Amazon define reboot de “Instinto Selvagem” com maior compra de roteiro do ano
Autor do roteiro original retorna para franquia em acordo milionário, que pode chegar a US$ 4 milhões
Criador de “Cara Gente Branca” vai transformar “Flashdance” em série
A Paramount+ fechou com o cineasta Justin Simien, criador de “Cara Gente Branca” (Dear White People), para desenvolver uma série baseada no filme “Flashdance – Em Ritmo de Embalo”, um dos musicais mais bem-sucedidos dos anos 1980. Para quem não lembra, o longa de 1983, escrito por Joe Eszterhas (bem antes de “Instinto Selvagem”), trazia Jennifer Beals como a operária de uma siderúrgica que sonhava se tornar uma bailarina profissional. Em sua nova versão, a trama deve girar em torno de uma jovem negra que sonha em seguir uma carreira no balé, apesar da sua realidade em um clube de striptease. Esta premissa, porém, foi apresentada antes do envolvimento de Simian, quando o projeto estava a cargo da roteirista Tracy McMillan, que trabalhou em “Good Girls Revolt” e “Fugitivos da Marvel” (Runaway). Portanto, a produção pode seguir outro rumo a partir de agora. A estratégia da Paramount+ é explorar ao máximo seu catálogo de filmes para lançar novas séries. Além de “Flashdance”, a plataforma também desenvolve atrações baseadas em “Um Golpe à Italiana” (1969), “Love Story” (1970), “O Poderoso Chefão” (1972), “A Trama” (1974), “Grease – Nos Tempos da Brilhantina” (1978), “Cowboy do Asfalto” (1980) e “Atração Fatal” (1987). Veja abaixo o trailer do filme “Flashdance”.
Flashdance: Musical dos anos 1980 vai virar série
O filme “Flashdance – Em Ritmo de Embalo”, um dos musicais mais bem-sucedidos dos anos 1980, que lançou a carreira da atriz Jennifer Beals, vai virar série. O projeto, que já está em desenvolvimento para a plataforma Paramount+ (nome nome da CBS All Access a partir de 2021), vai girar em torno de uma jovem negra que sonha em construir uma carreira no balé, apesar da sua realidade em um clube de striptease. Na trama, ela irá encarar uma jornada em busca do seu lugar no mundo, enquanto a série aborda temas como dinheiro, arte, amizade e autoestima. Para quem não lembra, no longa de 1983, escrito por Joe Eszterhas (bem antes de “Instinto Selvagem”), Jennifer Beals interpretava uma operária de uma siderúrgica com o sonho de se tornar uma bailarina profissional. A adaptação está a cargo da roteirista Tracy McMillan, que trabalhou em “Good Girls Revolt” e “Fugitivos da Marvel” (Runaway), com produção da Paramount TV. Além de “Flashdance”, o estúdio também está envolvido num projeto de série baseado em outro musical famoso, o clássico “Grease – Nos Tempos da Brilhantina” (1978).
Arthur Hiller (1923 – 2016)
Morreu o cineasta Arthur Hiller, que em sua longa carreira foi capaz de levar o público às lágrimas, com “Love Story – Uma História de Amor” (1970), e ao riso farto, com muitas e muitas comédias. Ele também presidiu a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas nos anos 1990, e veio a falecer nesta quarta-feira (17/8) de causas naturais aos 92 anos de idade. Nascido em 22 de novembro de 1923, em Edmonton, no Canadá, Hiller começou sua carreira de diretor com “Se a Mocidade Soubesse” (1957), um drama romântico moralista, sobre jovens de diferentes classes sociais que querem se casar após o primeiro encontro, estrelado pelo então adolescente Dean Stockwell. E, durante seus primeiros anos na profissão, alternou sua produção cinematográfica com a direção de múltiplos episódios de séries clássicas, como “Alfred Hitchcock Apresenta”, “Os Detetives”, “Cidade Nua”, “Rota 66”, “O Homem do Rifle”, “Gunsmoke”, “Perry Mason” e “A Família Addams”. A situação só foi mudar a partir do sucesso de suas primeiras comédias românticas, “Simpático, Rico e Feliz” (1963) e “Não Podes Comprar Meu Amor” (1964), ambas estreladas por James Garner. Após repetir as boas bilheterias com “A Deliciosa Viuvinha” (1965), com Warren Beatty, e “Os Prazeres de Penélope” (1966), com Natalie Wood, ele passou a se dedicar exclusivamente ao cinema. Hiller se especializou em comédias sobre casais atrapalhados, atingindo o auge com “Forasteiros em Nova York” (1970), escrito por Neil Simon, em que a mudança de Jack Lemmon e Sandy Dennis para Nova York dá hilariamente errada, mas também soube demonstrar desenvoltura em outros gêneros, enchendo de ação o clássico de guerra “Tobruk” (1967), com