Academia Brasileira de Cinema vai definir candidato nacional ao Oscar 2018
O Ministério da Cultura (MinC) anunciou que a definição do candidato brasileiro a uma vaga no Oscar 2018, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, não será mais realizada pela Secretaria do Audiovisual (SAv). O novo ministro Sérgio Sá Leitão passou a responsabilidade para a Academia Brasileira de Cinema (ABC), entidade não governamental, que engloba cerca de 200 profissionais do setor. A ABC já fazia parte da comissão do Oscar, por meio da indicação de dois de seus sete integrantes. A partir de agora, será responsável por todo o processo, que será apenas supervisionado pela SAv. Ela também é responsável pela cerimônia anual de premiação dos melhores do cinema nacional, conhecida como Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. As inscrições para filmes que desejam disputar indicação à vaga no prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos foram abertas na quinta (10/8) e seguem até o dia 31 de agosto, no site do MinC. Podem ser inscritos filmes que tenham sido lançados e exibidos no Brasil entre 1º de outubro de 2016 e 30 de setembro de 2017, em circuito comercial. O anúncio do longa-metragem escolhido pela comissão será feito no dia 15 de setembro. Outra novidade anunciada por Sá Leitão é que, pela primeira vez, o processo de inscrição e de análise dos filmes serão feitos pela internet, em um servidor mantido pelo MinC. No ano passado, a escolha de “Pequeno Segredo”, de David Schurmann, pela comissão da SAv foi acompanhada por grande polêmica, uma vez que “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, teve maior alcance internacional, mas seu diretor fez manifestações contra o governo. “Pequeno Segredo” acabou não sendo indicado ao Oscar. Por outro lado, a distribuidora americana de “Aquarius” tampouco inscreveu o filme de Mendonça filho em outras categorias da Academia, como Melhor Atriz para Sonia Braga.
Sonia Braga vence o Prêmio Platino de Melhor Atriz por Aquarius
A brasileira Sonia Braga venceu o Prêmio Platino do Cinema Iberoamericano de Melhor Atriz por “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho. A cerimônia de premiação aconteceu na noite de sábado (22/7), na Espanha. Curiosamente, ela tinha sido homenageada com um prêmio pela carreira na primeira edição do Prêmio Platino, criado em 2013 para se tornar uma espécie de Oscar das línguas portuguesa e espanhola, ao contemplar os destaques de cada ano no cinema produzido na Ibero-América. Logo após ser premiada, Sonia conversou com a imprensa internacional e afirmou que tem orgulho da experiência com o longa. “Aquarius é o filme mais importante que já fiz”, disse ela, que estrelou clássicos do cinema como “O Beijo da Mulher-Aranha” (1985), de Hector Babenco, e “Dona Flor e seus Dois Maridos” (1976), de Bruno Barreto. Veja a lista completa dos vencedores do Prêmio Platino 2017 aqui.
Elis lidera lista de indicados ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2016
A Academia Brasileira de Cinema, que elege com bastante atraso os melhores artistas, técnicos e filmes nacionais do ano anterior, divulgou a lista de indicados à 16º edição de sua premiação, batizada singelamente de Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Com 12 indicações, o drama biográfico “Elis”, de Hugo Prato, que conta a história da cantora Elis Regina, lidera a lista de produções selecionadas. Outros filmes que se destacam são “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert, e “Nise — O Coração da Loucura”, de Roberto Berliner. Em compensação, “Sinfonia da Necrópole” e “O Roubo da Taça” foram subestimados com apenas uma indicação cada, o que ainda assim é melhor do que ter sido simplesmente ignorado, como aconteceu com “O Silêncio do Céu”, “Campo Grande”, “Para Minha Amada Morta” e “Ponto Zero”, quatro filmes