Lar Park Lincoln, destaque da franquia “Sexta-Feira 13”, morre aos 63 anos
Atriz ficou marcada por enfrentar Jason Voorhees no cinema e teve carreira versátil na TV americana
David Jacobs, criador de “Dallas”, morre aos 84 anos
O produtor e roteirista David Jacobs, conhecido por ter criado a série clássica “Dallas”, morreu no domingo passado (20/8) aos 84 anos, após lutar contra o Alzheimer por vários anos. A informação foi divulgada por seu filho Aaron na noite de terça-feira (228). Apesar do grande sucesso alcançado na telinha, David Jacobs queria seguir carreira na literatura, e chegou a publicar alguns livros de não ficção e artigos de revista antes de dar uma guinada para a TV em 1977, quando foi contratado como roteirista da série “Família”. E já no ano seguinte foi catapultado ao sucesso graças a “Dallas”. O tiro que parou os EUA Lançada em 1978 na rede americana CBS, “Dallas” rapidamente se tornou um sucesso retumbante. A trama girava em torno de uma família texana de barões do petróleo e se tornou um fenômeno cultural. Com um elenco encabeçado por Larry Hagman, Linda Gray e Patrick Duffy, a série levou o tom de telenovela para as séries, abusando das traições, vinganças e reviravoltas, tornando-se líder absoluto de audiência da TV dos EUA durante três das cinco temporadas subsequentes – e ficou em 2º lugar nas demais. Um de seus episódios mais emblemáticos foi ao ar em março de 1980, no final da 3ª temporada, quando o personagem de Hagman, o vilão J.R. Ewing, foi baleado. Ao estilo das novelas de Janete Clair, o mistério em torno do atentado originou um frisson pré-redes sociais, levando o público americano a propagar o slogan “Quem atirou em J.R.” durante meses, até a série retornar em novembro com a estreia da 4ª temporada. O retorno da série marcou época com o episódio de maior audiência na história da TV até então, atingindo a classificação impressionante de 53.3 pontos. Isto significa que o capítulo foi sintonizado por 76% de todas as TVs dos EUA. A série, que chegou a contar com Priscilla Presley em seu elenco, continuou a ser transmitida por mais de 350 episódios, durando 14 temporadas até 1991. Um spin-off de 14 temporadas Aproveitando o sucesso de “Dallas”, Jacobs também criou o spin-off “Knots Landing”, que se tornou outro drama duradouro na TV americana. A série estreou no fim de 1979, focando a jornada da ovelha negra da família de “Dallas”, Gary Ewing (Ted Shackelford), irmão do meio de J.R. (Hagman) e Bobby (Duffy), que resolve se mudar para Los Angeles. A atração também esteve entre as mais vistas dos EUA nos anos 1980 e igualmente durou 14 temporadas, até 1993. Outras séries e a volta a “Dallas” Além do universo de “Dallas”, Jacobs trabalhou em outras séries famosas. Ele criou a série western “Paradise” (1988-1991), o drama de época “Homefront” (1991-1993), que foi indicado ao Emmy, sobre um recruta (Kyle Chandler) de volta da 2ª Guerra Mundial, e o drama policial “Bodies of Evidence” (1992-1993), estrelada pelo jovem George Clooney e encerrada após uma única temporada. Neste período, ainda foi produtor de “Lois & Clark: As Novas Aventuras de Superman” (1993–1997). Mas nunca mais criou outro fenômeno. Por conta disso, acabou retornando às suas séries mais célebres. Em 1997, fez a minissérie “Knots Landing: Back to the Cul-de-Sac” e em 2012 reviveu “Dallas” para a TV paga. Apesar de um relativo êxito inicial, a continuação, focada nos filhos dos personagens originais, sofreu o impacto da morte de Larry Hagman, por câncer durante a 2ª temporada, e acabou cancelada um ano depois. Lembre a abertura icônica de “Dallas”
Kevin Dobson (1943 – 2020)
