Vida de Frida Kahlo vai virar minissérie
A CIC Media anunciou a produção de uma minissérie dramática sobre a vida de Frida Kahlo, artista plástica mexicana que teve um impacto significativo na mundo das artes, no feminismo e na cultura latina como um todo. A dupla formada por Joel Novoa e Marilu Godinez foi contratada para escrever a trama. Novoa é mais conhecido como diretor de filmes B mal-avaliados, além de ter comandado episódios da série “Arrow”, enquanto Godinez é assistente de fotografia, com a série documental “American Playboy: The Hugh Hefner Story” em sua filmografia. Os dois trabalharam juntos no terror trash “A Babá”. Em comunicado, Novoa e Godinez disseram que estão desenvolvendo uma “série de alto conceito”. “A ideia é falar sobre o que os livros não falam”, disse a dupla de roteiristas em texto conjunto. “O subtexto por trás de cada pintura, a riqueza do século 20 do México e a revolução. Temas que são incrivelmente relevantes neste momento sem precedentes. ” A atração teve a benção da Frida Kahlo Corporation, que cuida dos direitos da pintora. “Trabalhar com a corporação Frida Kahlo tem sido fenomenal, nos deu a bênção final para desenvolver o que podemos chamar de a única série oficial sobre a artista icônica”, explicou Marlon Quintero, diretor administrativo e líder de projeto da CIC Media. “Atualmente, estamos desenvolvendo e escrevendo a base da série e esperamos estar prontos para apresentar o projeto nas próximas semanas. Joel e Marilu estão fazendo um trabalho excelente”, ele ainda acrescentou. A expectativa da equipe é iniciar a produção da série no segundo semestre de 2021, após fechar uma parceria financeira. A apresentação do projeto ao mercado está prevista para ocorrer em fevereiro, mas um estúdio já teria manifestado interesse antecipado, segundo o site Deadline. A produção será a segunda adaptação para as telas da vida de Frida Kahlo. Em 2002, a cineasta Julie Taymor dirigiu o filme “Frida”, trazendo Salma Hayek no papel-título. A estrela mexicana também co-produziu o filme, que recebeu seis indicações ao Oscar, vencendo as categorias de Melhor Maquiagem e Melhor Trilha Sonora Original. Mais recentemente, Frida Kahlo foi retratada na animação “Viva: A Vida é uma Festa (2017)”, produção da Disney/Pixar vencedora do Oscar.
Weinstein diz que Salma Hayek mente e Antonio Banderas defende honestidade da amiga
Após a atriz Salma Hayek denunciar o assédio de Harvey Weinstein, com direito a ameaças de morte e boicote de seu filme “Frida” (2002), um porta-voz do produtor negou as acusações, dizendo que “não são precisas”. “Todas as alegações sexuais retratadas por Salma Hayek não são precisas e outros que testemunharam os eventos têm opiniões diferentes”, diz o comunicado emitido em nome de Weinstein, que ainda alega que o produtor “não lembra” de ter exigido que ela fizesse uma cena de sexo com uma mulher em “Frida”. “O sr. Weinstein não se lembra de ter pressionado Salma para fazer uma cena gratuita de sexo no filme. Entretanto, isso faz parte da história, já que Frida Kahlo era bissexual”, diz o texto. Diante disse, o ator Antonio Bandeira, amigo de longa data da atriz, foi ao Twitter defender Hayek. “Estou impactado e triste pelo terrível relato que minha queria amiga Salma Hayek tornou público sobre o produtor Harvey Weinstein”, escreveu o ator na rede social, acrescentando: “Sua integridade, honestidade como mulher e profissional me fazem dar total crédito para suas palavras”. Veja abaixo. Estoy impactado y triste ante los terribles hechos que ha hecho públicos mi querida amiga Salma Hayek sobre el productor Harvey #Weinstein. Su integridad, su honestidad como mujer y como profesional me hacen dar absoluto crédito a sus palabras. pic.twitter.com/GZJsgxYGRE — Antonio Banderas (@antoniobanderas) December 14, 2017
