Frank Vallelonga Jr., ator de “Green Book”, é encontrado morto aos 60 anos
O ator Frank Vallelonga Jr., que trabalhou no filme “Green Book: O Guia” (2018), foi encontrado morto nessa segunda (28/11). A polícia o encontrou caído do lado de fora de uma fábrica de chapas metálicas no bairro do Bronx, em Nova York. Ele foi declarado morto no local. A causa da morte ainda não foi divulgada e não havia sinal de trauma no corpo do ator de 60 anos, mas a polícia confirmou ter detido um homem de 35 anos, chamado Steven Smith sob a acusação de ocultação de um cadáver humano. Vallelonga Jr. era filho do falecido ator Tony Lip, apelido de Frank Vallelonga, que viveu mafiosos em filmes famosos como “O Poderoso Chefão” (1972), “Os Bons Companheiros” (1990) e “Donnie Brasco” (1997), além de ter interpretado Carmine Lupertazzi em “Família Soprano”. Tony Lip também inspirou o filme “Green Book”. O filme narra uma passagem específica de sua vida, quando trabalhou como motorista de um músico negro durante o ano de 1962, viajando com ele pelo sul racista dos EUA. O papel de Tony foi desempenhado por Viggo Mortensen, enquanto o papel do músico, Dr. Donald Shirley, rendeu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante para Mahershala Ali. Na trama, Frank Vallelonga Jr. interpretou outro parente, seu tio na vida real Rudy Vallelonga. Para completar, o filme foi escrito por seu irmão, Nick Vallelonga, que venceu o Oscar de Melhor Roteiro por contar a história da família. Em sua curta carreira como ator, Frank Vallelonga Jr. também fez participações nos filmes “Um Brilhante Disfarce” (1994), “Olho por Olho” (1995) e “Cartada De Risco” (2006), todos dirigidos por seu irmão Nick, além de “The Signs of the Cross” (2005) e “The Birthday Cake” (2021). Ele também participou das séries “Família Soprano”, “The Neighborhood” e “Gravesend”. E era dono do Tony Lip’s Italian Restaurant, em Nova Jersey.
Zac Efron e Russell Crowe farão filme de guerra do diretor de Green Book
O novo projeto de Peter Farrelly, diretor de “Green Book”, vencedor do Oscar 2019 de Melhor Filme, mudou seu elenco. Intitulado “The Greatest Beer Run Ever”, o longa contará com Zac Efron (“Baywatch”) e Russell Crowe (“Robin Hood”), e ainda negocia com Bill Murray (“Os Mortos Não Morrem”). Anteriormente, o longa teria Dylan O’Brien (“Maze Runner”) e Viggo Mortensen (“Green Book”) nos papéis que foram para Efron e Crowe. Aparentemente, houve conflito de agenda. Com produção da Skydance, o filme é baseado no livro de Joanna Molloy e John “Chickie” Donohue, “The Greatest Beer Run Ever: A True Story of Friendship Stronger Than War”, e conta a história real de Donohue, que deixou Nova York em 1967 para ir ao Vietnã tomar algumas cervejas com seus amigos de infância que serviam no Exército. O roteiro é assinado por Brian Currie, que co-escreveu “Green Book”, Pete Jones (“Passe Livre”) e o próprio Farrelly. Ainda não há previsão para a estreia, mas o filme deve ser lançado em streaming. Segundo o site The Hollywood Reporter, a Apple já fez uma oferta por exclusividade.
Dylan O’Brien negocia estrelar novo filme do diretor de Green Book
O ator Dylan O’Brien (“Maze Runner”) negocia estrelar o próximo filme de Peter Farrelly, diretor do filme vencedor do Oscar “Green Book”. A informação é do site Collider, que não conseguiu confirmar o papel, mas aposta que ele tenha sido escalado como protagonista da adaptação de “The Greatest Beer Run Ever”, sobre a experiência do escritor John “Chickie” Donohue na Guerra do Vietnã. Assim como “Green Book”, trata-se de uma história supostamente real sobre Donohue, que deixou Nova York em 1967 para ir ao Vietnã encontrar seus amigos de infância no exército, querendo apenas beber algumas cervejas com eles. A adaptação está sendo escrita por Brian Currie (co-roteirista de “Green Book”), Pete Jones (“Passe Livre”) e o próprio Farrelly. Além de O’Brien, o filme contará com Viggo Mortensen (também de “Green Book”) e há rumores de negociações com Thomasin McKenzie (“Jojo Rabbit”) para o elenco central. A produção ainda não possui título oficial nem previsão para o começo de suas filmagens.
