Filme brasileiro é premiado no Festival de Berlim
O Festival de Berlim divulgou no sábado (19/2) os vencedores da mostra Panorama, que incluiu o filme brasileiro “Fogaréu”. O primeiro longa-metragem dirigido pela goiana Flávia Neves ficou em 3º lugar. A votação foi decidida pelo público, que consagrou como vencedor o longa cazaque “Happiness”, de Askar Usabayev, e deixou o ucraniano “Klondike”, de Maryna Gorbach, em 2º lugar. “Fogaréu” se passa em Goiás Velho, antiga capital goiana, e faz uma denúncia contra famílias ricas que adotam crianças, muitas vezes com transtornos mentais, numa suposta ação de solidariedade que, com o tempo, se revela uma busca por mão de obra análoga à escravidão. Na trama, que mescla elementos dramáticos e sobrenaturais, a personagem de Bárbara Colen (de “Bacurau”) retorna para a casa do tio após a morte da mãe adotiva e se vê diante de uma série de questionamentos sobre o próprio passado. Antes de “Fogaréu”, Neves dirigiu o curta-metragem “Liberdade” e a série “Amanajé, o Mensageiro do Futuro”. Atualmente, a cineasta trabalha no seu segundo longa, “Tempo do Poder”, ainda sem previsão de estreia. O filme da diretora goiana foi o único longa brasileiro premiado no festival alemão deste ano. Mas, na semana passada, quando foram entregues os prêmios do júri, um curta nacional também se consagrou no evento. O carioca Bruno Ribeiro venceu o Urso de Prata, segundo prêmio mais importante entre os curtas-metragens exibidos no Festival de Berlim, com “Manhã de Domingo”. O filme retrata uma pianista negra às vésperas de um importante recital.
Festival de Berlim 2022 começa em clima de pandemia
O Festival de Berlim começa sua 72ª edição nesta quinta (10/2) em clima de pandemia, cercado de protocolos sanitários, como testes e exigência de vacinação, e sem festas e eventos públicos. A programação também foi compactada. Todos os 256 títulos serão exibidos até o dia 16, e os quatro dias restantes serão dedicados a reprises. Além disso, o European Film Market, a seção de negócios do festival, foi transformada em evento virtual. Tudo isso para exibir filmes de forma presencial, depois da edição online do ano passado. “Se fossemos obrigados a voltar ao virtual, teríamos que fazer uma nova seleção de filmes, pois metade está comprometida com a projeção em salas”, afirmou Carlo Chatrian, diretor artístico da Berlinale. Com apenas um filme americano em competição, pois, segundo Chatrian, os demais inscritos não eram “fortes o suficiente”, a disputa do Urso de Ouro destaca cineastas europeus e asiáticos. Além do filme de Ozon, que faz uma homenagem ao mítico “As Lágrimas Amargas de Petra von Kant”, de Rainer Werner Fassbinder, outros destaques da mostra competitiva são o novo filme do sul-coreano Hong Sang-soo, “The Novelist’s Film”, a nova produção da francesa Claire Denis, “Avec Amour et Acharnement”, e o segundo longa solo do italiano Paolo Taviani após a morte do irmão, “Leonora Addio”. O cineasta M. Night Shyamalan é o presidente do júri, que inclui o cineasta brasileiro Karim Aïnouz e entregará o Leão de Ouro ao melhor da competição no dia 20. Fora da competição, a programação se estende por várias mostras, que exibirão desde “Dark Glasses”, a volta do mestre Dario Argento ao terror, até seis títulos brasileiros. Na principal mostra paralela, a Panorama, o destaque é “Fogaréu”, drama de Flávia Neves, estrelado por Bárbara Colen, sobre estruturas coloniais e desigualdade que resistem no interior do Brasil. Na Forum, são dois longas. “Mato Seco em Chamas”, codirigido por Adirley Queirós e pela portuguesa Joana Pimenta, mostra o contraste entre a realidade de mulheres de Ceilândia e a venda de petróleo encontrado sob a cidade, enquanto “Três Tigres Tristes”, de Gustavo Vinagre, aborda a situação de jovens queer de São Paulo durante a pandemia de covid-19. Os demais títulos são curtas-metragens: “O Dente do Dragão”, de Rafael Castanheira Parrode, que estará na mostra Forum Expanded, “Manhã de Domingo”, de Bruno Ribeiro, e “Se Hace Camino al Andar”, de Paula Gaitán.
