PIPOCAMODERNA
Pipoca Moderna
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc

Nenhum widget encontrado na barra lateral Alt!

  • Filme,  Série

    Looking: Veja o trailer do telefilme que encerra a série do HBO

    21 de junho de 2016 /

    O canal pago americano HBO divulgou o trailer de “Looking: The Movie”, telefilme que encerra a trama da série sobre dilemas amorosos de personagens gays, após duas temporadas. “Looking” não chegou a virar sucesso, atraindo um público pequeno, mas fiel ao longo de suas duas temporadas, num total de 18 episódios. O capítulo final foi sintonizado por apenas 298 mil telespectadores nos EUA, em março de 2015. A trama tinha ficado em aberto, com Patrick (Jonathan Groff) lutando para escolher entre seu relacionamento atual, Kevin (Russell Tovey), e seu ex-namorado Ritchie (Raul Castillo). O tema do casamento gay deve alimentar a conclusão da trama, ao revelar que ele viajou para longe e agora retorna para São Francisco, onde reencontra seu grupo de amigos ainda à procura de amor e relacionamentos estáveis. A decisão de fechar a série com um especial segue a linha já adotada para a “Hello ladies”, que a HBO cancelou após uma única temporada em 2013.

    Leia mais
  • Etc

    Atriz que estrelou o sucesso infantil Matilda se assume bissexual

    14 de junho de 2016 /

    A atriz Mara Wilson, que ficou famosa ainda criança por papéis em filmes como “Uma Babá Quase Perfeita” (1993) e “Matilda” (1996)”, assumiu ser bissexual. Ela fez a revelação durante bate-papo com os internautas em seu perfil do Twitter. “Eu em um clube gay quando tinha 18 anos. Sinto-me envergonhada ao olhar para essa foto agora. Estava sendo heterossexual em um lugar onde claramente eu não pertencia”, disse na legenda de uma foto tirada 10 anos atrás. “Mas, devo dizer, me senti muito bem-vinda lá. Nunca tinha tido uma experiência melhor em uma boate. Música e pessoas incríveis!”, escreveu a atriz, que hoje tem 28 anos e usou a rede social para prestar solidariedade às vítimas do atentado na boate gay Pulse, em Orlando , na madrugada de domingo (12/6). “Eu costumava me identificar na maior parte das vezes como heterossexual. Eu abracei o rótulo bi/gay recentemente”, afirmou para uma de suas seguidoras na rede social. Ela disse que passou a se sentir mais confortável junto à comunidade gay sobretudo quando começou a aprender sobre si mesma. Wilson interagiu com seus seguidores e disse, quando questionada por um deles, que se enquadra no nível 2 da escala Kinsey – usada para analisar o comportamento sexual de uma pessoa em um determinado período. O nível da atriz descreve alguém predominantemente heterossexual e frequentemente gay. “Conheço um monte de gente que não gosta da escala Kinsey, mas eu acho legal para mim. Sou pragmática com meu coração e encontro conforto em números”, explicou. Ela agradeceu as mensagens de apoio que recebeu dos internautas. “O seu apoio é muito bem-vindo. No entanto, continuarei sendo reservada com meus relacionamentos como sempre fui”, esclareceu. E disse, ainda, como lida com a fama: “Sempre fico chocada com o interesse das pessoas sobre mim. Honestamente, acho que sou muito chata”. No ano passado, Mara Wilson revelou que teve crises de depressão e ansiedade na infância e adolescência. A estrela mirim do filme “Matilda” desabafou em um vídeo gravado para uma campanha educativa para crianças que sofrem com a doença. “Sempre fui uma criança muito ansiosa. Sofri com ansiedade, tenho transtorno obsessivo-compulsivo, tive depressão. Lidei com tudo isso por muito tempo na minha vida. Gostaria que alguém tivesse me dito que estava tudo bem em ser uma pessoa ansiosa, que não precisava lutar contra isso”, disse na ocasião. Ela continua trabalhando como atriz e foi vista recentemente na série “Broad City”.

