PIPOCAMODERNA
Pipoca Moderna
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc

Nenhum widget encontrado na barra lateral Alt!

  • Filme

    Cannes: Cristian Mungiu mostra a força irresistível da corrupção

    20 de maio de 2016 /

    O romeno Cristian Mungiu já tem uma Palma de Ouro, por “4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias” (2007), uma obra-prima sobre o horror da vida sob os escombros do comunismo, cujo título descreve um aborto. Ele também foi premiado em Cannes pelo roteiro de “Além das Montanhas” (2012), em que a crença religiosa leva uma jovem à morte. Cineasta que dá cores vivas a um mundo repleto de tons de cinza, ele volta a focar escolhas morais em situações limite em seu novo drama, “Graduation” (“Bacalaureat” no original e “formatura” em tradução literal). O filme gira em torno de um pai dedicado e médico de uma pequena cidade da Transilvânia, chamado Romeo (vivido por Adrian Titieni, de “Instinto Materno”), que preparou a filha (Maria-Victoria Dragus, de “A Fita Vermelha”) para ganhar uma bolsa de estudo para estudar na Inglaterra. Mas, às vésperas dos exames finais do colegial, ela sofre um ataque sexual, desmorona e põe em risco os planos de estudar longe da Romênia. Diante do problema, o pai se desespera e apela para formas de garantir a aprovação da filha, num país marcado pela corrupção e distribuição de propinas, mesmo que isso comprometa todos os princípios que ele ensinou para a menina. Para complicar ainda mais, há uma operação policial contra a corrupção no país – uma Lava Jato romena. A história de “Graduation”, como toda a obra de Mungiu, vem da experiência de viver numa sociedade atrasada por décadas de burocracia comunista, mas encontra enorme ressonância no mundo contemporâneo. A citação à Lava Jato já demonstra como o filme se aproxima da realidade do Brasil, mostrando a universalidade do tema proposto. “A história de Romeo é também uma história sobre uma sociedade e suas instituições”, explicou Mungiu, durante a entrevista coletiva no festival. “Há uma relação entre compromisso, corrupção, educação e pobreza?”, ele questiona, mostrando o debate político que a trama é capaz de inspirar. Ao colocar seus personagens diante de escolhas morais, transfere as mesmas perguntas ao espectador. “O filme fala de um pai que escolhe o que acha ser o melhor para a filha, se é aprendendo a viver no mundo real ou a lutar da forma que for possível para mudar esse mundo”. O cineasta filma tudo com grande naturalismo, sem histeria, como um registro sóbrio de uma realidade social. E foca o mundo inteiro. “Esta história não fala somente da Romênia, mas de uma forma de fazer certas coisas, de como deixamos o comércio entrar em nossas vidas. Espero que seja um filme universal”, ele conclui.

    Leia mais
  • Filme

    Cannes: Xavier Dolan desaponta ao filmar astros franceses

    20 de maio de 2016 /

    O jovem cineasta canadense Xavier Dolan tem apenas 27 anos, mas já possui uma bela coleção de troféus numa carreira que soma seis longa-metragens. Não foi por acaso que, após ganhar o reconhecimento de Cannes com o Prêmio Especial do Júri pela direção de “Mommy”, em 2014, ele retornou ao festival francês com status de favorito à Palma de Ouro. Entretanto, após as primeiras projeções de “Juste la Fin du Monde”, essa expectativa foi bastante reajustada. “Juste la Fin du Monde” é o primeiro filme de Dolan, que sempre filmou em francês, estrelado exclusivamente por atores da França. A obra é protagonizada por Gaspard Ulliel (“Saint Laurent”) e o elenco ainda inclui Léa Seydoux (“007 Contra Spectre”), Marion Cotillard (“Macbeth”), Vincent Cassel (“Em Transe”) e Nathalie Baye (“Uma Doce Mentira”). Adaptação da peça de mesmo nome de Jean-Luc Lagarce, acompanha um jovem escritor que, depois de 12 anos longe da família, volta para a casa de sua família para anunciar que em breve vai morrer. Entretanto, pequenas picuinhas e ressentimentos mudam o rumo do reencontro, enquanto todas as tentativas de empatia são sabotados pela incapacidade das pessoas para ouvir e amar. O texto lida com a insensibilidade humana. E o diretor pôde conhecer de perto o que isso significa pela reação da crítica ao filme, rotulado como o mais desapontador do festival. Na entrevista coletiva, ele se mostrou conformado. “Estou em Cannes, é normal que alguns filmes sejam bem recebidos, outros não. Talvez tome um tempo para que o filme possa se estabelecer: acho que as pessoas deveriam ouvir o filme, e não só vê-lo”, disse Dolan. “É o meu melhor filme”, completou, elogiando-se. Ele lembrou foi apresentado à peça há seis anos pela amiga e atriz Anne Dorval (de “Mommy”), e que na época também teve dificuldades em perceber sua profundidade. “Na primeira vez que a li, não me identifiquei com os personagens. Acho que não estava maduro o suficiente para entendê-la”. Durante o encontro com a imprensa, Dolan foi bastante questionado pela opção por uma narrativa permeada por close-ups no rosto dos atores, algo mais usado na televisão. “Senti que era necessário estar perto de todos os atores, que não podíamos estar distantes”, respondeu. “É um filme sobre linguagem, sobre comunicação, mas também silêncios e olhares que se vê nos rostos”, ele explicou. Essa proximidade, Dolan aponta, era necessária para transmitir o que não é verbalizado. “O mais fascinante do texto de Lagarce é o nervosismo que os personagens parecem demonstrar e, quando conseguem expressar, geralmente é sobre coisas inúteis. Eles falam e brigam sobre tudo, exceto sobre o que realmente sentem ou desejam profundamente dizer”, observou o diretor. O problema seria justamente esse. O que Dolan enxerga como trunfo, a crítica internacional apontou como defeito. Nem o texto nem os personagens seriam interessantes o suficiente para manter o espectador interessado na conclusão, nem mesmo com um elenco de estrelas francesas na tela. Dolan, porém, não deve se abater muito se o filme fracassar. Ele já está preparando seu próximo projeto, que será sua estreia em inglês, estrelado por Kit Harington (o Jon Snow de “Game of Thrones”), Natalie Portman (“Thor”) e Jessica Chastain (“Interestelar”). Veja Também: Filme de Xavier Dolan com astros franceses ganha fotos, pôsteres e duas cenas inéditas

