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    Elon Musk ameaça Lula após bloqueio do Twitter pelo STF

    2 de setembro de 2024 /

    O empresário afirmou que pode apreender ativos do governo brasileiro em resposta à decisão judicial que suspendeu a rede social X no país

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    Governo cobra R$ 2,2 milhões de Kleber Mendonça Filho

    3 de maio de 2019 /

    A Secretaria do Audiovisual publicou no Diário Oficial desta sexta-feira (3/5) a notificação para que Kleber Mendonça Filho devolva R$ 2,2 milhões aos cofres públicos, referentes a irregularidades na captação do filme “O Som ao Redor” (2012). O prazo é de 30 dias. A publicação acontece após a Secretaria Especial da Cultura negar o último dos três recursos apresentado pelo cineasta. A cobrança se deve ao fato de “O Som ao Redor” ter excedido o limite de R$ 1,3 milhão de um edital destinado a produções de baixo orçamento. O filme acabou captando, no total, R$ 1,7 milhão, com R$ 410 mil provenientes de um edital do Governo de Pernambuco. Mendonça Filho argumentou que o segundo valor é estadual e não federal, mas o edital original não fazia essa distinção. O valor que precisa ser devolvido saltou para R$ 2,2 milhões por causa de juros e atualização monetária. Mas este ainda não é o final da questão. Os advogados do diretor pretendem recorrer ao Tribunal de Contas da União. O mesmo TCU que paralisou o investimento da Ancine em novos filmes e séries, justamente por problemas na prestação de contas. Caso também perca nesta esfera e não pague o valor solicitado, a produtora do cineasta, Cinemascópio, ficará proibida de participar de novos editais e programas de incentivos ligados ao Ministério da Cidadania, que absorveu as atividades do finado Ministério da Cultura (MinC). A cobrança começou a ser feita em março de 2018 ainda pelo MinC. A continuidade do processo agora coincide com a política de “desestatização” cultural do governo Bolsonaro e um cenário de terra devastada para a produção cinematográfica nacional. Também coincide com seleção do novo filme de Kleber Mendonça Filho, “Bacurau”, para disputar a Palma de Ouro no Festival de Cannes 2019, que vai acontecer de 14 a 25 de maio na França.

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    Selecionado para Cannes, Kleber Mendonça Filho é processado pelo governo

    18 de abril de 2019 /

    No dia em que seu segundo filme consecutivo foi selecionado para o Festival de Cannes, o diretor Kleber Mendonça Filho recebeu um desincentivo para sua carreira da Secretaria Especial da Cultura. O cineasta vai disputar a Palma de Ouro com “Bacurau”, seu terceiro longa, após participar do festival com o segundo, “Aquarius” (2016). Entretanto, ainda está sendo cobrado pelo governo pelas prestações de contas do primeiro, “O Som ao Redor”, de 2012. A Secretaria negou o último dos três recursos do cineasta referentes a irregularidades na captação de incentivos do longa lançado há seis anos. A produtora do diretor, Cinemascópio, terá 30 dias após a notificação para devolver R$ 2,2 milhões aos cofres públicos. Mendonça Filho ainda pode recorrer ao Tribunal de Contas da União (TCU). Caso também perca nesta esfera e não pague o valor solicitado, a produtora vai ficar impossibilitada de participar de editais e programas de incentivos ligados ao Ministério da Cidadania, que absorveu as funções do finado Ministério da Cultura no governo Bolsonaro. A primeira notificação desse caso foi entregue à Cinemascópio em março de 2018 ainda pelo Ministério da Cultura (MinC). A ação afirma que “O Som ao Redor” excedeu o limite de R$ 1,3 milhão de um edital destinado a produções de baixo orçamento. “O Som ao Redor” acabou captando, no total, R$ 1,7 milhão, com R$ 410 mil provenientes de um edital do Governo de Pernambuco. O valor que precisa ser devolvido saltou para R$ 2,2 milhões por causa de juros e atualização monetária. Na ocasião da notificação, Mendonça Filho defendeu-se afirmando que “o projeto não ultrapassou o valor de R$ 1,3 milhão de recursos federais” — R$ 1 milhão vindos do ministério e R$ 300 mil da Petrobras. Segundo ele, os R$ 410 mil que foram captados além do teto estabelecido no edital do MinC vieram de outro edital, do governo de Pernambuco. O cineasta também afirma que esse acúmulo de fontes foi aprovado pela Ancine. O edital do MinC, no entanto, não faz distinção entre verbas federais e de outras fontes, determinando que o custo total não poderia ultrapassar R$ 1,3 milhão. Não há manifestação da Ancine sobre o caso. Considerado pela crítica um dos melhores longas brasileiros desta década, “O Som ao Redor” venceu o Festival do Rio, a Mostra de São Paulo, o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, levou vários prêmios também em Gramado e no exterior – nos festivais de Roterdã, Toronto, Oslo, Lleida, Lima, CPH Pix, CinePort, Cinemanila, etc. Ironicamente, ao ter seu novo filme selecionado para o mais prestigioso dos festivais internacionais, Kleber Mendonça Filho teria direito a verba da Ancine de apoio à viagem e divulgação da obra. Mas o TCU paralisou os investimentos da agência. A política do governo Bolsonaro tem sido de desmonte cultural, com cortes de patrocínios de estatais e projeto de revisão da Lei Rouanet, numa visão de que o Estado tem incentivado o “marxismo cultural”. O Festival de Cannes acontece de 14 a 25 de maio.