    Leia mais
  • Filme

    O Caçador e a Rainha do Gelo é o maior lançamento e também o pior filme da semana

    21 de abril de 2016 /

    “O Caçador e a Rainha do Gelo” é o lançamento mais amplo da semana, distribuído em 920 salas pelo país. Espécie de quimera, que junta prólogo e sequência na mesma criatura, o filme retoma os personagens de Chris Hemsworth e Charlize Theron em “Branca de Neve e o Caçador” (2012), mas em vez de aprofundar a fábula de Branca de Neve leva sua trama para o mundo de “Frozen – Uma Aventura Congelante” (2013). O resultado parece um episódio de “Once Upon a Time” mal escrito e obcecado por efeitos visuais dourados. O longa também estreia neste fim de semana nos EUA, onde foi eviscerado pela crítica (19% de aprovação no site Rotten Tomatoes). A outra estreia infantil, a animação “No Mundo da Lua”, é mais criativa, ao acompanhar um adolescente, filho e neto de astronautas, em sua luta para preservar o programa espacial americano e impedir um bilionário excêntrico de virar dono da lua. A produção mantém o espírito aventureiro do primeiro longa do diretor espanhol Enrique Gato, “As Aventuras de Tadeo” (2012), com exibição em 290 salas (126 em 3D). “Milagres do Paraíso” também foca famílias com sua história, sobre uma criança doente que consegue uma cura milagrosa. Típica produção religiosa, sua trama reforça a insignificância da ciência, desautoriza coincidências e prega que Deus sempre atende aos que acreditam. A crítica americana considerou medíocre, com 47% de aprovação. A diretora mexicana Patricia Riggen é a mesma do drama “Os 33” (2015) e o elenco destaca Jennifer Garner (“Clube de Compra Dallas”) como a mãe que padece no paraíso. Chega em 180 salas do circuito. Dois filmes nacionais completam a programação dos shoppings. E, por incrível que pareça, nenhum deles é uma comédia boba. Com maior alcance, “Em Nome da Lei” marca a volta do diretor Sergio Rezende ao gênero policial, sete anos após seu último longa, “Salve Geral” (2009). O lançamento em 380 salas sinaliza a expectativa positiva do estúdio à história de um juiz federal incorruptível, que evoca esses dias de operação Lava Jato (dá-lhe zeitgeist). Mas o personagem de Mateus Solano (“Confia em Mim”) não é Sergio Moro nem a trama enfrenta a corrupção política, optando por situações clichês de máfia de fronteira, narradas de forma novelesca, com direito a “núcleo romântico”. Não prende sequer a atenção. A melhor opção nacional é o drama “Nise – O Coração da Loucura”, fruto de um roteiro mais maduro (escrito a 14 mãos!), que encontra um meio-termo entre o didatismo e o desenvolvimento de personagem. Glória Pires (“Flores Raras”) se destaca no papel central, a doutora Nise da Silveira, figura importante da psiquiatria brasileira, que merecia mesmo virar filme. O longa dirigido por Roberto Berliner (do péssimo “Julio Sumiu”) mostra seu confronto com os tratamentos violentos dos anos 1940 e a bem-sucedida adoção da terapia ocupacional, que passa a humanizar os doentes de um hospício público. Além de competente cinebiografia, o filme possuiu uma bela mensagem contra a intolerância. Em apenas 59 telas. Intolerância também é o tema de “Amor por Direito”, drama indie americano que ocupa uma faixa intermediária, em pouco menos de 50 salas. Baseado em fatos reais, a história mostra a batalha jurídica de uma policial (Julianne Moore, de “Para Sempre Alice”), diagnosticada com uma doença terminal, que enfrenta preconceitos para deixar sua pensão para sua parceira de vida (Ellen Page, de “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”). O caso teve repercussão nacional nos EUA, mas, apesar das boas intenções, a trama cinematográfica não ressoa como “Filadélfia” (1993), do mesmo roteirista. Ironicamente, o drama lésbico teve a mesma nota do drama crente da semana, 47% de aprovação no Rotten Tomatoes. Dois dramas europeus e dois documentários brasileiros ocupam o circuito limitado. O principal título europeu é o romeno “O Tesouro”, de Corneliu Porumboiu (“Polícia, Adjetivo”), em que dois vizinhos enfrentam a amarga realidade da crise econômica com um sonho infantil, de encontrar um suposto tesouro escondido. Venceu vários prêmios em festivais internacionais, inclusive Cannes. O outro lançamento é o francês “Uma História de Loucura”, de Robert Guédiguian (“As Neves do Kilimanjaro”), que acompanha as histórias dois jovens: um terrorista e sua vítima colateral num atentado contra o embaixador da Turquia em Paris, nos anos 1980. Ambos chegam em quatro salas. Entre os documentários, o destaque pertence a “O Futebol”, de Sergio Oksman, vencedor do recente festival É Tudo Verdade. O diretor tem uma longa lista de prêmios no currículo. Já tinha vencido até o Goya (o Oscar espanhol) e o prêmio de Melhor Documentário do festival Karlovy Vary com o curta “A Story for the Modlins” (2012). “O Futebol”, por sua vez, foi exibido também nos festivais de Locarno e Mar Del Plata. E, apesar do título, tem o futebol apenas como pano de fundo para um reencontro entre um pai e um filho que não se viam a 20 anos, e que marcam de passar um mês juntos para acompanhar os jogos da Copa do Mundo de 2014. Os planos, porém, não se realizam como previsto. A estreia também acontece em quatro salas. Por fim, “Meu Nome É Jacque”, de Angela Zoé (“Nossas Histórias”) foca uma mulher transexual, portadora do vírus da aids, que precisa superar grandes obstáculos para viver sua vida da melhor forma possível. Chega em apenas uma sala no Rio.

