Quentin Tarantino e diversos atores entram na justiça para cobrar milhões de Weinstein
A falência da produtora The Weinstein Company vem atraindo diversos interessados em seus ativos, mas também há muitas dívidas a serem acertadas. Para o diretor Quentin Tarantino, nenhum negócio de venda do estúdio pode ser fechado sem que ele receba sua parte: US$ 4,5 milhões em direitos autorais devidos. O advogado do cineasta deu entrada num processo na justiça da Califórnia para preservar seus direitos e impedir que os diretores da TWC possam embolsar milhões com a venda, sem antes acertar sua dívida. E ele não foi o único a tomar essa iniciativa. Atores como Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Brad Pitt, Jake Gyllenhaal, Bill Murray, Meryl Streep e Julia Roberts alegam que a empresa lhes deve pagamentos por direitos autorais. Até o próprio Harvey Weinstein, cujo escândalo sexual causou a falência da empresa, está cobrando dinheiro da TWC na justiça. A dívida de Tarantino é a maior de todas, porque sua parceria com Weinstein foi duradoura. Começou ainda nos anos 1990, na época da primeira produtora dos irmãos Weinstein, a Miramax, que lançou seus primeiros filmes, “Cães de Aluguel” (1992), “Pulp Fiction” (1994) e “Jackie Brown” (1997). Mas a preocupação do diretor é mesmo com os quatro filmes que dirigiu para a Weinstein Company na última década. Segundo os papéis da declaração de falência, são devidos royalties de “À Prova de Morte” (2007), “Bastardos Inglórios” (2009), “Django Livre” (2012) e “Os Oito Odiados” (2015), pelos quais o diretor reclama, respectivamente, US$ 300 mil, US$ 575 mil, US$ 1,25 milhão e cerca de US$ 2,5 milhões. Leonardo DiCaprio contesta um pagamento devido em seu contrato de atuação em “Django livre”. Jake Gyllenhaal e Rachel McAdams entraram com ações indenizatórias pelo filme “Nocaute”, de 2015. Jennifer Lawrence alega não ter recebido informações suficientes sobre os rendimentos do filme “O Lado Bom da Vida” (2012). Os advogados da atriz pedem para analisar os registros financeiros da produtora para ver o faturamento gerado pelo premiado filme e concluir a participação dela nos lucros. O mesmo acontece em relação a Meryl Streep e Julia Roberts por “Álbum de Família” (2013), e Brad Pitt, por “O Homem da Máfia” (2012), que reclamam da falta de registros financeiros e também da proposta do devedor de transferir seus contratos no leilão sem acenar com nenhuma compensação correspondente aos aditivos contratuais. Outros nomes importantes que entraram na Justiça incluem o autor Stephen King, os herdeiros de Wes Craven, Lin-Manuel Miranda (pelo musical inédito “In the Heights”) e o diretor David O. Russell.
Festival de Cannes 2018 terá “disque denúncia” contra abusos sexuais
A ministra francesa da Igualdade de Gênero, Marlene Schiappa, afirmou que está trabalhando com os organizadores do Festival de Cannes para criar um “disque denúncia” para vítimas ou testemunhas de casos de abusos durante o evento. “Nós estabelecemos uma parceria com o festival de cinema para combater o assédio sexual”, disse a ministra à agência France Press, lembrando que Cannes foi palco de um caso que veio a tona recentemente. “Um dos estupros de que Harvey Weinstein é acusado, aconteceu em Cannes, e por isso o festival não pode ficar parado”, completou. O caso foi revelado pela atriz italiana Asia Argento. Ela afirma que Weinstein a estuprou em uma suíte de um hotel de luxo quando ela participou do festival, aos 21 anos. O diretor é ainda acusado de mais três casos de assédio sexual nos bastidores do evento. Schiappa disse que as medidas estão sendo tomadas não apenas para proteger as atrizes, mas também todas as mulheres que trabalham dentro ou em torno da indústria cinematográfica. O festival de cinema ainda não divulgou detalhes do programa. A iniciativa foi revelada após o diretor artístico de Cannes, Thierry Fremaux, afirmar que o festival de cinema iria rever suas práticas depois da revelação dos casos de Weinstein. Ao mesmo tempo, o festival decidiu convidar o diretor Lars von Trier a participar da programação deste ano com seu novo filme, “The House that Jack Built”, que será exibido fora de competição. Seu retorno acontece em meio a escândalos sexuais cometidos em seu estúdio e graves acusações de abusos, reveladas numa reportagem