    Leia mais
  • Filme

    Cannes: Irmãos Dardenne dividem opiniões com nova parábola moral

    19 de maio de 2016 /

    Com duas Palmas de Ouro no currículo, por “Rosetta” (1999) e “A Criança” (2005), os irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne são sempre favoritos na competição do Festival de Cannes. Mas a première de seu novo filme, “La Fille Inconnue” (A Garota Desconhecida), não obteve a unanimidade crítica com a qual eles se acostumaram. O filme dividiu opiniões, aguardando à velha guarda europeia e irritando os jovens da era digital. Assim como em seu filme anterior, o ótimo “Dois Dias e uma Noite” (2014), os Dardenne voltam a trabalhar com uma atriz francesa no auge de sua carreira. Antes, foi Marion Cotillard. Agora, é Adèle Haenel, vencedora de dois prêmios César (por “Suzanne” e “Amor à Primeira Briga”). Ela vive uma médica que se recusa a atender uma mulher negra após fechar o consultório, apenas para descobrir, no dia seguinte, que a desconhecida foi morta ali perto. O sentimento de culpa ainda lhe cobra pelo afastamento de um estagiário, que chegou a desistir da Medicina depois de uma crise. E isso a torna obcecada por descobrir mais a respeito da falecida, lançando-a numa investigação mais intensa que a da própria polícia. Até que fica claro que, por questões sociais, ela é na verdade a única interessada em descobrir algo sobre aquela morte. “Questões morais sempre partem de pontos de vistas pessoais. Nos sentimos compelidos a buscar histórias que explorem essa perspectiva”, explicou Luc Dardenne, durante a entrevista coletiva do festival. Se o ponto de vista pessoal é o ponto de partida, o objetivo final é, claramente, ecoar como uma parábola moral, onde o sentimento de culpa vira martírio para quem busca a redenção. “O público, claro, pode entender o filme como quiser. Uma vez que tenha sido visto, um filme pertence aos espectadores. Se eles quiserem ver algum exemplo neste, têm liberdade para fazê-los. Podem vê-lo tanto como uma história individual moral quanto como um diagnóstico da sociedade”, Luc completa. A ambição de diagnosticar a sociedade se deve à forma sutil como a trama trata a responsabilidade de sua protagonista diante de uma vítima das classes menos favorecidas. A morta, descobre-se, era uma imigrante africana. E, assim, a trama embute a questão da imigração que está no centro dos debates da Europa atual. “Não estamos tentando mandar nenhum recado”, ele avisa, antes que lhe passem alguma bandeira para agitar. “Estamos contando a história de alguém que se sente responsável… e se recusa a dizer ‘não vi nada'”, explica, para justificar o purgatório em que a personagem passa a habitar. “Ela não abriu a porta quando deveria”.