    Leia mais
  • Etc,  Filme

    Carol é eleito melhor filme LGBT de todos os tempos em festival londrino

    15 de março de 2016 /

    O drama de época “Carol” (2015) foi eleito o melhor filme LGBT de todos os tempos por críticos e artistas, durante as comemorações do 30º aniversário do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Londres, também conhecido como BFI Flare. O filme dirigido por Todd Haynes se passa nos anos 1950 e acompanha o relacionamento lésbico entre uma mulher casada, vivida por Cate Blanchett, que não duvida de sua sexualidade, e uma jovem inexperiente que descobre a sua, interpretada por Rooney Mara. Adaptado de um romance de Patricia Highsmith, publicado em 1952 sob pseudônimo, após ser rejeitado pela editora dos livros de suspense da escritora, “Carol” rendeu o prêmio de Melhor Atriz para Rooney Mara no Festival de Cannes do ano passado, mas perdeu todos os seis Oscars a que foi indicado. Também não emplacou no BAFTA, Globo de Ouro e prêmios dos sindicatos, vencendo apenas o troféu de Melhor Direção de Fotografia no Independent Spirit Awards, entre as seis categorias que disputou. “Carol” é seguido por “Weekend” (2011), de Andrew Haigh, e “Felizes Juntos” (1997), de Kar Wai Wong, respectivamente em 2º e 3º lugares. Já o longa mais premiado de todos, o clássico “O Segredo de Brokeback Mountain” (2005), dirigido por Ang Lee, ficou em 4º na lista, que cita ao todo 30 filmes. Outras produções populares citadas no TOP 10 foram “Minha Adorável Lavanderia” (1985), de Stephen Frears, em 7º, “Tudo Sobre Minha Mãe” (1999), de Pedro Almodóvar, em 8º, e “Garotos de Programa” (1991), de Gus Van Sant, na 10ª posição. Os sucessos mais recentes surgem logo em seguida, com o francês “Azul É a Cor Mais Quente” (2013) empatado com “Tangerine” (2015) em 11º lugar. Há ainda dois outros franceses recentes, o explícito “Um Estranho no Lago” (2013), em 22º, e o sensível “Tomboy” (2011), em 27º, além do drama indie americano “Pariah” (2011). O cinema europeu tem ainda maior destaque entre os clássicos, com o curta “Canção de Amor” (1950), do francês Jean Genet, seguido por “As Lágrimas Amargas de Petra von Kant” (1972), do alemão Rainer Werner Fassbinder, o suspense “Meu Passado me Condena” (1961), do inglês Basil Dearden, “Je, Tu, Il, Elle” (1974), da belga Chantal Akerman, e as obras-primas italianas “Teorema” (1968), de Pier Paolo Pasolini, e “Morte em Veneza” (1971), de Luchino Visconti. Mas também há citações aos americanos “Domingo Maldito” (1971), de John Schlesinger, e “Um Dia de Cão” (1971), de Syney Lumet – curiosamente preferidos sobre o excelente “Infâmia” (1961), de William Wyler. O filme mais antigo presente na lista é o drama alemão “Senhoritas de Uniforme”, de 1931, em 14º lugar, sobre um internato de adolescentes. Baseado numa peça de Christa Winsloe, a história já teve, desde então, diversas versões, incluindo uma produção estrelada por Romi Schneider em 1958, que também deu o que falar em sua época. Top 10: Os melhores filmes LGBT de todos os tempos 1 Carol (2015), de Todd Hayes 2 Weekend (2011), de Andrew Haigh 3 Felizes Juntos (1997), de Wong Kar-wai 4 O Segredo de Brokeback Mountain (2005), de Ang Lee 5 Paris Is Burning (1990), de Jennie Livingston 6 Mal dos Trópicos (2004), de Apichatpong Weerasethakul 7 Minha Adorável Lavanderia (1985), de Stephen Frears 8 Tudo Sobre Minha Mãe (1999), de Pedro Almodóvar 9 Canção de Amor (1950), de Jean Genet 10 Garotos de Programa (1991), de Gus Van Sant

