Cannes: Irmãos Dardenne dividem opiniões com nova parábola moral
Com duas Palmas de Ouro no currículo, por “Rosetta” (1999) e “A Criança” (2005), os irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne são sempre favoritos na competição do Festival de Cannes. Mas a première de seu novo filme, “La Fille Inconnue” (A Garota Desconhecida), não obteve a unanimidade crítica com a qual eles se acostumaram. O filme dividiu opiniões, aguardando à velha guarda europeia e irritando os jovens da era digital. Assim como em seu filme anterior, o ótimo “Dois Dias e uma Noite” (2014), os Dardenne voltam a trabalhar com uma atriz francesa no auge de sua carreira. Antes, foi Marion Cotillard. Agora, é Adèle Haenel, vencedora de dois prêmios César (por “Suzanne” e “Amor à Primeira Briga”). Ela vive uma médica que se recusa a atender uma mulher negra após fechar o consultório, apenas para descobrir, no dia seguinte, que a desconhecida foi morta ali perto. O sentimento de culpa ainda lhe cobra pelo afastamento de um estagiário, que chegou a desistir da Medicina depois de uma crise. E isso a torna obcecada por descobrir mais a respeito da falecida, lançando-a numa investigação mais intensa que a da própria polícia. Até que fica claro que, por questões sociais, ela é na verdade a única interessada em descobrir algo sobre aquela morte. “Questões morais sempre partem de pontos de vistas pessoais. Nos sentimos compelidos a buscar histórias que explorem essa perspectiva”, explicou Luc Dardenne, durante a entrevista coletiva do festival. Se o ponto de vista pessoal é o ponto de partida, o objetivo final é, claramente, ecoar como uma parábola moral, onde o sentimento de culpa vira martírio para quem busca a redenção. “O público, claro, pode entender o filme como quiser. Uma vez que tenha sido visto, um filme pertence aos espectadores. Se eles quiserem ver algum exemplo neste, têm liberdade para fazê-los. Podem vê-lo tanto como uma história individual moral quanto como um diagnóstico da sociedade”, Luc completa. A ambição de diagnosticar a sociedade se deve à forma sutil como a trama trata a responsabilidade de sua protagonista diante de uma vítima das classes menos favorecidas. A morta, descobre-se, era uma imigrante africana. E, assim, a trama embute a questão da imigração que está no centro dos debates da Europa atual. “Não estamos tentando mandar nenhum recado”, ele avisa, antes que lhe passem alguma bandeira para agitar. “Estamos contando a história de alguém que se sente responsável… e se recusa a dizer ‘não vi nada'”, explica, para justificar o purgatório em que a personagem passa a habitar. “Ela não abriu a porta quando deveria”.
The Catch é renovada para sua 2ª temporada
A rede americana ABC renovou a série novata “The Catch” para sua 2ª temporada, após a exibição de sete episódios. A notícia foi uma das surpresas do período que antecede os upfronts (apresentações da programação da próxima temporada), pois a série mantém uma audiência “soft” de cerca de 4,5 milhões de telespectadores ao vivo. O número cresce para 8 milhões com todas as plataformas (gravações digitais e streaming oficial). Baseada no livro homônimo de Kate Atkinson, “The Catch” acompanha uma investigadora de fraudes (Mireille Enos, da série “The Killing”) especialista em descobrir golpistas, que está prestes a se casar e a ser enganada pelo futuro marido (Peter Krause, da série “Parenthood”). Ela só percebe o que aconteceu, após seu suposto noivo limpar sua conta e sua casa, o que dá início a uma investigação que irá se transformar num jogo de gato e rato. A série foi criada por Jennifer Schuur (roteirista e produtora da série “Hannibal”) e o elenco ainda conta com Sonya Walger (série “Lost”), Alimi Ballard (série “CSI”), Rose Rollins (série “Bosch”), Jacky Ido (série “Taxi Brooklyn”), Elvy Yost (minissérie “Mildred Pierce”) e Jay Hayden (“A Casa das Coelhinhas”). A decisão de relevar seus números modestos e manter a atração no ar envolve o bom relacionamento da emissora com sua produtora, Shonda Rhimes. Com a manutenção de “The Catch”, a ABC terá cinco séries da Shondaland no ar. As demais são “Grey’s Anatomy”, “Scandal”, “How to Get Away with Murder” e a recém-encomendada “Still Star-Crossed”. O número poderia chegar a seis, se a ABC não tivesse recusado o piloto de “Toast”, que seria a primeira comédia da produtora.