da revista The New Yorker e por uma denúncia da cantora Bjork, inspirada pelo movimento #MeToo. No caso de Bjork, os abusos teriam acontecido durante as filmagens de “Dançando no Escuro”, musical que rendeu a Palma de Ouro ao diretor no festival de 2000. Ela compartilhou nas redes sociais algumas das propostas indecentes que ouviu e descreveu explosões de raiva do “dinarmaquês” (que ela não nomeia) por se recusar a ceder. Já a jornalista Anne Lundtofte descreveu, na reportagem da New Yorker, o “lado negro” da companhia de produção Zentropa, criada pelo diretor. Segundo a denúncia, Von Trier obrigava todos os empregados da Zentropa a se despirem na sua frente e irem nadar nus com ele e seu sócio, Peter Aalbaek Jensen, na piscina do estúdio. Em novembro, a polícia da Dinamarca iniciou uma investigação sobre denúncias de assédio na Zentropa. Entrevistadas pelo jornal dinamarquês Politiken, nove ex-funcionárias revelaram que pediram demissão por não aguentarem se submeter ao assédio sexual e bullying diários. Elas também apontaram Peter Aalbaek Jensen, ex-CEO do estúdio, como um dos principais assediadores. Ou seja, a decisão de “perdoar” Von Trier, que estava banido do festival por comentários impróprios sobre Hitler, não poderia ter acontecido no pior momento possível, em franco contraste com as reivindicações do movimento #MeToo. O Festival de Berlim também teve a mesma postura contraditória em relação a discursos favoráveis ao #MeToo e participação de um cineasta acusado de abusos e condenado por agressão a uma atriz, o sul-coreano Kim Ki-Duk.
Brad Pitt vai produzir filme sobre o escândalo sexual de Harvey Weinstein
A produtora Plan B, do ator Brad Pitt, se associou a Annapurna Pictures para produzir um filme sobre a investigação jornalística que revelou o escândalo sexual do produtor Harvey Weinstein. A informação foi confirmada pelo jornal The New York Times, que faz parte da própria história. O filme contará a luta das repórteres do New York Times, Jodi Kantor e Megan Twohey, que enfrentaram ameaças e intimidações do então todo-poderoso magnata de Hollywood para apurar e publicar a reportagem do escândalo, que abriu as portas para uma revolução na indústria cinematográfica. A ideia é realizar um filme de investigação jornalística ao estilo de “Spotlight: Segredos Revelados”, que venceu o Oscar 2016, e o recente “The Post – A Guerra Secreta”. Pitt também pode virar personagem da história. O ator chegou a confrontar Weinstein e ameaçá-lo após ele assediar sua então namorada Gwyneth Paltrow, na época do filme “Emma” (1996). Antes das filmagens, ela foi chamada à suíte do produtor em um hotel em Beverly Hills. A atriz disse que ele colocou a mão nela e sugeriu que eles fossem ao quarto para fazer massagens. Esta história veio à tona numa das primeiras reportagens do escândalo. A reportagem que levou à queda de Weinstein foi publicada no New York Times em 5 de outubro, e apenas após a atriz Ashley Judd tomar coragem para se tornar a primeira a deixar seu nome ser publicado em denúncia contra o magnata. Inspiradas pela coragem da atriz, diversas estrelas famosas se sentiram encorajadas a compartilhar suas experiências de terror, entre elas Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Léa Seydoux, Cara Delevingne, Uma Thurman e muitas outras. Uma reportagem ainda mais polêmica, da revista New Yorker, apresentou em seguida as primeiras denúncias de estupro, inclusive de Mia Sorvino e Asia Argento. E logo em seguida o jornal Los Angeles Times desnudou a conexão do produtor com o mundo da moda, com relatos de modelos. Após o escândalo ser revelado, Weinstein foi demitido da própria produtora, The Weinsten Company, teve os créditos de produtor retirado de todos os projetos em andamento de que participava e foi expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, responsável pelo Oscar, do BAFTA (a Academia britânica), do PGA (Sindicato dos Produtores) e da Academia de Televisão, responsável pelo Emmy. Sua esposa, Georgina Chapman, estilista da grife Marchesa, pediu divórcio e ele ainda deve enfrentar processos criminais. Desde então, outros casos foram denunciados, em meio a um movimento espontâneo fomentado nas redes sociais com a hashtag MeToo, que proporcionou um ajuste de contas contra assediadores na indústria do entretenimento.