melhores que, por exemplo, “Elis”. Já o pior filme brasileiro de 2016 está na lista, entre as comédias. Adivinhe qual. Além da distribuições de troféus, haverá homenagens ao ator Antonio Pitanga, à atriz e diretora Helena Ignez, ao centenário de empresa distribuidora Grupo Severiano Ribeiro (hoje Kinoplex) e à Cinemateca Brasileira. A cerimônia de premiação vai acontecer em 5 de setembro, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, sob direção de Bia Lessa. Confira abaixo a lista completa dos indicados. Indicados ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2016 Melhor Filme “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro “Elis”, de Hugo Prata “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert “Nise – O Coração da Loucura”, de Roberto Berliner Melhor Documentário “Cícero Dias, o Compadre de Picasso”, de Vladimir Carvalho “Cinema Novo”, de Eryk Rocha. Curumim, de Marcos Prado. “Eu Sou Carlos Imperial”, de Renato Terra e Ricardo Calil “Marias”, de Joana Mariani “Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil”, de Belisario Franca “Quanto Tempo o Tempo Tem”, de Adriana L. Dutra Melhor Comédia “BR716”, de Domingos Oliveira “É Fada!”, de Cris D’Amato “Minha Mãe É Uma Peça 2”, de César Rodrigues “O Roubo da Taça”, de Caito Ortiz “O Shaolin do Sertão”, de Halder Gomes Melhor Direção Afonso Poyart (“Mais Forte Que O Mundo – A História De José Aldo”) Anna Muylaert (“Mãe Só Há Uma”) David Schurmann (“Pequeno Segredo”) Gabriel Mascaro (“Boi Neon”) Kleber Mendonça Filho (“Aquarius”) Melhor Atriz Adriana Esteves (“Mundo Cão”) Andréia Horta (“Elis”) Glória Pires (“Nise – O Coração da Loucura”) Julia Lemmertz (“Pequeno Segredo”) Sonia Braga (“Aquarius”) Sophie Charlotte (“Reza a Lenda”) Melhor Ator Caio Blat (“BR716”) Cauã Reymond (“Reza a Lenda”) Chic Diaz (“Em Nome da Lei”) Domingos Montagner (“Um Namorado Para Minha Mulher”) Juliano Cazarré (“Boi Neon”) Lázaro Ramos (“Mundo Cão”) Melhor Atriz Coadjuvante Alice Braga (“Entre Idas e Vindas”) Andréa Beltrão (“Sob Pressão”) Laura Cardoso (“De Onde Eu Te Vejo”) Maeve Jinkings (“Aquarius”) Maeve Jinkings (“Boi Neon”) Sophie Charlotte (“BR716”) Melhor Ator Coadjuvante Caco Ciocler (“Elis”) Dan Stulbach (“Meu Amigo Hindu”) Flavio Bauraqui (“Nise – O Coração da Loucura”) Gustavo Machado (“Elis”) Irandhir Santos (“Aquarius”) Melhor Roteiro Original Afonso Poyart e Marcelo Rubens Paiva (“Mais Forte Que O Mundo – A História de José Aldo”) Anna Muylaert(“Mãe Só Há Uma”) Domingos Oliveira (“BR716”) Gabriel Mascaro (“Boi Neon”) Kleber Mendonça Filho (“Aquarius”) Melhor Roteiro Adaptado Fil Braz e Paulo Gustavo (“Minha Mãe É Uma Peça 2”) Hilton Lacerda e Ana Carolina Francisco (“Big Jato”) Lusa Silvestre e Julia Rezende (“Um Namorado Para Minha Mulher”) Neville D’Almeida e Michel Melamed (“A Frente Fria Que a Chuva Traz”) Walter Lima Jr (“Através da Sombra”) Melhor Direção de Fotografia Adrian Teijido (“Elis”) André Horta (“Nise – O Coração da Loucura”) Diego Garcia (“Boi Neon”) Marcelo Corpanni (“Reza a Lenda”) Mauro Pinheiro Junior (“Meu Amigo Hindu”) Melhor Direção de Arte Clovis Bueno, Isabel Xavier e Caroline Schamall (“Meu Amigo Hindu”) Daniel Flaskman (“Nise – O Coração Da Loucura”) Frederico Pinto (“Elis”) Juliana Ribeiro (“O Shaolin do Sertão”) Juliano Dornelles e Thales Junqueira (“Aquarius”) Melhor Figurino Cássio Brasil (“Reza A Lenda”) Cris Kangussu (“Nise – O Coração da Loucura”) Cristina Camargo (“Elis”) Flora Rebollo (“Boi Neon”) Luciana Buarque (“O Shaolin do Sertão”) Melhor Maquiagem Alex De Farias (“Boi Neon”) Anna Van Steen (“Elis”) Bruna Nogueira (“Meu Amigo Hindu”) Cristiano Pires (“O Shaolin do Sertão”) Tayce Vale (“Reza a Lenda”) Melhores Efeitos Visuais Binho Carvalho e José Francisco (“Reza a Lenda”) Eduardo Amodio (“Aquarius”) Guilherme Ramalho (“Elis”) Marcelo Siqueira (“Pequeno Segredo”) Mari