Viggo Mortensen negocia estrelar novo filme do diretor de Green Book
O ator Viggo Mortensen negocia repetir sua recente parceria com o diretor Peter Farrelly, com quem filmou “Green Book”, vencedor do Oscar de Melhor Filme no ano passado. A informação é do site The Hollywood Reporter. Ainda sem título, o novo filme será um drama passado na Guerra do Vietnã, baseado no livro “The Greatest Beer Run Ever: A True Story of Friendship Stronger Than War”, de Joanna Molloy e John “Chickie” Donohue, com produção da Skydance Media. Assim como “Green Book”, trata-se de uma história supostamente real sobre o autor do livro, Donohue, que deixou Nova York em 1967 para ir ao Vietnã encontrar seus amigos de infância no exército, querendo apenas beber algumas cervejas com eles. A adaptação está sendo escrita por Brian Currie (co-roteirista de “Green Book”), Pete Jones (“Passe Livre”) e o próprio Farrelly. Ainda não há previsão para o começo das filmagens.
Capitã Marvel já soma 760 milhões de bilheteria mundial – em 11 dias
“Capitã Marvel” segue na liderança das bilheterias em seu segundo fim de semana em cartaz. E os valores continuam astronômicos. Os US$ 69,3M (milhões) que arrecadou nos últimos três dias, nos Estados Unidos e Canadá, representam o maior segundo fim de semana de um lançamento do mês de março desde “A Bela e a Fera” (US$ 90,4M), há dois anos. Com isso, o faturamento doméstico atingiu US$ 266,2M em dez dias. Ainda mais impressionante é seu desempenho internacional, de quase US$ 500 mil em 11 dias. Ao todo, o novo longa da Marvel tem US$ 760,2M. E pode chegar a US$ 1 bilhão já no próximo fim de semana – no máximo, em duas semanas. Para dimensionar o tamanho de seu sucesso, basta lembrar que o filme da super-heroína vivida por Brie Larson precisou só de dois fins de semana para superar as bilheterias totais de outros sucessos da Marvel, como “Homem-Formiga e a Vespa” (US$ 622,6M), “Homem de Ferro 2” (US$ 623,9M), “Thor: O Mundo Sombrio” (US$ 644,5M), “Doutor Estranho” (US$ 677,7M) e “Capitão América: O Soldado Invernal” (US$ 714,3M). Diante desse domínio, as demais estreias precisaram se contentar com trocados. Em 2º lugar, o lançamento da animação “O Parque dos Sonhos” não passou dos US$ 16M. E ainda foi trucidado pela crítica – 30% de aprovação no Rotten Tomatoes. O desenho também estreou no Brasil no fim de semana. O romance de adolescentes doentes “A Cinco Passos de Você” fez um pouco menos, US$ 13,1M, em 3º lugar. Mas a crítica não achou pavoroso, apenas medíocre, com 53% de aprovação. Estreia por aqui na quinta (21/3). Pior destino teve a sci-fi “A Rebelisão” (Captive State). Com um marketing que apostou no mistério, o filme não engajou o público e rendeu apenas US$ 3,1M em 7º lugar. Uma catástrofe em 2,5 mil salas, que foi ultrapassada nas bilheterias até por uma comédia mexicana de 472 telas. A história dos invasores espaciais “benevolentes”, que transformam o planeta numa ditadura, foi cancelada na TV em julho passado (“Colony”) e sua variação cinematográfica causou 48% de decepção da crítica. A invasão no Brasil acontece em 28 de março. Confira abaixo os demais rendimentos dos 10 filmes mais vistos no final de semana nos Estados Unidos e no Canadá, e clique em seus títulos para ler mais sobre cada produção. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Capitã Marvel Fim de semana: US$ 69,3M Total EUA e Canadá: US$ 266,2M Total Mundo: US$ 760,2M 2. O Parque dos Sonhos Fim de semana: US$ 16M Total EUA e Canadá: US$ 16M Total Mundo: US$ 20,3M 3. A Cinco Passos de Você Fim de semana: US$ 13,1M Total EUA e Canadá: US$ 13,1M Total Mundo: US$ 13,1M 4. Como Treinar Seu Dragão 3 Fim de semana: US$ 9,3M Total EUA e Canadá: US$ 135,6M Total Mundo: US$ 466,5M 5. Um Funeral em Família Fim de semana: US$ 8M Total EUA e Canadá: US$ 56M Total Mundo: US$ 59,7M 6. No Manches Frida 2 Fim de semana: US$ 3,8M Total EUA e Canadá: US$ 3,8M Total Mundo: US$ _ 7. A Rebelião Fim de semana: US$ 3,1M Total EUA e Canadá: US$ 3,1M Total Mundo: US$ 3,1M 8. Uma Aventura Lego 2 Fim de semana: US$ 2,1M Total EUA e Canadá: US$ 101,3M Total Mundo: US$ 171,4M 9. Alita: Anjo de Combate Fim de semana: US$ 1,9M Total EUA e Canadá: US$ 81,8M Total Mundo: US$ 394M 10. Green Book Fim de semana: US$ 1,2M Total EUA e Canadá: US$ 82,2M Total Mundo: US$ 274,6M
Capitã Marvel tem maior estreia mundial de filme estrelado por mulher em todos os tempos
“Capitã Marvel” provou ser superpoderosa nas bilheterias. O lançamento da Disney quebrou vários recordes. E não só entre filmes de super-heróis, mas na história das mulheres no cinema. Com 153M (milhões) arrecadados entre sexta e domingo (10/3) nos Estados Unidos e no Canadá, superou “Mulher-Maravilha” (US$ 103M) para se tornar a maior estreia de uma super-heroína nas telas da América do Norte. Os valores também fazem do filme o maior lançamento norte-americano desde “Os Incríveis 2” (US$ 182M) em junho do ano passado. Já entre os longas de origem da Marvel, só perde para a abertura de “Pantera Negra” (US$ 200M). Mas esses números empalidecem diante do sucesso internacional da produção. “Capitã Marvel” abriu com US$ 455M em todo o mundo. É simplesmente a maior estreia mundial de um filme estrelado por mulher em todos os tempos, deixando muito para trás o antigo recordista, “A Bela e a Fera” (US$ 357M). Entre as produções da Marvel, só fez menos que o fenômeno “Vingadores: Guerra Infinita” (US$ 640,5M). E ainda se destacou como a 6ª maior abertura entre todos os blockbusters mundiais. Considerando apenas os rendimentos no exterior, seus US$ 302M representam a 5ª maior estreia internacional da História, deixando para trás, inclusive, “Star Wars: O Despertar da Força” (US$ 281M). O maior êxito internacional se deu na China, onde o filme arrecadou US$ 89,3M, seguido pela Coréia do Sul (US$ 24,1M) e Reino Unido (US$ 16,8M). A estreia no Brasil foi a 5ª maior do mundo, atingindo US$ 13,4M, segundo apurações da revista The Hollywood Reporter. Este montante representa quase um novo recorde na bilheteria brasileira. Maiores detalhes do mercado nacional podem ser conferidos aqui. O sucesso de “Capitão Marvel” também representa uma vitória avassaladora na “guerra cultural” travada entre os defensores de mais diversidade no cinema e os trolls conservadores que se mobilizaram para tentar impedir que essa “agenda política” fosse bem-sucedida, em defesa dos direitos dos “homens brancos”. A produção da Marvel também causou um curioso efeito de esvaziamento nos cinemas norte-americanos em que não estava sendo exibida. O fenômeno fez com que o 2º colocado, “Como Treinar Seu Dragão 3”, tivesse apenas 9,4% da arrecadação do líder: US$ 14,6M nos últimos três dias. E vale observar que a animação, lançada há dois meses no mercado internacional, soma US$ 435,1M em toda a sua trajetória mundial. Isto é menos do que “Capitã Marvel” faturou em apenas três dias. A comédia “Um Funeral em Família”, que estreia na quinta (14/3) no Brasil, completa o Top 3 norte-americano com US$ 12M. A partir daí, as arrecadações desabam para menos de US$ 3,8M. Confira abaixo os demais rendimentos dos 10 filmes mais vistos no final de semana nos Estados Unidos e no Canadá, e clique em seus títulos para ler mais sobre cada produção. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Capitã Marvel Fim de semana: US$ 153M Total EUA e Canadá: US$ 153M Total Mundo: US$ 455M 2. Como Treinar Seu Dragão 3 Fim de semana: US$ 14,6M Total EUA e Canadá: US$ 119,6M Total Mundo: US$ 435,1M 3. Um Funeral em Família Fim de semana: US$ 12M Total EUA e Canadá: US$ 45,8M Total Mundo: US$ 46,1M 4. Uma Aventura Lego 2 Fim de semana: US$ 3,8M Total EUA e Canadá: US$ 97,1M Total Mundo: US$ 164,4M 5. Alita: Anjo de Combate Fim de semana: US$ 3,2M Total EUA e Canadá: US$ 78,3M Total Mundo: US$ 382,6M 6. Green Book Fim de semana: US$ 2,4M Total EUA e Canadá: US$ 80,1M Total Mundo: US$ 242,2M 7. Superromântico Fim de semana: US$ 2,4M Total EUA e Canadá: US$ 44,1M Total Mundo: US$ 44,1M 8. Lutando pela Família Fim de semana: US$ 2,1M Total EUA e Canadá: US$ 18,6M Total Mundo: US$ 18,6M 9. Obsessão Fim de semana: US$ 2,1M Total EUA e Canadá: US$ 8,2M Total Mundo: US$ 9M 10. Apollo 11 Fim de semana: US$ 1,3M Total EUA e Canadá: US$ 3,7M Total Mundo: US$ 3,7M
Como Treinar seu Dragão 3 mantém liderança nas bilheterias da América do Norte
A animação “Como Treinar Seu Dragão 3” se manteve na liderança da bilheteria norte-americana em seu segundo final de semana em cartaz. Com mais US$ 30M (milhões), o final da trilogia animada agora acumula um total de US$ 97,6M nos Estados Unidos e Canadá. Mas, como foi lançado primeiro no exterior, já soma US$ 375,3M e é um sucesso mundial. Entre as estreias da semana, “Um Funeral em Família” quase superou o longa da DreamWorks Animation, colando em seu desempenho com US$ 27M. O filme foi alardeado nos Estados Unidos como o enterro da personagem Madea, uma vovózona interpretada pelo ator Tyler Perry, que a criou numa peça há 20 anos e a transformou em sucesso de cinema, ao estilo de Paulo Gustavo e sua Dona Hermínia (de “Minha Mãe É uma Peça”). E isso atraiu as multidões que viram os longas anteriores – dez ao todo, além de uma participação especial. Curiosamente, embora os filmes anteriores tenham sido ignorados pela distribuidora nacional, o cortejo fúnebre vai chegar aos cinemas brasileiros em 14 de março. E pode ser o funeral do seu dinheiro, já que, como todos os demais, foi massacrado pela crítica americana – tem só 24% de aprovação no Rotten Tomatoes. “Um Funeral em Família” ainda jogou “Alita: Anjo de Combate” para o 3º lugar. A adaptação do mangá desceu uma posição em relação à semana passada, mas ficou muitos degraus abaixo dos dois primeiros colocados, com faturamento de apenas US$ 7M nos último três dias. Isto lhe dá um total de US$ 72M no mercado doméstico, rendimento pífio diante dos US$ 200 milhões gastos para que saísse do papel. Em compensação, seu sucesso internacional é inegável, especialmente na China. O filme já faturou US$ 278 milhões no exterior – mais que “Como Treinar Seu Dragão 3” – para atingir a marca mundial de US$ 350M. Agora, “só” precisa dobrar. O fim de semana ainda teve uma segunda estreia ampla: “Obsessão” (Greta), suspense estrelado por Chloë Grace Moretz e Isabelle Huppert. A crítica achou razoável, com 57% de aprovação no Rotten Tomatoes, mas o público não se entusiasmou muito, fazendo com que seu rendimento não passasse de US$ 4,5M, em 8º lugar no ranking. Sua estreia está marcada para maio no Brasil. Confira abaixo os demais rendimentos dos 10 filmes mais vistos no final de semana nos Estados Unidos e no Canadá, e clique em seus títulos para ler mais sobre cada produção. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Como Treinar Seu Dragão 3 Fim de semana: US$ 30M Total EUA e Canadá: US$ 97,6M Total Mundo: US$ 375,3M 2. Um Funeral em Família Fim de semana: US$ 27M Total EUA e Canadá: US$ 27M Total Mundo: US$ 27M 3. Alita: Anjo de Combate Fim de semana: US$ 7M Total EUA e Canadá: US$ 72,2M Total Mundo: US$ 350,4M 4. Uma Aventura Lego 2 Fim de semana: US$ 6,6M Total EUA e Canadá: US$ 91,6M Total Mundo: US$ 152,7M 5. Green Book Fim de semana: US$ 4,7M Total EUA e Canadá: US$ 75,9M Total Mundo: US$ 188M 6. Lutando pela Família Fim de semana: US$ 4,6M Total EUA e Canadá: US$ 14,9M Total Mundo: US$ 14,9M 7. Superromântico Fim de semana: US$ 4,6M Total EUA e Canadá: US$ 40,2M Total Mundo: US$ 40,2M 8. Obsessão Fim de semana: US$ 4,5M Total EUA e Canadá: US$ 4,5M Total Mundo: US$ 4,9M 9. Do Que os Homens Gostam Fim de semana: US$ 2,7M Total EUA e Canadá: US$ 49M Total Mundo: US$ 55,9M 10. A Morte Te Dá Parabéns 2 Fim de semana: US$ 2,5M Total EUA e Canadá: US$ 25M Total Mundo: US$ 54,4M
Premiação do Oscar 2019 consagra geração de “atores de TV”
Apesar do voto anti-Netflix em “Green Book”, a premiação do Oscar 2019 mostrou que os preconceitos que separam trabalhos na TV e no cinema estão cada vez mais ultrapassados. Não só pela vitória de “Free Solo”, produção do canal NatGeo, como Melhor Documentário. O detalhe que mais chamou atenção foi o fato de os quatro vencedores nas categorias de interpretação serem “atores de TV”, com aval do Emmy. A Melhor Atriz Coadjuvante Regina King (“Se a Rua Beale Falasse”) foi reconhecida pela Academia de Ciências e Artes Cinematográficas depois de conquistar três prêmios Emmy da Academia da Televisão – por “American Crime” e “Seven Seconds”. Melhor Ator do Oscar 2019, Rami Malek (“Bohemian Rhapsody”) também já tinha vencido seu Emmy pela série “Mr. Robot”. Olivia Colman (“A Favorita”), que foi praticamente apresentada ao grande público de cinema americano pelo papel que lhe deu o Oscar de Melhor Atriz, é uma veterana de séries britânicas. E concorreu ao Emmy antes de ser descoberta pela Academia do Cinema dos Estados Unidos, pela minissérie “The Night Manager”, que lhe rendeu um Globo de Ouro em 2017. Seu próximo papel será como a rainha Elizabeth na 3ª temporada da série “The Crown”. Mesmo Mahershala Ali (“Green Book”), que conquistou seu segundo Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, foi reconhecido pelo Emmy um ano antes de estrelar “Moonlight”, ao ser indicado pela série “House of Cards” em 2016. Por sinal, ele estava no ar, simultaneamente à transmissão do Oscar, no capítulo final da 3ª temporada de “True Detective”. O que isso significa? Logicamente, que ser “ator de TV” não é mais estigma na profissão. Não é por caso que estrelas famosas do cinema têm migrado para as séries. E celebram prêmios por esses trabalhos. Até Julia Roberts, que apresentou o Oscar de Melhor Filme, estrelou recentemente uma série – e foi indicada a Melhor Atriz pela 1ª temporada de “Homecoming” no último Globo de Ouro. Enquanto astros veteranos do cinema vão disputar prêmios de TV, estrelas reveladas em séries agora conquistam o Oscar.