    Leia mais
  • Filme

    Cannes: Pedro Almodóvar não quer ser uma vaca sagrada

    18 de maio de 2016 /

    Pedro Almodóvar não participou da première de “Juliete” na Espanha para fugir das perguntas sobre o escândalo conhecido como Panama Papers, que revelou contas secretas de políticos e celebridades em paraísos fiscais, inclusive dele e do irmão. Mas não conseguiu escapar do aperto da imprensa em Cannes, onde seu filme concorre à Palma de Ouro. “Meu nome e o do meu irmão estão entre os menos importantes que aparecem na relação dos Panama Papers. Se fizessem um filme sobre o tema, sequer seríamos figurantes. Mas a imprensa espanhola nos tratou como protagonistas”, defendeu-se Almodóvar, na entrevista coletiva. “Nem sabemos direito o que era porque não se investigou. O essencial é que isso não impeça o público de assistir ao filme”, completou. De fato, com tanta proselitismo no festival, pouco tem se falado dos filmes. O brasileiro “Aquarius”, por exemplo, foi ofuscado pelo agitprop. Do mesmo modo, “Julieta” despertou pouco entusiasmo da plateia de jornalistas, mais interessados no escândalo financeiro que na volta do diretor ao melodrama de personagens femininos. Almodóvar aceitou todas as perguntas. E explicou que participa da competição à Palma de Ouro deste ano porque ainda é um cineasta sujeito à críticas e não uma “vaca sagrada”. “Eu, por enquanto, não tenho o talento de Woody Allen e nem de Steven Spielberg”, comparou, nomeando os dois diretores que apresentaram seus novos filmes em Cannes fora de competição. “Já que venho a Cannes, eu prefiro participar da competição. O filme vai receber críticas e prefiro estar em competição porque é mais excitante. Demonstro que não sou uma vaca sagrada”. Pelo mesmo motivo, diz que jamais aceitaria que escrevessem sua biografia. “Não quero biografias nem autorizadas e nem não autorizadas. Não permito que ninguém faça uma biografia minha, mas transmita ao futuro a mensagem que minha vida está nessas 20 filmes”, disse, aludindo à totalidade de sua filmografia. O filme de número 20 é uma adaptação de três contos da autora canadense Alice Munro, vencedora do Nobel de Literatura, e é centrado na figura da personagem-título, assombrada pela fuga da filha adolescente, 12 anos atrás. O diretor disse ter se encantado com a obra por conta seus mistérios. “Quando termino de ler Alice Munro, parece que sei menos do que antes”. A ideia original era usar a obra da escritora para fazer seu primeiro filme americano. “Pensei em filmar em inglês, em Nova York. Cheguei até a falar com uma atriz americana. Mas quando peguei a versão em língua inglesa do roteiro, fiquei inseguro. Afinal, não há nada mais distante de uma família americana do que uma família espanhola”, ele explicou. O que começou como uma adaptação literária, porém, logo começou a ganhar o estilo característico dos filmes do escritor. Ele confessa que é um impulso que não consegue evitar. “Não sou um adaptador fiel. Eu tiro um parágrafo como ponto de partida e preencho o resto com a minha imaginação”, apontou. A trama, que se desenrola ao longo de três décadas, entre 1985 e 2015, conta com duas atrizes diferentes interpretando o papel principal, Emma Suarez (“Buscando a Eimish”) e Adriana Ugarte (“Combustión”). “Queria que se observasse na atriz o tempo que passou, os anos de dor no olhar. Isto é impossível de se criar apenas com a maquiagem”, ele ponderou. “E, por outro lado, também queria imitar o meu mestre Luis Buñuel”, disse o cineasta, referindo-se ao filme “Esse Obscuro Objeto do Desejo” (1977), em que a protagonista foi vivida por duas intérpretes. Almodóvar não fazia um filme centrado em uma personagem feminina desde “Volver”, há dez anos. Mas “Julieta” não é só um filme de mulher, é um filme de mãe, um de seus temas favoritos. “Fiz muitos filmes sobre mães, mas acredito que de todas as mães que retratei, Julieta é a mais frágil e vulnerável, com menos capacidade de luta”, comparou. “Ela tem uma desesperada resistência passiva, se é que isso é possível. As outras mães dos meus filmes são poderosas. Julieta vai perdendo a força. Em dado momento, é uma espécie de zumbi que caminha pelas ruas”, disse. “A personagem começa aberta à aventura. O tempo e as circunstâncias a tratam muito mal. A fatalidade é muito presente. Não são coisas enormes que ela faz errado. Mas a vida a trata muito mal. É um drama trágico.” Apesar do tom trágico, “Julieta” também marca a retomada da palheta de cores vivas – vermelho, laranja e azul – , que caracterizam as produções mais alegres do cineasta espanhol. “Sou filho do technicolor. Os primeiros filmes de que me lembro como criança eram em technicolor, cores muito claras e contrastantes. Meus filmes podem ser algo barrocos, e é claro que sou um filho dos anos 1960… tudo isso levou a um uso exagerado das cores”, ele justificou. A lembrança nostálgica o faz lembrar da própria idade, 67 anos, e citar o escritor Philip Roth: “‘A velhice não é uma doença, mas um massacre’. É assim que sinto a passagem do tempo”.