    Leia mais
  • Série

    Jair Bolsonaro defende homofobia em entrevista da série documental de Ellen Page

    11 de março de 2016 /

    O canal Viceland, da revista Vice, divulgou um trecho da série documental “Gaycation” passado no Rio de Janeiro. A prévia mostra o encontro entre a apresentadora do programa, a atriz canadense Ellen Page (“X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”), e o deputado carioca Jair Bolsonaro (PP). Ellen não perde a oportunidade de questionar a homofobia de Bolsonaro, que reafirma, no encontro, todos os seus preconceitos, inclusive passando uma cantada na jovem, que no ano passado se assumiu lésbica. A atriz fez questão de falar com o político, por suas posições reacionárias contra as causas LGBT, e tentou um diálogo inútil, questionando o estímulo à violência contra jovens homossexuais, baseado em seus discursos, e lembrando que muitos adolescentes apanham, sofrem depressão e até se suicidam por causa do bullying e da violência que sofrem por suas opções sexuais. Impávido, Bolsonaro foge do debate afirmando que esse questionamento é “teoria do absurdo” e que o aumento da quantidade de gays na sociedade se deve apenas “às liberalidades, às drogas e à mulher também estar trabalhando”. Ou seja, nada que um bom machismo não cure. Parabéns ao brilhante exemplar da iluminada classe política brasileira, eleito por milhões que não temem ridicularizar o país diante do mundo. Se vacilar, candidata-se a presidente, já que até um poste foi eleito duas vezes neste país. Gaycation Brasil Em entrevista à atriz Ellen Page, Jair Bolsonaro afirma que o aumento da quantidade de gays na sociedade se deu devido “as liberalidades, as drogas e a mulher também estar trabalhando”. Um filósofo estudioso da sociedade brasileira, eu diria! SQN.Eu legendei esse trecho, mas o episódio completo da série de documentários está no site do Viceland em inglês no link: https://goo.gl/C9XQHr Publicado por Danilo Rodrigues em Sexta, 11 de março de 2016

    Leia mais
  • Etc,  Filme

    Assista: Reação à intolerância, documentário Bichas vira fenômeno nas redes sociais