Oscar sem indies premia igualmente os grandes estúdios de Hollywood
Lembra quando filmes independentes venciam o Oscar? A vitória de “Moonlight” há dois anos marcou o auge e o fim de uma era. Em 2019, a Academia barrou os indies de sua competição, resultado num vencedor controvertido e uma premiação bem diferente do Spirit Awards, considerado o “Oscar do cinema independente”. A decisão de não incluir títulos que a crítica e outras instituições consideraram os melhores do ano, para dar mais espaço aos filmes medianos dos grandes estúdios, teve impacto na distribuição dos prêmios. Sem a concorrência “desleal” de A24, 30West e outras, que se acostumaram a ter a qualidade seus filmes de arte reconhecidos, Disney, Fox, Universal e Netflix dividiram igualmente as estatuetas douradas entre si. Cada estúdio ficou com quatro ouros. Os quatro troféus da Disney correspondem aos prêmios técnicos de “Pantera Negra” e ao curta animado “Bao”. A Universal foi impulsionada pelas três vitórias de “Green Book”, inclusive como Melhor Filme, e completou sua lista com a vitória de Efeitos Visuais de “O Primeiro Homem”. A Netflix somou três Oscars de “Roma” e a estatueta de Melhor Documentário em Curta-metragem por “Period. End of Sentence.” Já os quatro da Fox se devem todos a “Bohemian Rhapsody”. Mas vale reparar que, se Marvel e Pixar são contados como Disney, a Fox também pode calcular as vitórias da Fox Searchlight, sua “divisão indie”. Assim, saiu-se melhor que os demais, ao somar mais dois Oscars – de Melhor Atriz (Olivia Colman por “A Favorita”) e Curta (“Skin”). Tem mais. A Fox também é dona da NatGeo, produtora do Melhor Documentário: “Free Solo”. Do mesmo modo, a vitória de Spike Lee pelo roteiro de “Infiltrado na Klan” poderia entrar na conta da Universal, já que o filme foi lançado pela Focus Features, a “divisão indie” do estúdio. Apenas uma produtora 100% indie conseguiu penetrar nessa festa exclusiva de gigantes milionários, a Annapurna, com o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante de Regina King, por “Se a Rua Beale Falasse”, e de Melhor Maquiagem para “Vice”. Esta multiplicação da supremacia dos dólares sobre a arte do cinema seria ainda mais impactante se a Disney já tivesse consumado sua aquisição da Fox. Quando se soma as vitórias da Disney e da Fox, o resultado são 11 estatuetas para o conglomerado do CEO Bob Iger – deixando apenas outras 13 para serem divididas por seus rivais. Nada mal para o estúdio que tradicionalmente só era lembrado nas categorias de Melhor Animação e Canção, e que sempre preferiu fazer blockbusters a filmes de arte.
Oscar “temático” consagra o Conduzindo Miss Daisy de 2019
A noite do Oscar 2019 foi “temática”, reflexo de uma Academia empenhada em ser cada vez mais politicamente correta, após o #OscarSoWhite, ainda que o resultado final represente uma visão liberal dessa abordagem. Do principal vencedor da cerimônia, realizada no domingo (24/2) em Los Angeles, aos prêmios menos badalados, a mensagem que a distribuição de troféus buscou transmitir foi de incentivo à diversidade. Homens brancos venceram menos prêmios que o costume, resultando em maior reconhecimento para mulheres (15 estatuetas) e pessoas negras (7). São números que representam recordes de diversidade para a Academia das Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos. Isto permitiu que o mais famoso dos cineastas negros, que já deveria ter sido premiado há 30 anos, finalmente vencesse seu primeiro Oscar – Spike Lee, pelo roteiro de “Infiltrado na Klan”. Dois atores negros foram premiados como coadjuvantes, Regina King (por “Se a Rua Beale Falasse”) e Mahershala Ali (“Green Book”). E Ali se tornou o segundo ator negro a vencer dois Oscars, após Denzel Washington. Marcas de segregação técnica ruíram em várias categorias. Peter Ramsey foi o primeiro diretor negro a vencer o Oscar de Melhor Animação – por “Homem-Aranha no Aranhaverso”. A veterana Ruth E. Carter virou a primeira figurinista negra a conquistar