Bernard Cribbins: Ator de “Doctor Who” morre aos 93 anos
O ator Bernard Cribbins, que participou de “Doctor Who” e estrelou o clássico infantil “Quando o Coração Bate Mais Forte” (The Railway Children), morreu nesta quinta (28/7) na Inglaterra aos 93 anos. A notícia foi dada por sua agência, sem revelar a causa da morte. “Sua carreira durou sete décadas com trabalhos tão diversos que começam em filmes como ‘Quando o Coração Bate Mais Forte’ e as comédias ‘Carry On’”, disse a Gavin Barker Associates em comunicado. “Ele trabalhou bem até os 90 anos, aparecendo recentemente em ‘Doctor Who’ e na série ‘Old Jack’s Boat’. Ele perdeu sua esposa de 66 anos, Gill, no ano passado”. A declaração completa: “A contribuição de Bernard para o entretenimento britânico é inquestionável. Ele era único, tipificando o melhor de sua geração, e fará muita falta a todos que tiveram o prazer de conhecê-lo e trabalhar com ele.” Nascido em Oldham em 29 de dezembro de 1928, o ator fez sua estreia nas telas na minissérie da BBC “David Copperfield”, de 1956, e após uma longa carreira na TV ganhou sua própria atração batizada com seu nome: “Cribbins”, exibida por duas temporadas na ITV, de 1969 a 1970. Paralelamente, começou a se destacar em várias comédias do cinema britânico, como “O Braço Esquerdo da Lei” (1963), com Peter Sellers, e “Um Golpe das Arábias” (1968), com Jerry Lewis, além da sátira de 007 “Cassino Royale” (1968) e de diversos filmes da franquia “Carry On”, desde “Com Jeito Vai… Marujo” (1964) até “Com Jeito Vai… Colombo” (1992). Sua filmografia também inclui a fantasia “A Deusa da Cidade Perdida” (1964), que trazia Ursula Andress como uma deusa imortal, e o suspense clássico “Frenesi” (1972), de Alfred Hitchcock. Mas ele é mais lembrado por sua participação como o funcionário da estação de trem do icônico filme infantil “Quando o Coração Bate Mais Forte” (1970), sobre crianças que vigiavam os trilhos para evitar acidentes e descobrir pistas do desaparecimento de seu pai. A identificação com o público infantil se estendeu à várias séries, como “The Wombles” (1973-1975) e “Jackanory” (1966-1995), nas quais atuou como narrador, além da recente “Old Jack’s Boat” (2012-2015), produção do canal pago infantil Cbeebies que ganhou até spin-off estrelado por Cribbins, “Old Jack’s Boat: Rockpool Tales” (2015). Nos últimos tempos, ele também apareceu em diversos episódios de “Doctor Who” (entre 2007 e 2010) como Wilfred Mott, o avô de Donna Noble (Catherine Tate), uma das companheiras do Doutor vivido por David Tennant. A participação não foi a primeira relação de Cribbins com a franquia. Ele entrou no universo de “Doctor Who” ainda nos anos 1960, com uma participação no filme “Ano 2150: A Invasão da Terra” (1966). E seu último trabalho foi um podcast sobre aquele filme, “Dr. Who & The Daleks: The Official Story of the Films”, lançado em maio passado. Em 2011, ele foi premiado com uma OBE (Ordem do Império Britânico) por seus serviços prestados às artes. O showrunner de “Doctor Who”, Russell T. Davies, postou uma homenagem ao ator em sua conta do Instagram, declarando que “amava este homem” e lembrando o quanto “ele adorava fazer Doctor Who”. “Bernard nos dizia, com um sorriso no rosto, que crianças na rua o chamavam de ‘vovô'”, escreveu o responsável pela série. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Russell T Davies (@russelltdavies63)
Margaret Nolan (1943 – 2020)
A atriz Margaret Nolan, que ficou conhecida como mulher de ouro do filme “007 Contra Goldfinger”, morreu em 5 de outubro passado, aos 76 anos. Além de aparecer na abertura e no pôster de “Goldfinger”, ela também teve um papel no longa e se destacou em diversas comédias britânicas, participando até de um filme com os Beatles. Nolan começou sua carreira nas artes como modelo, adotando o pseudônimo de Vicky Kennedy no início dos anos 1960, mas retomou seu nome de nascimento assim que começou a atuar. Seu corpo cheio de curvas chamou atenção dos produtores do canal britânico ITV, que a lançaram em seu primeiro papel de garota sexy num episódio de 1963 da série clássica “O Santo” (The Saint), ao lado do futuro 007 Roger Moore. Ela chegou ao cinema no ano seguinte, em nada menos que cinco filmes. Nolan viveu uma candidata a miss na comédia “Um Corpo de Mulher”, teve uma cena em “Os Reis do Ié-Ié-Ié”, primeiro filme dos Beatles, juntou-se a outra banda de Liverpool, Gerry & The Pacemakers, em “Frenéticos do Ritmo”, e ainda apareceu em “Saturday Night Out”. Mas foi mesmo com “007 Contra Goldfinger” que atingiu status de ícone na Inglaterra. Embora tenha aparecido no filme como Dink, massageando James Bond (Sean Connery), seu desempenho mais lembrado acontece na famosa sequência de abertura, como a modelo pintada de ouro, que serve de tela para cenas da produção, projetadas sobre o corpo. O visual mod-psicodélico também foi evocado no pôster do filme, com Connery estampado sobre sua pele dourada. Esse trabalho lhe rendeu vários convites para voltar a ser modelo, inclusive uma sessão de fotos para a revista Playboy, mas ela não quis largar o cinema. Depois de filmar “Três Quartos em Manhattan” (1965) com o francês Marcel Carné, apareceu na sua primeira comédia besteirol da franquia “Carry On”, “Pra Frente, Vaqueiro” (1965), e encontrou seu nicho como comediante. Embora tenha aparecido no terror “O Caçador de Bruxas” (1968), com Vincent Price, ela transformou o papel de garota sexy numa bem-sucedida filmografia de humor, contracenando inclusive com os americanos Warren Beatty e Jerry Lewis, respectivamente em “A Deliciosa Viuvinha” (1966) e “Um Golpe das Arábias” (1968). Ao ser convidada para mais quatro filmes de “Carry On”, entre eles os sucessos “Manda Ver, Henry” (1971) e “Simplesmente Garotas” (1973), conseguiu manter sua popularidade até meados dos anos 1970. Nolan ainda atuou em diversos episódios de séries britânicas famosas, incluindo “Danger Man”, “Secret Agent”, “The Persuaders” e “Q”, e chegou a ser dirigida por Alfred Hitchcock em “Frenesi”, mas sua cena foi cortada na edição que chegou aos cinemas em 1972. Assim que as ofertas de trabalho diminuíram, no começo dos anos 1980, ela decidiu se reinventar. Mudou-se para a Espanha e passou a trabalhar com fotografia, realizando experiências visuais com fotomontagens. Suas obras foram aclamadas e exibidas em galerias de arte de Londres. Ela só voltou a atuar por insistência de um fã. O diretor Edgar Wright a escalou para um pequeno papel em seu próximo filme, “Last Night in Soho”, que ela completou antes de morrer. “Ela estava no meio de tudo que era cool nos anos 1960”, descreveu Wright em suas redes sociais, ao lamentar a morte da atriz. A atriz deixa dois filhos. Um deles, Oscar Deeks, deu sequência a duas paixões da mãe, virando diretor de fotografia de cinema. Não só isso: sua carreira começou como assistente de fotografia em “007 – Cassino Royale” (2006).