    Leia mais
  • Filme

    Cannes: Brasileiros levam protestos de esquerda para a terra do caviar

    17 de maio de 2016 /

    Elenco e diretor de “Aquarius”, filme brasileiro em competição no Festival de Cannes, aproveitaram o tapete vermelho para mostrar ao mundo o que é a chamada “esquerda caviar” nacional. Os artistas que usam “black-tie” (para ficar na expressão da peça de Gianfrancesco Guarnieri) marcaram sua passagem pela terra do caviar empunhando cartazes contra o “golpe” no Brasil, escritos em inglês. Muito chiques e politizados, chamaram atenção internacional para a República de Bananas, onde golpes vitimam a liberdade da expressão e por isso resulta imprescindível sair do país para denunciá-los. “Brazil is not a democracy anymore”, dizia um dos cartazes mais estarrecedores, erguidos de forma heroica pelos novos exilados da ditadura brasileira. Outro defendia o repúdio mundial ao estado de exceção: “The world cannot accept this illegitimate government”. The world. E Cuba e Venezuela já se manifestaram em coro, países onde os sabiás não gorjeiam como cá. “We will resist”, prometeram os guerrilheiros de grife. 68% da população brasileira não vê golpe algum, segundo pesquisa do Datafolha, mas ir à França e não se deixar levar pela “imaginação ao poder” seria como ir ao Rio e não passear pela poluída Copacabana, achando-se chique no último. A esquerda no país do caviar deve se imaginar em maio de 1968, uma época em que as tensões políticas levaram o próprio Festival de Cannes a ser interrompido. Azar se a principal liderança brasileira daquela época hoje esteja na cadeia, amargando duas sentenças consecutivas por corrupção. O guerreiro do povo brasileiro. The warrior from the brazilian people. Em Cannes, teve até punho erguido. O gesto que guerreiro faz quando vai pra prisão por roubar dinheiro do the people. “Eu moro nos Estados Unidos, mas também no Brasil, tenho família e amigos lá e penso que o que está acontecendo, a manipulação da tomada do poder, tem que ser exposto ao mundo inteiro”, disse Sonia Braga, estrela de “Aquarius”, às principais agências internacionais de notícias. Mas logo adiante, um ato falho surge em seu caminho. “Tudo o que se fez desde o fim da ditadura, desde a abertura do Brasil, fizemos juntos. Temos que entender que em dois anos, de todas as formas, vamos votar para presidente. Temos que voltar a fazer as coisas juntos”, ela apela, esquecendo que “Brazil is not a democracy anymore”. O diretor de “Aquarius”, contudo, não vê essa contradição. “O que está acontecendo é um golpe de Estado”, definiu Kleber Mendonça Filho, imperativo, segurando um cartaz com o texto “Un coup d’état a eu lieu au Brésil”, em francês para ficar tão chique quanto seu black-tie. Dressed so sharp, dressed so neat, como descrevia a letra punk de “Coup d’État”, o clássico do Circle Jerks que falava em militares nas ruas e prisões políticas indiscriminadas, o provável retrato do Brasil atual, conforme representam os brasileiros canninos. Por certo, não voltarão ao país, temerosos que devem estar de serem presos e torturados por sua denúncia contundente. Como é elegante ser guerreiro de black-tie e protestar à vontade sem receio. A liberdade de expressão é garantia da desacreditada, mas felizmente real democracia brasileira. Curioso é que não se viu cartazes contra a extinção do Ministério da Cultura. Talvez porque esta questão não possa ser expressada por palavras de ordem dos anos 1960 e seja realmente de interesse nacional. Uma discussão, ressalte-se, plenamente justificada, que até foi abordada em entrevistas, como “um reflexo do grande retrocesso que está acontecendo no Brasil”, no dizer de Eryk Rocha, que trouxe seu documentário “Cinema Novo” ao festival. “Há dois erros gravíssimos. O primeiro é desarticular um ministério da Cultura que em todos os países do mundo – como na França – é um eixo fundamental do desenvolvimento. O outro é desarticular o da Educação”, ele disse, de forma racional, ainda que, ao cometer generalização, desconheça que a França não tenha um Ministério da Cultura exclusivo – é integrado com a Comunicação – , como também não tem os EUA, o Reino Unido e a maioria dos países do Primeiro Mundo. A extinção do MinC também foi evocada como um paradoxo, nas palavras de Maeve Jinkins em entrevista ao UOL, o “paradoxo tão grande (de) estar em Cannes representando o cinema nacional nesse momento”. “Existe um trabalho colossal por trás dessa seleção do filme em Cannes. O cinema só está produzindo uma média de 130 longas por ano porque tivemos leis de incentivo”, disse a atriz, acreditando que isso possa mudar, embora o governo garanta que não será o caso. “Na última vez em que sofremos um grande baque, na era Collor, produzimos um ou dois filmes por ano apenas. Não podemos nunca voltar a isso”, manifestou-se Maeve, provavelmente referindo-se ao fim da Embrafilme, sucata-símbolo da época em que o Estado patrocinava o cinema. Porém, ai porém… O fim da Embrafilme e a era Collor, por outro lado, também legaram a Lei Rouanet, responsável pela “retomada” do cinema nacional e os incentivos que agora são defendidos pela própria atriz tão apaixonadamente. A falta de sentido entrega a fragilidade do discurso ideológico.

