Apple TV+ anuncia série sobre Messi com cenas da Copa do Mundo
A Apple TV+ anunciou uma série documental de Lionel Messi, ídolo do Paris Saint-Germain e campeão da Copa do Mundo de 2022 pela seleção da Argentina. O fenômeno do futebol argentino terá sua história contada em quatro partes, incluindo filmagens da última Copa do Mundo e entrevistas de colegas e comentaristas do esporte. A produção deve seguir os moldes de outras do gênero, como “Neymar – O Caos Perfeito”, lançada pela Netflix no começo do ano passado. A série foi filmada em Paris, Catar e Argentina, acompanhando a jornada do vencedor do troféu Bola de Ouro, a mais consagrada premiação do futebol, por sete vezes. O enredo inclui também suas cinco participações na Copa do Mundo da FIFA, culminando em sua vitória na edição do Qatar, uma das finais mais emocionantes da história do esporte. Desafio na Copa do Mundo A história será narrada pelo meio-campista do Paris Saint-Germain ao longo dos episódios, proporcionando uma visão íntima sobre sua trajetória e a busca pela vitória na Copa do Mundo. Menos de duas semanas antes do início da competição, Messi teve uma conversa bastante reflexiva com os produtores da série, que já estava sendo filmada. “Seria a melhor experiência vencer uma Copa do Mundo e poder encerrar minha carreira dessa forma. Eu sonhei com isso depois de muitos anos lutando por isso”, confessou. “Criei um milhão de possibilidades do que poderia acontecer… o primeiro jogo, as oitavas de final, as quartas de final, a semifinal e a final. Também vou vivê-la como algo especial, porque é a última. Terminar meu último ano ganhando uma Copa do Mundo seria o final dos sonhos”. Durante a Copa do Mundo, a equipe da produção acompanhou Messi desde os campos de treinamento no Catar até seus momentos fora dos holofotes. Mostrando os aspectos públicos e privados da vida do jogador, a série quer oferecer uma perspectiva única aos espectadores. Trajetória do fenômeno O documentário percorre desde o começo da carreira de Messi, com sua primeira partida pela seleção argentina, onde recebeu um cartão vermelho no primeiro minuto. Outro tema que será abordado é a aposentadoria precoce do jogador em 2016, aos 29 anos, e seu retorno até ser coroado como o melhor jogador da Copa do Mundo em 2022. A série é produzida pela Smuggler Entertainment em parceria com a produtora argentina Pegsa. No time de produtores executivos, estão Tim Pastore e Matt Renner, que estiveram por trás do filme vencedor do Oscar de Melhor Documentário “Free Solo” (2018). Ainda sem título definido, a série documental sobre Messi ainda não tem previsão de estreia.
Documentário sobre abusos de Michael Jackson vence o Emmy 2019
A Academia da Televisão dos Estados Unidos realizou na noite de sábado (14/9) a primeira parte da premiação do Emmy Awards 2019. O evento não televisionado aconteceu em Los Angeles e destacou os melhores das chamadas “artes criativas” da indústria televisiva americana. São os prêmios das categorias mais técnicas, como edição, maquiagem, fotografia, dublagem, etc. Mas também entram na lista alguns troféus que poderiam estar na cerimônia principal, a ser realizada no próximo fim de semana. Um dos resultados mais esperados da noite era o vencedor da disputa de Melhor Documentário. E deu o mais polêmico: “Deixando Neverland”. O filme de Dan Reed exibido pela HBO, após causar no Festival de Sundance deste ano, registra depoimentos de dois homens adultos que dizem ter sido abusados sexualmente por Michael Jackson quando tinham 7 e 10 anos de idade. A obra foi recebida com indignação pela família do cantor e gerou protestos entre os fãs. Para o bem e para o mal, deu o que falar. E agora recebeu a aprovação da Academia. Curiosamente, a produção mais premiada da noite foi outro documentário. “Free Solo”, produção da National Geographic que já tinha vencido o Oscar de Melhor Documentário, não disputou esta categoria no Emmy, mas venceu todos os sete prêmios a que concorria. O filme dirigido por Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi, sobre um alpinista determinado a bater um recorde de escalada solo numa montanha dos Estados Unidos, venceu as categorias de Direção de Documentário, Cinematografia, Montagem, Edição de Som, Mixagem, Trilha Sonora e Mídia Interativa. Em compensação, o documentário do show “Homecoming”, de Beyoncé, que concorria a seis troféus, saiu sem nenhum reconhecimento. A derrota em todas as categorias fez muitos fãs da cantora protestarem nas redes sociais. Beyoncé perdeu, entre outros, para James Corden, que venceu o prêmio de Melhor Especial de Variedades por seu programa “Carpool Karaoke”. “Beyoncé se esforça tanto para fazer um ótimo documentário e é vencida por um karaokê? Mulheres nunca podem vencer”, desabafou uma fã no Twitter. “O próprio James Corden entregaria esse prêmio para a Beyoncé!”, reclamou outro. Na verdade, é possível considerar que Beyoncé perdeu para Paul McCartney, já que o episódio de “Carpool Karoke” contemplado com o Emmy trazia o ex-Beatle de volta à sua cidade natal, Liverpool. Ela também perdeu para Bruce Springsteen na disputa de Melhor Direção de Especial, vencido por Thom Zimny, diretor de “Springsteen on Broadway”. Entre os programas de reality show, RuPaul conquistou pelo quarto ano consecutivo o Emmy de Melhor Apresentador de Programa de Competição, “Queer Eye” garantiu pelo segundo ano o prêmio de Melhor Reality Show Estruturado e “Anthony Bourdain Parts Unknown”, o programa de viagens e gastronomia apresentado pelo chef americano que se suicidou em 2018, ganhou dois Emmys. Clique aqui para conhecer os vencedores das categorias de série animada do Emmy 2019. Outros prêmios serão entregues na noite deste domingo (15/9) e a parte televisionada da premiação vai acontecer no próximo domingo (22/9), com transmissão ao vivo para o Brasil pelo canal pago TNT.