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    Biógrafo de Alexandre Frota será responsável pelo destino do cinema no governo Bolsonaro

    9 de fevereiro de 2019 /

    O jornalista esportivo Pedro Henrique Peixoto vai ser responsável pelo Cinema Brasileiro no governo de Jair Bolsonaro. Ele assumiu o cargo de secretário do Audiovisual da Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania por indicação do deputado federal Alexandre Frota. Peixoto escreveu a biografia de Frota, “Identidade Frota – A Estrela e a Escuridão – 5.0”, e também trabalhou como diretor de programas humorísticos e esportivos, como “Pânico na Tv” (Rede TV), “Vida de Mallandro” (Multishow), “Pisando na Bola” (Sportv) e “Top Tv” (Record). Atualmente, ele é editor-chefe de programas do canal pago Fox Sports. Não consta que tenha alguma experiência com cinema ou séries. A nomeação, feita por portaria publicada pelo ministério da Casa Civil, foi comemorada por Frota nas redes sociais.

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    Para não pagar multa, Kleber Mendonça Filho se diz perseguido pelo MinC e recebe resposta

    30 de maio de 2018 /

    O cineasta Kleber Mendonça Filho voltou a se dizer perseguido pelo Ministério da Cultura. Em uma carta aberta publicada nas redes sociais, ele afirmou estar sofrendo “uma punição inédita no Cinema Brasileiro” com a exigência da devolução de R$ 2,2 milhões referentes a recursos captados para a realização do longa “O Som ao Redor” (2009), após descumprir regras do edital. Considerado pela crítica um dos melhores longas brasileiros desta década, “O Som ao Redor” foi feito com verba pública após vencer um edital do MinC que determinava que só seriam aceitos “projetos com orçamento de, no máximo, R$ 1,3 milhão”. Entretanto, a produtora do filme enviou para a Ancine (Agência Nacional do Cinema) um orçamento de R$ 1.494.991 — 15% superior ao limite máximo e, após vencer o edital, ainda redimensionou seus custos para R$ 1.949.690. A discrepância entre o custo do filme e o limite permitido pelo edital foi detectada pela área técnica da Ancine e informada à Secretaria do Audiovisual, do MinC, em 2010. Mas a irregularidade foi ignorada e “O Som ao Redor” obteve permissão para captar R$ 1.709.978. O filme acabou selecionado para representar o Brasil na disputa de uma indicação ao Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira. O caso, no entanto, foi denunciado à ouvidoria do MinC e ao Ministério Público Federal, o que levou a uma investigação que confirmou que a obra havia recebido recursos “em desacordo com os limites previstos no edital”. Kleber Mendonça Filho afirma ter dado um jeitinho na época para enquadrar seu filme nas regras, com recursos complementares captados no âmbito estadual, via o Funcultura de Pernambuco. E que isso teria sido aprovado – o que explicaria a irregularidade ter sido ignorada durante o período em que Juca Ferreira foi ministro da Cultura do governo Lula. Após perder os prazos para recorrer à cobrança, o diretor foi às redes sociais reclamar. “No Brasil dos últimos tempos, a nossa capacidade de expressar indignação como cidadãos vem sendo diminuída, creio que por dormência. E é bem aqui onde assumo resignado uma posição habitual demais no nosso país, a de um cidadão que precisa defender-se de acusações injustas”, escreveu, numa carta aberta dirigida ao Ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão. O diretor afirma que seu consultor jurídico chegou a procurar a Coordenação de Editais da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura para esclarecer se a captação extra seria considerada irregular. “A SAV afirmou, via e-mail oficial, que a captação de recursos não-federais (no nosso caso, o Funcultura pernambucano) NÃO VIOLARIA os limitadores dispostos no edital de Baixo Orçamento em questão. Essa resposta está documentada (‘Sim, o edital só veta recursos federais acima de R$ 300 mil.’). Nós nunca faríamos alteração de orçamento sem o acompanhamento das agências responsáveis, elas próprias regidas por regras internas duras”, diz, na carta aberta. Dirigindo-se ao Ministro da Cultura, o cineasta questiona: “Pergunto ao senhor se houve comunicação entre o MinC e a Ancine para tentar esclarecer essa questão institucional que não deveria ser transformada numa punição inadequada para os produtores de um filme exemplar”. E acrescenta, apontando suposta “conspiração”: “Por que a denúncia feita por um funcionário da Ancine encontrou sentido dentro do MinC, mas não na própria Ancine, onde o processo interno não foi adiante?” Logo após a publicação de seu manifesto de muitas páginas, que pode ser lido abaixo na íntegra, a situação escalou a ponto de virar um movimento em defesa da “liberdade de expressão” e “uma questão própria da luta da Cultura no Brasil”, conforme assinala um abaixo-assinado encabeçado pelo ator Wagner Moura. O texto disponibilizado no começo da semana passou a receber diversas assinaturas ilustres para defender o diretor da cobrança e denunciar “com perplexidade e democrática preocupação a conduta do Ministério da Cultura”. O manifesto teve resposta do Ministério da Cultura, que voltou a destacar que a denúncia não partiu do MinC e que o enquadramento se deu por uma questão técnica, prevista em contrato assinado por representante legal da produtora do filme. Além disso, apesar da carta aberta e do abaixo-assinado reclamarem de falta de diálogo, o MinC afirmou ter recebido o advogado de Mendonça Filho a quem informou como deveria ser o procedimento legal para recorrer à cobrança. O MinC ainda informou ter dado mais 10 dias para o diretor ou seu representante encaminhar o recurso e diz rejeitar “veementemente a insinuação irresponsável e sem base nos fatos de que haveria ‘perseguição política’ e ‘atentado à liberdade de expressão’ no caso”. “A instituição está apenas cumprido a sua obrigação legal e ética, de modo técnico e isento”, diz o texto, que lamenta que a empresa do diretor, a Cinemascópio, não tenha exercido o direito de recorrer da decisão, e “em vez do caminho legal, institucional e administrativo”, tenha optado “por pessoalizar a questão e tratá-la em redes sociais, com insinuações”. Leia abaixo todos os comunicados do caso. 1. A carta aberta publicada por Kleber Mendonça Filho: “Recife, 29 de Maio de 2018. Caro Ministro de Estado da Cultura, Sr. Sergio Sá Leitão Dirijo-me ao senhor, através da presente Carta Aberta, por acreditar que essa troca tem um sentido democrático. Esse texto também está sendo compartilhado com o público, entidades de classe, a imprensa e profissionais da cultura no Brasil e no exterior. Como cidadão brasileiro, artista e trabalhador da Cultura, ainda vejo o nosso país como uma Democracia e entendo que o Ministério da Cultura