Figueiredo (“Mais Forte Que O Mundo – A História de José Aldo”) Melhor Montagem Eduardo Serrano (“Aquarius”) Fernando Epstein e Eduardo Serrano (“Boi Neon”) Gustavo Giani (“Meu Amigo Hindu”) Karen Harley (“Big Jato”) Tiago Feliciano (“Elis”) Melhor Montagem de Documentário Alexandre Lima (“Curumim”) Gabriel Medeiros (“Geraldinos”) Jordana Berg (“Eu Sou Carlos Imperial”) Renato Vallone (“Cinema Novo”) Yan Motta (“Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil”) Melhor Som Alfredo Guerra e Érico Paiva (“O Shaolin Do Sertão”) Fabian Oliver, Mauricio D’orey e Vicent Sinceretti (“Boi Neon”) Gabriela Cunha, Daniel Turini, Fernando Henna e Paulo Gama (“Sinfonia da Necrópole”) Jorge Rezende, Alessandro Laroca, Armando Torres Jr. e Eduardo Virmond Lima (“Elis”) Nicolas Hallet e Ricardo Cutz (“Aquarius”) Paulo Ricardo Nunes, Miriam Biderman, Ricardo Reis e Paulo Gama (“Reza a Lenda”) Melhor Trilha Sonora Original Alceu Valença (“A Luneta do Tempo”) Antonio Pinto (“Pequeno Segredo”) Dj Dolores (“Big Jato”) Jaques Morelenbaum (“Nise – O Coração da Loucura”) Otavio De Moraes (“Elis”) Melhor Trilha Sonora Alexandre Guerra (“O Vendedor de Sonhos”) Bernardo Uzeda (“Mate-Me por Favor”) Domingos Oliveira (“BR716”) Mateus Alves (“Aquarius”) Mauricio Tagliari (“Mundo Cão”) Melhor Longa-Metragem Estrangeiro “A Chegada”, de Denis Villeneuve “A Garota Dinamarquesa”, de Tom Hooper “Animais Noturnos”, de Tom Ford “Elle”, de Paul Verhoeven “O Filho de Saul”, de László Nemes “Spotlight – Segredos Revelados”, de Tom Mccarthy Melhor Curta “A Moça que Dançou com o Diabo”, de João Paulo Miranda Maria “Constelações”, de Maurílio Martins “E o Galo Cantou”, de Daniel Calil “Não Me Prometa Nada”, de Eva Randpolph “O Melhor Som do Mundo”, de Pedro Paulo De Andrade Melhor Curta de Documentário “A Morte do Cinema”, de Evandro De Freitas “Abissal”, de Arthur Leite “Aqueles Anos de Dezembro”, de Felipe Arrojo Poroger “Buscando Helena”, de Ana Amélia Macedo e Roberto Berliner “Índios no Poder”, de Rodrigo Arajeju “Orquestra Invisível Let’s Dance”, de Alice Riff Melhor Curta de Animação “Cartas, de David Mussel “O Caminho dos Gigantes, de Alois Di Leo “O Projeto do Meu Pai”, de Rosaria Maria “Quando os Dias Eram Eternos”, de Marcus Vinicius Vasconcelos “Tango”, de Francisco Gusso e Pedro Giongo “Vento”, de Betânia Furtado “Vida de Boneco”, de Flávio Gomes
Rodrigo Santoro e Kleber Mendonça Filho estão entre os brasileiros que vão votar no Oscar 2018
O ator Rodrigo Santoro (“Ben-Hur”) e os diretores Kleber Mendonça Filho (“Aquarius”), Cacá Diegues (“O Maior Amor do Mundo”), Nelson Pereira dos Santos (“A Música Segundo Tom Jobim”) e Walter Carvalho (“Brincante”) tornaram-se membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos. Os brasileiros integraram uma lista de 744 profissionais de cinema convidados a integrar o seleto clube dos eleitores do Oscar nesta semana. O número de convidados é recorde. Representa quase 100 pessoas a mais que no último ano, mostrando que a Academia continua sua política de renovação de quadros em busca de maior diversidade em sua premiação. Do total de novos integrantes, 39% são mulheres (aumento de 11% em relação a 2016) e 30% negros. Segundo dados da própria Academia, o número de negros convidados a votar no Oscar subiu 331% de 2015 a 2017. No mesmo período, a quantidade de mulheres aumentou 369%. A busca por maior diversidade entre os eleitores do Oscar foi consequência de protestos contundentes, após dois anos consecutivos da premiação ignorarem artistas negros, que nem sequer foram indicados em categorias de atuação em 2015 e 2016. A situação mudou radicalmente após estes protestos, resultando neste ano num Oscar de Melhor Filme para “Moonlight”, drama escrito, dirigido e estrelado por negros. A lista de convidados inclui profissionais de 57 países, mas boa parte já trabalha em