    25 de fevereiro de 2016 /

    Fenômeno nas redes sociais brasileiras, o documentário “Bichas” já teve mais de 200 mil visualizações no YouTube desde que foi disponibilizado em 20 de fevereiro. O filme consiste de depoimentos de seis gays, com histórias e perfis diversos, e foi inspirado por uma violência sofrida pelo diretor, após um desconhecido lhe apontar uma arma por rdyst num grupo em que dois homens andavam de mãos dadas. “Suas bichas, vou atirar em você”, teria dito o valente heterossexual. Publicitário, o jovem pernambucano Marlon Parente decidiu se defender tirando o poder ofensivo da palavra “Bichas”. Pegou uma câmera emprestada, comprou um microfone de R$ 10 e filmou seis amigos com luz natural – sem verba para iluminador. Depois, editou todo o material sozinho e lançou na internet. Foi o que bastou. Políticos, atores e músicos começaram a compartilhar o filme nas redes sociais. E, em três dias, “Bichas” atingiu 100 mil visualizações. A repercussão também rendeu, nesta semana, diversas matérias na imprensa do eixo Rio-SP, além de um convite para Marlon exibir “Bichas” no festival de cinema O Cubo, no Rio de Janeiro. Confira, abaixo, seus 39 minutos na íntegra.

    Leia mais
  • Filme

    Entrevista: Equipe de Antes o Tempo Não Acabava revela o Brasil amazônico ao mundo