tem como missão divulgar, zelar e fomentar nossa produção cultural, além de dialogar com os trabalhadores da Cultura. De forma institucional, o senhor deve nos representar, mesmo que talvez tenhamos ideias distintas sobre temas que nos são caros, como o Cinema, a Cultura e o país. Foi como cidadão e cineasta que recebi perplexo uma comunicação do seu Ministério, e isso ocorreu por email no dia 29 de março último, durante as 14 semanas de trabalho no meu filme novo, ‘Bacurau’, co-dirigido por Juliano Dornelles. ‘Bacurau’ é uma co-produção franco-brasileira. Estávamos no Sertão do Seridó, no Rio Grande do Norte, quando a comunicação do MinC nos informou que todo o dinheiro do Edital de Baixo Orçamento utilizado na realização de ‘O Som ao Redor’, meu primeiro longa metragem, realizado em 2010, teria de ser devolvido. Desde o fim das filmagens de ‘Bacurau’, há duas semanas, e isso inclui uma pesada desprodução, que tentamos agendar uma visita com o senhor para discutir essa questão. Tentamos de várias formas, contato pessoal e marcação de uma agenda oficial, sem sucesso. Para além disso, sempre nos colocamos à disposição de dialogar. A carta por nós recebida do MinC sugere uma punição inédita no Cinema Brasileiro e que nos pareceria mais adequada a produtores que não teriam sequer apresentado um produto finalizado, e isso após algum tempo de diálogo. A carta veio, inclusive, do mesmo Ministério da Cultura que indicou ‘O Som ao Redor’ para representar o Brasil no Oscar, em 2013. É de suma importância que esse meu escrito não perca de vista a natureza dessa situação. No Brasil dos últimos tempos, a nossa capacidade de expressar indignação como cidadãos vem sendo diminuída, creio que por dormência. E é bem aqui onde assumo resignado uma posição habitual demais no nosso país, a de um cidadão que precisa defender-se de acusações injustas. O valor exigido para devolução (com boleto já emitido) na carta do Ministério da Cultura é R$ 2.162.052,68 – Dois Milhões Cento e Sessenta e Dois Mil e Cinquenta e Dois Reais Com Sessenta e Oito Centavos – já corrigidos. ‘O Som ao Redor’ custou R$ 1,700,000,00 – Um milhão e setecentos mil reais – no seu processo de produção, nos anos de 2010 e 2011. Em câmbio corrigido do dia de hoje, ‘O Som ao Redor’ custou 465 mil (quatrocentos e sessenta e cinco mil) dólares. O MinC deveria premiar produtores que fazem tanto e que vão tão longe com orçamento de cinema tão reconhecidamente enxuto. Os recursos complementares foram captados no âmbito estadual, através do Edital de Audiovisual do Funcultura de 2009 no valor de R$ 410.000,00, sendo que esse valor foi devidamente declarado e autorizado pela ANCINE, após comunicação entre as duas instituições (Ancine e Secretaria do Audiovisual). São informações públicas e declaradas, já há oito anos: MinC/Edital: Um milhão de reais. — Petrobras: 300 mil reais. (Obs: o prêmio do edital da Petrobras era de 571 mil 805 reais, mas saiba que 271 mil 805 reais foram devolvidos para respeitar o limite definido claramente no edital para verbas federais – de um milhão e 300 mil reais). — Funcultura Pernambuco: 410 mil reais, verba estadual (não federal). ‘O Som ao Redor’ é fruto do Concurso de Apoio à Produção de Longas Metragens de Baixo Orçamento 2009. Destaco aqui o trecho do Edital: “11. DAS VEDAÇÕES 11.1 É expressamente vedada: (…) C) O acúmulo do apoio previsto neste Edital com recursos captados através das leis 8.313/91 e 8.685/93, bem como com recursos provenientes de outros programas e/ou apoios concedidos por entes públicos federais, acima do limite de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais)”. Isso parecia entrar em conflito com o item 2.1d acerca da definição de obra cinematográfica de baixo orçamento: “2.1. Para fins deste Edital, entende-se que: (…) d) OBRA CINEMATOGRÁFICA DE LONGA METRAGEM DE BAIXO ORÇAMENTO é aquela obra audiovisual cuja matriz original de captação é uma película com emulsão fotossensível ou matriz de captação digital, cuja destinação e exibição seja prioritariamente e inicialmente o mercado de salas de exibição, cuja duração seja superior a setenta minutos e cujo custo de produção e cópias não ultrapasse o valor de até R$ 1.300.000,00 (um milhão trezentos mil reais);” Nosso consultor jurídico à época levou à Coordenação de Editais da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura a dúvida sobre recursos não-federais. A SAV afirmou, via email oficial, que a captação de recursos não-federais (no nosso caso, o Funcultura pernambucano) NÃO VIOLARIA os limitadores dispostos no edital de Baixo Orçamento em questão. Essa resposta está documentada (“Sim, o edital só veta recursos federais acima de R$ 300 mil.”). Nós nunca faríamos alteração de orçamento sem o acompanhamento das agências responsáveis, elas próprias regidas por regras internas duras. Pergunto ao senhor se houve comunicação entre o MinC e a Ancine para tentar esclarecer essa questão institucional que não deveria ser transformada numa punição inadequada para os produtores de um filme exemplar. Por que a denúncia feita por um funcionário da Ancine encontrou sentido dentro do MinC, mas não na própria Ancine, onde o processo interno não foi adiante? Pergunto-lhe ainda o porquê de o MinC não ter nos respondido ao nosso pedido de compartilhar o processo relativo ao filme entre o Minc e a Ancine, fruto de um email oficial por nós enviado em 28 de agosto de 2017? O MinC também não observou a vedação acima, nem tampouco registra nossa prova de boa fé documentada de termos nos comunicado com a SAV para esclarecer essa questão. Também não observa a maneira correta com a qual tratamos o patrocínio da Petrobras, respeitando o limite claro de um milhão e trezentos mil reais às verbas federais. A interpretação também nos parece equivocada quando analisada a praxe do processo de captação no setor; a interpretação é absurda ainda por representar verdadeiro enriquecimento injustificado da União (a devolução de todo o valor do edital e com valores corrigidos) em virtude da entrega do filme (reconhecida pela própria AGU em parecer). Na época, outros filmes dos primeiros editais de Longas Metragens de Baixo Orçamento esclareceram da mesma forma ética a vedação destacada acima, complementando seus orçamentos com recursos estaduais ou municipais. São informações públicas disponíveis também há anos. Vale observar que o edital de Longas de Baixo Orçamento de 2011 viu o seu texto passar por alteração, finalmente vetando de fato qualquer tipo de recurso extra, municipal e/ou estadual. Caro senhor ministro, preciso ainda registrar que a carta recebida do vosso MinC veio como uma surpresa, especialmente por não termos tido a chance de dialogar com o Ministério. Como artista, o mínimo que espero de um Ministério como...

