Leslie Jordan, ator de “Will & Grace”, morre aos 67 anos
O ator Leslie Jordan, conhecido pelos seus papeis nas séries “Will & Grace” e “American Horror Story”, morreu nessa segunda (24/10) aos 67 anos. De acordo com o site TMZ, a causa da morte foi um acidente automobilístico. Suspeita-se que ele tenha sofrido algum problema de saúde enquanto dirigia. Dono de uma carreira que se estendeu por quase 40 anos, Jordan também participou de filmes como “Uma Família e Tanto” (2000), que lhe rendeu o prêmio de Melhor Ator no New York International Independent Film & Video Festival, “Como Eliminar seu Marido” (2003) e “Histórias Cruzadas” (2011). Leslie Jordan nasceu em 29 de abril de 1955, em Memphis, no estado americano do Tennessee. Ele se mudou para Los Angeles em 1982 e quatro anos depois fez a sua estreia na TV, participando de episódios das séries “Duro na Queda” e “Passe de Mágica”. Sua estreia no cinema aconteceu em 1988, quando fez pequenas participações nos filmes “Mudança do Barulho” e “Frankenstein General Hospital”. Durante a crise da AIDS, ele esteve envolvido com o Projeto AIDS Los Angeles e o Projeto Angel Food. Também precisou lidar com o vício em drogas e álcool, que iniciou aos 20 anos. Em 2010, ele anunciou que estava sóbrio há 13 anos. Jordan conseguiu o seu primeiro papel recorrente em 1989: 10 episódios da série “The People Next Door”. E pouco a pouco começou a ganhar mais destaque em filmes como “Dinheiro a Qualquer Preço” (1991), “Jason vai para o Inferno: A Última Sexta-Feira” (1993) e “Talento Traído” (1997), além de novos papéis recorrentes em séries – “Top of the Heap” (1991), “Reasonable Doubts” (1992-1993), “Bodies of Evidence” (1992-1993) e “Lois & Clark – As Novas Aventuras do Superman” (1993-1994). Em 2001, o ator interpretou um dos seus personagens mais conhecidos: Beverley Leslie, o amigo sexualmente ambíguo de Karen na série “Will & Grace”. Jordan interpretou o papel por 17 episódios, incluindo no revival de 2017, e venceu um Emmy de Melhor Ator Convidado pelo papel em 2006. Ele também estrelou três temporadas de “American Horror Story – Coven”, “American Horror Story – Roanoke” e “American Horror Story – 1984”, sempre em papéis diferentes. Outros destaques de sua carreira incluem participações nos filmes “O Último Sharknado: Já Estava na Hora” (2018) e “Estados Unidos vs. Billie Holiday” (2021), e nas séries “The Cool Kids” (2018-2019) e “Call Me Kat”, em que tinha papel fixo. A série teve o primeiro episódio de sua 3ª temporada recentemente disponibilizado no serviço de streaming HBO Max. Fora das telas, um dos papéis mais celebrados de Jordan foi sua apresentação como Earl “Brother Boy” Ingram na peça de teatro “Sordid Lives”, que mais tarde foi adaptada para o filme “Uma Família e Tanto”. Em 1993, ele criou seu primeiro espetáculo autobiográfico, “Hysterical Blindness and Other Southern Tragedies That Have Plagued My Life So Far”, que durou sete meses fora da Broadway. A peça narrava o início da vida de Jordan em Chatanooga, Tennessee, e apresentava o ator acompanhado por um coral gospel cantando canções satíricas sobre racismo e homofobia. Durante a pandemia, Jordan se tornou um fenômeno nas redes sociais, ganhando milhões de seguidores no Instagram devido aos vídeos humorísticos postados quando precisou ficar de quarentena. Ele também lançou um álbum de música gospel intitulado “Company’s Comin” (2021) e, mais tarde, apareceu como convidado no programa “The Masked Singer”, onde apresentou a canção gospel “This Little Light of Mine”. Ícone da comunidade LGBTQIAP+, Jordan ainda recebeu o prêmio GALECA em 2021 e apareceu no reality “RuPaul’s Drag Race” como jurado convidado em 2013 e novamente em 2022 como diretor convidado. Ao saberem da morte