Sindicato dos Atores proíbe testes de Hollywood em hotéis e residências
O Sindicato dos Atores dos Estados Unidos, conhecido pela sigla SAG-AFTRA, resolveu proibir testes de elenco em quartos de hotel e residências particulares após as inúmeras denúncias de assédio sexual em Hollywood. O fim do atalho para o teste do sofá consta de um Código de Conduta publicado pela entidade nesta quinta (12/4). “O SAG-AFTRA se opõe que audições, entrevistas e reuniões profissionais similares sejam realizadas em quartos de hotel ou residências privadas”, diz o texto, publicado no site do sindicato. “Exortamos que produtores e outros responsáveis na tomada de decisões, com influência e controle da carreira profissional de outros, PAREM de ter essas reuniões profissionais nesses locais de alto risco e busquem alternativas de locais mais apropriados.” O sindicato também pediu para os agentes de talentos que tampouco marquem esse tipo de reunião para seus clientes, e recomendou aos atores que, caso seja impossível mudar o local, compareçam às reuniões acompanhados de uma pessoa de confiança. A proibição é uma forma de evitar a repetição de casos como o de Harvey Weinstein, que usava hotéis para abordar sexualmente jovens atrizes. A maioria das denúncias contra o produtor revelou que ele convidava atrizees para seu quarto de hotel com a desculpa de falar de trabalho e tirava a roupa, oferecia massagens, ou pedia que elas o vissem se masturbar, tudo com promessas de fama, ou ameaças de arruinar suas carreiras. Há também acusações sobre testes em residências, como as denúncias contra Steven Seagal, entre outros. “Estamos comprometidos a enfrentar o cenário que permitiu que predadores explorassem a portas fechadas várias atrizes sob a aparência de uma reunião profissional”, declarou Gabrielle Carteris, presidente do SAG-AFTRA, que representa 160 mil atores e outros profissionais do entretenimento e da mídia.
Asia Argento e diretora Catherine Breillat se atacam em público
A diretora francesa Catherine Breillat resolveu atacar a atriz italiana Asia Argento durante uma entrevista e recebeu o troco, dando origem a um bate-boca repleto de acusações e ofensas de ambas as partes. Breillat deu início à polêmica ao se posicionar, como outras francesas de sua geração, contra o movimento #MeToo e as denúncias de assédio que tomaram conta de Hollywood desde a revelação dos abusos do produtor Harvey Weinstein, que por três décadas se aproveitou de atrizes iniciantes para se satisfazer sexualmente. Em entrevista ao podcast Murmur Digital Radio, ela não só defendeu Weinstein, cujo escândalo seria uma “perda” para o cinema, como atacou Jessica Chastain, que jamais deveria ter criticado a polêmica cena de sexo de “O Último Tango em Paris”. Mas não ficou nisso. A cineasta francesa, que dirigiu Asia Argento em “A Última Amante” (2008), chamou a atriz de “mercenária” e “traidora”, e duvidou da veracidade de sua acusação contra Weinstein. Argento foi uma das primeiras a revelar ter sido estuprada pelo produtor. “Para ser muito honesta, não acredito na Asia. Ela era muito, muito jovem. Se há alguém em quem não acredito, é Asia Argento. Como pessoa, ela é muito servil. Nunca pedi a ela para me bajular, mas ela é este tipo de pessoa. Se há uma pessoa capaz de se defender sozinha, que não é reservada sobre sexo, que inclusive faz bastante e deseja igualmente homens e mulheres, essa pessoa é ela”. Questionada, então, sobre quais seriam os motivos que levaram a atriz a dizer que foi estuprada, a diretora disse acreditar que isso aconteceu porque, depois de ceder, ela não conseguiu o destaque na carreira que achou que conseguiria ao trocar sexo por um papel. “Para Asia, foi, obviamente, vamos dizer, motivado pelo interesse próprio, uma espécie de semi-prostituição. Harvey Weinstein não é o pior homem que existe. Ele não é o mais estúpido também. Asia pode ter ficado desapontada por não ter despontado em Hollywood como imaginava”, acusou Breillat. Ela continuou, chamando a atriz de drogada, mercenária e traidora. “Havia outras coisas também: drogas, muitas outras coisas. A amargura também pode levar as pessoas a