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    Cineasta João Batista de Andrade é indicado à presidência da ANCINE

    26 de março de 2017 /

    O cineasta mineiro João Batista de Andrade, atual secretário-executivo do Ministério da Cultura, aceitou o convite do ministro Roberto Freire para assumir a presidência da Agência Nacional do Cinema (ANCINE). O mandato do atual diretor-presidente da agência, Manoel Rangel, encerra-se no dia 20 de maio. Com um extenso currículo, Andrade dirigiu, entre outros filmes, “Doramundo” (1978), suspense político sobre uma série de mortes na cidade de Paranapiacaba, e o clássico “O Homem que Virou Suco” (1980), com José Dumont no papel de um poeta nordestino que vai a São Paulo sobreviver de sua arte, além de “O País dos Tenentes” (1987), que coloca em discussão o fim da ditadura militar, e o documentário “Vlado, Trinta Anos Depois” (2005), sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog em 1975, após ser torturado por agentes da ditadura militar. Antes de assumir a secretaria-executiva do MinC, o diretor de 77 anos foi secretário de Cultura do Estado de SP, entre 2005 e 2006, no governo Alckmin. E também foi presidente da Fundação Memorial da América Latina, de 2012 a 2016. Sua indicação agora segue um rito. Primeiro, será levada para sanção do presidente, Michel Temer. Depois, ele será sabatinado por uma comissão do Senado, e, mais tarde, sua nomeação deverá passar por aprovação dos senadores em plenário. Esse processo deve coincidir com a saída de Rangel da agência. Andrade disse ao jornal O Globo que sua política, ao assumir a ANCINE, será priorizar o investimento nas novas tecnologias e na adequação da legislação para acomodar as modernizações pelas quais passam o audiovisual. “Eu acho que tem que modernizar muito. A política cinematográfica precisa se atualizar, diante das transformações pelas quais estamos passando, diante de tantas mudanças tecnológicas. Tem essa história do VoD (video on demand) e o papel das teles na distribuição de audiovisual. Está mudando o panorama no mundo inteiro. A própria legislação está atrasada e precisa mudar”, refletiu.

