David Soul, astro de “Justiça em Dobro”, morre aos 80 anos
O ator David Soul, conhecido por seu papel como o Sargento Kenneth “Hutch” Hutchinson na série clássica “Justiça em Dobro” (Starsky & Hutch), morreu na quinta-feira (4/2) aos 80 anos. A morte foi anunciada por sua esposa, Helen Snell, que descreveu os últimos momentos do ator como uma “batalha valente pela vida na companhia amorosa da família”. Soul também fez sucesso na música, com o hit número 1 “Don’t Give Up on Us”. O começo da carreira Nascido em Chicago em 28 de agosto de 1943, ele começou a se destacar nos anos 1960 ao seguir sua paixão pela música. Ao cantar no programa “The Merv Griffin Show” em 1967, recebeu grande atenção, que lhe rendeu seu primeiro papel televisivo na série em “Flipper”. No mesmo ano, também apareceu em episódios de “Jeannie é um Gênio” e “Jornada nas Estrelas”. E isso o levou a assinar um contrato com a Columbia Pictures para seu primeiro grande papel como Joshua Bolt em “E As Noivas Chegaram”. Na série clássica, ele interpretava um lenhador de uma família de irmãos no Velho Oeste, que esperam se casar com noivas que viajam até Seattle para cortejá-los. O show foi exibido de 1968 a 1970 e tornou Soul uma grande estrela. Em 1971, ele fez sua estreia no cinema em “Johnny vai a Guerra” e em seguida apareceu ao lado de Clint Eastwood em “Magnum 44” (1973), um dos filmes da franquia Dirty Harry. O fenômeno “Justiça em Dobro” Após mais participações em séries variadas, Soul conseguiu o maior papel de sua carreira em “Justiça em Dobro”, como o Sargento David Michael Starsky. Ele e Paul Michael Glaser, intérprete de Starsky, marcaram época como os policiais mais “durões” da TV. Seus personagens eram detetives da polícia do sul da Califórnia, que batiam sem dó nos criminosos que perseguiam. A série começou com um telefilme piloto de 1975 e foi exibida na rede ABC até 1979. Fenômeno de audiência, acabou chamando atenção pelo realismo e a brutalidade policial registrada em suas cenas – na esteira do sucesso, justamente, de Dirty Harry. A série do produtor Aaron Spelling também se tornou conhecida pelo icônico Ford Gran Torino listrado de vermelho e branco, que os dois dirigiam, além da atitude fraternal dos protagonistas, ao estilo “nós contra o mundo”, diferente das típicas séries policiais. O bromance da dupla se tornou um marco dos anos 1970 e chegou a virar alvo de piadas eróticas. Até Glaser admitiu mais tarde que Starsky e Hutch tinham alguns “elementos homoeróticos”. Multiplicação de talentos Graças à repercussão da série, Soul retornou às suas raízes musicais e fez enorme sucesso como cantor. Sua gravação musical de “Don’t Give Up on Us” foi lançada em janeiro de 1977, durante a 2ª temporada de “Justiça em Dobro”, e alcançou o 1º lugar na parada de sucessos Billboard Hot 100. Em seguida, veio “Silver Lady”, que também virou hit. Ao todo, Soul gravou cinco álbuns de estúdio, mas sua carreira ainda rendeu mais sete compilações de sucessos. “Justiça em Dobro” ainda lhe rendeu outra mudança na carreira. Ele estreou como diretor à frente de três episódios da série, o que o levou a ser convidado a continuar esse trabalho em outras produções televisivas, como “Miami Vice” e “Crime Story”, ambas produzidas pelo cineasta Michael Mann, que havia sido roteirista de “Justiça em Dobro”. Depois da série policial Com o fim da atração policial, o artista se dedicou a papéis variados na TV, com destaque para a minissérie de terror “Vampiros de Salem” (Salem’s Lot), de 1979, baseada num romance de Stephen King. Ele interpretou o personagem principal, um escritor que retorna à sua cidade natal, apenas para descobrir que ela é assolada por vampiros. Ao longo dos anos 1980, Soul continuou aparecendo em diversas produções televisivas e cinematográficas, incluindo os filmes “Hanoi Hilton” (1987) e “Encontro Marcado com a Morte” (1988), adaptação de Agatha Christie que fazia parte da franquia do detetive Poirot (“Assassinato no Expresso Oriente” e “Morte no Nilo”). Na década de 1990, sua carreira tomou uma nova direção quando ele se mudou para o Reino Unido e passou a atuar no teatro e em produções britânicas. Ele se naturalizou inglês em 2004 e encerrou sua trajetória nas telas com o filme “Filth – O Nome da Ambição” de 2014, estrelado por James McAvoy.
