte não foi divulgada. Editor de revistas de Nova York, Friedman estreou como romancista em 1962 com “Stern”, o primeiro de seus oito romances, que escreveu inspirado em seu casamento atribulado com a modelo Ginger Howard. Ele também publicou sete coleções de contos. E foi uma de suas histórias curtas que lhe abriu as portas de Hollywood. O conto “A Change of Plan” acabou adaptado pelo dramaturgo Neil Simon na comédia “Corações em Alta”, de 1972. Dirigido por Elaine May, o filme acabou sendo indicado a dois Oscar e ainda ganhou um remake, “Antes Só do que Mal Casado” (2008), com Ben Stiller no papel principal. Graças a esse sucesso, ele virou roteirista, especializando-se em comédias. O primeiro roteiro, “Loucos de Dar Nó” (1980), com Gene Wilder e Richard Pryor, estourou as bilheterias. O segundo, “Doutor Detroit e as Mulheres” (1983), com Dan Aykroyd, não repetiu o feito. Outro conto de Friedman rendeu a comédia “Rapaz Solitário” (1984), com Steve Martin. Mas foi uma história original que lhe deu maior reconhecimento em Hollywood. Ele escreveu com Brian Grazer a clássica Sessão da Tarde “Splash: Uma Sereia em Minha Vida”, estrelada por Tom Hanks e Daryl Hannah, que não só lhe rendeu o Oscar como inspirou uma continuação – “Madison, a Sereia”, lançada pela Disney na televisão. Curiosamente, seu trabalho mais bem-sucedido também foi seu último roteiro para o cinema. Ele ainda continuou ligado a Hollywood, mas como ator, fazendo participações em três filmes de Woody Allen, “A Outra” (1988), “Maridos e Esposas” (1992) e “Celebridades” (1998), além de aparecer no blockbuster “Mensagem para Você” (1998), novamente estrelado por Tom Hanks.

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    Gene Wilder (1933- 2016)