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    Stepan Nercessian é o novo presidente da Funarte

    29 de novembro de 2016 /

    O novo ministro da Cultura, Roberto Freire, convidou o ator e deputado federal pelo Rio de Janeiro Stepan Nercessian (PPS) para presidir a Funarte (Fundação Nacional das Artes). A nomeação, que ainda não foi publicada no Diário Oficial, foi antecipada pelo jornal O Globo. O ator vai substituir Humberto Braga, que estava à frente da Funarte desde junho, empossado pelo então ministro Marcelo Calero. Calero pediu demissão da pasta no último dia 18, após acusar o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) de pressão para liberação de uma obra. Em maio, quando o presidente Michel Temer transformou o ministério da Cultura em uma secretaria, o PPS defendeu o nome de Nercessian para ser o novo secretário. O atual ministro da Cultura é o presidente do partido. Nercessian começou a carreira em 1970, protagonizando o filme “Marcelo Zona Sul”, de Xavier de Oliveira. Já no ano seguinte, passou a trabalhar na Globo, onde participou de novelas como “Bandeira 2” (1971), “O Astro” (1977), “Feijão Maravilha” (1979), “Plumas & Paetês” (1980), “Selva de Pedra” (1886), “Vale Tudo” (1988), “Pátria Minha” (1994), “Força de Um Desejo” (1999), “Uga Uga” (2000), “Kubanacan” (2003) e “Cobras & Lagartos” (2006). Fez também minisséries de sucesso na emissora, entre elas “Anos Rebeldes” (1992) e “A Casa das Sete Mulheres” (2003), mas atualmente tem se dedicado mais às séries da TV paga, como “1 Contra Todos”, no canal Fox, e “Magnifica 70”, no HBO. No cinema, filmou quatro filmes com Cacá Diegues, “Xica da Silva” (1976), “Orfeu” (1999), “Deus É Brasileiro” (2003) e “O Maior Amor do Mundo” (2006), além de um clássico de Hector Babenco, “Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia” (1977). Mais recentemente, participou de “Trash: A Esperança Vem do Lixo” (2014), do inglês Stephen Daldry, e vem fazendo muito sucesso com besteiróis blockbusters, como “Meu Passado Me Condena: O Filme” (2013), “Um Suburbano Sortudo” (2016) e “Os Penetras” (2012). Ele também estará na sequência deste filme, “Os Penetras: Quem Dá Mais?”, que estreia em janeiro. Ex-presidente do Sindicato dos Artistas, Nercessian militou no PCB (Partido Comunista Brasileiro) na década de 1960. Migrou para o PPS, oriundo do PCB, quando o partido foi fundado. Foi eleito vereador do Rio de Janeiro em 2004 e reeleito em 2008. Em 2010, concorreu a deputado federal e conquistou o cargo com mais de 80 mil votos. A carreira política, porém, quase acabou em 2012, quando grampos da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, indicaram que o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso por envolvimento no crime organizado e corrupção, emprestara R$ 175 mil a Nercessian. O inquérito acabou arquivado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a pedido do ministro Ricardo Lewandowski, seguindo recomendação do Ministério Público Federal, que não encontrou indícios suficientes para continuar a investigação. A Funarte é o órgão responsável pelo desenvolvimento de políticas públicas de fomento às artes visuais, à música, ao teatro, à dança e ao circo no Brasil, via incentivo à produção e a capacitação de artistas, ao desenvolvimento da pesquisa, à preservação da memória e à formação de público para as artes no Brasil. Nesse intuito, a Funarte concede bolsas e prêmios, mantém programas de circulação de artistas e bens culturais, promove oficinas, publica livros, recupera e disponibiliza acervos, provê consultoria técnica e apoia eventos culturais em todos os estados brasileiros e no exterior. Além disso, mantém espaços culturais no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, e disponibiliza parte de seu acervo gratuitamente na internet.