Hollywood, como o próprio Santoro, a israelense Gal Gadot (“Mulher Maravilha”), o australiano Chris Hemsworth (“Thor”), o irlandês Domhnall Gleeson (“O Regresso”), a sueca Rebecca Ferguson (“Missão Impossível: Nação Secreta”), a italiana Monica Bellucci (“007 Contra Spectre”), a indiana Priyanka Chopra (“Baywatch”), o indiano Irrfan Khan (“O Espetacular Homem-Aranha”), o venezuelano Édgar Ramírez (“A Garota no Trem”), a francesa Charlotte Gainsbourg (“Independence Day: O Ressurgimento”), a japonesa Rinko Kikuchi (“Círculo de Fogo”), o croata Rade Šerbedžija (“Busca Implacável 2”), a espanhola Paz Vega (“O Mensageiro”), o chinês Donnie Yen (“Rogue One: Uma História Star Wars”) e o inglês Riz Ahmed (“O Abutre”). Além deles, também foram convocados a integrar a Academia os atores Dwayne Johnson (“Velozes e Furiosos 8”), Chris Pratt (“Guardiões da Galáxia”), Elizabeth Olsen (“Capitão América: Guerra Civil”), Kristen Stewart (“Personal Shopper”), Aaron Taylor-Johnson (“Vingadores: Era de Ultron”), Margot Robbie (“Esquadrão Suicida”), Channing Tatum (“Magic Mike”), Zachary Quinto (“Star Trek”), Leslie Jones (“Caça-Fantasmas”), Viggo Mortensen (“Capitão Fantástico”), Naomie Harris (“Moonlight”), Mary Elizabeth Winstead (“Rua Cloverfield 10”), Ruth Negga (“Warcraft”), Justin Timberlake (“Trolls”), Zoë Kravitz (“Mad Max: Estrada da Fúria”), Amanda Seyfried (“Os Miseráveis”), Hailee Steinfeld (“A Escolha Perfeita 2”), B.D. Wong (“Jurassic World”), Shailene Woodley (“A Culpa É das Estrelas”), Elle Fanning (“Demônio de Neon”) e até a veterana Betty White (“Você de Novo”), de 94 anos de idade, entre outros. A lista dos diretores é que guarda as maiores surpresas, incluindo o campeão das longa-metragens, o filipino Lav Diaz, responsável por alguns dos filmes mais longos de todos os tempos. Outros convidados incluem o argentino Pablo Trapero (“O Clã”), o australiano Garth Davis (“Lion”), o chinês Johnnie To (“Eleição”), a chinesa Ann Hui (“Neve de Verão”), a francesa Emmanuelle Bercot (“De Cabeça Erguida”), o alemão Fatih Akin (“Soul Kitchen”), o português Pedro Costa (“Cavalo Dinheiro”), a grega Athina Rachel Tsangari (“Attenberg”), o iraniano Mohammad Rasoulof (“Manuscritos Não Queimam”), o mexicano Amat Escalante (“Heli”), o japonês Takashi Miike (“13 Assassinos”), o filipino Brillante Mendoza (“Lola”), o sul-coreano Kim Ki-duk (“Pietá”), o chileno psicodélico Alejandro Jodorowsky (“A Dança da Realidade”), o inglês Guy Ritchie (“Rei Arthur: A Lenda da Espada”) e os americanos Jordan Peele (“Corra!”), Derek Ciafrance (“A Luz Entre Oceanos”), David Ayer (“Esquadrão Suicida”) e os irmãos Russo (“Capitão América: Guerra Civil”) A premiação do Oscar 2018 será entregue no dia 4 de março, em Los Angeles.
Novo filme de Kleber Mendonça Filho ganha primeiro cartaz
O novo filme de Kleber Mendonça Filho, diretor de “Aquarius”, ganhou seu primeiro pôster, voltado para o mercado internacional. Trata-se de “Bacurau”, codirigido por Juliano Dornelles, que está aproveitando o Festival de Cannes para fechar distribuição em vários países. Mendonça Filho está no Festival também na condição de presidente do júri da mostra paralela Semana da Crítica. Apesar do cartaz, “Bacurau” ainda não começou a ser filmado. A equipe da produção realiza testes de elenco com atores de vários estados, e o início das filmagens está programado para o segundo semestre de 2017. A trama é descrita como um thriller de ficção científica e mostrará um cineasta no interior do Nordeste, que se depara com situações misteriosas durante a filmagem de um documentário. De acordo com uma postagem do produtor do filme, o francês Saïd Ben Saïd, há influências dos longas “O Confronto Final” (1981), de Walter Hill, e “Amargo Pesadelo” (1972), de John Boorman, ambos centrados em confrontos violentos entre viajantes e caipiras no interior dos Estados Unidos.