denunciar se você deseja obter alguma coisa e não a obtém. Sinceramente, não gosto da Ásia. Acho que ela é mercenária e traidora”, disparou. Breillat ainda disse que, “por ser artista, não precisa ser politicamente correta”. Acostumada a exibir seus filmes nos grandes festivais europeus, a diretora de 69 anos sofreu um derrame em 2004 e até hoje tem sequelas. Ela costuma despertar opiniões fortes com seus filmes, sempre marcados por cenas polêmicas de cunho sexual, e afirmou que as mesmas pessoas que defendem o movimento #MeToo são as que atacam seu trabalho. Asia Argento respondeu no Twitter, lembrando o passado polêmico da cineasta e revelando sua experiência nos bastidores das filmagens de “A Última Amante”. “Catherine Breillat foi a diretora mais sádica e descaradamente maligna com quem já trabalhei. Ela sentia prazer extremo em humilhar seus atores e equipe durante as filmagens de ‘A Última Amante’”, escreveu a filha do lendário cineasta Dario Argento. “Houve uma cena em que ela deliberadamente não quis interromper até o ator principal desmaiar, e ele descontou em mim. Nós nos envolvemos numa troca de socos, enquanto Breillat zombava ao fundo. Nunca contei essas coisas, porque acreditava que o que acontecia num set ficava num set, mas ela realmente passou dos limites ao me lembrar o tipo de mostro que é, ao insultar Jessica Chastain e o movimento #MeToo”, acrescentou. Ela ainda reclamou da visibilidade dada “a alguém que difama uma vítima de estupro, critica (o movimento) #MeToo enquanto defende Weinstein”. “Catherine Breillat, roteirista de ‘Bilitis’, filme que enfatiza o sexo infantil feito pelo fotógrafo pedófilo David Hamilton, não pode me julgar”, concluiu Asia, citando o controverso fotógrafo e cineasta britânico, morto em 2016 e famoso por fotografar adolescentes nuas.
Estúdio de Harvey Weinstein pede falência e acordos de confidencialidade são invalidados
O estúdio The Weinstein Company anunciou seu pedido de falência. A empresa deu entrada nos documentos para decretação de estado falimentar na segunda-feira (19/3). E, além disso abrir as portas para interessados em comprar seus ativos a um preço mais baixo, via leilão, também torna sem validade todos os contratos de confidencialidade que podem ter impedido funcionários e outras mulheres de denunciarem seu proprietário, o produtor Harvey Weinstein. Uma das condições do governo americano para o processo avançar foi a anulação dos acordos feitos pela empresa, em nome de Harvey Weinstein, para impedir declarações de atrizes que trabalharam em seus estúdios. “Desde outubro, foi relatado que Harvey Weinstein usou acordos de confidencialidade como uma arma secreta para silenciar suas acusadoras. Como efeito imediato, esses ‘acordos’ acabaram”, disse a empresa em uma declaração oficial. “Ninguém deve ter medo de falar ou pode ser coagido para ficar quieto”, acrescentou a empresa no comunicado. “A Companhia agradece as pessoas corajosas que já se manifestaram. Suas vozes inspiraram um movimento de mudança em todo o país e em todo o mundo”. A quebra financeira da companhia vem justamente no rastro das acusações de assédio sexual contra Weinstein, que chacoalharam a indústria cinematográfica americana a partir de outubro do ano passado. Mais de 70 mulheres denunciaram terem sido abusadas e até estupradas por Weinstein ao longo dos últimos 30 anos, e a revelação do escândalo levou a inúmeros cancelamentos de contratos com o estúdio, que se juntaram a processos para tornar as dívidas da empresa impagáveis. O estúdio ainda tentou encontrar um comprador. E quase fechou contrato, mas o interessado se assustou ao ver o tamanho do buraco em que estava se metendo e cancelou o negócio em cima da hora. Assim, a empresa decidiu apresentar seu plano de falência ao tribunal de Delaware, listando entre U$ 500 milhões e US $ 1 bilhão em passivos e US $ 500 milhões a US $ 1 bilhão em ativos. Dentro do processo falimentar, a empresa afirmou em um comunicado que entrou em acordo com a investidora Lantern Capital, que compraria todos os ativos da empresa e controlaria o leilão das ações da empresa falida, sob supervisão judicial.