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    Globo quer Alice Braga e Rodrigo Santoro em minissérie histórica sobre o holocausto

    25 de novembro de 2016 /

    A Globo quer juntar dois dos atores brasileiros mais bem-sucedidos de Hollywood numa minissérie histórica sobre o holocausto. A emissora carioca quer contar com Alice Braga no papel principal, e Rodrigo Santoro no elenco de “O Anjo de Hamburgo” (título de trabalho), dramatização da história de Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa (1908-2011), a brasileira que salvou cerca de 200 famílias de judeus da prisão e da morte na Alemanha nazista. O roteiro está sendo escrito por Mário Teixeira, autor de “Liberdade, Liberdade”, e a direção-geral está a cargo de Jayme Monjardim, que filmou “Olga” (2004), sobre Olga Benário Prestes, morta em 1942 justamente em um campo de extermínio nazista. A Globo tenta conciliar as agendas dos dois atores nos EUA para planejar as gravações da minissérie, que aconteceriam no ano que vem, visando uma estreia em 2018. Segundo o blog Notícias da TV, eles já leram o material de apresentação da obra e ficaram entusiasmados. Alice estrela a série “The Queen of South” (A Rainha do Sul) no canal pago americano USA Network e Santoro está no elenco de “Westworld”, do HBO. Ambas as séries foram renovadas, mas isso não os impede de fazer outros trabalhos. Aracy foi casada com o escritor João Guimarães Rosa (1908-1967), que dedicou a ela o clássico literário “Grande Sertão: Veredas”, lançado em 1956. Era católica praticante, filha de pai português e mãe alemã. Poliglota, virou secretária do consulado brasileiro em Hamburgo, por onde emitiu vistos para judeus perseguidos pelo nazismo migrarem para o Brasil. Em alguns casos, ainda os ajudava a sair da Alemanha, às vezes usando seu próprio carro. Fez isso clandestinamente e sob alto risco, entre os anos 1930 e 1940. Na época, inclusive, vigorava uma circular do governo brasileiro que recomendava o veto à entrada de judeus no país. Seu heroísmo foi reconhecido pela comunidade judaica, que a homenageou em 1982. Seu nome está registrado no memorial das vítimas do Holocausto, em Israel, e no Museu do Holocausto de Washington. Foi, por sinal, graças à esta ação humanitária que Aracy se aproximou de Guimarães Rosa, que foi cônsul-adjunto em Hamburgo. Embora não tenha sido revelado, é provável que Santoro esteja sendo cotado para viver o escritor.

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    Michel Temer aumenta verba do MinC e estende benefícios da Lei do Audiovisual até 2022

    8 de novembro de 2016 /

    O Presidente Michel Temer anunciou na noite de segunda (7/11), em cerimônia da Ordem do Mérito Cultural, que irá estender os benefícios da Lei do Audiovisual até 2022. Além dessa continuidade de investimento na produção cinematográfica nacional, o Presidente da República anunciou um aumento de 40% no orçamento do Ministério da Cultura (MinC) para 2017. Segundo ele, o setor está sendo privilegiado em momento de crise e “arrocho” devido à sua importância. “A cultura é o mais importante bem do povo brasileiro. É por meio dela que nós nos comunicamos”, disse Temer, para uma plateia repleta de artistas, que também celebraram o ano do samba e a grande homenageada, Dona Ivone Lara. Vale lembrar que Temer chegou a extinguir o MinC em maio, logo após assumir a presidência, transformando-o numa secretaria subordinada ao Ministério da Educação. A reação negativa da classe artística o fez mudar de ideia e anunciar a recriação do Ministério, nove dias depois.

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    Kleber Mendonça Filho pede exoneração de fundação do governo federal

    7 de outubro de 2016 /

    O diretor Kleber Mendonça Filho (“Aquarius”) entregou na quarta-feira (6/10) uma carta com pedido de exoneração da coordenadoria de cinema da Fundação Joaquim Nabuco. Mesmo assim, manteve agendados compromissos em Los Angeles e San Francisco, onde participará de debates e reuniões de trabalho relevantes às atividades da curadoria do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, segundo autorização que havia recebido anteriormente da autarquia, registrada no Diário Oficial da União. A viagem aproveitaria sua participação no Festival de Nova York, onde será exibido seu filme “Aquarius”. O vazamento de seu pedido de exoneração o pegou de surpresa. “Estou num avião indo para NY. Está tudo certo. Preciso de tempo para projetos de cinema e já pensava nisso há 2 anos”, disse Kleber, por mensagem de texto, ao ser procurado pela reportagem do Jornal do Commercio, de Recife. “Não era nunca para sair matéria antes de eu me explicar, vai ficar destorcido”, lamentou. “Vão fazer especulações em cima de basicamente zero”. Kleber atuava na autarquia ligada ao Ministério da Educação há 18 anos. O afastamento, segundo o cineasta, se deve à necessidade de se dedicar “a projetos de cinema”. Na carta, segundo apurou o Jornal do Commercio, ele não se refere ao fato de não reconhecer o “governo ilegítimo” do qual o Ministério da Educação faz parte. O cineasta adiantou que vai se pronunciar pelas redes sociais assim que chegar à Nova York. Entre os amigos mais próximos, a notícia já era esperada desde que o cineasta protestou contra um “golpe de estado”, convocando o mundo a se posicionar diante do fim da democracia no Brasil, durante a estreia de “Aquarius” no Festival de Cannes, e veio à tona que ele era funcionário de uma instituição do governo federal. Dias antes do protesto de tapete vermelho, o presidente anterior da Fundaj, Paulo Rubem Santiago, pediu demissão por não reconhecer a legitimidade de Michel Temer. O atual presidente da Fundaj, Luiz Otavio Cavalcanti, emitiu um comunicado se manifestando sobre a carta de exoneração, na qual diz que “respeita a decisão do cineasta Kleber Mendonça de entregar o cargo por considerar este um ato pessoal”. E ressalta: “O mesmo respeito com que tratou a decisão de Kleber Mendonça de permanecer no cargo durante os cinco meses da atual gestão”.