sua categoria – por “Pantera Negra”. Sua colega, Hannah Beachler, consagrou-se como a primeira mulher negra indicada e vencedora do Oscar de Design de Produção (cenografia) – também por “Pantera Negra”. E não ficou nisso. Asiáticos tiveram destaque por meio do casal Elizabeth Chai Vasarhelyi e Jimmy Chin, vencedores do Oscar de Melhor Documentário por “Free Solo”, e com Domee Shi, diretora do Melhor Curta Animado, “Bao”. O Oscar de Melhor Ator foi para Rami Malek, filho de egípcios, que comentou sua origem ao agradecer o prêmio, lembrando que Freddie Mercury, seu papel em “Bohemian Rhapsody”, também era filho de imigrantes africanos. O mexicano Alfonso Cuarón representou os latinos conquistando três estatuetas – Melhor Direção, Fotografia e Filme Estrangeiro por “Roma”. Por isso, o fecho da noite, com “Green Book” eleito o Melhor Filme, poderia (pseudo) representar uma conclusão do tema. Afinal, trata-se de drama que critica o racismo, ao celebrar a amizade entre um motorista branco sem educação e seu passageiro refinado, um músico negro em turnê pelo sul segregado dos Estados Unidos dos anos 1960. Entretanto, trata-se de um filme sobre racismo escrito, dirigido e produzido por brancos – o cineasta Peter Farrelly e os roteiristas Nick Vallelonga e Brian Hayes Currie – , que privilegia o arco de redenção de seu protagonista branco, um racista bruto, que se transforma ao longo de sua jornada. Vale lembrar que o intérprete do personagem negro venceu o Oscar de Ator Coadjuvante, o que deixa claro sua menor importância em comparação ao branco da trama. O vencedor do Oscar é, portanto, o “Conduzindo Miss Daisy” de 2019. Um filme sobre racismo para branco ver e aplaudir, numa abordagem bastante convencional sobre tensões raciais, que considera o ponto de vista negro mero coadjuvante. “Green Book” é similar ao filme de 30 anos atrás até do ponto de vista narrativo, na história do motorista e seu passageiro, apenas mudando quem conduz o veículo, para chegar no mesmo destino: a transformação positiva do personagem branco. Além disso, assim como “Conduzindo Miss Daisy”, o diretor de “Green Book” sequer foi considerado merecedor de indicação na categoria de Melhor Direção. Para completar as comparações, vale ainda lembrar que apesar da vitória do drama de Bruce Beresford, o favorito da crítica e filme mais lembrado daquele Oscar era “Faça a Coisa Certa”, de Spike Lee, muito negro para a época. O tema da diversidade pode ter embalado o Oscar 2019, mas, na hora de definir o prêmio principal, a Academia decidiu ignorar novamente Spike Lee, que tratou de racismo de forma mais contundente em “Infiltrado na Klan”. Pior ainda: barrou “Se a Rua Beale Falasse”, de Barry Jenkins, melhor abordagem do “tema”, que sequer foi indicado ao Oscar de Melhor Filme, embora tenha vencido, 24 horas mais cedo, o Spirit Awards de filme indie do ano. A vitória de “Green Book” também é o “Crash” de 2019. Em 2006, os eleitores da Academia elegeram outro filme mediano, “Crash: No Limite”, como opção para derrotar “O Segredo de Brokeback Mountain”, de temática homossexual, que irritava a maioria conservadora da época. Até a vitória de “Green Book”, a conquista de “Crash” era considerada a pior decisão da Academia em todos os tempos. O filme que a Academia não queria que vencesse em 2019 era “Roma”. Não porque seria a primeira vez que uma obra falada em outra língua levaria o Oscar – o francês “O Artista” era mudo. Mas porque “Roma” é produção de uma plataforma de streaming. A discussão sobre se as produções da Netflix são cinema tem dividido a comunidade cinematográfica. Uma vitória no Oscar representaria o aval da principal instituição da indústria. Para que isso não acontecesse, “Green Book” ganhou o voto dos contrários. E se juntou a “Crash” na história dos Oscars da mediocridade humana. Um esforço inútil, pois as conquistas de “Roma”, especialmente na categoria de Melhor Direção, já mudaram a Netflix de patamar. Ao final das contas, o que fica