    30 de agosto de 2016 /

    Morreu o ator americano Gene Wilder, um dos comediantes mais populares e influentes da década de 1970, que interpretou Willy Wonka no clássico “A Fantástica Fábrica de Chocolate” (1971), o personagem-título de “O Jovem Frankenstein” (1974) e inúmeros outros personagens marcantes, numa carreira repleta de sucessos. Ele faleceu na segunda (29/8) devido a complicações decorrentes do Alzheimer, aos 83 anos em Stamford, no Estado de Connecticut. Seu nome verdadeiro era Jerome Silberman. Ele nasceu em 1933, em Wisconsin, e a inspiração para seguir a vida artística veio aos 8 anos de idade, quando o médico de sua mãe, diagnosticada com febre reumática, o chamou num canto e lhe deu a receita para a saúde de sua mãe: “Faça-a rir”. Jerome só foi virar Gene aos 26 anos, pegando emprestado o nome do personagem Eugene Gant, dos romances de Thomas Wolfe, para fazer teatro. Ele participou de várias montagens na Broadway, antes de estrear no cinema como um refém no clássico filme de gângsteres “Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas” (1967). Mas foi outro filme do mesmo ano, “Primavera para Hitler” (1967), que determinou o rumo da sua carreira. Vivendo um jovem contador, que se associava a um produtor picareta de teatro para montar a pior peça de todos os tempos, Wilder construiu seu tipo cinematográfico definitivo – tímido, compenetrado, mas atrapalhado o suficiente para causar efeito oposto à sua seriedade, fazendo o público rolar de risada. Até a sisuda Academia de Artes e Ciências Cinematográficas sorriu para ele, com uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. “Primavera para Hitler” venceu o Oscar de Melhor Roteiro de 1968 e inaugurou a bem-sucedida parceria do ator com o diretor e roteirista Mel Brooks. Os dois ainda fizeram juntos “Banzé no Oeste” (1974) e “O Jovem Frankenstein” (1974), que figuram entre os filmes mais engraçados da década de 1970. O primeiro era uma sátira de western e o segundo homenageava os filmes de horror da Universal dos anos 1930, inclusive na fotografia em preto e branco. Com “O Jovem Frankenstein”, Wilder também demonstrou um novo talento. Ele foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro pelo filme, que coescreveu com Brooks. Muitas das piadas que marcaram época surgiram de improvisações que ele inclui no filme, em especial seus confrontos com o impagável Mary Feldman, conhecido pelos olhos tortos, no papel de Igor. Seu sucesso com o público infantil, por sua vez, jamais superou sua aparição em “A Fantástica Fábrica de Chocolate” (1971), como o alegre mas misterioso Willy Wonka, num show de nuances que manteve o público hipnotizado, como um mestre de picadeiro. Mesmo assim, a idolatria das crianças de outrora também vem de seu papel como a Raposa, que roubou a cena de “O Pequeno Príncipe” (1974). Mas Wilder também fez filmes “cabeças”, trabalhando com Woody Allen em “Tudo o Que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo e Tinha Medo de Perguntar” (1972), e com o diretor de teatro Tom O’Horgan (responsável pelas montagens de “Hair” e “Jesus Cristo Superstars”) na adaptação de “Rhinoceros” (1974), de Eugene Ionesco, um clássico do teatro do absurdo. Tantas experiências positivas o inspiraram a passar para trás das câmeras. Ele escreveu e dirigiu “O Irmão mais Esperto de Sherlock Holmes” (1975), sátira ao personagem de Arthur Conan Doyle, em que voltou a se reunir com seus colegas de “O Jovem Frankenstein”, Madeline Kahn e Marty Feldman. O sucesso da empreitada o fez repetir a experiência em “O Maior Amante do Mundo” (1977), em que viveu um rival de Rodolfo Valentino, no auge do Cinema Mudo. Entre um e outro, acabou atuando em outro grande sucesso, “O Expresso de Chicago” (1976), filme do também recém-falecido Arthur Hiller. Com referências aos suspenses de Alfred Hitchock, o filme combinou ação e humor de forma extremamente eficaz, a ponto de inspirar um subgênero, caracterizado ainda por uma parceria incomum. O segredo da fórmula era pura química. A química entre Wilder e seu parceiro em cena, Richard Pryor, responsáveis pelo estouro do primeiro “buddy film” birracial de Hollywood – tendência que logo viraria moda com “48 Horas” (1982), “Máquina Mortífera” (1987), “A Hora do Rush” (1998) e dezenas de similares. Logo depois, ele fez uma parceria ainda mais inusitada, cavalgando com Harrison Ford em “O Rabino e o Pistoleiro” (1979), penúltimo filme da carreira do mestre Robert Aldrich. Wilder ainda voltou a se reunir com Pryor mais três vezes. O reencontro, em “Loucos de Dar Nó” (1980), foi sob direção do célebre ator Sidney Poitier, que logo em seguida voltou a dirigi-lo em “Hanky Panky, Uma Dupla em Apuros” (1982), coestrelado por Gilda Radner. O ator acabou se apaixonando pela colega de cena e os dois se casaram em meio às filmagens de seu filme seguinte, o fenômeno “A Dama de Vermelho” (1984). Foi o terceiro casamento do ator, mas o primeiro com uma colega do meio artístico. Escrito, dirigido e estrelado por Wilder, “A Dama de Vermelho” marcou época e transformou a então desconhecida Kelly LeBrock, intérprete da personagem-título, numa dos maiores sex symbols da década – “A Mulher Nota Mil”, como diria o título de seu trabalho seguinte – , graças a uma recriação ousada da cena do vestido de Marilyn Monroe em “O Pecado Mora ao Lado” (1955). O estouro foi também musical. A trilha sonora, composta por Stevie Wonder, dominou as paradas graças ao hit “I Just Call to Say I Love You”, que, por sinal, venceu o Oscar de Melhor Canção. Bem-sucedido e respeitado como um artista completo, Wilder voltou a se multiplicar na frente e atrás das câmeras com “Lua de Mel Assombrada” (1986). O título também era uma referência à seu recente casamento com Radner, a atriz principal da trama. O tom da produção lembrava suas antigas comédias com Mel Brooks, mas as filmagens acabaram marcadas por uma notícia triste: Gilda Radner descobriu que tinha câncer. Durante o tratamento, o casal chegou a comemorar a remissão da doença. Aliviado, Wilder filmou uma de suas comédias mais engraçadas, “Cegos, Surdos e Loucos” (1989), seu terceiro encontro com Pryor, novamente dirigido por Hiller, em que os dois vivem testemunhas de um crime. O problema é que o personagem de Wilder é mudo e o de Pryor é cego. Radner morreu uma semana após a estreia e Wilder nunca recuperou seu bom-humor. Fez seu filme de menor graça, “As Coisas Engraçadas do Amor” (1990), dirigido por Leonard Nimoy (o eterno Sr. Spock), e em seguida encerrou a carreira cinematográfica, compartilhando sua despedida com o amigo Richard Pryor, em “Um Sem Juízo, Outro Sem Razão” (1991), no qual viveu um louco confundido com milionário. Ele se casou novamente em 1991, mas manteve viva a memória da esposa ao ajudar a fundar um centro de diagnóstico de câncer em Los Angeles com o nome de Gilda Radner. Profissionalmente, ainda tentou emplacar uma série na TV, “Something Wilder”, que durou só 15 episódios entre 1994 e 1995, e seguiu fazendo pequenos trabalhos esporádicos na televisão. Por conta de uma de suas últimas aparições na telinha, na 5ª temporada de “Will & Grace”, exibida em 2003, ele venceu o Emmy de Melhor Ator Convidado em Série de Comédia. Dois anos depois, ninguém o convidou a participar do remake de “A Fantástica Fabrica de Chocolate” (2005), dirigido por Tim Burton e com Johnny Depp em seu famoso papel. Ele resumiu sua opinião sobre o filme dizendo: “É um insulto”. Tampouco foi lembrado pelos responsáveis por “Os Produtores” (2005), versão musical de “Primavera para Hitler”. Hollywood o esqueceu completamente. Um dos maiores talentos humorísticos que o cinema já exibiu. “Um dos verdadeiros grandes talentos dos nossos tempos. Ele abençoou cada filme que fizemos com sua mágica e me abençoou com sua amizade”, definiu Mel Brooks em sua conta no Twitter.

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