Diretor iraniano será açoitado por filmar grafites e beijo
O diretor iraniano Keywan Karimi foi condenado a um ano de prisão e 223 chibatadas por “insultar valores sagrados”. A sentença foi proferida por um tribunal de Teerã, que relaxou o período inicial de prisão, que seria de seis anos. A redução da pena aconteceu após a comunidade cinematográfica internacional se manifestar. Um abaixo-assinado de 130 cineastas foi enviado ao governo iraniano em dezembro, pedindo a libertação de Karimi. Apesar de diminuir o período de encarceramento, a justiça do Irã manteve a pena de açoitamento. Apesar da gravidade da sentença, ela jamais deixa claro exatamente o que motivou essa decisão, justificando-a com termos vagos. Aparentemente, Karimi foi condenado por filmar um documentário sobre grafites políticos nas paredes das ruas de Teerã. O tribunal religioso do país entendeu que Karimi “insultou santidades” do país com o filme, que também mostra uma cena de beijo. Intitulado “Escritos na Cidade”, o filme em questão retrata as manifestações políticas no Irã através do grafite, tanto na Revolução Islâmica de 1979 quanto nas contestadas eleições de 2009. Filmado em 2012, o longa foi censurado. Mas o curta documental “Fronteira Fechada” também pode ter provocado a ira das autoridades, por abordar a questão do contrabando da gasolina subsidiada no país. Entretanto, não são apenas as críticas ao governo que incomodam as autoridades iranianas. Qualquer comportamento considerado impróprio pode render dura repressão. Em maio de 2014, a polícia prendeu homens e mulheres que gravaram um vídeo em que dançavam a música “Happy”, de Pharrell Williams. Apesar da repercussão internacional, inclusive com apelo do músico, os dançarinos foram condenados a seis meses de prisão e 91 chicotadas. Não cabe recurso à decisão contra Karimi, e o cineasta já afirmou que cumprirá a pena. Ele só pediu umas semanas de prazo antes de se apresentar, para poder acompanhar a mãe no final de sua quimioterapia e para poder terminar seu mais recente filme.
Cineasta iraniano é condenado a 6 anos de prisão e 223 chibatadas por seus filmes
O cinema iraniano é um dos mais criativos e premiados do mundo. Mas o Irã também é um dos países que pior trata seus cineastas, que volta e meia são condenados à prisão pelo regime do país, quando não são sujeitos à chibatadas. A mais nova vítima da intolerância do governo iraniano é o diretor Keywan Karimi, conhecido por abordar temas como as dificuldades da vida moderna e a expressão política. Ele foi condenado a 6 anos de prisão e 223 chibatadas por causa de seus filmes, considerado culpado de “insultar santidades”. Entre as obras pelas quais Karimi foi condenado está o filme “Escritos na Cidade”, que retrata as manifestações políticas no Irã através do grafite, tanto na Revolução Islâmica de 1979 quanto nas contestadas eleições de 2009. Filmado em 2012, o filme foi censurado. Mas o curta documental “Fronteira Fechada” também pode ter provocado a ira das autoridades, por abordar a questão do contrabando da gasolina subsidiada no país. A imprensa estatal e as autoridades iranianas nem sequer comentaram a condenação do cineasta, que ainda permanece em liberdade, enquanto seu advogado recorre da decisão. O caso mais conhecido de repressão à expressão artística no Irã é a condenação do premiado cineasta Jafar Panahi. Detido em prisão domiciliar e proibido de trabalhar como diretor de cinema por 20 anos, ele realizou seus três últimos filmes de forma ilegal. O documentário “Isto Não É um Filme” (2011), que retrata seu cotidiano sob as restrições do governo, foi levado para o Festival de Cannes em 2011 dentro de um bolo de aniversário. “Cortinas Fechadas” também teve que ser contrabandeado para fora do país. Em ambos os casos, ele filmou dentro dos limites de sua prisão domiciliar. Mas, em enfrentamento declarado, foi às ruas disfarçado para rodar “Táxi”, vendedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim de 2015. Entretanto, não são apenas as críticas ao governo que incomodam as autoridades iranianas. Qualquer comportamento considerado impróprio pode render dura repressão. Em maio de 2014, a polícia prendeu homens e mulheres que gravaram um vídeo em que dançavam a música “Happy”, de Pharrell Williams. Apesar da repercussão internacional, inclusive com apelo do músico, os detidos foram condenados a seis meses de prisão e 91 chicotadas.