Bridget Hanley (1941-2021)
Bridget Hanley, estrela das séries clássicas “E as Noivas Chegaram” e “Harper Valley P.T.A.”, morreu na quarta (15/12) de doença de Alzheimer, no lar para idosos de Hollywood em Woodland Hills, na Califórnia. Ela tinha 80 anos. A atriz começou a carreira como convidada em séries populares dos anos 1960, como “Gidget”, “A Feiticeira”, “Jeannie é um Gênio” e “A Noviça Voadora”, antes de conseguir seu primeiro papel fixo regular em “E as Noivas Chegaram”. Criada em 1968 por N. Richard Nash (autor do livro que virou o recente filme “Cry Macho”, de Clint Eastwood), a série de comédia tinha premissa similar ao sucesso de cinema “Sete Noivas para Sete Irmãos” (1954). A trama se passava num acampamento de madeireiros do fim do século 19 que se revoltava pela falta de mulheres na região. Logo, uma centena de noivas em potencial foram levadas para a floresta para impedir uma greve e salvar o negócio. Hanley interpretou a ruiva Candy Pruitt, a líder do grupo de mulheres. O elenco também incluía a famosa estrela de cinema Joan Blondell, o ator David Soul, antes de entrar na série “Justiça em Dobro”, e o então iniciante Bobby Sherman, que virou um ídolo da música pop durante a exibição da série, exibida até 1970. Após o cancelamento das “Noivas”, Hanley voltou a sua rotina de atriz convidada, aparecendo em várias outras séries, incluindo “Nanny”, “O Jogo Perigoso do Amor” e “Um Estranho Casal”. Ela só voltou a um elenco fixo em 1981, quando se juntou a “Harper Valley P.T.A.” como Wanda, filha da rival da personagem principal – a ex-“Jeannie é um Gênio” Barbara Eden, que encarnava uma viúva liberada em luta contra hipócritas puritanos em uma cidadezinha do sul dos EUA. A série de comédia durou duas temporadas, até agosto de 1982. Mas Hanley continuou sua carreira por mais uma década, aparecendo em “Carga Dupla”, “Assassinato por Escrito” e várias outras atrações, vindo a se despedir das telas num episódio do revival de “Kung Fu” de 1996. Ela foi casada com o diretor de TV E.W. Swackhamer (“Jeannie é um Gênio”) de 1969 até a morte dele em 1994.
David H. DePatie (1929–2021)
O gigante das animações David Hudson DePatie morreu de causas naturais aos 91 anos, no dia 23 de setembro, mas a informação só foi publicada nesta quinta (14/10) pela revista americana Variety. Entre outros projetos, ele foi responsável pela criação de nada menos que a Pantera Cor de Rosa. O personagem foi a primeira criação do estúdio formado por DePatie em 1963, após o fechamento da Warner Bros. Cartoons, braço animado da Warner que o produtor comandava até então – e por onde lançou muitos desenhos dos “Looney Tunes”. Ele tinha acabado de se juntar ao colega Friz Freleng para fundar a DePatie-Freleng Enterprises (DFE) quando o cineasta Blake Edwards o procurou para desenvolver a abertura animada do filme “A Pantera Cor de Rosa”. O sucesso do filme de 1963 rendeu várias continuações com aberturas animadas por DePatie e Freleng, além de um contrato da DFE com a United Artists, estúdio original da franquia, para o desenvolvimento de uma série de curtas com a Pantera Cor de Rosa para o cinema. O primeiro desses curtas, “A Pantera Pinta o Sete”, venceu o Oscar em 1965. A DFE também desenvolveu a abertura animada da série “Jeannie É um Gênio” em 1965, chamando atenção dos canais de TV dos EUA. A Pantera Cor de Rosa ganhou sua própria série televisiva em 1969, que abriu as portas para inúmeras outras atrações, como “Bom-Bom e Mau-Mau”, “Grump, o Feiticeiro Trapalhão”, “As Aventuras do Doutor Dolittle”, “Missão Quase Imprevisível”, “Os Caretas”, “Os Cometas”, “Meu Amigo, O Tubarão”, a cultuada “De Volta ao Planeta dos Macacos”, baseada na franquia cinematográfica “Planeta dos Macacos”, o revival de “Mr. Magoo”, especiais de personagens infantis do Dr. Seuss, como o Grinch, o Gato de Cartola e o Lorax, e adaptações dos quadrinhos da Marvel, incluindo “O Quarteto Fantástico” e “Homem-Aranha”. Em pouco tempo, a DFE passou a disputar com a Hanna-Barbera e a Filmation o domínio da programação de desenhos animados dos EUA nos anos de 1970. Mas logo a Marvel quis ter seu próprio estúdio de animação, com o objetivo de acabar com a terceirização da produção. Ao receberem uma proposta milionária, DePatie e Freleng venderam seu negócio para a editora de quadrinhos em 1981. Freleng voltou a trabalhar com a Warner, mas DePatie continuou à frente da rebatizada Marvel Productions, produzindo desenhos como “O Incrível Hulk” e “Homem-Aranha e Seus Amigos”, até ser substituído em 1984, dois anos antes da Marvel ser vendida para a New World. Ao sair da Marvel, DePatie reviveu seu antigo estúdio para lançar “Os Filhos da Pantera Cor de Rosa”. Mas a animação não fez muito sucesso em seu lançamento em 1985, levando o produtor a optar pela aposentadoria precoce. Desde então, ele vivia dos direitos de exploração da Pantera Cor de Rosa em novos projetos. Lembre abaixo a primeira animação da Pantera Cor de Rosa, feita para o filme que iniciou a franquia em 1963.
