Francine York (1938 – 2017)
Morreu a atriz Francine York, que participou de diversas séries clássicas, enfrentando até Batman na TV. Ela tinha 80 anos e faleceu na sexta (6/1) num hospital em Van Nuys, na Califórnia, após uma longa batalha contra o câncer. Nascido em Aurora, uma cidadezinha mineira de Minnesota em 1938, York disputou concursos de beleza e trabalhou como showgirl antes de virar modelo em comerciais de carros, no final dos anos 1950. Sua estreia na ficção foi num pequeno papel de recepcionista num episódio da série “Rescue 8”, de 1959. A maior parte de sua carreira foi composta por figurações na TV e no cinema. Uma dessas ocasiões foi um papel descrito como “sexy girl” em “Detetive Mixuruca”, comédia estrelada por Jerry Lewis em 1962. A pequena participação foi suficiente para Lewis convencer o estúdio a contratá-la para aparecer de seus próximos cinco filmes, entre eles sua melhor comédia, “O Professor Aloprado” (1963), em que York viveu uma estudante universitária. Logo, ela se viu contracenando até com Elvis Presley, no filme “Cavaleiro Romântico” (1965). Mas estes papeis em comédias de sucesso mal lhe permitiam falar em cena. Ela só foi conseguir destaque em filmes trash, alguns dos quais ganharam culto como “Wild Ones on Wheels” (1962), em que foi vítima de uma gangue de motoqueiros, “Mutiny in Outer Space” (1965), como capitã de uma nave espacial, e “The Doll Squad” (1973), no qual liderou uma equipe de espiãs internacionais. Pouco vistos na época, os filmes B não a transformaram em estrela. Mas ajudaram a popularizá-la no casting de TV, transformando York numa das figurantes favoritas dos estúdios televisivos. Ela participou de dezenas de séries clássicas, de “Os Intocáveis” a “Jeannie É um Gênio”, até começar a se destacar com aparições marcantes: como a alienígena Niolani em “Perdidos no Espaço”, como a deusa Vênus em “A Feiticeira”, como Miss Amanda Agnew, a parceira recorrente de Robert Wagner na série “O Rei dos Ladrões”, e principalmente como Lydia Limpet, capanga do vilão Traça (Roddy McDowell) na série “Batman”. Estes papéis foram o auge de sua carreira, mas mesmo pequenos marcaram a infância de gerações de fãs. Curiosamente, mesmo sem fazer grande sucesso, ela nunca se aposentou, aparecendo até como a sogra de Nicolas Cage no filme “Um Homem de Família” (2000). As figurações continuaram até recentemente, em séries como “Lois & Clark – As Novas Aventuras do Superman”, “Barrados no Baile”, “Las Vegas”, “O Rei do Queens”, “No Calor de Cleveland” e “Projeto Mindy”. No ano passado, ela participou do fanflic “Star Trek: Progeny” e estava dando os retoques finais em sua biografia quando morreu.
Entrevista mal-humorada de Jerry Lewis vira maior viral do fim do ano
Uma entrevista em vídeo do lendário ator Jerry Lewis ao site The Hollywood Reporter se tornou o maior viral do fim do ano, graças ao mau-humor do comediante. Durante cerca de sete minutos, que o próprio site classificou como embaraçosos, um contrariado Lewis respondeu ao entrevistador quase exclusivamente com monossílabos: “sim”, “não”, “não mesmo”. O material faz parte de uma série sobre personalidades na faixa dos 90 anos que seguem em atividade. E não é difícil perceber o motivo da má vontade do astro. Afinal, a primeira pergunta de Andy Lewis, editor do Hollywood Reporter, é “Você já pensou em se aposentar?”. Se fosse um desenho animado, os olhinhos de Jerry Lewis teriam revirado em suas órbitas de forma mais óbvia. Mas a insatisfação é fuzilante. “Por quê?”, ele respondeu. Sem pensar, o jornalista tenta novamente: “Não houve nenhum momento em que pensou em se aposentar?” E Lewis apenas repete: “Por quê?”. A entrevista segue com respostas lacônicas até o fim. Afinal, as perguntas também mantém o mesmo padrão. “Qual a diferença entre se apresentar hoje e há 20 anos?” (“Não é diferente”), “Como você mantém o seu material renovado?” (“Trabalhando nele”), “Os seus fãs são diferentes do que eram antes?” (“Não. Ainda são os mesmos”). O único momento em que Jerry Lewis esboça algum tipo de alento é quando responde sobre qual foi a parte favorita de sua carreira. “Quando meu parceiro estava vivo”, disse, em referência a Dean Martin, que morreu em 1995, aos 78 anos. Em compensação, quando o entrevistador ri de uma resposta espirituosa de Lewis, o ator o imita em tom de escárnio. O Hollywood Reporter assumiu o tom ao apresentar o material como a “mais constrangedora entrevista de 2016”. E os sete minutos se transformaram num tormento ainda maior, quando o vídeo repercutiu na imprensa mundial, incluindo a TV americana. Muitos amaram, incluindo o radialista Howard Stern, o produtor Danny Zuker (série “Modern Family”) e o astro Dwayne Johnson. Mas também houve uma avalanche de comentários ridicularizando o repórter hollywoodiano. Diante da repercussão, o próprio site produziu um outro vídeo, disponibilizado no Facebook, abordando os comentários recebidos. Veja abaixo o horror, o horror – são dois vídeos.