    23 de fevereiro de 2016 /

    A dupla de diretores Sérgio Andrade e Fábio Baldo foi um dos destaques do Festival de Berlim com seu “Antes o Tempo Não Acabava”, que retrata a vida de um índio (interpretado por Anderson Tikuna) vivendo nas fronteiras entre o mundo urbano e a antiga tribo – para a qual tem de prestar contas, submetendo-se às suas práticas rituais. O sincretismo leva à materialização de situações inusitadas, como Anderson cantando e dançando Beyoncé, além de lidar com a homossexualidade, que não existia antes do contato com os brancos. Exibido na seção Panorama, o filme teve boa resposta do público e da crítica, e garantiu distribuição em alguns países da Europa. À espera da estreia oficial, os diretores e o protagonista conversaram com a Pipoca Moderna sobre este singular amálgama entre dois mundos… Este é um filme com vários elementos: existe a cultura indígena, a vida na periferia de uma grande cidade, rock e música eletrônica e uma abordagem estética com semelhanças com o cinema de autor europeu. Como foi a conjugação disto tudo? SÉRGIO: Tudo começa com a zona intermediária. No Brasil, temos várias vertentes de raça, seja o negro, o europeu, o imigrante, o índio. No caso deste filme, quando o indígena vem da sua aldeia do interior da Amazônia para a periferia da cidade, cria-se aí uma zona limítrofe na qual eles são indígenas mas também são habitantes de uma metrópole e tem de viver sob as normas e desejos da vida urbana. O próprio Anderson, o ator principal, veio de uma aldeia com oito anos e tem algumas semelhanças com a personagem. Ele foi criado no ambiente da cidade e vão se confundindo os preceitos da cultura, tradições e rituais indígenas com as novidades da vida urbana em todos os seus aspetos, sejam religiosos, sexuais e de vida pratica. Foi isso que sempre me impressionou. Nos meus filmes anteriores eu tive uma grande aproximação com os índios e gostei muito de trabalhar com eles – caso da curta “Cachoeira” e do meu primeiro longa, “A Floresta de Jonathas”. Sempre fui muito fascinado com o lendário indígena, que usamos como mola de criatividade, e tive o encontro com o Fábio que foi o montador do “Floresta” e também cuidou do som – especialidade dele. A gente se uniu e as nossas cabeças combinam muito em criatividade e inventividade. FÁBIO: Eu gosto de personagens em zonas de transição, que tem a ver com a relação que o Sérgio tem com os índios e a floresta e eu entre as pessoas da zona rural. O meu primeiro filme (o curta “Caos”) era sobre agricultores… O nosso esforço vem no sentido de entender questões de funções e desejos dentro da vida urbana, de trazer esses conflitos, trazer essas dicotomias para o personagem do Anderson. A música tem uma presença importante. FÁBIO: A música veio também desta necessidade. Uma das fontes de inspiração foi um CD de músicas indígenas que o Sérgio arranjou há uns anos no museu de arte etnográfica de Berlim – que um pesquisador alemão, Koch-Grünberg, gravou no Brasil. É uma música etérea, espiritual, que lembra o passado, tradições, quase gramofônica, e jogamos com esses sons em algumas passagens do filme e vimos como soava. Mas depois pensamos que tínhamos que criar uma dicotomia. Fomos buscar música eletrônica… E aí trouxemos a música do Kraftwerk, que também é uma crítica do homem moderno, da tecnologia… Na conversa com o público do Festival de Berlim vocês fizeram algumas piadas e demonstraram afinidade com a Alemanha. SÉRGIO: Essa “conspiração alemã” já vem de antes, o meu primeiro filme estreou aqui em 17 cidades, em salas de filmes autorais. Depois há uma curiosidade: a primeira vez que desejei entrar no mundo do cinema foi quando fui figurante nas filmagens de “Fitzcarraldo” (obra do alemão Werner Herzog), quando tinha 13 anos. Lembro bem do Klaus Kinski e do José Lewgoy… estava entrando num sonho. Há uma curva com a Alemanha interessante e agora o filme é exibido aqui, sendo bem-recebido. FÁBIO: Houve até umas pessoas na rua que nos deram parabéns! A abordagem estética de vocês vai na linha do cinema europeu? FÁBIO: Não, acho que a estética é mais asiática. SÉRGIO: E tem quatro línguas no filme, todas de alguma forma similares a idiomas asiáticos. E aquela cena quando o índio entra no barraca e a mulher está dando comida à menina lembra coisas de Jia Zhangke, Tsai Ming-Liang, Apichatpong Weerasethakul… Situações como a cena do sacrifício de uma criança, mostrada no filme, acontecem realmente? FÁBIO: Em algumas tribos acontecia… SÉRGIO: Bom, algumas etnias indígenas têm uma forma natural de seleção e pensam muito na saúde do guerreiro, que vai ter que trabalhar em prol da aldeia. Crianças que nascem com problemas de saúde podem vir a ser alguém que vai trazer problemas para a sua comunidade. Para eles, isso é perfeitamente natural. Mas são apenas algumas etnias e não existem estimativas que digam que isso continua acontecendo. De qualquer forma, não queríamos fazer um julgamento, embora seja sempre uma questão delicada de abordar. Também houve elogios à fotografia, à sua maneira de filmar a selva… FÁBIO: O Yure César (diretor de fotografia) é de Manaus e é fotógrafo, tem uma empresa produtora de cinema. Ele é muito técnico e busca a perfeição. Sendo ele muito técnico, nós meio que nos confrontamos, pois ele quer a imagem mais bonita, mais perfeita e nós estamos preocupados com a informação, com os planos. Deste conflito surgiu um filme que tem um registro quase documental. É quase todo feito com luz natural – tirando algumas sequência à noite. Uma coisa que nós gostamos muito é que o Yure pensa a luz, ele não é como esses fotógrafos novos com equipamento digital. Ele entende a forma como a luz afeta um personagem. Também há uma abordagem pouco usual, que é associar à questão indígena uma temática LGBT… FÁBIO: A sexualidade é um ponto importante do filme, mas isso está inserido em algo maior, a busca da identidade, dos seus aspetos culturais, filosóficos. Não é apenas um filme gay, é mais que isso. SÉRGIO: Para mim, a questão da sexualidade é tão importante quanto as outras e na cena mais forte de sexo eu vejo um fetiche de um pelo outro, uma experiencia nova, mas também uma miscigenação, duas raças. É uma simbologia de que sexo é prazer. ANDERSON: Entre os índios não havia a homossexualidade, que veio depois do contato com o branco. O povo agora é evangélico, mas em geral respeita essa opção, não há discriminação. Anderson, como acha que vão reagir às cenas de sexo na sua aldeia? ANDERSON: Meu pai e minha mãe me apoiam e é o meu trabalho como ator, isso é um filme de ficção. O que esta achando de Berlim e deste outro tipo de ritual, que é o do grande festival de cinema? ANDERSON: Um sonho, sonho realizado, estou feliz ter ganho a oportunidade de trazer esse filme, essa cultura. Estou ansioso para mostrar o filme ao meu povo. Vão fazer perguntas de como foi. FÁBIO: Berlim é um dos festivais que mais abraça filmes brasileiros depois de Rotterdam. E é o que está dando mais visibilidade. Para além da importância para nós, no Brasil temos grandes eixos de cinema – São Paulo, Rio, Pernambuco e Minas, mas não temos a representação do norte. Agora estamos começando a ser ouvidos, e trazer um filme para cá vai nos tornar mais fortes. Trouxemos um filme de Manaus onde 90% da equipe são pessoas de lá, é algo inédito. SÉRGIO: o festival tem uma orientação para acolher filmes que venham de uma cinematografia em desenvolvimento e com temas provocadores, polémicos, diferentes, que plantam uma semente do bem e do mal, ele acolhe bem esse tipo de filme. Se estamos aqui é porque conseguimos fazer um projeto que deu certo. O que podem adiantar sobre os seus novos projetos? FÁBIO: estou desenvolvendo um argumento com uma produtora em São Paulo, vou passar esse ano escrevendo para rodar em 2017. Aí retomo as minhas indagações sobre os homens do campo, com algo meio biográfico sobre o meu pai, com um pouco de ficção científica, como tinha no meu primeiro filme. Trata dos dilemas dos pequenos agricultores diante das grandes indústrias de fertilizantes, dos transgênicos. Meu pai continua tentado sobreviver, mas os últimos 15 anos têm sido muito difíceis. SÉRGIO: Desde a pré-produção do “Antes o Tempo não Acabava” eu já estava escrevendo um roteiro novo – que se chama “Terra Negra dos Caua”, que é uma etnia fictícia e trata da questão da terra indígena. É uma família que cultiva uma terra negra num sítio nas cercanias de Manaus que, para além das propriedades agrícolas, tem poderes energéticos e até sobrenaturais. É uma metáfora para a questão da posse da terra indígena. Esse projeto ganhou o edital de baixo orçamento do Ministério da Cultura Vou filmar em 2017. É uma quase ficção científica etnográfica. Então vão trabalhar separados? (risos) SÉRGIO: ainda não sabemos! Foi tudo muito rápido. Houve um diretor aqui da Panorama que perguntou se tínhamos feito um filme juntos e quando dissemos que sim ele respondeu: ‘E vocês ainda são amigos’? (risos). FÁBIO: pois é, ainda somos! Talvez não sobrevivamos a um segundo projeto!

