Shane MacGowan, vocalista da banda folk punk The Pogues, morre aos 65 anos
Shane MacGowan, vocalista e fundador da banda folk punk The Pogues, morreu nesta quinta-feira (30/11) aos 65 anos. A informação foi divulgada pela esposa do artista nas redes sociais. Ele havia sido hospitalizado em dezembro de 2022 com encefalite viral e, neste ano, precisou ficar meses em terapia intensiva. Com problemas crônicos de saúde, Shane chegou a ser internado novamente em julho, mas foi liberado neste mês, possivelmente para morrer em casa ao lado dos entes queridos, o que acabou acontecendo. Punk original Filho de irlandês criado na Inglaterra, ele foi um punk autêntico, ao ponto de ter tido um pedaço da orelha arrancada durante um dos primeiros shows do The Clash em 1976. A cena foi fotografada e publicada pela revista NME, dando fama ao jovem Shane MacGowan, que aproveitou a notoriedade para formar sua primeira banda punk, Nipple Erectors (mais tarde Nips). Paralelamente, ele também começou um trio de folk anárquico com os irlandeses Peter “Spider” Stacy e Jem Finer, chamado New Republicans. Quando os Nips se separaram em 1981, o cantor voltou suas atenções para o grupo irlandês, adicionando gradualmente James Fearnley, Andrew Ranken e a baixista e vocalista Cait O’Riordan. Em 1982, a banda assumiu o nome de Pogue Mahone (gíria irlandesa que significava “beije minha bunda”). Mas após ameaça de boicote, mudaram para The Pogues. A fase de ouro Em 1984, eles fizeram uma turnê com The Clash e assinaram um contrato com a pioneira gravadora independente Stiff Records, por onde lançaram o LP de estreia “Red Roses for Me”. Ganhando reputação por fazer shows histéricos, o grupo atraiu a atenção de Elvis Costello, que produziu seu segundo álbum, “Rum, Sodomy and the Lash”, em 1985. Reforçado por um cover melancólico de “Dirty Old Town” de Ewan MacColl, o disco alcançou a 13ª posição nas paradas de álbuns do Reino Unido. Mas também representou a despedida de uma integrante original. O’Riordan se casou com Costello e deixou a banda em 1986, quando o grupo lançou “Poguetry in Motion”, um EP de quatro músicas que incluía algumas das melhores letras de MacGowan. No ano seguinte, eles fizeram uma colaboração com os veteranos do folk irlandês, Dubliners, que lhes rendeu seu primeiro hit no Top 10 das paradas britânicas – “The Irish Rover”. Em seguida veio o pico comercial do grupo, o álbum “If I Should Fall From Grace With God”, de 1988. Produzido por Steve Lillywhite, produtor dos primeiros álbuns do U2, o lançamento limpou o som da banda e explorou uma variedade maior de estilos, levando os Pogues ao 3º lugar dos discos mais vendidos do Reino Unido. A faixa natalina “Fairytale of New York”, em que MacGowan cantava em dueto com Kristy MacColl, acabou se tornou o maior sucesso do grupo. A influência e a decadência Com a visibilidade conseguida à frente dos Pogues, MacGowan foi responsável por aproximar a música folk da Irlanda do punk rock britânico. A postura anárquica e os vocais gritados com dentes podres, contrastando com violões, banjo, acordeom e flauta, aliados à letras politizadas e engajamento contra a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, influenciaram diversos artistas que se seguiram, inventando o folk punk. Entretanto, o problema do cantor com a bebida acabou se provando maior que sua capacidade artística – ele teria começado a beber aos cinco anos de idade. Em 1991, MacGown foi afastado da banda que criou, sendo substituído no disco seguinte por seu ídolo Joe Strummer, ex-líder do The Clash, e no último disco de 1994 por Spider Stacy. Carreira solo MacGowan seguiu em carreira solo, apresentando-se com uma banda parecida com os Pogues, os Popes. Entre suas músicas mais famosas da época estão o dueto com Sinead O’Connor “Haunted” (1995), além de colaborações com Nick Cave e Jesus & Mary Chain, mas os novos trabalhos não repetiram o sucesso dos anos 1980. No final dos anos 1990, ele perdeu a maioria dos dentes e passou a falar com um tom de rosnado quase incompreensível. Em 2001, Sinead O’Connor denunciou MacGowan à polícia por porte de drogas como uma última tentativa de salvá-lo de uma morte por overdose. Após o susto, ele se reergueu e, durante a última metade da década de 2000, voltou a reformar os Pogues para uma série de shows, muitas vezes tocando em locais maiores do que o grupo costumava se apresentar em seu apogeu. A banda, entretanto, não voltou ao estúdio. Últimos anos A última gravação de MacGowan foi a balada de amor “For the Dancing and Dreaming”, feita para a trilha sonora da animação “Como Treinar Seu Dragão 2” (2014). Mas, antes de morrer, ele estava trabalhando em músicas novas com a banda indie Cronin. Em seus últimos shows, ele se apresentava numa cadeira de rodas. Foi assim que cantou na celebração de seu aniversário de 60 anos em 2018, acompanhando pelos Pogues e outras lendas do rock como Nick Cave, Sinead O’Connor, Bono (do U2), Bobby Gillespie (Primal Scream), Glen Matlock (Sex Pistols), Clem Burke (Blondie), Carl Barat (The Libertines) e o ator Johnny Depp. MacGowan manteve um relacionamento tumultuado de várias décadas com a jornalista Victoria Clarke de Dublin, começando no final dos anos 1980. Os dois colaboraram no quase livro de memórias de MacGowan, “A Drink with Shane MacGowan”, em 2001. Oito anos depois, estrelaram seu próprio reality show, “Victoria and Shane Grow Their Own”, que narrava as tentativas do casal de manter uma horta. Eles finalmente se casaram em 2018.