Zsa Zsa Gabor (1917 – 2016)
Morreu a atriz Zsa Zsa Gabor, uma das primeiras estrelas a se tornar mais conhecida como celebridade do que por seus papéis. Ela faleceu no domingo (18/12) em sua casa em Los Angeles, aos 99 anos, de uma parada cardíaca, após quase uma década de luta contra diversas doenças. Gabor tinha piorado muito nos últimos dias e seu marido – o nono – convidou seus parentes para que comemorassem com ela seu centenário antecipadamente. A atriz sofreu um infarto e foi levada ao hospital onde os médicos não puderam fazer nada para salvar sua vida. Ela estava com um delicado estado de saúde desde que sofreu um acidente de trânsito em 2002, situação agravada por uma embolia e um derrame em 2005, além de uma fratura de quadril em 2011. A atriz, que ia completar 100 anos em fevereiro, nasceu em 1917 na Hungria e chegou a Hollywood seguindo os passos de sua irmã Eva. Ela começou a carreira com 35 anos, o que não era comum na indústria cinematográfica dos anos 1950. Mas depois de figurar em “O Amor Nasceu em Paris” (1952) conseguiu coadjuvar em mais dois musicais, “Moulin Rouge” (1952), de John Huston, no qual interpretou uma modelo do pintor Toulouse Lautrec, e “Lili” (1953), de Charles Walters. O sucesso destes filmes a levou ironicamente de volta à Europa, rendendo convites para estrelar filmes franceses num grande upgrade em sua carreira: como protagonista. Ela virou a cabeça de um bandido em “O Inimigo Público Nº 1” (1953) e de um toureador em “Luz e Sangue” (1954). Mas o nome nos cartazes franceses não saciaram seu desejo por fama e Zsa Zsa preferiu voltar a coadjuvar em Hollywood, aparecendo em “O Rei do Circo” (1954), ao lado de Jerry Lewis e Dean Martin, e “Destruí Minha Própria Vida”(1956), um drama noir em que disputou com Yvonne de Carlo (a futura Lili Monstro da série “Os Monstros”) quem era a mulher mais fatal. Por esta época, Zsa Zsa começou a aparecer em programas de variedade na TV, arrancando risos do público com seu sotaque, personalidade e carisma marcantes. Daí para fazer rir em sitcoms foi um pulo. Ela foi convidada a participar de um episódio de “The Red Skelton Show” para representar uma “estrela de cinema” e, um ano depois, contratada para interpretar, pela primeira vez, a si mesma num programa de ficção. Não só isso, o título do episódio da série de comédia “The Bob Cummings Show” tinha seu nome: “Vovô encontra Zsa Zsa Gabor”. A exposição fez bem para sua carreira, rendendo-lhe o papel de dona de um clube de strip-tease no clássico “A Marca da Maldade” (1958), de Orson Welles, mas principalmente transformando-a em chamariz de bilheterias de filmes de baixo orçamento. Ela virou a rainha dos filmes B, estrelando produções sensacionalistas como “A Prisioneira do Kremlin” (1957) e principalmente “Rebelião dos Planetas” (1958). Este filme ruim se tornou cultuadíssimo pela trama fetichista, que acompanhava o pouso da primeira espaçonave americana em Vênus, um planeta habitado apenas por mulheres belíssimas e governado por uma rainha despótica (Zsa Zsa). Ela voltou a viver Zsa Zsa Gabor em “Pepe” (1960), comédia estrelada por Cantinflas, e basicamente seguiu sendo um clichê de si mesma, aparecendo também como Zsa Zsa, a “rainha de Vênus”, em “Dois Errados no Espaço” (1962), e Zsa Zsa, a celebridade que sua diamantes, no filme de assalto “Valete de Ouros” (1967). Nos anos 1960, ainda participou de diversas séries de impacto popular, como “Mister Ed”, “A Ilha dos Birutas”, “Bonanza” e até “Batman”, na qual viveu a vilã Minerva. “Famosa por ser famosa”, como chegou a se definir, fazia de tudo para aparecer, investindo na excentricidade. Sua origem estrangeira ajudou a popularizar seu bordão: “querido” com um forte sotaque – porque, como ela dizia, “não lembrava do nome de ninguém”. Mas a personagem Zsa Zsa tinha frases inteiras prontas para o close-up. Sempre com colar de diamantes, ela fazia questão de avisar para quem elogiasse: “Querido, estes são só meus diamantes de trabalho”. Ou: “Nunca odiei um homem o suficiente como para devolver-lhe suas joias”. Suas frases espirituosas eram mais engraçadas e sua vida privada mais cheia de ação que seus filmes e isso a ajudou a permanecer na mídia. Não por acaso, seus romances também tiveram mais astros que suas produções, envolvendo de Frank Sinatra a Howard Hughes. Ela jamais escondeu sua preferência por ricos e famosos. Foram nove maridos ao