Kleber Mendonça Filho vai presidir júri de mostra paralela no Festival de Cannes
O diretor Kleber Mendonça Filho vai presidir o júri da Semana da Crítica no Festival de Cannes em 2017. Ele vai suceder a cineasta inglesa Andrea Arnold (“Docinho da América”), que no ano passado presidiu o juri da seção dedicada a cineastas estreantes. Mendonça também esteve em Cannes no ano passado, quando o filme “Aquarius” foi exibido na mostra competitiva. Apesar de ter saído sem prêmios, o cineasta chamou atenção por realizar na ocasião um protesto contra o “golpe de estado” que teria acabado com a democracia no Brasil, segundo os cartazes exibidos por ele, seus atores e sua equipe no tapete vermelho do festival. Além do cineasta pernambucano, a produtora colombiana Diana Bustamante Escobar, o jornalista americano Eric Kohn (do site IndieWire), a diretora do Metropolis Art Cinema libanês Hania Mroué e o ator francês Niels Schneider completam o júri. Dedicada a filmes de diretores que estão no máximo em seu segundo trabalho, a Semana da Crítica é uma mostra paralela do Festival de Cannes, que premia “Melhor Filme” e “Revelação” em longa-metragens, além de “Descoberta” em curtas-metragens.
Kleber Mendonça Filho desenvolve série sobre os cinemas de rua do Brasil
O cineasta Kleber Mendonça Filho, diretor de “Aquarius”, vai realizar uma série documental sobre a história de importantes salas de cinema de rua. O projeto foi apresentado na feira de audiovisual Rio Content Market, que se encerrou na sexta (10/3). Na ocasião, o diretor explicou a premissa: “Cada sala funciona como um personagem, e, a partir delas, vamos desenvolvendo outras histórias, mostrando o impacto que elas têm na comunidade”. A série é importante por destacar um aspecto da produção cinematográfica pouco valorizado pelas leis de incentivo e abandonado pela Ancine: o parque exibidor. Durante 20 anos, Kleber Mendonça Filho foi o coordenador do cinema da Fundação Joaquim Nabuco, em Recife, onde tratou de questões comuns aos programadores de cinemas. Ele vai voltar a exercer a mesma função para o Instituto Moreira Salles.
Moonlight é o grande vencedor do “Oscar indie”
O drama “Moonlight” foi o grande vencedor do Independent Spirit Awards, principal premiação do cinema indie, considerado o “Oscar do cinema independente americano”. O filme escrito e dirigido por Barry Jenkins conquistou todos os cinco prêmios que disputava: Melhor Filme, Direção, Roteiro, Edição e Fotografia, além do troféu Robert Altman de melhor elenco. Por causa do troféu Robert Altman, cujo vencedor é definido previamente, nenhum dos atores de “Moonlight” disputou prêmios de interpretação. Assim, Casey Affleck ficou com o troféu de Melhor Ator por “Manchester à Beira-Mar” e Isabelle Huppert com mais uma estatueta de Melhor Atriz por “Elle” – um dia depois de conquistar o César, na França. Entre os coadjuvantes, Ben Foster venceu por “A Qualquer Custo” e Molly Shannon surpreendeu com o reconhecimento a seu trabalho em “The Other People”. Dos três brasileiros que concorriam, apenas um celebrou. O produtor Rodrigo Teixeira compartilhou a vitória do filme “A Bruxa” em duas categorias, Melhor Filme de Estreia e Melhor Roteiro de Estreia. O terror é uma coprodução da empresa brasileira RT Features, de Teixeira, com estúdios americanos. “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, que concorria na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira, perdeu para o alemão “Toni Erdmann”, de Maren Ade. Já “Melhores Amigos”, que concorria a Melhor Roteiro, escrito pelo americano Ira Sachs e o brasileiro Maurício Zacharias, foi um dos longas que perdeu para “Moonlight”. Confira abaixo a lista completa dos premiados. Vencedores do Independent Film Awards 2017 Melhor Filme Moonlight Melhor Diretor Barry Jenkins (Moonlight) Melhor Atriz Isabelle Huppert (Elle) Melhor Ator Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar) Melhor Atriz Coadjuvante Molly Shannon (Other People) Melhor Ator Coadjuvante Ben Foster (A Qualquer Custo) Melhor Roteiro Barry Jenkins (Moonlight) Melhor Filme de Estreia A Bruxa Melhor Roteiro de Estreia Robert Eggers (A Bruxa) Melhor Edição Joi McMillon e Nat Sanders (Moonlight) Melhor Direção de Fotografia James Laxton (Moonlight) Melhor Documentário O.J.: Made in America Melhor Filme Estrangeiro Toni Erdmann (Alemanha e Romênia) Prêmio John Cassavetes (Melhor Filme Feito com Menos de US$ 500 mil) Spa Night Prêmio Robert Altman (Melhor Elenco) Moonlight