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    Secretário do Audiovisual garante Marcos Petrucelli na comissão do Oscar 2017

    30 de agosto de 2016 /

    A patrulha ideológica perdeu. O secretário do Audiovisual Alfredo Bertini disse ao jornal O Estado de S. Paulo que o crítico Marcos Petrucelli será mantido na comissão que vai escolher o representante brasileiro para disputar uma vaga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2017. “A polêmica entre Petrucelli e Kleber Mendonça é antiga e envolve questões políticas, não tem nada a ver com a avaliação do filme ‘Aquarius’, que Petrucelli só viu agora na abertura do Festival de Gramado”, declarou Bertini ao jornal. Ele se refere ao fato de Kleber Mendonça Filho ter pedido publicamente a cabeça do crítico, convencendo um grupo de cineastas a se engajarem em sua campanha. Por meio de uma Carta Aberta à Comissão Brasileira do Oscar, o diretor pernambucano exerceu pressão até sobre os membros do comitê. Dois deles pediram para sair, sendo que a atriz Ingra Lyberato desabafou no Facebook: “Estamos sendo extremamente pressionado por todas as notícias a ponto de ter gente pedindo para sair. Qual é o objetivo? Forçar o Petrucelli a sair? Forçar todos a sair?” Os dois membros foram substituídos pelos cineastas Bruno Barreto e Carla Camurati, mas três diretores retiram seus filmes da disputa, ecoando uma acusação de “imparcialidade questionável”, que colocaria a comissão em cheque. Segundo Filho, a inclusão do crítico Marcos Petrucelli, de visão política oposta a sua, refletiria uma perseguição que seu filme “Aquarius” estaria sofrendo por parte do governo, após sua equipe ter se manifestado politicamente durante o Festival de Cannes – com cartazes que afirmavam que “o Brasil não é mais uma democracia” devido a um “golpe de estado”. “Há muito falatório sobre a possibilidade do filme estar sendo sabotado pelo governo ilegítimo”, ele declarou, em entrevista à revista americana Variety, buscando internacionalizar a polêmica. Tudo isso porque Petrucelli teve a audácia de criticar a photo-op de Cannes, o que, na visão dos cineastas retirantes, “solapa sua imparcialidade e legitimidade” para integrar a comissão. Por esta lógica, como os filmes inscritos já passaram no cinema, nenhum crítico poderia participar do processo, já que a categoria costuma fazer exatamente o que acham um absurdo proibitivo: criticar. Questionado se pensou em retirar o nome do crítico por causa da pressão exercida publicamente por Filho e demais cineastas, Alfredo Bertini foi enfático. “Nem eu nem o ministro Marcelo Calero cogitamos em momento algum retirar o nome de Petrucelli.” Aceitando que a polêmica seja consequência do ambiente de polarização política que vive o País, Bertini ressalva que também está havendo uma má vontade de alguns profissionais do audiovisual, que não conseguem aceitar a pluralidade de opiniões. Ele ainda ressalta que seguiu as mesmas regras que vinham sendo usadas para compôr as comissões durante os governos Lula e Dilma, que, por sinal, levaram a uma das mais infames seleções da história deste país, quando “Lula, o Filho do Brasil”, financiado por empreiteiras incriminadas pela operação Lava Jato, foi escolhido por unanimidade pelo comitê do Ministério da Cultura do próprio Lula. Na ocasião, nenhum cineasta manifestou indignação. “Na composição, respeitamos o que vinha sendo feito aqui na Secretaria do Audiovisual, chamando nomes com currículo notoriamente reconhecido, olhando para toda a cadeia produtiva do cinema, com profissionais da área de exibição, produção, direção, etc e, acima de tudo, procurando pessoas de diversas regiões do País. Então, não consigo entender essa má vontade e polêmica”, o secretário explicou. Com as substituições na comissão e as saídas dos filmes que não tem interesse em representar o país no Oscar 2017, Bertini espera que a polêmica tenha acabado para que se passe a discutir os filmes propriamente ditos. “Vamos deixar essa polêmica estéril de lado e focar nos filmes. Me preocupa que as atenções tenham até agora se centrado apenas entre Petrucelli e Kleber Mendonça, e sobre seu filme ‘Aquarius’”, disse, reparando na tática de polarização enquanto marketing.

