“Super Mario Bros” chega em casa. Confira as estreias de streaming
A programação de filmes das plataformas de streaming e das locadoras digitais se renova nesta semana com blockbusters, terrores, dramas premiados no Oscar e no Festival de Cannes, thriller de ação europeu e rock brasileiro. Confira abaixo a seleção das 10 novidades de maior potencial. | SUPER MARIO BROS – O FILME | VOD* Uma das animações mais bem sucedidas de todos os tempos e maior bilheteria de adaptação de videogame da História, o desenho baseado no game clássico da Nintendo traz o encanador Mario e seu irmão Luigi viajando por um labirinto subterrâneo até chegar no Reino dos Cogumelos, onde atendem aos apelos da Princesa Peach para se juntar à luta contra um poderoso invasor chamado Bowser – e aliados como Donkey Kong. A produção é do estúdio Illumination (o mesmo dos “Minions”), tem direção da dupla Aaron Horvath e Michael Jelenic (da série “Jovens Titãs em Ação”) e, em sua versão em inglês, conta com dublagens de Chris Pratt (“Guardiões da Galáxia”) como Mario, Charlie Day (“Círculo de Fogo”) como Luigi, Anya Taylor-Joy (“O Gambito da Rainha”) como a Princesa Peach, Keegan-Michael Key (“A Festa de Formatura”) como Toad, Jack Black (“Jumanji: Próxima Fase”) como o vilão Bowser e Seth Rogen (“Vizinhos”) como Donkey Kong. | SHAZAM! FÚRIA DOS DEUSES | HBO MAX Menos empolgante que o primeiro, mas ainda divertido, o segundo filme encontra Billy Batson e seus irmãos adotivos aprendendo a conciliar a vida adolescente com seus alter egos de super-heróis adultos. Essa rotina é abalada quando as três Filhas de Atlas chegam à Terra em busca da magia roubada dos deuses, dando início a uma batalha por seus superpoderes, suas vidas e o destino do mundo. Com muitas cenas de ação, lutas e até dragões voadores, a continuação é novamente dirigida por David F. Sandberg e volta a trazer Zachary Levi (“Chuck”) como Shazam, Asher Angel (série “Andi Mack”) como seu alter ego Billy Batson, Jack Dylan Grazer (“It – A Coisa”) como Freddie Freeman, Adam Brody (“Um Caso de Detetive”) como sua versão adulta, o Shazam Jr., Grace Fulton (“Annabelle 2: A Criação do Mal”) como Mary, antigamente conhecida como Mary Marvel, Ian Chen (série “Fresh Off the Boat”) como Pedro Choi, Ross Butler (“Riverdale”) como sua versão heroica, Jovan Armand (série “The Middle”) como Pedro Peña, DJ Cotrona (“G.I. Joe: Retaliação”) como seu alter-ego poderoso, Faithe Herman (série “This Is Us”) como Darla Dudley e Meagan Good (“Minority Report”) como sua contraparte adulta. Já as Filhas de Atlas, que não existem nos quadrinhos e foram criadas para o filme, são interpretadas por Helen Mirren (“A Rainha”), Lucy Liu (“As Panteras”) e Rachel Zegler (estrela do remake de “Amor, Sublime Amor”). | ENTRE MULHERES | VOD* Vencedor do Oscar de Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado, o novo drama de Sarah Polley (“Longe Dela”) reúne um espetacular elenco feminino para contar uma história de rebelião. A trama se passa em 2010 numa comunidade religiosa isolada, quando mulheres submissas resolvem conversar entre si sobre os abusos, inclusive sexuais, que sofrem dos maridos e de outros homens. Impedidas de protestar devido à sua fé, elas começam a questionar tudo, divididas entre se submeter ou enfrentar o patriarcado, correndo o risco de perder o único mundo que já conheceram – abrindo mão