para a História é que o cineasta de “Debi e Lóide” venceu o Oscar. Porque tudo é discutível em “Green Book”, menos que seu diretor é o mesmo de “O Amor É Cego”, que achava gordofobia engraçada, e “Ligado em Você”, concebido como piada de deficientes. O fato de a Academia premiar “Green Book” também demonstra que, embora o Oscar 2019 tenha se esforçado para ser “temático”, as opções disponíveis para Melhor Filme foram muito limitadas. Podendo listar dez títulos, os organizadores da premiação preferiram limitar suas indicações a oito, deixando de fora o superior “Se a Rua Beale Falasse”, além de diversas outras possibilidades premiadíssimas. Sobre esse contexto, leia mais aqui. Em resumo, a Academia barrou o cinema independente para privilegiar produções de grandes estúdios, como Fox, Disney, Sony, Universal e, sim, Netflix. “Green Book” é um filme com distribuição da Universal na América do Norte. E o estúdio realmente investiu em estratégia para fazê-lo conquistar o Oscar, trazendo para sua equipe especialistas em crises. Os spin doctors conseguiram apagar incêndios que deveriam ter sido devastadores, causados por revelações do passado do diretor Peter Farrelly – achava engraçado mostrar seu pênis para as atrizes de seus filmes – e do roteirista Nick Vallelonga – apoiou declaração de Trump de que muçulmanos americanos simpatizam com os terroristas que derrubaram as Torres Gêmeas de Nova York. Esta é a equipe que venceu o Oscar 2019. E Jimmy Kimmel não apareceu com o envelope correto do verdadeiro vencedor. Claro, Oliva Colman (por “A Favorita”) e não Glenn Close (por “A Esposa”) como Melhor Atriz também rende discussão. Mas não pode ser comparada à consagração do filme que o New York Times chamou de “indesculpável”. Decisões politicamente corretas não impediram o ato falho da Academia, ao oferecer a versão branca de como é o racismo como conclusão do Oscar 2019. Confira aqui a lista completa dos premiados.
Green Book vence o Oscar 2019. Confira a lista completa dos premiados
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas premiou, na noite de domingo (24/2) em Los Angeles, “Green Book – O Guia” com o Oscar de Melhor Filme. Mas será que é realmente o melhor filme do ano? Lógico que não. Leia a análise do resultado aqui. A premiação também supervalorizou outros títulos medianos e alternou a consagração de favoritos com surpresas – entre elas, a própria vitória de “Green Book”. Confira abaixo a lista completa dos vencedores do Oscar 2019. Melhor Filme “Green Book – O Guia” Melhor Direção Alfonso Cuarón – “Roma” Melhor Ator Rami Malek – “Bohemian Rhapsody” Melhor Atriz Olivia Colman – “A Favorita” Melhor Ator Coadjuvante Mahershala Ali – “Green Book – O Guia” Melhor Atriz Coadjuvante Regina King – “Se a Rua Beale Falasse” Melhor Animação “Homem-Aranha no Aranhaverso” Melhor Filme de Língua Estrangeira “Roma” – México Melhor Roteiro Original Nick Vallelonga & Brian Hayes Currie & Peter Farrelly (“Green Book – O Guia”) Melhor Roteiro Adaptado Charlie Wachtel, David Rabinowitz, Kevin Willmott e Spike Lee (“Infiltrado na Klan”) Melhor Trilha Sonora Ludwig Goransson (“Pantera Negra”) Melhor Canção Original “Shallow” – “Nasce Uma Estrela” Melhor Documentário “Free Solo” Melhor Mixagem de Som John Warhurst e Nina Hartstone (“Bohemian Rhapsody”) Melhor Edição de Som Paul Massey, Tim Cavagin e John Casali (“Pantera Negra”) Melhor Edição John Ottman (“Bohemian Rhapsody”) Melhor Direção de Arte Hannah Beachler e Jay Hart (“Pantera Negra”) Melhor Fotografia Alfonso Cuarón (“Roma”) Melhores Efeitos Visuais Paul Lambert, Ian Hunter, Tristan Myles e J.D. Schwalm (“O Primeiro Homem”) Melhor Figurino Ruth E. Carter (“Pantera Negra”) Melhor Maquiagem e Penteados Greg Cannom, Kate Biscoe e Patricia DeHaney (“Vice”) Melhor Curta-Metragem “Skin” Melhor Curta de Documentário “Period. End of Sentence.” Melhor Curta de Animação “Bao”
Premiação do Oscar 2019 vira festa de rock, Netflix e super-heróis
A cerimônia do Oscar 2019