Três brasileiros disputam o “Oscar do cinema independente” neste sábado
O principal prêmio do cinema indie americano, o Independent Spirit Awards, que na noite deste sábado (25/2) em Santa Monica, na Califórnia, será transmitido ao vivo pelo canal pago A&E e pode render troféus a brasileiros. Além do diretor Kleber Mendonça Filho, que concorre a Melhor Filme Estrangeiro por “Aquarius”, o produtor Rodrigo Teixeira está representado por dois filmes na disputa: “A Bruxa”, que concorre na categoria de Melhor Filme de Estreia, e “Melhores Amigos”, que disputa o prêmio de Melhor Roteiro. Para completar, este roteiro foi escrito pelo americano Ira Sachs e o brasileiro Maurício Zacharias. Os três brasileiros disputam com filmes de peso, como “Moonlight”, “A Qualquer Custo” e “Manchester à Beira-Mar”, que também estão no Oscar. “A Bruxa”, dirigido por Robert Eggers e produzido por Teixeira, concorre com “A Infância de um Líder”, “The Fits”, “Other People” e “Um Cadáver para Sobreviver”. Zacharias e Ira Sachs disputam com os autores de “Moonlight”, “Manchester à Beira-Mar”, “A Qualquer Custo” e “Mulheres do Século 20”. E “Aquarius” enfrenta “Chevalier” (Grécia), “Três Lembranças da Minha Juventude” (França), “Toni Erdmann” (Alemanha) e “Sob as Sombras” (Irã e Reino Unido). Na categoria de Melhor Filme do ano, a disputa acontece entre “Moonlight”, “Jackie”, “Manchester à Beira-Mar”, “Chronic” e “Docinho da América”. Confira abaixo a lista completa dos indicados. Indicados ao Independent Film Awards 2017 Melhor Filme American Honey Chronic Jackie Manchester à Beira-Mar Moonlight Melhor Diretor Andrea Arnold (American Honey) Pablo Larraín (Jackie) Jeff Nichols (Loving) Kelly Reichardt (Certas Mulheres) Barry Jenkins (Moonlight) Melhor Atriz Annette Bening (20th Century Women) Isabelle Huppert (Elle) Sasha Lane (American Honey) Ruth Negga (Loving) Natalie Portman (Jackie) Melhor Ator Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar) David Harewood (Free In Deed) Viggo Mortensen (Capitão Fantástico) Jesse Plemons (Other People) Tim Roth (Chronic) Melhor Atriz Coadjuvante Edwina Findley (Free In Deed) Paulina Garcia (Melhores Amigos) Lily Gladstone (Certas Mulheres) Riley Keough (American Honey) Molly Shannon (Other People) Melhor Ator Coadjuvante Ralph Fiennes (A Bigger Splash) Ben Foster (A Qualquer Custo) Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar) Shia LaBeouf (American Honey) Craig Robinson (Morris from America) Melhor Roteiro Barry Jenkins (Moonlight) Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar) Mike Mills (20th Century Women) Ira Sachs & Mauricio Zacharias (Melhores Amigos) Taylor Sheridan (A Qualquer Custo) Melhor Filme de Estreia The Childhood of a Leader The Fits Other People Swiss Army Man A Bruxa Melhor Roteiro de Estreia Robert Eggers (A Bruxa) Chris Kelly (Other People) Adam Mansbach (Barry) Stella Meghie (Jean of the Joneses) Craig Shilowich (Christine) Melhor Edição Matthew Hannam (Swiss Army Man) Jennifer Lame (Manchester à Beira-Mar) Joi McMillon e Nat Sanders (Moonlight) Jake Roberts (A Qualquer Custo) Sebastián Sepúlveda (Jackie) Melhor Direção de Fotografia Ava Berkofsky (Free In Deed) Lol Crawley (The Childhood of a Leader) Zach Kuperstein (The Eyes of My Mother) James Laxton (Moonlight) Robbie Ryan (American Honey) Melhor Documentário A 13ª Emenda Cameraperson I Am Not Your Negro O.J.: Made in America Sonita, uma Rapper Afegã Sob o Sol Melhor Filme Estrangeiro Aquarius (Brasil) Chevalier (Grécia) Três Lembranças da Minha Juventude (França) Toni Erdmann (Alemanha e Romênia) Sob as Sombras (Irã e Reino Unido) Prêmio John Cassavetes (Melhor Filme Feito com Menos de US$ 500 mil) Free In Deed Hunter Gatherer Lovesong Nakom Spa Night Prêmio Robert Altman (Melhor Elenco) Moonlight