Terry Gilliam critica exageros e hipocrisia do movimento #MeToo
O diretor Terry Gilliam (“Brazil – O Filme”) resolveu chamar atenção para os excessos do movimento #MeToo. Para ele, “algumas mulheres sofreram” nas mãos de assediadores de Hollywood e fizeram o certo em denunciar pessoas como Harvey Weinstein, a quem chama de “idiota”. Mas homens de bem estão sendo arrastados na lama por uma caça às bruxas que não distingue mais inocentes de culpados. “Sinto muito por alguém como Matt Damon, que é um ser humano decente. Ele foi espancado até a morte por dizer que nem todos os homens são estupradores. Isso é uma loucura!”, comparou o cineasta, em entrevista para a agência AFP, citando o que aconteceu após o ator dar uma entrevista controversa. Gilliam dirigiu Damon em “Os Irmãos Grimm” (2005) e em seu último filme, “O Teorema Zero” (2013). Ele acrescentou que o clima criado é de terror. “As pessoas têm medo de dizer coisas, pensar coisas”. “Eu acho que as denúncias tem criado um estado mental de ‘turba’, em que você vê todo mundo com tochas na mão atacando o castelo de Frankenstein. Até minha esposa diz que eu não deveria falar sobre isso agora, que eu não deveria dar minha opinião. Isso é loucura!”, completou. Mas que há bruxas, las hay. “Harvey foi denunciado e caiu porque era um idiota e porque fez muitos inimigos”, concordou Gilliam. “E acho que ainda há muita gente agindo da forma como ele agia em Hollywood. Eu vi algumas mulheres sofrerem muito”. Mesmo assim, Gilliam acha que existe muita gente hipócrita fazendo denúncias. Para ele, muitas mulheres tiraram proveito do acordo promíscuo oferecido por Weinstein. “Algumas usaram uma noite com Harvey para se dar bem na carreira. São pessoas adultas que usaram essa vantagem que ele podia oferecer. É o preço que você paga… Algumas pessoas pagaram sem hesitar. Outras sofreram por isso”, disse ainda. A maior hipocrisia, entretanto, seria a tolerância com Donald Trump, um assediador confesso, que se aproveitou de inúmeras mulheres e que permanece impune, enquanto produtores e cineastas perderam o emprego e tiveram as vidas arruinadas por menos. “Eu acho engraçado que [enquanto isso está acontecendo], um auto-confessado assediador é o presidente dos EUA e segue como se nada disso fosse com ele”, concluiu.
Compra da Weinstein Company é cancelada após descoberta de dívidas milionárias
A compra do estúdio The Weinstein Company deu para trás. O grupo de investimento encabeçado por Maria Contreras-Sweet, ex-funcionária do governo do ex-presidente americano Barack Obama, retirou sua oferta na terça-feira (6/3), após analisar minunciosamente a contabilidade da empresa. Segundo a agência Reuters, a desistência foi consequência da descoberta de que as dívidas do estúdio eram muito maiores do que previamente revelado durante a negociação. O conselho da Weinstein Company disse que continuará trabalhando para “determinar se existem quaisquer opções viáveis que não sejam a falência”. Apesar da desistência de seus principais financiadores, Maria Contreras-Sweet disse que ainda acredita na ideia de um estúdio liderado por mulheres e que estudará comprar ativos se eles se tornarem disponíveis em um processo de falência. A empresária pretendia formar um conselho de maioria feminina para reformular o estúdio de Hollywood. Em comunicado, ela chegou a afirmar que planejava lançar uma nova empresa, poupar cerca de 150 empregos, proteger os pequenos negócios aos quais se deve dinheiro e criar um fundo de indenização para as vítimas de Harvey Weinstein, que cobriria eventuais processos. Os investidores descobriram, porém, que a dívida da empresa era de US$ 280 milhões e não os US$ 225 milhões revelados anteriormente. Haveria a existência de obrigações de pagamentos de royalties até então desconhecidas e outras remunerações de trabalho pendentes, além de dívidas a fornecedores e um processo de arbitragem comercial. O entusiasmo do conselho durou menos de uma semana. Apesar de existirem outros interessados na compra da TWC, os valores deverão ser diferentes. E não está descartada a falência do estúdio. Anteriormente, os diretores da empresa chegaram a anunciar que buscariam a