Brasil tem seis filmes na programação do Festival de Berlim
O Festival de Berlim anunciou a programação de sua edição de 2022 com grande representação brasileira. São seis títulos. Só que nenhum na mostra principal. Na principal mostra paralela, a Panorama, o destaque é “Fogaréu”, drama de Flávia Neves, estrelado por Bárbara Colen, sobre estruturas coloniais e desigualdade que resistem no interior do Brasil. Na Forum, são dois longas. “Mato Seco em Chamas”, codirigido por Adirley Queirós e pela portuguesa Joana Pimenta, mostra o contraste entre a realidade de mulheres de Ceilândia e a venda de petróleo encontrado sob a cidade, enquanto “Três Tigres Tristes”, de Gustavo Vinagre, aborda a situação de jovens queer de São Paulo durante a pandemia de covid-19. Os demais títulos são curta-metragens: “O Dente do Dragão”, de Rafael Castanheira Parrode, que estará na mostra Forum Expanded, “Manhã de Domingo”, de Bruno Ribeiro, e “Se Hace Camino al Andar”, de Paula Gaitán. O festival vai começar em 10 de fevereiro com a exibição de “Peter von Kant”, em que o francês François Ozon faz uma homenagem ao mítico “As Lágrimas Amargas de Petra von Kant”, de Rainer Werner Fassbinder. Outros destaques da mostra competitiva são o novo filme do diretor sul-coreano Hong Sang-soo, “The Novelist’s Film”, a nova produção da francesa Claire Denis, “Both Sides of the Blade”, e o segundo longa solo do italiano Paolo Taviani após a morte do irmão, “Leonora Addio”. O cineasta M. Night Shyamalan será o presidente do júri que entregará o Leão de Ouro ao melhor da competição. Veja abaixo a lista dos filmes que disputarão o prêmio. Mostra Competitiva “A E I O U: A Quick Alphabet of Love” (França/Alemanha), de Nicolette Krebitz “A Piece of Sky” (Suíça/Alemanha), de Michael Koch “Alcarràs” (Espanha/Itália), de Carla Simón “Before, Now & Then” (Indonésia), de Kamila Andini “Both Sides of the Blade” (França), de Claire Denis “Call Jane” (Estados Unidos), de Phyllis Nagy “Everything Will Be OK” (França/Camboja), de Rithy Panh “Leonora Addio” (Itália), de Paolo Taviani “One Year, One Night” (Espanha/França), de Isaki Lacuesta “Peter von Kant” (França), de François Ozon “Rabiye Kurnaz vs. George W. Bush” (Alemanha/França), de Andreas Dresen “Return to Dust” (China), de Li Ruijun “Rimini” (Áustria/França/Alemanha), de Ulrich Seidl “Robe of Gems” (México/Argentina/Estados Unidos), de Natalia López Gallardo “That Kind of Summer” (Canadá), de Denis Côté “The Line” (Suíça/França/Bélgica), de Ursula Meier “The Novelist’s Film” (Coreia do Sul), de Hong Sang-soo “The Passengers of the Night” (França), de Mikhaël Hers
Ventana Sur consagra novidades do cinema brasileiro
Considerado o maior evento do mercado cinematográfico latino-americano (especialmente num ano sem festival do Rio), o festival argentino Ventana Sur terminou na sexta-feira (4/12) consagrando o cinema brasileiro. “Anaíra”, longa dirigido por Sérgio Machado, levou os dois únicos prêmios na categoria Cópia Final, que reconhece longas-metragens de ficção latino-americanos em fase de conclusão e retoques finais. Filmado no Amazonas, o longa é inspirado em contos de Milton Hatoum e dialoga com um dos melhores trabalhos do diretor, “Cidade Baixa” (2005), ao explorar os pontos fracos e o fracasso da masculinidade, quando dois irmãos se apaixonam pela mesma mulher, a Anaíra do título provisório, vivida por Sophie Charlotte (“Reza a Lenda”). E o título é realmente provisório. “A montagem não tá pronta, não temos sequer nome definitivo, mas começamos com o pé direito”, disse Machado, ao comemorar o prêmio em seu Instagram (veja abaixo). A previsão é que o longa seja lançado nos cinemas apenas no segundo semestre de 2022. A vitória também marca uma fase consagradora da produtora Gullane (que realizou “Anaíra” em parceria com a TC Filmes), após vencer um Emmy Internacional (pela série “Ninguém Tá Olhando”) e emplacar uma de sua produção “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou” como candidato do Brasil à vaga no Oscar de Melhor Filme Internacional. Realizado pela Marché du Film e o Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais da Argentina, o Ventena Sur ainda premiou “A Felicidade das Coisas”, de Thais Fujinaga, sobre uma mãe de classe média sob pressão, e “Fogaréu” de Flávia Neves, uma representação dilacerante de racismo, abuso de gênero e colonialismo residual no Brasil. Os dois filmes, que representam a nova geração de cineastas femininas do país, foram premiados na sessão Primeiro Corte, dedicada a filmes sem pós-produção. Além disso, a crítica internacional também encheu a bola de “A Nuvem Rosa”, que a revista Variety chamou de “uma das propriedades mais badaladas do Ventana Sur”. Trata-se do longa de estreia de outra cineasta, a gaúcha Iuli Gerbase, filha do diretor Carlos Gerbase e da produtora Luciana Tomasi. Com Buenos Aires ainda sob impacto de restrições da pandemia, o evento espalhou as exibições de seus filmes por cinco cidades em dois continentes – Madri, Cidade do México, Bogotá, São Paulo e Santiago – e disponibilizou exibições digitais para o resto do mundo. Mas não encerrou completamente suas atividades. Os quatro filmes brasileiros que se destacaram no evento também foram selecionados para exibição em Paris, diante de negociadores internacionais, na versão francesa do Ventana Sur. Apenas os melhores títulos do mercado latino participarão dessa segunda fase, ampliando a possibilidade de fecharem distribuição mundial. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Sérgio Machado (@s.rmachado)