London Town: Veja duas cenas do filme inspirado pelas músicas da banda The Clash
A IFC Films divulgou duas cenas de “London Town”, produção britânica passada na era do punk rock e inspirada pela música da banda The Clash. As duas cenas, por sinal, mostram como as canções do Clash são importantes para a estrutura narrativa. Dirigido por Derrick Borte (“Amor por Contrato”), o longa se passa em 1978 e acompanha um garoto de 14 anos (Daniel Huttlestone, o Jack de “Caminhos da Floresta”), que tem a vida alterada radicalmente quando uma garota lhe fala sobre The Clash, “a única banda que importa”, como ficou conhecida. O roteiro foi escrito por Kirsten Sheridan (diretora de “O Som do Coração”) e Sonya Gildea (diretora assistente de “Ventos da Liberdade”) e agradou aos membros sobreviventes do Clash, que liberaram suas músicas para serem usadas na trilha. Além das músicas, a própria banda aparece na história, com o ator irlandês Jonathan Rhys Meyers (série “Dracula”) no papel de Joe Strummer. A produção marca o retorno de Meyers para os filmes de rock’n’roll. Ele se destacou como um roqueiro fictício no filme “Velvet Goldmine” (1998), sobre a era do glam rock, e viveu Elvis Presley na minissérie “Elvis” (2005). o elenco também inclui Natascha McElhone (série “Californication”), Dougray Scott (série “Hemlock Grove”) e Nell Williams (a versão jovem de Cersei em “Game of Thrones”). O filme teve première no Festival de Londres e ainda não tem previsão de lançamento comercial no Reino Unido, muito menos no Brasil.
London Town: Jonathan Rhys Meyer é Joe Strummer em fotos e trailer de filme sobre The Clash
A IFC Films divulgou nove fotos, dois pôsteres e o trailer de “London Town”, produção britânica passada na era do punk rock, que traz o ator irlandês Jonathan Rhys Meyers (série “Dracula”) como Joe Strummer, líder da banda The Clash. A prévia mostra ensaios e shows do Clash como pano de fundo para a história de um menino, que cresce no ambiente de contestação da época. Dirigido por Derrick Borte (“Amor por Contrato”), o longa se passa em 1978 e acompanha um garoto de 14 anos (Daniel Huttlestone, o Jack de “Caminhos da Floresta”), que tem a vida alterada radicalmente quando uma garota lhe fala sobre The Clash, “a única banda que importa”, como ficou conhecida. O roteiro foi escrito por Kirsten Sheridan (diretora de “O Som do Coração”) e Sonya Gildea (diretora assistente de “Ventos da Liberdade”) e agradou aos membros sobreviventes do Clash, que liberaram suas músicas para serem usadas na trilha. o elenco também inclui Natascha McElhone (série “Californication”), Dougray Scott (série “Hemlock Grove”) e Nell Williams (a versão jovem de Cersei em “Game of Thrones”). A produção marcará o retorno de Meyers para os filmes de rock’n’roll. Ele se destacou como um roqueiro fictício no filme “Velvet Goldmine” (1998), sobre a era do glam rock, e viveu Elvis Presley na minissérie “Elvis” (2005).