também, conforme suas crenças, da chance de ir para o Céu. O elenco é encabeçado por Rooney Mara e Claire Foy, que curiosamente já viveram versões diferentes da mesma personagem no cinema, respectivamente em “Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres” (2011) e “Millennium: A Garota na Teia de Aranha” (2018), além de Jessie Buckley (“A Filha Perdida”), Judith Ivey (“Hospital New Amsterdam”), Ben Whishaw (“007: Sem Tempo para Morrer”) e Frances McDormand (“Nomadland”). | TESLA | VOD* O drama biográfico traz Ethan Hawke (“Cavaleiro da Lua”) como o gênio visionário Nicola Tesla, cientista inventor que já foi vivido por Nicholas Hoult em “A Batalha das Correntes” (2017) e David Bowie em “O Grande Truque” (2006). Cada um desses filmes tomou suas liberdades com a história, mas desta vez a produção acrescenta elementos anacrônicos, como computadores, celulares e microfones modernos para apresentar Tesla como o rockstar elusivo da Era Elétrica. O filme foi escrito e dirigido por Michael Almereyda, cineasta que gosta de experimentos cinematográficos e que já comandou Hawke em duas adaptações shakespeareanas passadas em tempos modernos – “Hamlet: Vingança e Tragédia” (2000) e “Cymbeline” (2014). A produção também destaca Eve Hewson (“Robin Hood”) como Anne Morgan, a filha do famoso financista JP Morgan, que serve como narradora do filme, além de Kyle MacLachlan (“Twin Peaks”) e o comediante Jim Gaffigan (“Tropa Zero”) como o inventor Thomas Edison e o empresário George Westinghouse, respectivamente. | O EXORCISTA DO PAPA | VOD* O terror traz Russell Crowe (“Thor: Amor e Trovão”) como Gabriele Amorth, um lendário (e verdadeiro) padre italiano que realizou mais de 100 mil exorcismos para o Vaticano. Na história do filme, um demônio possuiu uma criança e exige a presença do padre, num plano premeditado para possuir o exorcista do Papa. Dirigido por Julius Avery (“Operação Overlord”), o filme é baseado nos livros de memórias publicados por Amorth, que morreu em 2016, e seu elenco conta com Franco Nero (“Django”), Laurel Marsden (“Ms. Marvel”), Cornell S. John (“Gangs of London”), Alex Essoe (“Missa da Meia-Noite”) e Daniel Zovatto (“Station Eleven”). | HELLRAISER | PARAMOUNT+ A franquia dos anos 1980 volta repaginada, com uma história inédita sobre incautos que ousam decifrar o segredo do cubo maldito e abrir as portas do inferno para a chegada dos cenobitas. Mas se a premissa é a de sempre, o monstro demoníaco Pinhead, símbolo da franquia, volta bem diferente nesse reboot, aparecendo pela primeira vez com visual andrógino. Quem vive Pinhead na nova versão é a atriz Jamie Clayton, que teve destaque em “Sense8” e atualmente está na série “The L Word: Generation Q”. Ela é a primeira transexual no papel do líder dos cenobitas, que até então tinha sido vivido por Doug Bradley em oito filmes, além de Stephan Smith Collins e Paul T. Taylor nas duas produções mais recentes. No livro de Clive Barker, o personagem não tem sexo definido. A dupla Ben Collins e Luke Piotrowski assina o roteiro, enquanto a direção ficou a cargo de David Bruckner. O trio é o mesmo responsável pelo ótimo terror “A Casa Sombria” (2020), com Rebecca Hall. | LEGALIZE JÁ | NETFLIX O filme narra a história do Planet Hemp por meio da amizade entre os formadores da banda, Marcelo D2 e o falecido rapper Skunk. A produção supera expectativas ao mostrar o