    Leia mais
  • Filme

    Cannes: Adam Driver encarna a poesia de Jim Jarmusch em Paterson

    17 de maio de 2016 /

    O ator Adam Driver (“Star Wars: O Despertar da Força”) é um predestinado. Seu sobrenome, em inglês, significa motorista. E a melhor interpretação de sua carreira surge nas telas do Festival de Cannes justamente com esta profissão. As coincidências em torno dos nomes não param aí. Seu personagem, Paterson, dirige um ônibus numa cidade chamada Paterson, num filme intitulado “Paterson”. A redundância faz parte da estratégia do diretor Jim Jarmusch (“Amantes Eternos), que busca apresentar a banalidade do cotidiano, de onde seu protagonista extrai poesia. Literalmente. Enquanto não dirige seu ônibus pela cidadezinha de Nova Jersey, o motorista Driver escreve poemas. E a trama é contada em estrofes, uma para cada dia da semana, ao longo de uma semana em sua vida. “O filme é uma celebração dos pequenos detalhes da vida, por mais simples que sejam”, definiu Jarmusch, na entrevista coletiva do festival. A escolha da locação não foi casual. Paterson foi lar dos poetas Allen Ginsberg e William Carlos Williams. Ambos tinham em comum o uso da linguagem coloquial e versos que refletiam o cotidiano. Paterson, o personagem, também escreve sobre o que vive. Mas sua vida é monótona, com uma mulher dona de casa (a iraniana Golshifteh Farahani, de “Êxodo: Deuses e Reis”) e um cachorro. Se William Carlos Williams trazia profundidade à descrição de um carrinho de mão vermelho, Paterson luta para que caixinhas de fósforos e cadernos encontrem rimas. Mesmo assim, sua vida seria mais banal se não fosse a poesia. Logo, ele descobre que outras pessoas da cidade também escrevem poemas. E o filme sugere que qualquer um, seja um motorista de ônibus, uma dona de casa ou um mero espectador de cinema, pode se tornar o poeta de sua vida. Outra alternativa é enlouquecer, como a mulher de Paterson, que, quando não está sonhando em virar uma cantora, pinta a casa (e a roupa e os cupcakes) em padrões de preto e branco. Jarmusch confessa-se fã de padrões. Ele já manifestou obsessão por tons de xadrez em “Coffee and Cigarettes” (2003). Agora busca a padronagem da monotonia, da vida em preto e branco. “Cada dia de nossas vidas é apenas uma pequena variação da nossa vida do dia anterior”, ele filosofou em Cannes. Mas, às vezes, quando se presta bastante atenção, a rotina pode revelar surpresas. No caso de “Paterson”, elas incluem dois passageiros inusitados no ônibus de Paterson, o casal adolescente de “Moonrise Kingdom”, de Wes Anderson. Trata-se de uma das muitas citações que Jarmusch escondeu em plena vista, na paisagem. “Sou fã de Wes Anderson. Penso que seus últimos filmes estão cada vez mais belos e infantis”, ele elogiou. Porém, não quis citar outras referências do longa, que os cinéfilos se divertirão em descobrir por conta própria. Driver, que tirou uma folga das filmagens de “Star Wars: Episódio VIII” para vir à França acompanhar a première, explicou que também precisou submergir na paisagem para entronizar a rotina de Paterson. “Para me preparar, procurei apenas ouvir o som ambiente, passear pela cidade e me desligar do celular. Era parte desse personagem ser totalmente offline”, disse na coletiva. “O roteiro era muito forte, e os personagens muito transparentes. Eu tentei simplesmente não me intrometer no processo”, resumiu. Sua performance foi muito elogiada pela crítica internacional. Mas há quem aposte na premiação de outro astro do filme, o expressivo buldogue Marvin, o cachorro de Paterson, que deve ganhar a “Palma Dog” (versão da Palma de Ouro para animais). “Ele foi excelente nas improvisações. E se mostrou muito bom para escrever os seus próprios diálogos”, brincou o diretor. Jarmusch já foi selecionado diversas vezes para o Festival de Cannes, desde sua estreia, “Stranger Than Paradise”, premiada com a Câmera de Ouro em 1984, passando por “Flores Partidas”, vencedor do Prêmio do Júri em 2005, até seu longa anterior, “Amantes Eternos”, cuja première aconteceu há dois anos. “Paterson” é seu 9º filme em competição. Mas, fora da competição, ele também exibe seu 9º trabalho no festival, o documentário “Gimme Danger”, sobre Iggy Pop e os Stooges. “Os dois filmes são muito diferentes estilisticamente, mas ambos reforçam a ideia de que você pode escolher o seu caminho”, o diretor comparou. “Você pode escolher o que quer fazer de sua vida. No fundo, ‘Paterson’ é simplesmente sobre isso.”

    Leia mais
  • Filme

    Cannes: Shia LaBeouf lidera uma nova geração em American Honey

    16 de maio de 2016 /

    “American Honey”, da diretora britânica Andrea Arnold (“Aquário”), dividiu a critica presente no Festival de Cannes. Enquanto os blogueiros vaiaram, reclamando da longa duração e do fato de que “nada acontece”, além de cenas de sexo, as publicações impressas (a velha geração) rasgaram elogios ao filme, o primeiro que a cineasta rodou nos EUA. A produção é um road movie que acompanha uma trupe de adolescentes chapadões pela “América profunda”, cruzando o Oeste a reboque do carisma do personagem de Shia LaBeouf (“Transformers”), que recruta jovens pobres para vender assinaturas de revistas. Entre eles, destaca-se Star, vivida pela estreante Sasha Lane. Ela não é boa de vendas, mas compensa sendo muito boa de sexo. O roteiro foi inspirado em um artigo publicado em 2007 no jornal The New York Times, sobre grupos de jovens desajustados contratados por empresas para vender produtos pelo país. O filme explora o contraste entre os protagonistas sem perspectivas e as ricas comunidades do interior americano. E, conforme a diretora explicou, também foi baseado em sua própria experiência de pegar a estrada para conhecer os EUA. “Eu tive alguns momentos muito difíceis viajando por conta própria, me deparando com aquele deserto aberto”, disse Arnold, na entrevista coletiva do festival, revelando que chegou a ter aulas sobre como sobreviver a um tornado, ao chegar no Alabama. “Foi bastante interessante, mas também bastante solitário”. O resultado foi aproveitado na tela. “‘American Honey acabou sendo uma mistura da América que eu cresci vendo em Hollywood – a minha ideia romantizada dela – e a América contemporânea que eu vi durante minhas viagens”. Um país que, ela descobriu, é muito mais miserável que imaginava. “Fiquei impressionada pela miséria que vi. Quando as pessoas não tem dinheiro nos EUA, elas não tem direito à saúde pública nem podem ir ao dentista, como os pobres no Reino Unido. Esse tipo de coisa realmente me chocou.” Mas o que mais lhe chamou a atenção foi o tipo de comércio que viu prosperar nos lugares mais afastados, onde encontrou farmácias lotadas. “Perguntei-lhes o que vendia mais e eles disseram analgésicos para as pessoas mais velhas e antidepressivos para pessoas mais jovens. Todos tinham algum vício.” Shia LaBeouf acrescentou sua própria experiência pessoal ao relato. “Em Bakersville, onde meu pai viveu por um tempo, a única coisa que existe é uma prisão. Então, todo mundo trabalha na prisão. Eu sou parte dessa subclasse. É de onde eu venho, então eu sei sobre isso.” “Nessas cidades pequenas, em que não há presença industrial, a única opção de trabalho para quem está saindo da escola são lanchonetes de fast food. E, embora isso pareça muito triste, identifica quem são os personagens do filme”, explicou a cineasta. “A van dos garotos é um microcosmo do sonho americano, com pessoas tentando ganhar dinheiro para realizar seus sonhos”. Assim como o protagonista, Arnold também recrutou seu elenco ao redor da América, selecionando jovens sem muita experiência dramática para contracenar com LaBeouf e Riley Keough (“Mad Max: Estrada da Fúria”), entre eles um trabalhador da construção civil, um skatista e uma ex-dançarina exótica. A grande estrela, Sasha Lane, foi descoberta tomando sol numa praia, durante o spring break, um mês antes do início das filmagens. A princípio, Sasha desconfiou do projeto, já que incluía muitas cenas de sexo. “Mas embarquei na vibe de Andrea”, disse a atriz. “Eu não entedia nada do que ela falava, mas sempre me pareceu muito doce para ser maldosa. Logo vi que ela era alguém importante e que não se tratava de um truque para me fazer filmar uma pornografia barata”. Sasha não foi a única que precisou ser convencida para entrar na “viagem” da diretora. Ela também precisou seduzir Rihanna. A cena em Shia LaBeouf encontra Sasha Lane, dentro de um Walmart, foi feita ao som de “We Found Love”, da cantora. E para conseguir usar a música, ela precisou insistir muito. “Eu adoro começar uma carta com ‘querida Rihanna’”, ela brincou. “Eu tive que escrever várias delas, explicando de que forma usaríamos a música e qual era a proposta do filme e da cena”. Shia, que dança a canção, também precisou de algum convencimento. “Eu me lembro de Andrea chegando perto de mim no primeiro dia e dizendo ‘eu preciso que você dance Rihanna na frente de todo mundo’”, riu. “Foi bem constrangedor, não foi minha parte preferida das filmagens”. Por outro lado, o ator participou de outras situações mais, digamos, agradáveis. Assim como em “Ninfomaníaca” (2013), ele filmou várias cenas de sexo, algumas coletivas, outras raivosas, embaladas por música country e rap. O sexo entrou na trama pelo conceito básico da cineasta. “Ninguém compra revista hoje dia. O que aqueles jovens fazem não é vender papel, mas a si mesmos”, explicou Arnold. E como eles vendem bem. Vendem-se inclusive como futuros astros. Não por acaso, Sasha Lane é a grande revelação do Festival de Cannes 2016.