falência, mas a ameaça foi usada como forma de pressionar a Procuradoria Geral a aprovar sua venda. É que o negócio deveria ter sido fechado no mês passado, mas o procurador Eric Schneiderman paralisou tudo com um processo contra a TWC. A falência deixaria os credores e as vítimas de abuso sexual de Harvey Weinstein sem possibilidade de compensação financeira. A agonia da TWC, inaugurada em 2005, representa o fim de uma era no cinema, que começou ainda nos anos 1980 na Miramax, o primeiro estúdio dos irmãos Bob e Harvey Weinstein, e fomentou a carreira de cineastas como Quentin Tarantino, Robert Rodriguez, Kevin Smith, Paul Thomas Anderson, David O. Russell, os irmãos Coen, etc. Até Walter Salles teve filme distribuído nos Estados Unidos pelos irmãos Weinstein. O prelúdio deste desfecho foram as denúncias contra Harvey Weinstein, que vieram à tona em outubro, em reportagens do jornal The New York Times e da revista The New Yorker, detalhando décadas de abusos sexuais. Desde então, mais de 70 mulheres acusaram o produtor de má conduta sexual, incluindo estupro, e a repercussão incentivou outras mulheres a denunciarem a conduta sexual de diversos homens poderosos no cinema, na TV e em outras indústrias. Harvey Weinstein foi demitido de sua própria empresa no dia 8 de outubro e logo depois expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que organiza o Oscar. Paralelamente aos processos civis, investigações criminais também foram abertas contra ele em delegacias de Los Angeles, Beverly Hills, Nova York e Londres. Por meio de seus advogados, Weinstein alega só ter feito sexo consensual.
Estúdio de Harvey Weinstein é comprado por ex-funcionária do governo Obama
O estúdio The Weinstein Company foi vendido. A negociação aconteceu com o único interessado, um fundo de investimento encabeçado por Maria Contreras-Sweet, ex-funcionária do governo de Barack Obama. A ex-secretária de Pequenos Negócios da administração Obama fechou a aquisição, apoiada pelo investidor Ronald Burkle, na noite de quinta (1/3), numa reunião que incluiu diretores da TWC e o procurador geral do estado de Nova York, durou horas e varou a madrugada. “Temos o prazer de anunciar que firmamos um acordo para vender os ativos da Weinstein Company a um grupo de investidores liderado por Maria Contreras-Sweet e Ron Burkle”, afirmou o conselho diretor do estúdio, em nota divulgada para a imprensa. “O acordo fornece um caminho claro para a compensação das vítimas e protege os empregos de nossos funcionários. Agradecemos muito os esforços do procurador geral Schneiderman e de sua equipe, Maria Contreras-Sweet, Ron Burkle e sua equipe por trazer esse acordo. Consideramos que este é um resultado positivo em meio a circunstâncias incrivelmente difíceis”. A compra vai impedir a falência do estúdio. A ameaça era real. Entretanto, o anúncio de que seus diretores buscariam a falência da companhia foi usado para pressionar a Procuradoria Geral. É que o negócio deveria ter sido fechado no mês passado, mas o procurador Eric Schneiderman paralisou tudo com um processo contra a TWC. O resultado foi um tiro no pé, pois a falência deixaria as vítimas de abuso sexual de Harvey Weinstein sem possibilidade de compensação financeira. Alguns compromissos foram assumidos para a negociação ser finalizada. Para começar, a TWC demitiu David Glasser do cargo de diretor geral. Schneiderman era contra sua manutenção na direção da companhia, pois dizia que os funcionários da nova companhia “estariam se reportando a alguns dos mesmos gerentes que falharam em investigar as falhas de conduta (de Harvey Weinstein) ou proteger adequadamente as funcionárias”. O estúdio ganhará um novo nome e terá Contreras-Sweet como diretora geral. Mas manterá cerca de 150 funcionários da TWC empregados, além de dedicar um fundo exclusivo para saldar dívidas e pagar indenizações para as vítimas de Weinstein. Em nota, Schneiderman confirmou ter recebido um compromisso de que um fundo de compensação para as vítimas seria criado, além de novas políticas para impedir outros casos de assédio. O fundo deve ficar em torno de US$ 90 milhões. Não ficou claro se o valor será somado ou extraído do montante