encontro dos músicos e as dificuldades da vida de D2 – expulso de casa, sem dinheiro e com a namorada grávida – antes de formarem a banda que se tornaria a mais famosa do Brasil nos anos 1990, ao juntar rock, funk, rap e defender abertamente a legalização da maconha. O filme, porém, não tem final feliz. Logo depois da gravação da primeira demo, Skunk morreu de complicações decorrentes da Aids. Marcelo D2 participou ativamente da produção desde o início do projeto, que durou nove anos. Ele é um dos responsáveis pela trilha sonora do longa, que foi premiado na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e no Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro. Dirigido por Johnny Araújo e Gustavo Bonafé, que antes fizeram a comédia de boy band da meia-idade “Chocante” (2017), o longa destaca em seu elenco Renato Góes (“Pequeno Dicionário Amoroso 2”) como D2, Ícaro Silva (“Sob Pressão”) como Skunk, além de Ernesto Alterio (“Infância Clandestina”), Marina Provenzzano (“A Frente Fria que a Chuva Traz”), Stepan Nercessian (“Os Penetras”) e Rafaela Mandelli (“O Negócio”). | SANGUE E OURO | NETFLIX O thriller de ação alemão se passa no fim da 2ª Guerra Mundial e acompanha um desertor (Robert Maaser, de “Bárbaros”) e uma jovem camponesa (Jördis Triebel, de “A Imperatriz”), que se envolvem em uma batalha sangrenta contra um grupo de nazistas em busca de uma fortuna de barras de ouro escondida. Com violência estilizada, ao estilo das obras de Tarantino, o filme tem direção de Peter Thorwarth, que caiu nas graças na Netflix com o terror “Céu Vermelho-Sangue” (2021), segundo filme em língua não inglesa mais visto da plataforma em todos os tempos. O tom ultrajante tem sido comparado a “Bastardos Inglórios” (2009). | TIN & TINA | NETFLIX O terror espanhol acompanha um jovem casal que, com problemas para ter filhos, resolve adotar crianças abandonadas. Eles optam por dois irmãos mais crescidos, e o fato dos escolhidos terem o visual das crianças de “A Cidade dos Amaldiçoados” (1995) devia servir-lhes de alerta. Bastante alegres e agitados, os jovens logo começam a demonstrar predileção por brincadeiras violentas e comportamento bizarro. Primeiro longa dirigido por Rubin Stein, traz Milena Smit (“A Garota na Fita”) e Jaime Lorente (“La Casa de Papel”) como os adultos da história. | UNCLENCHING THE FISTS | MUBI Vencedor da mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes passado, o drama russo se passa em uma cidade mineradora na Ossétia do Norte. A história segue Ada, uma jovem mulher que vive uma existência controlada e reprimida pelo seu pai doente e possessivo, que decide quando ela e seus irmãos podem sair de casa. Ada sofreu ferimentos durante um sequestro na escola e precisa de uma cirurgia, que o pai se recusa a permitir. Quando o irmão mais velho retorna da cidade, ele promete ajudá-la a obter o tratamento. No entanto, o auxílio tem um matiz perturbador, sugerindo um subtexto incestuoso. O contato físico constante entre os membros da família – carícias, lutas, embates – é habilmente captado pela proximidade da câmera, permitindo ao público sentir a pressão de que Ada deseja escapar. Apesar da natureza tensa e opressiva da trama, a obra da diretora Kira Kovalenko (“Sofichka”) tem cenas de humor sombrio e momentos de ternura, e contém uma atuação impressionante da estreante Milana Aguzarova no papel principal.