    Leia mais
  • Filme

    Cannes: Park Chan-wook seduz com lesbianismo explícito em The Handmaiden

    16 de maio de 2016 /

    Cannes ficou mais picante com a exibição do thriller erótico “The Handmaiden” (Ah-ga-ssi), do diretor sul-coreano Park Chan-wook (“Oldboy”). O filme é uma adaptação do romance lésbico “Na Ponta dos Dedos” da escritora galesa Sarah Waters, mesma autora do livro que inspirou a minissérie britânica “Toque de Veludo” (Tipping the Velvet, 2002) e o filme “Afinidade” (Affinity, 2008), todos de temática lésbica e passados na Inglaterra vitoriana. Park manteve o enredo, mas avançou algumas décadas, mudou a locação e alterou a etnia das personagens. Passada na Coreia nos anos 1930, durante o período de domínio colonial japonês, a trama acompanha Sook-Hee, uma espécie de “Oliver Twist” lésbica, garota órfã de bom coração que mora num cortiço com ladrões e vigaristas, que se vê envolvida num elaborado golpe do baú planejado por um vigarista profissional. O trapaceiro consegue empregar a jovem órfã como criada na casa de uma família japonesa rica, esperando que ela convença Lady Hideko, herdeira de uma fortuna, a casar-se com ele. Seu plano, porém, não conta com o sentimento que surge entre as duas mulheres. Não por acaso, o título de duplo sentido do romance original alude tanto aos dedos leves dos larápios quanto ao prazer sexual provocado por massagens no clitóris. A encenação das cenas de sexo evoca o frisson provocado por “Azul É a Cor Mais Quente”, vencedor da Palma de Ouro no festival de 2013. Durante o encontro com a imprensa, Park Chan-wook defendeu o lesbianismo explícito dizendo que evitar o sexo seria como fazer “um filme de guerra, sem cenas de batalha”. “É claro que o amor entre estas duas mulheres é o elemento chave do filme”, ele explicou. “Na interpretação deste amor, não há nenhuma maneira de contornar o ato que surge a partir de tanta emoção e desejo”. Mas quando o golpe de sedução falha e vira paixão, o filme adentra outra área, em que Park Chan-wook já se mostrou especialista: a vingança. Juntas, as duas mulheres traçam um plano sangrento contra os homens que tentaram destruí-las. O resultado é uma fantasia de vingança lésbica, que pode ser considerada apelativa para alguns, mas nem por isso deixa de ser lindamente fotografada, muito bem dirigida e absolutamente excitante. Se não estourar nos cinemas, vai virar cult. “Com tantos pequenos detalhes suculentos aqui e ali, eu diria que é a minha obra mais colorida”, acrescenta o cineasta. “The Handmaiden” é o terceiro longa do diretor exibido em Cannes, que reverenciou suas participações anteriores, “Oldboy” (2003) e “Sede de Sangue” (2009), com o Prêmio do Júri. A produção também marca o retorno de Park Chan-Wook ao seu país de origem, após filmar nos EUA o suspense “Segredos de Sangue” (2013). Além do filme, que vai ser lançado nos EUA pela Amazon, o diretor pretende lançar um livro com as fotografias em preto e branco que ele registrou no set durante as filmagens. Ainda não há previsão para a estreia.