Elle vence o César 2017 e é o Melhor Filme francês do ano
O suspense “Elle” foi o grande vencedor do César 2017, a principal premiação do cinema francês, equivalente ao Oscar americano. Além de vencer como Melhor Filme do ano, o longa do holandês Paul Verhoeven rendeu o César de Melhor Atriz para sua estrela, Isabelle Huppert, em cerimônia realizada na noite desta sexta-feira (24), em Paris. Verhoeven, porém, não levou o troféu de Melhor Diretor. Ele foi superado pelo jovem canadense Xavier Dolan, que venceu por “É Apenas o Fim do Mundo”, drama que divide opiniões da crítica. O cineasta, por sinal, venceu dois César. O segundo foi pela edição do filme. “É Apenas o Fim do Mundo” também premiou o desempenho Gaspard Ulliel com o César de Melhor Ator. Outro filme que também recebeu três troféus foi “Divines”, distribuído pela Netflix: venceu na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Deborah Lukumuena), Revelação Feminina (Oulaya Amamra) e Melhor Filme de Estreia para a diretora Houda Benyamina, que já tinha sido premiada com a Câmera de Ouro (Melhor Filme de Estreia) no Festival de Cannes. Também repetindo Cannes, o Vencedor da Palma de Ouro, o britânico “Eu, Daniel Blake”, de Ken Loach, ficou com a estatueta de Melhor Filme Estrangeiro, superando o brasileiro “Aquarius”. Favorito na premiação, o drama “Frantz”, de François Ozon, acabou decepcionando. Indicado a 11 troféus, o longa só venceu um: de Melhor Fotografia. Perdeu até como Roteiro Adaptado, categoria que foi vencida, de forma surpreendente, por “Minha Vida de Abobrinha”, premiada também como Melhor Animação. Confira abaixo a lista completa dos premiados. Vencedores do César 2017 Melhor Filme “Elle” Melhor Direção Xavier Dolan (“É Apenas o Fim do Mundo”) Melhor Atriz Isabelle Huppert (“Elle”) Melhor Ator Gaspard Ulliel (“É Apenas o Fim do Mundo”) Melhor Atriz Coadjuvante Déborah Lukumuena (“Divines”) Melhor Ator Coadjuvante James Thierrée “Chocolate” Melhor Revelação Feminina Oulaya Amamra (“Divines”) Melhor Revelação Masculina Niels Schneider (“Diamant Noir”) Melhor Roteiro Original Raoul Ruiz (“O Efeito Aquático”) Melhor Roteiro Adaptado Céline Sciamma (“Minha Vida de Abobrinha”) Melhor Filme Estrangeiro “Eu, Daniel Blake” (Reino Unido) Melhor Filme de Estreia “Divines” Melhor Animação “Minha Vida de Abobrinha” Melhor Trilha Sonora Ibrahim Maalouf (“Dans les Forêts de Sibérie”) Melhor Fotografia Pascal Marti (“Frantz”) Melhor Edição Xavier Dolan (“É Apenas o Fim do Mundo”) Melhor Figurino Anaïs Romand (“La Danseuse”) Melhor Cenografia Jérémie D. Lignol (“Chocolate”) Melhor Som Marc Engels, Fred Demolder, Sylvain Réty, Jean-Paul Hurier (“L’odyssée”) Melhor Documentário “Merci Patron”
Associação de críticos franceses elege Aquarius o Melhor Filme Estrangeiro
O drama brasileiro “Aquarius” foi eleito o Melhor Filme Estrangeiro do ano passado pela União Francesa de Críticos de Cinema. O filme dirigido por Kleber Mendonça Filho e protagonizado por Sônia Braga teve sua première mundial na França, exibido no Festival de Cannes, de onde saiu sem prêmios, exatamente como, por coincidência, “Elle”, de Paul Verhoeven, que os críticos franceses consideraram o Melhor Filme de 2016. A produção estrelada por Isabelle Huppert recebeu até uma indicação ao Oscar 2017, na categoria de Melhor Atriz. Por outro lado, a Vitagraphic, que fez a distribuição invisível de “Aquarius” nos EUA, não inscreveu o longa brasileiro no Oscar, deixando-o inelegível. Outro filme indicado pela Academia, a animação “A Tartaruga Vermelha”, também foi destaque e levou o prêmio de Melhor DVD/Blu-ray Recente. Os prêmios da associação de críticos franceses foram criados em 2006 e são concedidos por jornalistas especializados. “Aquarius” também concorre ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no César 2017, maior premiação de cinema da França, comparada ao Oscar no país. A cerimônia está marcada para 24 de fevereiro.