Rock Hudson e George Peppard, e, claro, fazendo chover lágrimas com “Love Story” (1970). “Love Story” foi um fenômeno digno de “Titanic” (1997), com filas, cinemas lotados e muito choro. A história do casal apaixonado, vivido por Ali MacGraw e Ryan O’Neal, é considerada uma das mais românticas do cinema (entrou no Top 10 do American Film Institute), mas também uma das mais trágicas. Opostos em tudo, O’Neal vivia Oliver, um estudante atlético e rico de Direito, enquanto MacGraw era Jenny, uma estudante de Música pobre. Os dois se conhecem na faculdade e conseguem ver, além das diferenças óbvias, tudo o que tinham em comum para compartilhar. Mas o casamento não é bem visto pela família rica do noivo, que corta Oliver de sua herança, deixando o casal desamparado quando ele descobre que Jenny tem uma doença terminal – leuquemia. A popularidade do filme também rendeu reconhecimento a Hiller, que foi indicado ao Oscar de Melhor Direção. Mas ele não quis se envolver com o projeto da continuação, “A História de Oliver” (1978). Em vez disso, preferiu rir das histórias de doença em sua obra seguinte, “Hospital” (1971), que lhe rendeu o Prêmio Especial do Juri no Festival de Berlim. A comédia acabou vencendo o Oscar de Melhor Roteiro, escrito por Paddy Chayefsky, considerado um dos melhores roteiristas de Hollywood, com quem o diretor já tinha trabalhado no começo da carreira, em “Não Podes Comprar Meu Amor”. A melhor fase de sua carreira também contou com “Hotel das Ilusões” (1971), seu segundo longa escrito pelo dramaturgo Neil Simon, “O Homem de la Mancha” (1972), versão musical de “Dom Quixote”, com Peter O’Toole e Sofia Loren, e o polêmico drama “Um Homem na Caixa de Vidro” (1975), sobre um nazista procurado que se disfarça de judeu rico em Nova York – que rendeu indicação ao Oscar de Melhor Ator para o austríaco Maximilian Schell. Mas apesar dos desvios, comédias continuaram a ser seu gênero preferido. Ele chegou, por sinal, a lançar uma das mais bem-sucedidas duplas cômicas de Hollywood, juntando Gene Wilder e Richard Pryor em “O Expresso de Chicago” (1976). O cineasta voltou a dirigir a dupla em outro grande sucesso, a comédia “Cegos, Surdos e Loucos” (1989), e perfilou um verdadeiro “quem é quem” do humor em filmes como “Um Casamento de Alto Risco” (1979), com Peter Falk e Alan Arkin, “Uma Comédia Romântica” (1983), com Dudley Moore, “Rapaz Solitário” (1984), com Steve Martin, “Que Sorte Danada…” (1987), com Bette Midler, e “Milionário num Instante” (1990), com Jim Belushi. Hiller, que também dirigiu cinebiografias (“Frenesi de Glória”, em 1976, e “Ânsia de Viver”, em 1992) e até um filme de horror (“Terrores da Noite”, em 1979), deixou muitas marcas no cinema, inclusive em produções nem tão famosas. Exemplo disso é “Fazendo Amor” (1982), um dos primeiros filmes a mostrar de forma positiva um gay que sai do armário e termina seu casamento para procurar encontrar o amor com outros homens. Após dominar as bilheterias das décadas de 1970 e 1980, o diretor conheceu seus primeiros fracassos comerciais nos anos 1990. O período coincidiu com seu envolvimento com a organização sindical da indústria. Ele presidiu o Sindicato dos Diretores de 1989 a 1993 e a Academia de 1993 a 1997. E não foram poucos fracassos, a ponto de fazê-lo desistir de filmar. A situação tornou-se até tragicômica por conta de “Hollywood – Muito Além das Câmeras” (1997), longa sobre os bastidores de um filme ruim, que explorava a conhecida prática de Hollywood de creditar ao pseudônimo Alan Smithee qualquer filme renegado por seu diretor. Pois Hiller renegou o trabalho, escrito pelo infame Joe Eszterhas (“Showgirls”), que virou metalinguisticamente a última obra de Alan Smithee no cinema – depois disso, o Sindicato dos Diretores proibiu que a prática fosse mantida. Ele ganhou um prêmio humanitário da Academia em 2002, em reconhecimento a seu trabalho junto à indústria cinematográfica, e a volta à cerimônia do Oscar o animou a interromper sua já evidente aposentadoria para filmar um último longa-metragem, nove anos após seu último fracasso. Estrelado pelo roqueiro Jon Bon Jovi, “Pucked” (2006), infelizmente, não pôde ser creditado a Alan Smithee. Hiller teve uma vida longa e discreta, estrelando sua própria love story por 68 anos com a mesma mulher, Gwen Hiller, com quem teve dois filhos. Ela faleceu em junho. Ele morreu dois meses depois.