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    Cineastas brasileiros acusam “governo ilegítimo” de conspirar contra Aquarius em publicação americana

    30 de agosto de 2016 /

    Kleber Mendonça Filho aumentou o tom e voltou a desancar o governo brasileiro no exterior, chamando-o de “ilegítimo” e, com auxílio de outros cineastas, alimentando uma narrativa de “sutil conspiração” (no dizer de Anna Muylaert) contra seu filme “Aquarius”. Em reportagem da revista americana Variety, linkada no domingo (28/8) pelo Facebook oficial do filme, os cineastas brasileiros insinuaram que o governo está retaliando “Aquarius”, em consequência da manifestação realizada no Festival de Cannes, quando o diretor e seu elenco ergueram cartazes para denunciar que “O Brasil não é mais uma democracia” após sofrer um “golpe de estado”. “Junte os pontos”, Filho disse na reportagem, em referência à classificação etária de 18 anos do filme, devido a um pênis ereto numa cena de sexo grupal, e à inclusão do crítico Marcos Petrucelli, de visão política oposta a sua, na comissão que vai selecionar o candidato brasileiro à disputa de vaga de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2016. “Há muito falatório sobre a possibilidade do filme estar sendo sabotado pelo governo ilegítimo”, ele declarou. Para “juntar os pontos”, Filho voltou a atacar publicamente Petrucelli com calúnias. “Ele disse que fomos à Cannes de férias, pagos pelo governo. Isto é absurdo e louco”, declarou. Na verdade, Petrucelli escreveu no Facebook: “Vergonha é o mínimo que se pode dizer sobre a equipe e o elenco de ‘Aquarius’, filme que está em Cannes esse ano. Ao passar pelo tapete vermelho, os brasileiros protestaram contra o impeachment com cartazes que diziam ‘O Brasil não é mais uma democracia’. Ah não? Qual regime é esse, então, que permitiu ao diretor do filme levar 30 pessoas da equipe para tirar férias na Riviera Francesa? Nem blockbuster de Hollywood comparece a Cannes com tantas pessoas”. A comparação do contraste entre os protestos pela falta de democracia e a existência de liberdade para a equipe do filme ir à Cannes em peso, tratada ironicamente como “férias na Riviera Francesa”, ultrajou Filho, que ignorou a pergunta “Que regime é esse” e transformou o verbo “permitir” (antônimo de proibir, como numa ditadura) em “financiar”, para justificar uma perseguição brutal e infame, que supera os limites da patrulha ideológica. Para montar sua narrativa de vítima de perseguição, Filho alimenta campanha aberta contra a reputação de um crítico de cinema, com direito a uma Carta Aberta à Comissão Brasileira do Oscar, que detalha frases nunca ditas ou escritas por Petrucelli, num ataque pessoal declarado, ecoado por vários outros cineastas e diante do silêncio cúmplice da Abraccine (a suposta Associação dos Críticos de Cinema do Brasil). Recentemente, o nadador olímpico Ryan Lochte perdeu patrocínios por inventar a narrativa de um assalto inexistente, que ele e outros três nadadores teriam sofrido durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro, acreditando que a má imagem internacional do país lhe permitiria se safar com impunidade. Vale observar que, embora o crítico não tenha escrito que a viagem para o Festival de Cannes foi paga pelo governo, o filme “Aquarius” recebeu, sim, verba da Ancine para participar do evento, dentro do Programa de Apoio à Participação de Filmes Brasileiros em Festivais Internacionais e de Projetos de Obras Audiovisuais Brasileiras em Laboratórios e Workshops Internacionais, que prevê pagamento de passagens, hospedagem, transportes, alimentação e “despesas afins” para diretor, produtor e ator/atriz. Mas, para Filho, falar isso é um absurdo, uma loucura. Alimentando a polêmica, a produtora Rachel Ellis, de “Boi Neon”, um dos filmes que pediu para ser excluído da disputa do Oscar em solidariedade ao perseguido Filho, enviou um email para a Variety confirmando que a presença na comissão do jornalista, que “expressou suas opiniões de maneira inapropriada”, fez a equipe de seu filme se “sentir extremamente desconfortável sobre participar no processo de seleção, já que [Petrucelli] solapa sua imparcialidade e legitimidade”. Também em email, Anna Muylaert, que igualmente retirou “Mãe Só Há Uma” da disputa, denunciou a existência de uma “sutil conspiração” contra “Aquarius”. “Como eu acredito que ‘Aquarius’ é o candidato certo para o Brasil neste ano, eu decidi não submeter meu filme, para tornar [o de Filho] mais forte”, ela disse, assumindo mais claramente a tentativa de manipulação do resultado da comissão. De fato, parece haver mesmo uma “sutil conspiração”, mas ela não faz parte da denúncia. Seria a própria denúncia. Afinal, o cineasta que mais protesta não pretende retirar seu filme da disputa. Filho acrescentou que irá escrever uma “carta muito democrática” ao Ministro da Justiça, exigindo explicação para a classificação para maiores de 18 anos recebida por “Aquarius”. Ao final, a reportagem da Variety, que não se deu ao trabalho de checar as informações, acabou polarizando seus leitores, a maioria brasileiros. De 16 comentários publicados após a publicação, 9 foram contra a posição de Filho e 7 favoráveis. Um dos comentários chegou a ecoar Petrucelli, falando em “vergonha de ser brasileiro”. Espera-se que, uma hora, o cinema volte a dar orgulho aos brasileiros.

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