todo, entre eles Conrad Hilton, dono dos hotéis Hilton, com quem teve sua única filha, Francesca. Hilton nunca acreditou que a menina fosse sua e a deixou fora de sua herança. Graças à voracidade sexual e a ostentação que os tabloides transformaram em lenda, a atriz acabou quebrando barreiras em Hollywood ao continuar vivendo personagens glamourosas com 60 anos de idade – como na comédia “O Que Toda Mulher Tem” (1978). Zsa Zsa transcendeu a idade e qualquer papel para se dedicar a viver Zsa Zsa Gabor em tempo integral a partir dos anos 1980. Interpretou variações dela mesma em séries tão diferentes quanto “O Barco do Amor”, “Knots Landing”, “Pee Wee’s Playhouse”, “Um Maluco no Pedaço” e “Cybill”, além de aparecer em filmes de sucesso como “A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos” (1987), “Corra Que a Polícia Vem Aí 2 1/2” (1991), “A Família Buscapé” (1993) e “A Volta da Família Sol Lá Si Dó” (1996), seu último trabalho, aos 79 anos. Sua vida pessoal continuou rendendo notícias por anos, principalmente por conta de seu último casamento em 1986, com Frederick von Anhalt, 30 anos mais novo, que se apresentava como príncipe alemão, mas que tinha uma ficha corrida de pelo menos 15 problemas judiciais. Ainda assim, ficaram juntos até a morte dela. A atriz manteve o mesmo temperamento e atitude inabalável até o fim. Mas os tempos mudaram enquanto ela permaneceu Zsa Zsa. E, infelizmente, isso acabou levando-a para a cadeia. Detida por dirigir embriagada em alta velocidade, ela esbofeteou o policial que teve a audácia de pará-la em 1989. Afinal, ela era uma estrela, como sua carteira de motorista vencida poderia facilmente comprovar. Ou o simples fato de estar dirigindo um Rolls-Royce – com um porta-bebidas cheio de whisky. Passou três dias presa e prestou 120 horas de trabalho comunitário. Mas adorou a atenção da mídia durante todo o período e pôde até estrelar um novo filme – um documentário sobre o incidente. Em 1992, publicou suas memórias, “Uma Vida Não É Suficiente”, com revelações sobre seus maridos e amantes. Sobre sua preferência por maridos bem-sucedidos, afirmou: “Eu quero um homem que seja bondoso e compreensivo. É demais pedir um milionário?”. Outra: “Um homem apaixonado está incompleto até que esteja casado. Então, está acabado”. No livro, ela também se definiu como uma ótima dona de casa. “Toda vez que me divorcio, eu fico com a casa”.
Max Rose: Trailer dramático destaca volta de Jerry Lewis ao protagonismo cinematográfico
A Paladin divulgou o pôster e o trailer de “Max Rose”, drama estrelado pelo lendário Jerry Lewis, em seu primeiro papel de protagonista em duas décadas. Mas, ao contrário da maioria de seus filmes, trata-se de um drama introspectivo, centrado no personagem-título, um pianista de jazz idoso que sofre com a perda recente de sua esposa, com quem viveu por mais de 50 anos. Dias antes da morte da mulher, Max descobriu algo que o fez acreditar que seu casamento foi uma mentira, e então ele começa a explorar seu próprio passado e encarar uma coleção de personagens de uma era quase esquecida. O ótimo elenco do drama ainda inclui o cineasta Peter Bogdanovich (“Uma História de Amor”), Dean Stockwell (“Veludo Azul”), Claire Bloom (“O Discurso do Rei”), Kevin Pollak (“Imaginem Só”), Kerry Bishé (“Argo”), Fred Willard (“50 Tons de Preto”), Lee Weaver (“O Virgem de 40 Anos”) e Mort Sahl (“Nada É para Sempre”), que trabalhou com Lewis nos anos 1960, no programa cômico de variedades “The Jerry Lewis Show”. Conhecido por diversas comédias de sucesso dos anos 1960, como “O Professor Aloprado” (1963) e “O Mensageiro Trapalhão” (1960), Jerry Lewis não protagonizava um filme desde a comédia “Rir É Viver” (1995). E, antes disso, seu último papel principal tinha sido no clássico “O Rei da Comédia” (1983), dirigido por Martin Scorsese e estrelado por Robert De Niro. De 1966 até 2010, ele desempenhou o papel de apresentador do Teleton, fazendo maratonas televisivas para levantar dinheiro para entidades beneficentes, aparecendo apenas em pequenas participações no cinema, como na produção brasileira “Até que a Sorte nos Separe 2” (2013) e no recente thriller de ação “The Trust” (2016). Dirigido por Daniel Noah (“Twelve”), o filme teve sua première há três anos, no Festival de Cannes, e só vai estrear agora em setembro, em lançamento limitado nos EUA. Não há previsão para sua chegada ao Brasil.