Legalize Já acerta praticamente tudo ao contar a gênese do Planet Hemp
É raro uma cinebiografia acertar a mão. Muitas tentam dar conta da vida completa do artista ou da pessoa em questão e acabam por tornar tanto a narrativa quanto o personagem rasos. Não é o caso de “Legalize Já – Amizade Nunca Morre”, dirigido por Johnny Araújo e Gustavo Bonafé, que faz um recorte destacando a amizade entre Marcelo D2 e Skunk, responsáveis pela criação de uma das bandas mais importantes do cenário brasileiro dos anos 1990, o Planet Hemp. Bastava estar vivo naquela década para lembrar o que o rolava nas rádios e nas televisões: era o boom do pagode e do axé. O surgimento das novas bandas da turma de 1994 foi crucial para dar uma oxigenada no rock daquele período, ainda que as bandas da década anterior ainda estivessem ativas e interessantes. Mas era preciso sangue novo e essa nova turma em geral soube lidar com a transgressão de maneira muito mais efetiva que a turma anterior. Colocar a legalização da maconha como principal bandeira por si só já foi um trunfo. Mas o Planet Hemp tinha também muito a oferecer no que se refere à qualidade de sua música. Uma coisa que muita gente não sabia era a importância de Skunk para a criação do conceito da banda. Marcelo não acreditava em si mesmo, embora as letras tenham partido dele desde o começo. Skunk, soropositivo, tentou lidar com a doença até onde deu. Na época, os coquetéis para combater o avanço do HIV eram muito desconfortáveis e tinham efeitos colaterais desagradáveis. “Legalize Já” ganhou o subtítulo “Amizade Nunca Morre” justamente por focar mais na amizade da dupla do que na criação musical. As linhas paralelas das vidas de Marcelo, camelô que vendia camisetas de banda de rock na rua, e Skunk, que morava com um amigo argentino dono de bar e de uma espécie de mini-estúdio caseiro, cruzam-se em um momento em que o rapa aparece para desmontar as bancas de alguns vendedores de rua. Chega a ser tocante ver a aproximação e a ótima química entre os dois, com Skunk sempre sendo o cara que motiva Marcelo a acreditar em si, em pensar grande com a ideia de montar uma das melhores bandas de rock do país. Apesar de haver aspectos dramáticos muito fortes, devido às situações nada fáceis da vida de ambos, o filme tem uma pegada leve, com cenas bem divertidas. E há também momentos musicais, que são de arrepiar. O que dizer da primeira vez em que ouvimos “Phunky Bhuda”? O que é aquele riff de guitarra, aquela energia? Vale destacar aqui as excelentes performances dos atores. Tanto Renato Góes (“Pequeno Dicionário Amoroso 2”) como Marcelo D2 quanto Ícaro Silva (“Sob Pressão”) como Skunk estão ótimos. Principalmente o segundo, que exala um carisma impressionante. E também a evolução do diretor Johnny Araújo, que filma rock desde sua estreia, “O Magnata” (2007), com roteiro de Chorão e participação do Marcelo Nova, e seguiu firme no tema com “Depois de Tudo” (2015), uma espécie de ode à canção “Soldados”, da Legião Urbana. “Legalize Já” é poesia urbana que, em vez de rimas, usa imagens.
Legalize Já: Filme sobre a história da banda Planet Hemp ganha primeiro trailer
A Imagem Filmes divulgou o pôster, fotos e o primeiro trailer de “Legalize Já – Amizade Nunca Morre”, que narra a história do Planet Hemp por meio da amizade entre os formadores da banda, Marcelo D2 (Renato Góes) e o falecido rapper Skunk (Ícaro Silva). A prévia supera expectativas e até o título genérico-preguiçoso com hífen, mostrando o encontro dos músicos e as dificuldades da vida de D2 – expulso de casa, sem dinheiro e com a namorada grávida – antes de formarem a banda que se tornaria a mais famosa do Brasil nos anos 1990, ao juntar rock, funk, rap e defender abertamente a legalização da maconha. O filme, porém, não tem final feliz. Logo depois da gravação da primeira demo, Skunk morreu de complicações decorrentes da Aids. Marcelo D2 participou ativamente da produção desde o início do projeto, que durou nove anos. Ele é um dos responsáveis pela trilha sonora do longa, já premiado na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e no Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro. Dirigido por Johnny Araújo e Gustavo Bonafé, que antes fizeram a comédia de boy band da meia-idade “Chocante” (2017), o longa destaca em seu elenco Renato Góes (“Pequeno Dicionário Amoroso 2”) como D2, Ícaro Silva (“Sob Pressão”) como Skunk, além de Ernesto Alterio (“Infância Clandestina”), Marina Provenzzano (“A Frente Fria que a Chuva Traz”), Stepan Nercessian (“Os Penetras”) e Rafaela Mandelli (“O Negócio”). A estreia está marcada para o dia 18 de outubro.