    Leia mais
  • Etc

    Um dos irmãos gêmeos da série Teen Wolf se assume gay

    13 de janeiro de 2016 /

    O ator Charlie Carver, que sempre trabalhou com seu irmão gêmeo em séries como “Desperate Housewives”, “The Leftovers” e “Teen Wolf”, assumiu sua homossexualidade no Twitter. O lugar escolhido foi inusitado, assim como o detalhe de frisar que seu irmão Max Carver é heterossexual. Mas o mais curioso é que estas diferenças já tinha sido estabelecidas entre os personagens dos dois na série “Teen Wolf”, em que Charlie viveu um lobisomem gay, enquanto seu irmão fez par romântico com uma das protagonistas. Numa longa série de posts de 140 caracteres, Charlie descreveu como descobriu que era gay aos 12 anos de idade e as dificuldades em aceitar que era diferente, comemorando a sorte que teve por viver numa família que o apoiou inteiramente. “Para mim, e para a minha família, foi uma conversa preciosa, na qual senti que tinha começado a aceitar-me a mim mesmo, à minha vida”, ele escreveu. Apesar de assumir abertamente a sua orientação sexual, o ator diz esperar que isso não o defina. “Não queria ser definido pela minha sexualidade. Claro, sou um homem gay orgulhoso, mas não me identifico como um homem gay, ou apenas como gay”. E terminou a confissão com uma referência divertida ao seu irmão Max. “Que fique registado que o meu irmão gêmeo é tão legal quanto eu ao ser heterossexual”.

    Leia mais
Mais Pipoca 
@Pipoca Moderna 2025
Privacidade | Cookies | Facebook | X | Bluesky | Flipboard | Anuncie