Primeiro drama da carreira do diretor de Debi e Lóide vence o Festival de Toronto
O filme “Green Book”, de Peter Farrelly, foi o vencedor do Festival de Toronto 2018. Drama sobre racismo nos Estados Unidos, “Green Book” foi também um dos longas mais elogiados pela crítica durante a realização do evento, surpreendendo a imprensa americana por não ter integrado nenhuma lista prévia de filmes que mereciam maior atenção nessa arrancada rumo ao Oscar. De subestimado, virou favorito a chegar forte na premiação da Academia. Filmes premiados em Toronto costumam ter reconhecimento no Oscar, como aconteceu com “La La Land”, “12 Anos de Escravidão”, “O Quarto de Jack”, “Quem Quer Ser um Milionário?” e muitos outros. A razão de ter pego a mídia desprevenida reflete a ficha corrida de seu diretor. Peter Ferrelly pautava sua carreira, até então, por besteiróis realizados com seu irmão Bobby Farrelly, uma parceria que durou 20 anos, de “Debi e Lóide” (1994) a “Debi e Lóide 2” (2014). “Green Book” é seu primeiro filme solo. E também seu primeiro drama. Comparado a um “Conduzindo Miss Daisy” (1989) às avessas, traz Viggo Mortensen (“Capitão Fantástico”) como um caipira que arranja emprego como motorista de um pianista erudito negro, vivido por Mahershala Ali (“Moonlight”). Conforme os dois embarcam numa longa viagem pelo sul dos Estados Unidos, cumprindo uma turnê do pianista em apresentações para ricaços brancos nos anos 1960, as diferenças entre os dois se tornam evidentes, mas também os aproximam. O pianista ensina um pouco de refinamento para o grosso motorista, que, por sua vez, apresenta ao patrão alguns dos prazeres simples da vida. Entretanto, essa situação da dupla chama atenção de racistas. Por curiosidade, “Green Book” era o nome de um guia de viagens para negros, vendido nos Estados Unidos do período, com endereços que aceitavam hospedar e alimentar negros. A obra bateu outro drama sobre racismo aguardado com muito mais expectativa, “If Beale Street Could Talk”, de Barry Jenkins (o diretor de “Moonlight”), além do badalado “Roma”, de Alfonso Cuarón (“Gravidade”), vencedor do Festival de Veneza 2018, que também aborda diferenças sociais. Estes acabaram em 2º e 3º lugares, respectivamente. Os principais troféus de Toronto são decididos pelo voto popular. E o público também elegeu “Free Solo” de E. Chai Vasarhelyi e Jimmy Chin, como Melhor Documentário, e “The Man Who Feels no Pain”, do indiano Vasam Bala, o Melhor Filme da Seção da Meia-noite. Já a crítica internacional preferiu “Skin”, do isralense Guy Nativ, história real de um skinhead arrependido (vivido por Jaime Bell) que faz um acordo com o FBI e oferece provas de crimes de sua antiga gangue em troca de ajuda para remover tatuagens racistas de seu corpo. Além do voto aberto em todos os filmes de sua programação, Toronto também tem uma seção competitiva, incluída em 2015, cujos vencedores são definidos por um júri especializado. E a produção que venceu a seção Plataforma (Platform) neste ano foi “City of Last Things”, uma coprodução entre China, Taiwan, Estados Unidos e França, dirigida pelo malaio Wi Ding Ho. Em sua 43ª edição, o Festival de Toronto exibiu 345 filmes ao todo. Na cerimônia de premiação foram ressaltados os esforços para aumentar a participação feminina na indústria do cinema, apontando que 35% dos longas da programação deste ano foram dirigidos por mulheres.