Salma Hayek revela assédio, chantagem e ameaça de morte de Harvey Weinstein
A atriz Salma Hayek fez revelações chocantes em um texto escrito para o jornal The New York Times sobre os assédios e traumas que sofreu com o produtor Harvey Weinstein. Segundo a atriz mexicana, Weinstein a perseguiu por anos e tentou convencê-la a tomar um banho com ele e até fazer sexo oral. Após as recusas, ele passou a tratá-la com raiva e a ameaçou de morte. E só teria escapado de ser estuprada por sua amizade com Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, responsáveis pelos maiores sucessos do produtor. “Sabendo o que sei agora, eu me pergunto se não foi a minha amizade com eles e George Clooney que me salvou de ser estuprada”, ela reflete no texto. Salma conta que seu inferno começou no ano de 2002, quando estrelou “Frida”. Na época, o estúdio Miramax, de Weinstein, era considerado sinônimo de qualidade e garantia de premiações. Logo, ela lutou para tentar levar seu filme para a produtora. O acordo inicial previa que Weinstein pagasse os direitos do trabalho já desenvolvido por ela. Como produtora, ela receberia um crédito, mas não teria pagamento, “o que não era raro para uma produtora mulher nos anos 1990”. Ele também havia pedido a assinatura de um contrato em que ela se comprometeria a fazer diversos outros filmes com a Miramax, “o que eu pensei que concretizaria meu status como atriz principal”. “Eu não ligava para o dinheiro, estava tão animada em trabalhar com ele e a empresa. Na minha ingenuidade, pensei que fosse meu sonho se tornando realidade. Ele havia validado os últimos 14 anos da minha vida e dado uma chance para mim — uma ninguém. Ele disse sim. Mal sabia eu que logo seria minha vez de dizer não”, contou. “Não para abrir-lhe as portas a qualquer hora da noite, hotel atrás de hotel, locação atrás de locação, onde ele aparecia inesperadamente, incluindo em um local em que eu estava fazendo um filme que ele não estava envolvido. Não para tomar um banho com ele. Não para deixá-lo me ver tomando banho. Não para deixá-lo me dar uma massagem. Não para deixar um amigo nu dele me dar a massagem. Não para deixá-lo fazer sexo oral em mim. Não para me deixar nua com outra mulher. Não, não, não, não, não”, desabafou. Em seguida, ela conta que começou a despertar a fúria de Weinstein, que prometia se vingar e atrapalhar sua vida: “Em um ataque de fúria, ele disse: ‘Eu vou te matar, não pense que não posso’”. “Em seus olhos, eu não era uma artista. Eu não era sequer uma pessoa. Eu era uma coisa: não uma ninguém, mas um corpo”, prosseguiu. Weinstein chegou a ameaçar não lançar “Frida”, pelo qual ela tanto tinha se empenhado. E ela finalmente disse sim para uma condição. Salma aceitou fazer uma cena de sexo com outra mulher para o filme, para que Weistein não impedisse sua distribuição. Descrevendo o dia da filmagem da cena, a atriz disse ter ficado perturbada. “Não por ficar nua com outra mulher, mas porque precisava estar nua com outra mulher por Harvey Weinstein”. “Frida” acabou sendo uma das produções mais premiadas da Miramax, vencendo dois Oscars e rendendo uma indicação a Salma Hayek por seu papel em 2003. E Weinstein quase não lançou o filme por capricho. Ao concluir seu relato, a atriz ressaltou a importância das denúncias feitas por outras pessoas que sofreram com assédios do produtor: “Quando tantas mulheres se apresentaram para descrever o que Harvey tinha feito a elas, eu tive que confrontar minha covardia e aceitar que minha história, por mais importante que fosse para mim, não era nada senão uma gota em um oceano de tristeza e confusão.”


