“Sex Education” vence o Emmy Internacional 2022
Duas séries britânicas, “Sex Education” e “Vigil”, venceram os troféus principais da 50ª edição do Emmy Internacional, que aconteceu na noite de segunda (21/11) em Nova York. “Sex Education”, disponibilizada pela Netflix, venceu na categoria de Melhor Série de Comédia, enquanto “Vigil”, produção da BBC inédita no Brasil. foi eleita a Melhor Série Dramática. Outra produção da Netflix, a 2ª temporada de “Love on the Spectrum”, foi eleita Melhor Programa de Entretenimento Não-Roteirizado, enquanto mais uma atração britânica, “Help”, do Channel 4, foi vencedora na categoria de Melhor Telefilme ou Minissérie. A consagração britânica se estendeu as prêmios de atuação: o escocês Dougray Scott venceu o troféu de Melhor Ator por seu trabalho na série “Crime”, da plataforma Britbox. Já a Melhor Atriz foi a francesa Lou de Laâge, estrela do telefilme “O Baile das Loucas”, da Amazon Prime Video. O Brasil disputava três categorias com a série documental “O Caso Evandro”, a novela “Nos Tempos do Imperador” e o troféu de Melhor Atriz com Leticia Colin, pela série “Onde Está Meu Coração”. Mas terminou a cerimônia sem nenhum prêmio. O evento ainda contou com homenagens à produtora Miky Lee (“Parasita”) e à cineasta Ava DuVernay (“Olhos que Condenam”). “Muita coisa mudou na forma como consumimos televisão. Mas o que não mudou em um meio que foi inventado há mais de 100 anos é o poder que esse meio nos oferece”, disse DuVernay, durante sua participação. “A televisão, especialmente a televisão internacional, é uma janela para o mundo, que conecta pessoas de todas as esferas da vida e de lugares onde há escassez de oportunidades para assistir imagens em filme. Não temos salas de arte em Compton [bairro pobre de Los Angeles]. Não há cinemas independentes em Selma [cidade do interior do Alabama]. A segregação do cinema acontece onde você realmente não consegue encontrar imagens de outras pessoas. A televisão torna-se essa janela de maneiras expansivas, expandindo nossa compreensão de nós mesmos e uns dos outros. É de vital importância”, acrescentou. Confira abaixo a lista completa dos vencedores do Emmy Internacional 2022. Melhor Programa Artístico “Freddie Mercury: The Final Act” (Reino Unido) Melhor Ator Dougray Scott – “Irvine Welsh’s Crime” (Reino Unido) Melhor Atriz Lou de Laâge – “O Baile das Loucas” (França) Melhor Comédia “Sex Education” (Reino Unido) Melhor Documentário “Enfants De Daech, Les Damnés De La Guerre” / “Iraq’s Lost Generation” (França) Série de Drama “Vigil” (Reino Unido) Melhor Animação Infantil “Shaun, o Carneiro: Aventura de Natal” (Reino Unido) Melhor Programa Infantil “My Better World” (África do Sul) Melhor Ficção Infantil “Kabam!” (Holanda) Melhor Programa Não-Anglófono do Horário Nobre dos EUA “Buscando A Frida” (Estados Unidos) Melhor Programa de Entretenimento Não-Roteirizado “Love on the Spectrum – Season 2″ (Austrália) Melhor Série de Curta Duração “Rūrangi” (Nova Zelândia) Melhor Documentário Esportivo “Queen Of Speed” (Reino Unido) Melhor Telenovela “YeonMo” / “The King’s Affection” (Coreia do Sul) Melhor Filme para TV ou Minissérie “Help” (Reino Unido)
Jodie Comer e Sean Bean são eleitos melhores atores da TV britânica
A Academia Britânica de Artes Cinematográficas e Televisivas (BAFTA, na sigla em inglês) entregou na noite de domingo (8/5), em Londres, os prêmios de melhores da TV do Reino Unido, consagrando os atores Jodie Comer, Sean Bean, Matthew Macfadyen e Cathy Tyson, além das séries “In My Skin”, “Time” e “Motherland”. Bean ganhou o prêmio de melhor ator pelo drama de prisão “Time”, que também foi eleito melhor minissérie. Comer, que ficou conhecida interpretando uma assassina em “Killing Eve”, foi premiada por “Help”, um drama ambientado em uma casa de repouso durante a pandemia de covid-19. A mesma série também rendeu o troféu de melhor atriz coadjuvante para Cathy Tyson. Já Macfadyen foi eleito o melhor coadjuvante por “Succession”, produção americana da HBO sobre as disputadas de uma família pelo controle de um império de mídia nos Estados Unidos. A história de amadurecimento “In My Skin” foi considerada a melhor série série dramática e a minissérie americana “The Underground Railroad”, da Amazon Prime Video, venceu na categoria internacional. Para completar, nas premiações de comédia, venceram a série “Motherland” e os atores Sophie Willan, por “Alma’s Not Normal”, e Jamie Demetriou, por “Stath Lets Flats”. O resultado representou uma decepção para os fãs da minissérie “It’s a Sin”, que liderava a lista de indicações, concorrendo a 11 troféus do BAFTA TV. Esnobada, a produção ficou sem nenhum prêmio. Vários vencedores usaram seus discursos de agradecimento para se