da aquisição, concretizada por US$ 500 milhões. O fundo servirá para pagamento de uma denúncia coletiva aberta em dezembro por várias atrizes alegando que a empresa permitiu o comportamento predatório de Harvey Weinstein, um processo da ex-assistente pessoal do produtor, Sandeep Rehal, alegando que era forçada a facilitar os ataques do ex-chefe, tendo ela mesma sido vítima de assédio, e ações dos produtores Scott Lambert e Alexandra Milchan, que querem uma compensação pelo escândalo sexual ter cancelado uma série planejada para Amazon. Até mesmo a Lindt, fabricante suíça de chocolate, foi à justiça em busca de compensação pelo cancelamento de uma festa pós-Globo de Ouro, para a qual ela já tinha pago uma cota de patrocínio. E o recém-demitido David Glasser já ameaçou aumentar a pilha de processo, alegando rescisão injusta, retaliação, violação de contrato e difamação, de acordo com o site The Hollywood Reporter. O fim da TWC, inaugurada em 2005, representa o fim de uma era no cinema, que começou ainda nos anos 1980 na Miramax, o primeiro estúdio dos irmãos Bob e Harvey Weinstein, e fomentou a carreira de cineastas como Quentin Tarantino, Robert Rodriguez, Kevin Smith, Paul Thomas Anderson, David O. Russell, os irmãos Coen, etc. Até Walter Salles teve filme distribuído nos Estados Unidos pelos irmãos Weinstein. O prelúdio deste desfecho foram as denúncias contra Harvey Weinstein, que vieram à tona em outubro, em reportagens do jornal The New York Times e da revista The New Yorker, detalhando décadas de abusos sexuais. Desde então, mais de 70 mulheres acusaram o produtor de má conduta sexual, incluindo estupro, e a repercussão incentivou outras mulheres a denunciarem a conduta sexual de diversos homens poderosos no cinema, na TV e em outras indústrias. Harvey Weinstein foi demitido de sua própria empresa no dia 8 de outubro e logo depois expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que organiza o Oscar. Paralelamente aos processos civis, investigações criminais também foram abertas contra ele em delegacias de Los Angeles, Beverly Hills, Nova York e Londres. Por meio de seus advogados, Weinstein alega só ter feito sexo consensual.
Teste do Sofá de Harvey Weinstein vira estátua dourada em Hollywood
Uma estátua dourada de Harvey Weinstein, sentado de robe num sofá, com os braços abertos e um Oscar estrategicamente colocado entre suas pernas, foi colocada de surpresa em Hollywood nesta quinta-feira (1/3), a poucos metros do Dolby Theatre, onde em três dias será realizada a cerimônia do Oscar 2018. Localizada no Hollywood Boulevard, a escultura é uma colaboração entre os artistas de rua Plastic Jesus, conhecido por suas instalações anuais de protesto no Oscar, e Joshua “Ginger” Monroe, o artista das infames estátuas nuas de Donald Trump. Intitulada “Casting Coach” (Teste do Sofá, no jargão nacional), a obra é mais um protesto contra a indústria cinematográfica, após o artista de direita Sabo encomendar cartazes similares aos de “Três Anúncios para um Crime”. As intensões das duas, porém, é oposta. Enquanto Sabo declarou atacar a hipocrisia dos artistas para calar os protestos nos agradecimentos do Oscar, Plastic Jesus quer incentivar os protestos para um limpeza completa. “Durante muitos anos, a exploração de muitas artistas esperançosas e nomes estabelecidos na indústria foi varrida para baixo do tapete vermelho, com suas queixas de assédio e abuso sexual sendo ignoradas ou pior”, disse Plastic Jesus à revista The Hollywood Reporter. “Espero que agora, à luz de recentes alegações contra muitas figuras importantes em Hollywood, a indústria seja passada a limpo”. De acordo com os artistas, a escultura de tamanho real de Weinstein levou dois meses para ser produzida. “Todo o sofá e a imagem inteira que a obra inspira é uma representação visual das práticas e métodos que são usados em Hollywood com essas pessoas poderosas”, disse Ginger. “Eles têm dinheiro e poder para dar empregos e usam isso para sua própria gratificação sexual”. O detalhe é que a obra é interativa. Há espaço no sofá para o transeunte se sentar. “Todo mundo quer um selfie, todo mundo quer fazer parte da experiência”, diz ele.