O ator Kevin Dobson, que viveu o parceiro de Telly Savalas na série policial “Kojak”, morreu na noite de domingo (6/9) em um hospital em Stockton, na Califórnia, de uma deficiência auto-imune, aos 77 anos. Dobson se consagrou em 1973 como o Detetive Crocker, o braço direito do tenente Theodopolus “Theo” Kojak na famosa série da rede CBS. Ele trabalhou lado a lado com Telly Savalas em todos os episódios daquela que se tornou a produção policial mais famosa dos anos 1970. Foram cinco temporadas até o cancelamento em 1978, além de um telefilme de reencontro, “Kojak: It’s Always Something”, lançado em 1990, em que seu personagem foi promovido a promotor público. O sucesso de “Kojak” fez com que o ator vivesse muitos detetives televisivos nos anos seguintes. Mas não deixa de ser curioso que seu primeiríssimo papel, como figurante na série “The Doctors” em 1969, tenha sido justamente o de um policial. Entre os muitos detetives que viveu na TV destacam-se o personagem-título da série “Shannon” (1981-82) e o Detetive Leo McCarty em “F/X: A Série” (1996-97), versão televisiva do personagem interpretado por Brian Dennehy no filme “F/X: Assassinato sem Morte” (1986). As duas séries tiveram vida curta. Em compensação, ele viveu outro detetive por uma década: Patrick “Mack” MacKenzie no longevo melodrama “Knots Landing”. Introduzido na 4ª temporada para investigar a morte de um personagem, Dobson permaneceu no novelão até sua conclusão, na 14ª temporada em 1993. “Eu era um policial militar do Exército, então sabia como segurar uma arma e atirar alguém contra a parede”, disse ele, numa entrevista sobre a carreira, para explicar porque costumava ser sempre escalado como detetive. Além das séries que estrelou, o ator também gravou dezenas de telefilmes e participações em episódios de inúmeras atrações – as mais recentes foram “CSI”, “Hawaii Five-0” e “Anger Management”. Mas foram poucos trabalhos para o cinema. A pequena lista inclui o papel de um marinheiro em “A Batalha de Midway” (1976), contracenando com Henry Fonda, e o marido de Barbra Streisand na comédia “Tudo em Família” (1981).
Stuart Whitman (1928 – 2020)
O ator Stuart Whitman, que estrelou a série “Cimarron” e vários clássicos de cinema dos anos 1960, morreu na segunda (16/3) em seu rancho em Santa Bárbara, nos Estados Unidos, aos 92 anos. Segundo o TMZ, ele lutava há algum tempo contra um tipo agressivo de câncer de pele. Stuart Maxwell Whitman nasceu em 1 de fevereiro de 1928 em São Francisco, serviu no Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA durante a 2ª Guerra Mundial e ainda foi campeão de boxe, vencendo 24 combates como peso-leve, antes de decidir estudar atuação no Los Angeles City College. A aparência musculosa lhe garantiu figuração na sci-fi “O Fim do Mundo” (1951), que inaugurou sua trajetória cinematográfica. Mas antes de ficar famoso precisou superar muitos papéis sem nome ou importância. A situação só mudou ao virar coadjuvante no western “7 Homens Sem Destino” (1956), ao lado de Randolph Scott e Lee Marvin. O primeiro protagonismo demorou menos, surgindo no ano seguinte com o noir “A Esperança Morre Conosco” (1957), ao lado de Ethel Barrymore e Carolyn Jones. A notoriedade veio com “Terror no Mar” (1958), ao compartilhar um dos primeiros beijos inter-raciais do cinema, com Dorothy Dandridge. E isso o ajudou a ser escalado em grandes produções, como o religioso “A História de Ruth” (1960), o filme de gângsteres “Assassinato S.A.” (1960) e o drama “A Marca do Cárcere” (1961), que lhe rendeu indicação ao Oscar de Melhor Ator. Produção britânica, “A Marca do Cárcere” deveria ter sido estrelada por Richard Burton, que preferiu fazer “Camelot” na Broadway a encarar um papel tão terrível. Whitman aceitou o desafio e viveu um molestador de crianças na tela. Seu personagem tinha um grande arco dramático. Ao sair da prisão, pedia a ajuda de um psiquiatra (Rod Steiger) para tentar levar uma vida normal, mas acabava denunciado – erroneamente – por um novo abuso que não cometeu. A Academia se impressionou com o ator, que viu sua carreira se valorizar com a indicação. Em seguida, Whitman estrelou um de seus filmes mais populares, o western “Comancheros” (1961), ao lado de John Wayne. E repetiu a parceria no longa seguinte, no épico de guerra “O Mais Longo dos Dias” (1962). Depois de filmar as duas obras finais do húngaro Michael Curtiz, “São Francisco de Assis” (1961) e “Comancheros”, ele ainda incluiu em sua filmografia notável “O Dia e a Hora” (1963), drama de guerra assinado por outro mestre europeu de Hollywood, o francês René Clement, e a divertida comédia “Esses Maravilhosos Homens e suas Máquinas Voadoras” (1965), do inglês Ken Anakin. Portanto, estava no auge quando decidiu fazer algo inesperado: estrelar uma série de TV. Whitman apostou que ganharia uma fortuna com o western “Cimarron”, já que também era creditado como produtor, e de fato recebeu bastante dinheiro com as reprises. Embora tenha durado apenas uma temporada (1967-68) e 23 episódios originais, a popularidade do ator fez com que a atração fosse reprisada à exaustão durante os anos 1970, tornando o delegado Jim Crown um dos personagens mais conhecidos do ator. Mas a ideia de produzir episódios com 90 minutos de duração enfrentou rejeição da audiência ao vivo. E a carreira cinematográfica de Whitman entrou em declínio devido à decisão, já que, na época, atores de TV eram menosprezados pelos grandes estúdios de Hollywood. Ele acabou se especializando em produções B, incluindo cults como “Loucura da Mamãe” (1975), de Jonathan Demme, “Devorado Vivo” (1976), de Tobe Hooper, e “O Massacre da Guiana” (1979), como líder de uma seita suicida. Após os anos 1970, também encaixou uma coleção de aparições em séries de TV, incluindo “Galeria do Terror”, “F.B.I”, “Os Novos Centuriões”, “S.W.A.T.”, “Ilha da Fantasia”, “A Supermáquina”, “Esquadrão Classe A”, “Assassinato por Escrito” e “Chuck Norris: O Homem da Lei”. Embora tenha surgido num excesso de 7 episódios de “Ilha da Fantasia”, sempre como personagens diferentes, foram poucas as suas participações recorrentes. Entre elas, contam-se um pequeno arco de cinco episódios em “Knots Landing” (1990) e o papel de Jonathan Kent, o pai de Clark Kent, na série “Superboy (1988-92). Seu último trabalho nas telas foi “O Homem do Presidente” (2000), um telefilme de ação, em que atuou ao lado do amigo Chuck Norris. A decisão de largar a atuação partiu dele próprio. Whitman tinha feito uma fortuna no mercado imobiliário, com investimentos certeiros. E, cansado de convites para filmes ruins, preferiu aproveitar a vida com a família, mudando-se para um rancho de 35 acres em Santa Barbara. O ator foi casado três vezes, a última em 2006, teve cinco filhos, sete netos e quatro bisnetos. “Ele adorava Jack Daniel’s, charutos e sujar as mãos com o trabalho em seu rancho, enquanto observava os pássaros e o Oceano Pacífico”, disse sua família em comunicado. “Ele adorava as pessoas e abraçava a todos igualmente, fosse um amigo famoso de longa data, como Frank Sinatra, ou um técnico que vinha reparar qualquer coisa em sua casa. Contador de histórias, ele sempre foi o centro das atenções, vivendo de acordo com um conselho de sua mãe, que ele se esforçou para nos ensinar: ‘Aproveite ao máximo tudo o que vier e o mínimo de tudo o que se for’.”