    Leia mais
  • Filme

    Cannes: Com Loving, Jeff Nichols mostra como o amor pode mudar o mundo

    16 de maio de 2016 /

    A corrida do Oscar iniciou mais cedo este ano, com a exibição de “Loving”, do cineasta americano Jeff Nichols, na competição do Festival de Cannes. Drama sobre uma união interracial ambientado no começo dos anos 1960, o longa tem as qualidades cinematográficas e a relevância social que costumam ser premiadas pela Academia, embora seja mais comportado que filmes de outros países, com os quais disputa a Palma de Ouro. O filme reencena a história verídica do casal Loving, vivido por Joel Edgerton (“O Grande Gatsby”) e Ruth Negga (série “Agents of SHIELD”), que foi sentenciado a deixar o estado de Virginia por 25 anos, sob pena de prisão, por terem se casado no Distrito de Washington, onde o casamento entre um branco e uma negra era aceito pela lei. O caso acabou ganhando repercussão nacional, com envolvimento do então procurador da república Robert Kennedy e uma reportagem da revista Life, e foi parar na Suprema Corte americana. Como resultado, a decisão da justiça federal serviu para derrubar as restrições ao casamento entre pessoas de raças diferentes nos Estados Unidos. Ao contrário de outro filme sobre o período, “Selma” (2014), não se trata de um registro de confronto civil, mas uma exaltação do amor. Apesar de envolver racismo, “Loving” não vai para as ruas nem passa muito tempo em tribunais, preferindo focar na relação do casal, de temperamento tranquilo e amoroso, sem qualquer histórico de militância ou rebeldia. “Eu poderia ter feito um drama de tribunal tradicional, gênero que acho fascinante. Mas meu objetivo era contar a história de duas pessoas apaixonadas, cuja história pessoal é afetada por decisões políticas”, explicou o diretor, no encontro com a imprensa internacional em Cannes. “O que mais me espanta é que este tipo de filme tenha eco na atualidade. Custo a entender porque duas pessoas que se amam não podem ficar juntas”, aprofundou o protagonista do filme, o ator australiano Joel Edgerton, lamentando que isso seja “um debate político atual” em muitos países. A atriz irlandesa Ruth Negga ecoou o colega, lembrando a situação política de seu país. “A Irlanda passou agora pela votação de um referendo em prol da oficialização do casamento gay, o que me deu orgulho e me fez reconhecer a importância de manter vivo o debate sobre diferentes formas de preconceito”, ela destacou. Além do casal principal, “Loving” também destaca Michael Shannon (“O Homem de Aço”), ator-fetiche do diretor, presente em quatro de seus cinco filmes, que interpreta o repórter fotográfico Grey Villet, da revista Life, cujas imagens ajudaram os Lovings em sua luta. O lançamento vai chegar aos cinemas num ano extremamente politizado, quando a questão da igualdade racial, sexual e religiosa ocupa o centro do debate da eleição presidencial americana. E Nichols tem plena ciência disso. “Espero que ‘Loving’ ajude as pessoas a pensar nesse tipo de assunto em ano de eleição”, disse o diretor, que aos 38 anos é considerado um dos grandes nomes do cinema indie americano.

    Leia mais
  • Filme

    Prova de Coragem queria ser grande num mercado que não cresce

    15 de maio de 2016 /

    “Prova de Coragem” é uma produção pequena, lançada em poucos cinemas e sem campanha de marketing. Mas não se trata de um filme indie, de proposta artística ousada, feito por um cineasta iniciante e com atores desconhecidos. É um filme que queria ser mainstream, estrelado por Mariana Ximenes (“Zoom”), dirigido pelo veterano Roberto Gervitz (“Feliz Ano Velho”) e fotografado pelo premiado Lauro Escorel (“Brincando nos Campos do Senhor”), que tem sua pretensão tolhida pelo mercado exaurido. Fosse americano, ganharia muitas salas para exibir seu romance, que vira melodrama, com direito até às cenas de flashback e de hospital que preenchem os similares adaptados dos livros de Nicholas Sparks. Seu único diferencial é se passar em uma região fronteiriça e adotar o sotaque gaúcho – em alguns momentos, inclusive, de difícil compreensão. A obra, na verdade, é baseada no romance “Mãos de Cavalo”, de Daniel Galera – também autor de “Até o Dia em que o Cão Morreu”, que deu origem a “Cão Sem Dono” (2007). O centro narrativo compreende o conflito gerado por uma gravidez inesperada, fruto do relacionamento entre o médico Hermano (Armando Babaioff, de “Sangue Azul”) e a artista plástica Adri (Mariana Ximenes). A vida estável do casal dá uma sacudida com a notícia da gravidez. Como o filho não foi planejado, as reações de ambos são inesperadas. Ela, por não respeitar uma gravidez de risco; ele, por manifestar um desejo de interromper a gestação. Como Hermano é o principal protagonista, o filme é narrado por seu ponto de vista, voltando no tempo para explorar sua adolescência e uma tragédia que o abalou. As cenas de flashback são as mais frágeis, talvez pela falta de melhor preparação dos atores, e isso compromete o impacto emocional que o filme poderia ter. A ambientação nos anos 1980, com canções dos Engenheiros do Hawaii, também se sai mal na comparação com outra obra mais bem-acabada sobre o período, “Califórnia” (2015), de Marina Person. Ainda que tenha a intenção – frustrada – de explorar e aprofundar não apenas os traumas de Hermano e sua vontade de vencer o medo, mas também a crise no relacionamento do casal, o filme de Roberto Gervitz não consegue ir além da superfície. As cenas em que o protagonista se prepara para escalar uma montanha com um amigo – a tal “prova de coragem” – são puro tédio. Foi exibido no Festival de Brasília, de onde saiu sem nenhum prêmio. Mas, pelo menos, o diretor procura uma solução relativamente satisfatória para sua conclusão. https://www.youtube.com/watch?v=mPw82sPnMTI