Brad Pitt e Leonardo DiCaprio vão estrelar novo filme de Tarantino, que já tem título
O ator Brad Pitt vai se juntar a Leonardo DiCaprio no novo filme de Quentin Tarantino, que teve seu título oficial divulgado junto do anúncio. O longa será chamado “Once Upon a Time em Hollywood” (Era uma Vez em Hollywood, em tradução literal). O comunicado da Sony Pictures descreve a produção como “uma história passada em Los Angeles em 1969, no auge da era hippie de Hollywood. Os dois personagens principais são Rick Dalton (Leonardo DiCaprio), ex-estrela de uma série de western, e seu dublê de longa data Cliff Booth (Brad Pitt). Ambos estão lutando para manter as carreiras numa Hollywood que não reconhecem mais. Mas Rick tem uma vizinha muito famosa ao lado de sua casa… Sharon Tate.” Para quem não lembra, Sharon Tate era uma atriz belíssima, que vivia o auge da carreira e esperava o primeiro filho de seu casamento com o diretor Roman Polanski quando foi assassinada pelos seguidores de Charles Manson em 1969. Pitt e DiCaprio já tinham trabalhado antes com o diretor, respectivamente em “Bastardos Inglórios” (2009) e “Django Livre” (2012). Mas nunca estiveram no mesmo longa em suas carreiras. A única vez que contracenaram foi num curta, “The Audition” (2015), interpretando a si mesmos para Martin Scorsese. “Eu tenho trabalhado neste roteiro por cinco anos, além de morar em Los Angeles a maior parte da minha vida, inclusive em 1969, quando eu tinha sete anos de idade. Estou muito animado para contar esta história de uma LA e uma Hollywood que não existem mais. E não poderia estar mais feliz com a dupla dinâmica de DiCaprio & Pitt como Rick & Cliff”. O diretor agora busca definir a intérprete de Tate. Ele estaria de olho em Margot Robbie (“Esquadrão Suicida”) para viver a atriz. Polanski também é um dos personagens do filme, e havia boatos de um papel para Tom Cruise, que pode ser justamente este. “Once Upon a Time em Hollywood” tem previsão de estreia para 9 de agosto de 2019 nos Estados Unidos, dia em que se completará 50 anos do assassinato de Sharon Tate.
Artista de rua se inspira em Três Anúncios para um Crime para atacar o Oscar 2018
O artista de rua que se identifica como Sabo lançou mais uma peça provocativa contra Hollywood. Ele se inspirou no filme “Três Anúncios para um Crime” para criar outdoors criticando os membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar, por acobertar pedófilos e assediadores sexuais. Seus três anúncios foram erguidos nesta quarta-feira (28/2) com as frases: “E o Oscar de maior pedófilo vai para…”; “Todos nós sabíamos e ainda ninguém foi preso”; “Diga os nomes no palco ou então calem a boca”. O trio de mensagens foi colocado em Hollywood e o artista afirma que este foi seu maior desafio profissional. Segundo o site The Hollywood Reporter, que o contatou de alguma forma – não foi revelado como – , Sabo afirmou que seu objetivo é criticar a hipocrisia das estrelas de cinema, que supostamente conhecem mais casos de assédio e nada falam, além de deixar claro para as celebridades que elas deveriam parar de fazer pregações políticas hipócritas durante os discursos das premiações. Embora a identidade de Sabo não seja conhecida, sua política é notória. Graças às “mensagens” de sua arte, ele foi apelidado de “Banksy de direita” pelo jornal The Guardian. Este é seu segundo ataque recente contra Hollywood após as denúncias de assédio contra Harvey Weinstein. Em dezembro, Sabo espalhou por Los Angeles diversos pôsteres com uma foto da atriz Meryl Streep ao lado do produtor Harvey Weinstein, acompanhada pela inscrição “Ela sabia” sobre seus olhos. A mensagem implícita era a de que Meryl tinha conhecimento sobre os casos de assédio sexual perpetrados pelo produtor, o que ela nega. Na época, ele declarou ao The Guardian: “Ela nos atacou, agora nós a atacamos”, referindo-se ao discurso duro da atriz contra Donald Trump, ao aceitar um prêmio pela carreira no Globo de Ouro do ano passado. É a mesma mensagem repetida agora com três anúncios, que podem ser vistos abaixo. Desta vez, porém, a ideia não é muito criativa, já que três manifestações “de esquerda” usaram a mesma tática anteriormente. Saiba mais aqui.








