Festival de Veneza premia Cate Blanchett e Colin Farrell
O Festival de Veneza se encerrou neste sábado (10/9) com a premiação de “All the Beauty and the Bloodshed”, de Laura Poitras, com o Leão de Ouro. O filme é o primeiro documentário a receber as principais honras do festival. A obra acompanha a vida da artista Nan Goldin e sua campanha contra a família Sackler, dinastia farmacêutica que foi a grande responsável pela epidemia de opioides. Poitras, que já tem um Oscar por seu documentário sobre Edward Snowden, “Cidadãoquatro”, dedicou o prêmio a Goldin. Apesar da falta de astros para celebrar o prêmio principal, Hollywood esteve bem representada na entrega de troféus, com as conquistas da Coppa Volpi para a australiana Cate Blanchett, eleita a melhor atriz pelo trabalho em “Tár”, de Todd Field, e o irlandês Colin Farrell, melhor ator por “The Banshees of Inisherin”, de Martin McDonagh – que também foi premiado pelo roteiro. Os dois foram muito elogiados pela crítica por seus desempenhos. Blanchett, no papel de uma maestrina em crise, e Farrell, enfrentando ódio de um amigo em sua pequena vila, saem de Veneza com indicações ao Oscar praticamente garantidas. Mas também houve uma grande torcida por Brenda Fraser, por “A Baleia” Além deles, Taylor Russell, estrela da série “Perdidos no Espaço”, ganhou o troféu de Melhor Atriz Jovem por sua atuação como uma garota canibal em “Bones and All”, de Luca Guadagnino. Guadagnino também conquistou o Leão de Prata de Melhor Diretor. A Biennale ainda destacou com o Prêmio Especial do Júri o filme iraniano “No Bears”, do diretor Jafar Panahi, que se encontra preso por protestar contra o governo de seu país. Apesar de sua ausência no evento, o cineasta foi aplaudido longamente após o anúncio de seu prêmio. Panahi foi preso em 11 de julho ao chegar ao tribunal de Teerã para acompanhar o caso de outro diretor de cinema premiado, Mohammad Rasulof, que tinha sido preso três dias antes, junto com seu parceiro Mostafa Aleahmad. Segundo um porta-voz do sistema judiciário iraniano, Panahi cumpre uma pena aplicada em 2010, quando foi condenado a 6 anos de prisão e 20 anos de proibição para trabalhar com cinema, por “propaganda contra o governo” – apesar de ter cumprido todos os 6 anos em prisão domiciliar. “Saint Omer”, primeiro longa-metragem de ficção da documentarista francesa Alice Diop, ganhou o prêmio O Grande Prêmio do Júri e o prêmio Leão do Futuro de melhor filme de estreia. No drama jurídico, Diop narra o julgamento de uma mãe franco-senegalesa que cometeu infanticídio. O Júri do 79º Festival Internacional de Cinema de Veneza foi presidido pela atriz americana Julianne Moore. Confira abaixo um resumo dos principais prêmios. Lista completa dos principais vencedores da competição. Leão de Ouro: “All the Beauty and the Bloodshed”, de Laura Poitras Grande Prêmio do Júri: “Saint Omer”, de Alice Diop Prêmio Especial do Júri: “No Bears”, de Jafar Panahi Leão de Prata de Melhor Diretor: Luca Guadagnino, por “Bones and All” Melhor Ator Jovem: Taylor Russell, por “Bones and All” Melhor Atriz: Cate Blanchett, por “Tár” Melhor Ator: Colin Farrell, por “The Banshees of Inisherin” Melhor Roteiro: Martin McDonagh, por “The Banshees of Inisherin”
Vazamento de diálogos privados de Sergio Moro vai virar filme
O depoimento de Glenn Greenwald no Senado Federal, que aconteceu na quinta-feira (11/7), foi acompanhado por cinegrafistas estrangeiros com equipamentos cinematográficos, que registraram imagens da audiência pública. Uma produtora confirmou à imprensa brasileira que estava trabalhando em uma produção independente iniciada havia pouco tempo. Ao fim da reunião, o próprio Glenn confirmou a informação ao blog Entre Quatro Poderes. “Sim. Estamos trabalhando nisso. Por enquanto, estamos só registrando algumas imagens e depois veremos como aproveitá-las.” O longa seguiria o modelo de “Democracia em Vertigem”, documentário impressionista de Petra Costa, que reflete a narrativa petista da história recente do Brasil. Por sinal, Greenwald foi um dos nomes que a diretora agradeceu nos créditos de seu documentário. A nova obra seria focada na divulgação dos diálogos privados entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol, capturados do aplicativo Telegram, e faria uma crítica à Operação Lava Jato. Será a segunda vez que uma reportagem de Greenwald vira filme. Seu trabalho na divulgação do programa secreto americano de vigilância da internet virou “Cidadãoquatro” (2014), vencedor do Oscar de Melhor Documentário em 2015. Na ocasião, o vazamento de informações tinha nome e sobrenome: Edward Snowden, ex-agente da NSA que denunciou e entregou material sigiloso para as reportagens. Desta vez, porém, a fonte de Greenwald é misteriosa e apenas se especula sua verdadeira motivação. Neste sentido, o filme poderia revelar muito, caso não se configure em material partidário. O tema parece sob medida para a cineasta americana Laura Poitras, diretora de “Cidadãoquatro” e também de “Risk” (2016), que igualmente aborda vazamentos de informações sigilosas, via WikiLeaks.
Diretora do premiado CitizenFour denuncia esforço do WikiLeaks para censurar filme sobre Julian Assange
Vencedora do Oscar pelo documentário “CitizenFour”, sobre Edward Snowden, a cineasta Laura Poitras encontrou problemas ao realizar “Risk”, seu novo filme sobre personagem de perfil aparentemente similar: Julian Assange, criador do WikiLeaks. Após o lançamento, ocorrido há uma mês nos EUA, a documentarista e mais dois produtores executivos estariam sofrendo assédio do WikiLeaks. Em artigo publicado na revista Newsweek, Poitras, Brenda Coughlin e Yoni Golijov alegam que Assange e o WikiLeaks enviaram diversas mensagens para a distribuidora do filme, a Neon, com o intuito de retirar o documentário de cartaz. “Nos esforços do WikiLeaks para evitar a distribuição de ‘Risk’, eles estão usando as táticas que, muitas vezes, são usadas contra eles – ameaças legais, falsas afirmações de segurança, ataques pessoais, desinformação. Tudo com as mesmas intenções: suprimir informações e silenciar a fala”, denuncia o trio. Segundo eles, todos os participantes do documentário toparam fazer o filme. “Não temos obrigações com o WikiLeaks ou com a autorização de Assange para divulgar o filme. Estamos protegidos pela Primeira Emenda da Constituição americano por fazermos um jornalismo independente”, afirmam. “Risk” não tem previsão de estreia no Brasil. Veja o trailer do filme abaixo.