Saiba por que Aquarius não tinha chance nenhuma de ser indicado ao Oscar
A escolha do representante do Brasil para disputar uma vaga no Oscar polarizou a comunidade cinematográfica brasileira. Mesmo tendo sido preterido por “Pequeno Segredo”, muitos ainda apostavam em indicações para a atriz Sonia Braga, inclusive críticos do exterior. Resenhistas do jornal The New York Times chegaram até a defender indicação para o diretor Kleber Mendonça Filho! Mas a Academia não incluiu “Aquarius” em nenhuma categoria, durante a divulgação dos indicados ao Oscar 2017 na terça (24/1). Assim, quando o filme surgiu no César, o Oscar francês, um dia depois, as redes sociais explodiram em protestos contra o “governo ilegítimo” e golpista, que, ao barrar o drama de Kleber Mendonça Filho no Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira, arrefeceu suas chances em todas as demais categorias. Como teorias de conspiração não precisam de muita explicação, esta poderia entrar para os anais da História. Não fosse o trabalho básico de jornalismo de Marcelo Bernardes, blogueiro da Folha de S. Paulo, radicado em Nova York. Em seu blog, Baixo Manhattan, ele publicou uma imagem do informativo oficial da Academia, com a lista, em ordem alfabética, de todos os filmes inscritos para concorrer ao Oscar 2017. Veja o detalhe da página que interessa abaixo deste texto. Apenas filmes inscritos podem ser indicados. E até favoritos ao Framboesa de Ouro de Pior Filme, como “Zoolander 2”, “Independence Day: O Ressurgimento” e a comédia “Tirando um Atraso”, foram inscritos na disputa. Entretanto, “Aquarius” não foi. Bastava acessar a lista de inscritos para descobrir o principal motivo da ausência completa de “Aquarius” no Oscar. “Aquarius” jamais poderia ter recebido indicações ao Oscar, porque seus produtores americanos não cumpriram a etapa burocrática de preencher a ficha de inscrição ao prêmio. Quando Kleber Mendonça Filho disse ao site americano Screen Daily que tinha fechado distribuição nos EUA com a Vitagraphic Films e que tentariam indicação de Sônia Braga ao Oscar, a Pipoca Moderna foi o único site brasileiro a chamar atenção para o problema criado pela escolha de parceiro. Na ocasião, escrevemos: “Embora a indicação de Sônia tenha muita torcida, é importante dimensionar a campanha do filme, que não seria muito diferente caso tivesse sido escolhido como representante brasileiro para a categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira. A distribuidora americana Vitagraph é muito pequena, nem canal tem no YouTube, e não contará com grande orçamento para divulgar a estreia do filme nos cinemas, que dirá bancar corrida ao Oscar”. O texto original ainda destacou o histórico brasileiro na competição: “Vale lembrar que Fernanda Montenegro teve apoio do estúdio Sony Pictures Classics quando conseguiu sua indicação ao Oscar por ‘Central do Brasil’ (1998), enquanto as diversas indicações de ‘Cidade de Deus’ (2002) ocorreram com empurrão da Miramax, dos irmãos Weinsten, que sabem como poucos o que fazer para conquistar Oscars.” Marcelo Bernardes tentou contatar a Vitagraph para ter uma posição oficial, mas a distribuidora não respondeu aos pedidos de informação. Ele buscou, então, a repercussão do fato nos EUA. “É algo bastante insólito. Sou muito fã do filme desde que o assisti pela primeira vez em Cannes”, disse Pete Hammond, editor e principal crítico do site Deadline. Já um produtor de Nova York, especializado em lançamentos de filmes estrangeiros e que pediu para não ser identificado, foi ainda mais incisivo: “Trata-se de um desrespeito total por parte do distribuidor do filme, uma decisão bem atroz, se você quer mesmo minha opinião sincera”. Toda a torcida por “Aquarius” não adiantava nada. Veja para crer, na imagem abaixo.