de Leslie Jordan, alguns colegas e admiradores prestaram as suas homenagens. O comediante Sean Hayes, que trabalhou com Jordan em “Will & Grace”, postou uma foto dos dois no seu Twitter, com a legenda: “Meu coração está partido. Leslie Jordan foi uma das pessoas mais engraçadas com quem já tive o prazer de trabalhar. Todos que o conheceram o amavam. Nunca haverá alguém como ele. Um talento único com um coração enorme e carinhoso. Você fará falta, meu caro amigo”. Já o cineasta Paul Feig (“A Escola do Bem e do Mal”) compartilhou a notícia da morte de Jordan e escreveu: “Simplesmente devastado com essa notícia. Trabalhei com Leslie como ator nos anos 1980, quando ele e eu estávamos juntos em ‘Uma Farra na Neve’ e ele era o melhor. Um verdadeiro amor e uma pessoa tão engraçada. O mundo é um lugar muito mais triste sem ele. RIP Leslie.” My heart is broken. Leslie Jordan was one of the funniest people I ever had the pleasure of working with. Everyone who ever met him, loved him. There will never be anyone like him. A unique talent with an enormous, caring heart. You will be missed, my dear friend. 😔❤️ pic.twitter.com/RNKSamoES0 — Sean Hayes (@SeanHayes) October 24, 2022 Just devastated at this news. I worked with Leslie as an actor back in the 80s when he and I were in Ski Patrol together and he was just the best. A true sweetheart and such a funny person. The world is a much sadder place without him in it. RIP Leslie. https://t.co/1V6la8cMYE — Paul Feig (@paulfeig) October 24, 2022
Cicely Tyson (1924 – 2021)
A pioneira Cicely Tyson, primeira atriz negra a receber um Oscar honorário, morreu aos 96 anos de idade de causas não reveladas. Conhecida por papéis populares, como a cozinheira de “Tomates Verdes Fritos” (1991) e a mãe de Viola Davis na série “Como Defender um Assassino” (How to Get Away with Murder), ela também teve desempenhos aclamados em drama históricos, foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz em 1973, venceu dois Emmys e quebrou muitas barreiras raciais ao longo de suas sete décadas de carreira. Com uma trajetória repleta de sucessos no cinema, teatro e televisão, Cicely Louise Tyson fez suas primeiros trabalhos artísticos para revistas de moda. Ela começou como modelo, brilhando nas páginas da Ebony, antes de estrear nas telas em 1951, na série “Fronteiras da Fé” (Frontiers of Faith). Após várias participações em séries e figurações em filmes, conseguiu seu primeiro papel fixo em 1963, na produção dramática “East Side/West Side”, como secretária de George C. Scott (o “Patton”), o que acabou sendo um feito histórico não apenas para sua carreira. Foi a primeira vez que uma atriz negra teve destaque e papel contínuo em uma série da TV americana. Depois disso, participou de “Os Farsantes” (1967), com Elizabeth Taylor, e “Por que Tem de Ser Assim?” (1968), com Alan Arkin, antes de emocionar a Academia com “Lágrimas de Esperança” (Sounder, 1972). No drama do diretor Martin Ritt, Tyson viveu a matriarca de uma família empobrecida do Sul dos EUA, que além da miséria precisava enfrentar o racismo da era da Depressão e manter a família unida após seu marido ser preso por roubar comida. Ela perdeu o troféu de Melhor Atriz para Liza Minnelli, em “Cabaret”, mas seu desempenho neste e em outros filmes finalmente foi reconhecido pela Academia em 2019, quando foi homenageada com um Oscar pela carreira. Apesar disso, sua trajetória foi muito mais marcante na televisão. A indicação ao Oscar (e ao Globo de Ouro) foi seguida por seu desempenho mais impactante, no telefilme “The Autobiography of Miss Jane Pittman” (1974), sobre uma mulher que nasceu escrava e viveu para acompanhar as lutas pelos direitos civis dos anos 1960. A Academia da Televisão se apaixonou pelo filme