Robert Hogan (1933–2021)
O ator Robert Hogan, que apareceu em mais de 100 séries diferentes da TV americana, morreu devido a complicações de pneumonia em sua casa no Maine na quinta-feira passada (27/5). Ele sofria de Alzheimer desde 2013 e tinha 87 anos. Hogan decidiu virar ator após fazer um teste de aptidão para ter certeza se deveria cursar engenharia. Com o resultado, foi estudar na prestigiosa Academia Americana de Artes Dramáticas, de Nova York, e quase imediatamente começou a trabalhar na televisão. Seu vasto currículo televisivo remonta aos anos 1960, com destaque para “Guerra, Sombra e Água Fresca”, “Além da Imaginação”, “Dr. Kildare”, “O Fugitivo”, “General Hospital”, “Jeannie É um Gênio”, “Gunsmoke”, “Terra de Gigantes” e até “Batman”, onde viveu um joalheiro raptado pelo Sr. Frio (George Sanders). Apesar disso, teve poucos papéis fixos. Os mais famosos foram o reverendo Tom Winter em duas temporadas (1968-69) do melodrama “Caldeira do Diabo”, o xerife Paul Tate na única temporada (1974–75) do thriller “O Caçador” e o tenente comandante Hallar na 2ª temporada (1978-79) da comédia naval “O Caso das Anáguas”. Na falta de personagens duradouros, ele apareceu em episódios de atrações que marcaram época por décadas a fio, incluindo “Galeria do Terror”, “Mary Tyler Moore”, “Missão: Impossível”, “San Francisco Urgente”, “Havaí 5-0”, “O Homem de Seis Milhões de Dólares”, “O Incrível Hulk”, “Barnaby Jones”, “The FBI”, “One Day at a Time”, “Carro Comando”, “Duro na Queda”, “Supermáquina”, “Assassinato por Escrito”, “A Escuta” (The Wire) e “Lei & Ordem” (Law & Order), até encerrar a carreira na pouco vista “Maturity”, em 2018. Foi visto tantas vezes na telinha que, mesmo sem ter se consagrado com nenhum personagem em particular, tornou-se bastante conhecido. Chegou até mesmo a ser homenageado por Quentin Tarantino no cinema. Em uma cena de “Era uma vez… em Hollywood” (2019), o personagem de Leonardo DiCaprio cita e elogia Hogan, enquanto assiste ao ator num episódio de “The FBI”.
Bill Daily (1927 – 2018)
O ator Bill Daily, que ficou conhecido por interpretar o Major Healy na série “Jeannie É um Gênio” nos anos 1960, morreu de causas naturais aos 91 anos na última terça-feira (4/9). A informação foi confirmada pelo filho do ator. “Ele amou cada pôr do Sol, amou cada refeição. Ele só se decidiu ser feliz com tudo”, disse J. Patrick Daily, filho do ator, à Variety. Daily apareceu em todas as cinco temporadas de “Jeannie É um Gênio”, de 1965 a 1970, como colega de trabalho e melhor amigo do astronauta Major Nelson (Larry Hagman), um dos poucos mortais a saber do segredo da gênio Jeannie (Barbara Eden). Logo em seguida, ele também interpretou o vizinho de Bob Newhart no “The Bob Newhart Show”, entre 1972 e 1978, e viveu o psiquiatra Dr. Larry Dykstra em “ALF – O ETeimoso”, de 1987 a 1989. Fora estes personagens, ainda fez aparições nas séries clássicas “A Feiticeira”, “Mary Tyler Moore”, “O Jogo Perigoso do Amor”, “CHiPs”, “O Barco do Amor”, “Aloha Paradise” e muitas outras. Em 1991, voltou a viver o Major Healy num telefilme que marcou o reencontro do elenco original da série clássica, intitulado “Jeannie Ainda É um Gênio”, que revelou que Jeannie teve um filho com o Major Nelson. O seu último trabalho foi em “Horrorween”, de 2011.