manifestar contra a venda da emissora pública Channel 4, que o governo britânico anunciou no mês passado. Muitos temem que o Channel 4, responsável por algumas das produções mais ousadas e relevantes do audiovisual britânico, torne-se um canal comercial convencional nas mãos da iniciativa privada. Confira abaixo a lista dos principais vencedores. MELHOR SÉRIE DRAMÁTICA In My Skin MELHOR MINISSÉRIE Time MELHOR SÉRIE CÔMICA Motherland MELHOR SÉRIE INTERNACIONAL The Underground Railroad (EUA) MELHOR TELEFILME Together MELHOR ATRIZ Jodie Comer, por Help MELHOR ATOR Sean Bean, por Time MELHOR ATOR EM COMÉDIA Jamie Demetriou, por Stath Lets Flats MELHOR ATRIZ EM COMÉDIA Sophie Willan, por Alma’s Not Normal MELHOR ATRIZ COADJUVANTE Cathy Tyson, por Help MELHOR ATOR COADJUVANTE Matthew Macfadyen, por Succession
Robert Freeman (1933 – 2019)
Morreu o fotógrafo e cineasta Robert Freeman, que ficou conhecido por suas fotos icônicas dos Beatles. A informação foi divulgada por Paul McCartney em seu blog oficial nesta sexta (8/11), sem revelar a causa da morte. Mas o artista tinha sofrido um AVC em 2014 e vinha doente desde então. Freeman começou sua carreira como jornalista fotográfico no jornal britânico The Sunday Times. Ele causou uma forte impressão inicial com fotografias em preto e branco de vários músicos de jazz, incluindo o saxofonista John Coltrane, e isso chamou a atenção do empresário dos Beatles, Brian Epstein, que encomendou um retrato da banda em 1963. Este contato inicial levou a uma longa associação com os quatro músicos de Liverpool, incluindo o design e a fotografia das capas dos álbuns “With The Beatles” (“Meet The Beatles!” nos EUA), “The Beatles For Sale”, “Help!” e “Rubber Soul”. Ele também desenhou as sequências dos créditos finais dos dois primeiros filmes dos Beatles, “Os Reis do Ié-Ié-Ié” (A Hard Day’s Night, 1964) e “Help!” (1965), ambos dirigidos por Richard Lester, além de ter sido responsável pelas fotografias oficiais da produção e pelo visual dos pôsteres e materiais promocionais dos filmes. Ficou tão íntimo da banda que sua esposa, Sonny, teria sido a inspiração de John Lennon para compor a música “Norwegian Wood” – numa relação que também envolveria sexo. A alegação foi feita pela ex-esposa de Lennon, Cynthia Lennon, em sua biografia. Por coincidência, Freeman acabou se afastando dos Beatles nesta época. Mas aproveitou os contatos da banda, como Richard Lester. O diretor, que tinha gostado do trabalho do fotógrafo, o contratou para desenhar os créditos de seu filme mais premiado. Marco do cinema mod, “Bossa da Conquista” (The Knack) venceu a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1965. A experiência com esses filmes permitiu a Freeman estrear como diretor, assinando outro cultuadíssimo filme mod, “As Tocáveis” (The Touchables, 1968). Definitivamente uma obra de fotógrafo, o longa é considerado um deleite visual, mas péssimo em termos de narrativa – o fiapo de história girava em torno do rapto do cantor de uma banda de rock por fãs histéricas. Uma curiosidade de sua trilha sonora é o destaque dado à obscura banda Nirvana original (dos anos 1960), além de incluir a primeira música do Pink Floyd ouvida no cinema (“Interstellar Overdrive”). Robert Freeman também dirigiu o documentário “O Mundo da Moda (Ontem-Hoje e Amanhã)” (Mini-Mid), sobre a Swinging London, e o drama “A Doce Promessa” (1969) na França, além de ter sido o fotógrafo oficial do primeiro calendário Pirelli. “Grande profissional, ele era imaginativo e um verdadeiro pensador original”, escreveu Paul McCartney em seu blog. “As pessoas costumam pensar que a foto da capa do ‘Meet The Beatles’ em meia-sombra foi uma foto de estúdio cuidadosamente arranjada. Na verdade, foi registrada rapidamente por Robert no corredor de um hotel em que estávamos hospedados, onde a luz natural vinha das janelas no final do corredor. Eu acho que não demorou mais que meia hora para chegar naquele resultado”. “Bob também inovou na foto da capa de ‘Rubber Soul’. Ele tinha o costume de usar um projetor de slides para mostrar pra gente como ficariam as fotos nos discos, projetando-as em um pedaço de papelão branco do tamanho exato da capa de um álbum. Durante a sessão de observação dessa imagem, o papelão que estava apoiado em uma pequena mesa caiu para trás, dando à fotografia uma aparência esticada. Então, ficamos empolgados com a ideia dessa nova versão de sua fotografia. Ele nos garantiu que era possível imprimi-lo dessa maneira, e como álbum era intitulado ‘Rubber Soul’ (alma de borracha), sentimos que a imagem se encaixava perfeitamente”, revelou o cantor. “Sentirei saudades deste homem maravilhoso e sempre apreciarei as boas lembranças que guardo dele. Obrigado Bob”.


