HBO não exibe no Brasil “Last Week Tonight” sobre Bolsonaro
A HBO decidiu censurar no Brasil o episódio do programa “Last Week Tonight” com comentários críticos sobre Jair Bolsonaro. O capítulo em que o apresentador John Oliver comenta as eleições presidenciais brasileiras foi ao ar no dia 25 de setembro nos EUA e até agora continua inédito no país. Em comunicado à imprensa, a empresa Warner Bros. Discovery, proprietária da HBO e da HBO Max, confirmou a decisão de atrasar propositalmente a chegada do capítulo ao Brasil. “A Warner Bros. Discovery informa que optou por atrasar a inclusão na plataforma do 23º episódio de ‘Last Week Tonight with John Oliver’, em que Jair Bolsonaro é mencionado, e que foi exibido nos Estados Unidos no domingo (25/9), uma vez que não há episódios atuais e similares sobre os demais candidatos. Desta forma, mantemos isonomia e evitamos parcialidade até o final do período eleitoral”. Na verdade, esta apenas é uma forma de interpretar a opção pela censura. A outra tem entendimento oposto: teria havido parcialidade na intenção de esconder conteúdo com informações relevantes para o público eleitor. Ao contrário de apresentadores brasileiros com receio de processos, John Oliver não faz uma descrição moderada de Bolsonaro, apresentando-o como um “homofóbico misógino” que transformou “o 200º aniversário da Independência do Brasil essencialmente num comício de campanha para ele mesmo”. Mesmo com a censura local, a crítica humorística de John Oliver pode ser assistida na íntegra pelo canal oficial do programa no YouTube. Nas configurações do vídeo, é possível até incluir legendas em português. Veja abaixo.
HBO Brasil censura íntegra do programa de John Oliver que critica “terrível” Jair Bolsonaro
Vencedor do Emmy de Melhor Talk Show do ano, o programa “Last Week Tonight with John Oliver”, da HBO, teve um de seus episódios recentes censurado no Brasil. O programa tinha como tema as eleições presidenciais brasileiras, e trouxe Oliver gozando da campanha do PT e, principalmente, fazendo críticas duras ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro, a quem chamou de “ser humano terrível”. Exibido em 7 de outubro nos Estados Unidos, o episódio simplesmente não foi ao ar no Brasil. Ele deveria ter sido transmitido em 8 de outubro, no dia seguinte ao primeiro turno das eleições brasileiras. No entanto, na ocasião, a HBO reprisou o episódio 24 da 5ª temporada. Na semana seguinte, o canal exibiu o episódio 26, como se o 25 não existisse. A HBO Brasil também não deu alternativas para o público assistir ao capítulo pela plataforma HBO Go. Após o episódio 24, o catálogo do serviço oferece diretamente o episódio 26, pulando a edição dedicada às eleições brasileiras. A censura foi na TV e também online. Procurada pela reportagem do jornal O Globo, a HBO Brasil não se manifestou sobre o motivo. Em junho, o Supremo Tribunal Eleitoral (STF) derrubou a regra que impedia sátiras a políticos em período eleitoral. Ou seja, não havia restrições legais para a exibição do conteúdo pela HBO Brasil. Anteriormente, apenas a China, que não é uma democracia, proibiu a exibição de um episódio de “Last Week Tonight”. Fez mais que isso: tirou a HBO do ar para impedir uma piada de John Oliver, que lembrava como o presidente chinês Xi Jingpin não gostava de ser comparado ao Ursinho Pooh. Já o Brasil ainda é uma democracia, pelo menos até o resultado final das eleições. Mesmo assim, houve censura, como na época da ditadura, momento de repressão intensa que Bolsonaro sugere representar. Apesar de barrado no Brasil, a íntegra do segmento dedicado ao país, com 16 minutos de duração, pode ser encontrada na página oficial do programa no YouTube. Por conta disso, “fãs” resolveram legendar uma versão de 11 minutos do vídeo, sem a longa introdução sobre como o mundo via o Brasil há 80 anos. Ambas as versões podem ser vistas abaixo. No programa, além de chamar Bolsonaro de “terrível”, Oliver mostra uma compilação de declarações constrangedoras do deputado, lembrando acusações de homofobia, misoginia, racismo e comportamento antidemocrático. “A melhor coisa que você pode dizer sobre Bolsonaro é que ele não foi denunciado por um escândalo de corrupção, ainda. Infelizmente essa é, literalmente, a única coisa boa que você pode dizer sobre ele, pois ele é um ser humano terrível”. É tão pesado que Oliver termina o programa fazendo uma conclamação aos brasileiros para não votarem em Bolsonaro, dizendo que ainda havia esperanças, graças à campanha #EleNão. Oliver também brincou com a popularidade de Lula, falando que seria prático eleger um presidente que já está preso por corrupção. E chama a campanha petista, que tenta colar a imagem de Fernando Haddad a Lula, de “um insulto à inteligência das pessoas”. O apresentador inglês ainda se mostrou fascinado pela fauna de candidatos brasileiros a cargos legislativos, inclusive os super-heróis, como o “Homem-Aranha do Amapá” e “Geraldo Wolverine”. Ao final, ele conclui que qualquer candidato é melhor do que Bolsonaro. “Brasileiros, sei que vocês estão desiludidos com todos os políticos e que nenhum dos candidatos os inspiram, mas, por favor, qualquer um deles é melhor que o Bolsonaro”, inclusive o “Lula diet” (em referência a Haddad), ele cita, além do Homem-Aranha. “Bolsonaro não reflete o que vocês são de melhor, Brasil”, encerrou. Confira abaixo.