Wagner Moura grava vídeo em que critica politização da Lava-Jato
O ator Wagner Moura gravou um vídeo, postado no Facebook, em que, sem dizer o nome da Lava-Jato, tece críticas à politização da investigação criminal que atingiu em cheio os governantes do país, dizendo-se preocupado com o rumo das investigações. O vídeo já foi compartilhado por vários integrantes do Partido dos Trabalhadores. Nele, Moura afirma ser favorável a que se investigue a corrupção no país, mas faz várias ressalvas e insinuações, dizendo que a grande imprensa de hoje é a mesma que esteve envolvida no golpe de 1964 e dando a entender que as prisões dos corruptos, referendadas pelo Supremo Tribunal Federal, seriam usadas como “massa de manobra política” de interesses escusos. “Me preocupam essas prisões midiáticas e a Justiça brasileira estar trabalhando sob uma influência de uma agenda política ou sob influência de um circo midiático fazendo uma determinada parte da população bater palma. Sou a favor das investigações, mas sou mais a favor da democracia”, ele diz. Segundo o ator, a Justiça estaria visando apenas o PT, esquecendo que vários caciques do PMDB e do PP constam das investigações do Ministério Público, além das delações terem atingido o presidente do PSDB. Buscando construir sua teoria de conspiração, Wagner sintetiza seu pensamento de forma curiosa: “Eu quero que políticos corruptos sejam presos, julgados e condenados, mas eu quero que tudo isso aconteça de forma democrática e que siga os ritos democráticos, a Constituição, o Código Penal brasileiro”. As contradições da peça transpiram um intertexto preocupante, como se o ator defendesse que se investigue apenas até certo ponto. Afinal, seu desejo por uma justiça “democrática” não é diferente daquilo que vem sendo feito pela força tarefa e pelo juiz Sérgio Moro. Ou, por acaso, todos os passos da operação Lava-Jato não estão sendo realizados de acordo com a legislação, a Constituição e, para não deixar dúvidas, com aval dos poderes instituídos, como o Ministério Público e o Supremo Tribunal Federal? Para deixar claro: é impossível ser mais constitucional, legal e democrático que isto neste país. Vale lembrar ao ator seu próprio desempenho – por sinal, brilhante – na série “Narcos”, em que incorpora o traficante Pablo Escobar. Na trama, o chefão do crime também virou político e foi eleito democraticamente, mas encontrou um Congresso disposto a destituí-lo, uma polícia federal firme e um judiciário intransigente, que impediu a Colômbia de ser governada por bandidos. A História – e a série estrelada por Wagner Moura – demonstra que uma justiça destemida apenas fortalece a democracia. Como registro, é interessante considerar que José Padilha, diretor e produtor de “Narcos”, tem opinião contrária a de Moura sobre o tema. Curta Verdade sem manipulação (y)Wagner Moura sempre sensato e inteligente. Publicado por Verdade sem manipulação em Terça, 15 de março de 2016
The Catch: Veja as fotos e o trailer da nova série estrelada por Mireille Enos
A rede americana ABC divulgou as fotos, o pôster e o novo trailer de “The Catch”, série que marca a volta de Mireille Enos à televisão, após se destacar como protagonista de “The Killing” (2011-2014) e estrelar diversos filmes, como “Guerra Mundial Z” (2013), “Sabotagem” (2013) e “Se Eu Ficar” (2014). Baseada no livro homônimo de Kate Atkinson, acompanha uma investigadora de fraudes (Mireille Enos) especialista em descobrir golpistas, que está prestes a se casar e a ser enganada pelo futuro marido (Peter Krause, da série “Parenthood”). Ela só percebe o que aconteceu, após seu suposto noivo limpar sua conta e sua casa, o que dá início a uma investigação que irá se transformar num jogo de gato e rato. A série foi criada por Jennifer Schuur (roteirista e produtora da série “Hannibal”) e o elenco ainda conta com Sonya Walger (série “Lost”), Alimi Ballard (série “CSI”), Rose Rollins (série “Bosch”), Jacky Ido (série “Taxi Brooklyn”), Elvy Yost (minissérie “Mildred Pierce”) e Jay Hayden (“A Casa das Coelhinhas”). A produção é da poderosa Shonda Rhimes, que com a estreia de “The Catch” chega a quatro atrações em exibição na ABC – as demais são “Grey’s Anatomy”, “Scandal” e “How to Get Away with Murder”.