e pela protagonista, dando à produção nada menos que nove prêmios Emmy, incluindo o de Melhor Atriz para Tyson. O reconhecimento lhe rendeu convite para participar da célebre minissérie “Raízes” (Roots, 1977), primeira obra televisiva dedicada à diáspora africana. Seu desempenho como Binta, a mãe do protagonista Kunta Kinte, voltou a encantar a crítica, rendendo nova indicação ao Emmy. O mesmo aconteceu em relação à seu trabalho na minissérie “King” (1978), em que viveu Coretta Scott King, esposa de Martin Luther King, e na minissérie “The Marva Collins Story” (1981), como uma professora que enfrentou o sistema. Paralelamente às minisséries de prestígio, ela também participou de produções comerciais de cinema, como “Aeroporto 79: O Concorde” (1979), a comédia “Rompendo Correntes” (1981), com Richard Pryor, e “Tomates Verdes Fritos” (1991), drama multigeracional que marcou época. Ela voltou à escravidão na minissérie “Tempos de Guerra” (1994), pela qual ganhou seu segundo e último Emmy, embora tenha conseguido mais nove indicações nos anos seguintes, incluindo por seu último papel em “How to Get Away with Murder”. Cicely Tyson também colocou um Tony (o Oscar do teatro) na estante, pela montagem de “The Trip to Bountiful”, em 2013. Entre seus filmes mais recentes, estão “Histórias Cruzadas” (2011), “A Sombra do Inimigo” (2012), “Evocando Espíritos 2” (2013), “A Melhor Escolha” (2017) e “O Limite da Traição” (2020). E, além da série criminal de Viola Davis, ela também integrava o elenco de “Cherish the Day”, atração criada no ano passado pela cineasta Ava DuVernay. Nenhum desses muitos papéis citados incluiu prostitutas, criminosas ou drogadas, porque ela os considerava degradantes para mulheres negras e queria retratar apenas bons exemplos. “Em sua longa e extraordinária carreira, Cicely Tyson não apenas se superou como atriz, ela moldou o curso da história”, disse o então presidente dos EUA Barack Obama durante a cerimônia de 2016 em que entrou à estrela a Medalha Presidencial da Liberdade. “Cicely tomou uma decisão consciente não apenas de ter uma voz, mas de falar abertamente. As convicções e a graça de Cicely nos ajudaram a ver a dignidade de cada lindo membro da família americana – e ela é simplesmente linda.”
Carol Sutton (1933 – 2020)
A atriz Carol Sutton, que fez carreira no teatro, mas também apareceu no cinema em filmes como “Flores de Aço” (1989), “O Júri” (2003) e “Ray” (2004), morreu na sexta-feira (11/12) de complicações causadas pela covid-19, aos 87 anos em Nova Orleans. “Carol Sutton foi praticamente a rainha do teatro de Nova Orleans, tendo enfeitado os palcos da cidade por décadas”, disse a prefeita da cidade, LaToya Cantrell, no comunicado que informou o falecimento da atriz. “O mundo pode reconhecê-la por suas atuações em filmes e na TV – seja nas série ‘Treme’ ou no filme ‘O Júri’ – , mas sempre nos lembraremos de sua presença de palco dominante, seus personagens ricamente retratados e o coração caloroso que ela compartilhou com seus colegas de elenco e equipe em produções como ‘4000 Miles’ e ‘A Raisin in the Sun’. Que ela descanse na paz perfeita de Deus”, acrescentou a prefeita. Ela estreou no teatro na década de 1960 e subiu centenas de vezes aos palcos desde então. Seus créditos mais recentes no cinema e na televisão incluem os filmes “O Último Exorcismo” (2010), “Histórias Cruzadas” (2011), “Anjos da Lei” (2012), “Belas e Perseguidas” (2015) e “As Rainhas da Torcida” (2019), além das séries “True Detective”, “Lovecraft Country” e “Queen Sugar”. Ava DuVernay, criadora de “Queen Sugar”, tuitou: “Foi uma honra dar as boas-vindas a esta atriz veterana de teatro e cinema na nossa série como Tia Martha no episódio 409. Que ela descanse em paz e no poder.”