    Leia mais
  • Filme

    Filme de Xavier Dolan com astros franceses ganha fotos, pôsteres e duas cenas inéditas

    15 de maio de 2016 /

    A distribuidora francesa Diaphana Films divulgou 11 fotos, dois pôsteres e duas cenas de “Juste la Fin du Monde” (título internacional: “It’s Only the End of the World”), novo longa de Xavier Dolan, aproveitando sua inclusão no Festival de Cannes. O filme marca a primeira produção do jovem cineasta canadense estrelada exclusivamente por atores franceses. E que atores! Gaspard Ulliel (“Saint Laurent”) tem o papel principal e o elenco ainda inclui Léa Seydoux (“007 Contra Spectre”), Marion Cotillard (“Macbeth”), Vincent Cassel (“Em Transe”) e Nathalie Baye (“Uma Doce Mentira”). Dolan, que já venceu o Prêmio do Juri de Cannes por “Mommy” (2014), leva à tela a adaptação da peça homônima de Jean-Luc Lagarce. E as duas cenas refletem perfeitamente o tema central da obra, que lida com a insensibilidade humana. Na trama, Louis, um escritor, retorna a sua cidade natal após 12 anos de ausência, pensando em anunciar a eminência de sua morte para a família. Mas pequenas picuinhas e ressentimentos logo mudam o rumo da tarde, enquanto todas as tentativas de empatia são sabotados pela incapacidade das pessoas para ouvir e amar. A première mundial vai acontecer na quinta (19/5) dentro da competição oficial do Festival de Cannes e a estreia está marcada para 21 de setembro, simultaneamente no Canadá e na França. Ainda não há previsão para o lançamento no Brasil.

    Leia mais
  • Filme

    Personal Shopper: Veja duas cenas, fotos e o pôster do novo filme de Kristen Stewart

    15 de maio de 2016 /

    A distribuidora francesa Les Films du Losange divulgou o pôster, fotos e duas cenas de “Personal Shopper”, aproveitando a participação no Festival de Cannes. A produção marca o reencontro da atriz Kristen Stewart com o diretor francês Olivier Assayas, após a bem-sucedida parceria em “Acima das Nuvens”, que rendeu à americana o César (o Oscar francês) de Melhor Atriz Coadjuvante do cinema francês em 2015. As duas cenas foram reunidas num único vídeo. Numa delas, a atriz aparece exercendo a profissão do título, escolhendo e provando roupas para uma cliente. Já a outra revela o lado místico da trama, ao trazer Kristen explicando para Lars Eidinger (também de “Acima das Nuvens”) que pretende ficar em Paris até ser contatada por seu irmão gêmeo recém-falecido, respeitando um acordo mediúnico que ambos fizeram a respeito de quem morresse primeiro. O elenco internacional também inclui a austríaca Nora von Waldstätten (mais uma integrante de “Acima das Nuvens”), a francesa Sigrid Bouaziz (série “The Tunnel”) e o norueguês Anders Danielsen Lie (“Oslo, 31 de Agosto”). A première mundial vai acontecer na terça (17/5) dentro da competição oficial do Festival de Cannes e a estreia está marcada para outubro na Europa. Ainda não há previsão para o lançamento no Brasil. https://www.youtube.com/watch?v=dCW6Y9Sx_A0

    Leia mais
  • Filme

    Aquarius: Veja a primeira cena e o pôster francês do novo filme de Kleber Mendonça Filho

    15 de maio de 2016 /

    O filme brasileiro “Aquarius” teve sua primeira cena e pôster divulgados. Voltado para o mercado francês, o cartaz destaca a inclusão do filme no Festival de Cannes, enquanto o vídeo revela um flerte da protagonista da trama, Clara, vivida por Sonia Braga (“Lope”), e o salva-vidas Roberval, personagem de Irandhir Santos (“A História da Eternidade”), na praia de Boa Viagem, no Recife. Dirigido pelo pernambucano Kleber Mendonça Filho (“O Som ao Redor”), o filme conta a história de uma jornalista e escritora que vive de frente para o mar no Aquarius, último prédio de estilo antigo da praia de Boa Viagem, no Recife. Viúva com três filhos adultos, ela enfrenta as investidas de uma construtora que quer demolir o edifício e dar lugar a um novo empreendimento. O longa foi gravado na capital pernambucana entre agosto e setembro do ano passado, e marca um reencontro de Sonia Braga com o cinema nacional. A atriz não estrelava um filme brasileiro desde “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, em 2001, embora tenha sido dirigida por Andrucha Waddington no espanhol “Lope” (2010). Além disso, também celebra o retorno do Brasil à competição da Palma de Ouro, depois de um hiato de oito anos. Mas antes mesmo de sua inclusão no festival, a revista francesa Cahiers du Cinema já listava o filme entre os mais esperados de 2016. A première mundial vai acontecer na terça (17/5) na programação de Cannes. Depois, “Aquarius” vai participar do Festival de Sydney, na Austrália. Ainda não há previsão para o lançamento no Brasil.

    Leia mais
 Mais Pipoca
Mais Pipoca 
@Pipoca Moderna 2025
Privacidade | Cookies | Facebook | X | Bluesky | Flipboard | Anuncie